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resistência
dos materiais
Ciência e resistência
dos materiais
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Dieter S. S. Paiva
Camila Cardoso Rotella
Emanuel Santana
Alberto S. Santana
Regina Cláudia da Silva Fiorin
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Parecerista
João Carlos dos Santos
Editoração
Emanuel Santana
Cristiane Lisandra Danna
André Augusto de Andrade Ramos
Adilson Braga Fontes
Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
ISBN 978-85-8482-457-1
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Aluno, desejo-lhe que faça um bom uso deste material, pois ele apresenta
algumas características que irão acelerar a sua aprendizagem como: linguagem
dialogada, links interativos, material atualizado e interdisciplinar. Bons estudos e
um ótimo semestre.
ESTRUTURA ATÔMICA E
LIGAÇÕES INTERATÔMICAS
Objetivos de aprendizagem:
Introdução à unidade
No final dos estudos da ciência e resistência dos materiais, você estará apto para
selecionar um material, estudar sua composição e o melhor processamento para
obter as propriedades desejadas.
Preparado para embarcar na viagem desse ônibus espacial rumo à galáxia dos
materiais? Desejo a você bons estudos e um excelente semestre.
Seção 1
Objetivos de Aprendizagem
Figura 1.1 | Armas da Idade da Pedra Lascada fabricadas com madeira, ossos e pedras.
que hoje usufruímos em pleno século XXI. Quer um exemplo? Se não tivéssemos
os pneus, como faríamos para ir ao trabalho, à faculdade ou simplesmente voltar
para casa? Certamente não seria tão cômodo e rápido como é hoje, e devemos
essa facilidade aos exaustivos estudos do americano Charles Goodyear, que após
anos de pesquisa um dia deixou cair acidentalmente uma mistura de borracha e
enxofre em cima de uma chapa quente e observou que a borracha, mesmo em
contato com a chapa com elevada temperatura, não derreteu. Dessa forma, ele
concluiu que a adição de enxofre e calor tornavam a borracha mais resistente e
assim estudou a relação entre quantidade de enxofre, temperatura e tempo de
aquecimento para obter uma borracha com melhor qualidade, ou seja, a borracha
impermeável. Após essa descoberta outros estudos foram realizados e todo o
processo que hoje conhecemos como vulcanização foi aprimorado e patenteado. A
consequência direta desta pesquisa foi a fabricação dos pneus utilizados em nossos
carros, motocicletas, entre outros meios de transporte. Enfim, os materiais tornam
a vida moderna possível a partir de polímeros e de metais utilizados na fabricação
do computador que você está usando, do concreto utilizado na construção da sua
casa e do carro que você dirige. Todos estes componentes são consequências dos
estudos da ciência dos materiais, que resumidamente é definida como o estudo
da relação entre as estruturas e propriedades dos materiais. Os cientistas desta área
são responsáveis por desenvolver ou sintetizar novos materiais, enquanto o papel
do engenheiro é criar novos produtos e procedimentos de fabricação utilizando
materiais inovadores ou já conhecidos com propriedades predeterminadas que é
um desafio e tanto! (CALLISTER; RETHWISCH, 2013). Atualmente são conhecidos
mais de 50.000 tipos de materiais que estão à nossa disposição para serem aplicados
nos mais diversos projetos que vão desde o uso na medicina à engenharia civil
(ASHBY; JONES, 2007). Porém, para melhor compreensão da definição de ciência
dos materiais, primeiramente vamos entender melhor o que é estrutura. De maneira
concisa, estrutura de um material está relacionada ao arranjo dos seus componentes
internos, desde o nível atômico e organização dos átomos até a escala micro e
macroscópica (CALLISTER; RETHWISCH, 2013). Já a propriedade de um material, de
forma geral, é uma característica do material em termos da magnitude da resposta
a um determinado estímulo que lhe é imposto como, por exemplo, a luz refletida
por uma superfície metálica polida (CALLISTER; RETHWISCH, 2013). As propriedades
dos materiais são divididas em diferentes grupos: propriedades mecânicas, elétricas,
ópticas, térmicas e magnéticas.
teríamos muita dificuldade, mas o fato é que diversos avanços tecnológicos nos
proporcionaram uma expectativa de vida maior e melhor. Graças a materiais
inovadores conseguimos captar a energia solar e converter em energia elétrica,
produzimos meios de transportes cada vez mais velozes e seguros, e é claro que
eu não poderia me esquecer dos meios de comunicação e nosso indispensável
smartphone. Mas essa tecnologia não é restrita apenas a essas linhas de estudos, na
área da saúde, por exemplo, é evidente a importância dos materiais para os projetos
de próteses ortopédicas que antes eram produzidas com metais, madeira e plásticos
e agora substituídos por fibra de carbono. Muitas vezes quando lemos algumas
notícias temos a impressão de que estamos em um filme de ficção científica, mas
a realidade é que já temos impressoras 3D de células-tronco, de vasos sanguíneos,
pele, cartilagens, ossos e, no futuro próximo, a impressão de órgãos. A Figura 1.4
mostra uma impressora 3D fazendo a impressão de uma prototipagem biológica,
enquanto a Figura 1.5 apresenta uma amostra de tecido de válvula cardíaca também
impresso utilizando essa mesma tecnologia.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ea/Tetraeder-materiaalkundige-
kennis.svg>. Acesso em: 25 fev. 2016.
Fonte:..<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/
Diamond_and_graphite.jpg>. Acesso em: 25 fev. 2016.
Fonte:.<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/76/Wood_plastic_composite_2. jpg/1024px-
Wood_plastic_composite_2.jpg>. Acesso em: 28 fev. 016.
Metais
Os materiais metálicos representam cerca de dois terços de todos os elementos
da tabela periódica e aproximadamente 24% da massa do planeta. Os materiais
metálicos são substâncias que podem ser compostas por um único elemento
(ferro, zinco, cobre, prata e ouro), por mais elementos metálicos como no caso do
bronze que é uma liga metálica de cobre e estanho, e ainda, conter elementos não
metálicos como carbono, nitrogênio e oxigênio. Os metais e suas ligas apresentam
muitas propriedades que nos sãos úteis como a resistência mecânica, ductilidade,
condutividade térmica e elétrica, entre várias outras, e essas propriedades
estão relacionadas com a composição, estrutura química e processamento
(SHACKELFORD, 2008). Você já se perguntou por que os metais são tão bons
condutores elétricos? É nesse momento que você compreenderá a importância de
estudarmos sobre a estrutura atômica e as ligações entre os átomos. Os metais
são bons condutores elétricos, pois possuem muitos elétrons livres, ou seja, os
elétrons podem se movimentar livremente de um átomo para o outro. A facilidade
no movimento desses elétrons livres também faz os metais serem bons condutores
Cerâmicas
As cerâmicas, tradicionalmente, são definidas como um material sólido inorgânico
formado entre elementos metálicos e não metálicos. Em sua maioria são: óxidos,
como o óxido de alumínio, mais conhecido como alumina (Al2O3); nitretos, como
o nitreto de silício (Si3N4) e carbetos, como o carbeto de silício (SiC). O cimento e
o vidro são exemplos de materiais cerâmicos tradicionais e são formados a partir
de minerais argilosos e processos de fabricação relativamente simples. Em relação
às propriedades, os materiais cerâmicos comumente exibem baixa condutividade
elétrica, elevada dureza, resistência e fragilidade. No entanto, já existem estudos
com estes materiais que melhoram significativamente a resistência à fratura.
Adicionalmente, dependendo do processamento, a cerâmica pode ser densa ou
leve, transparente, translúcida ou opaca (ASKELAND; WRIGHT, 2014). Quando
comparados aos metais e polímeros, os materiais cerâmicos são mais resistentes a
altas temperaturas e a ambientes severos de trabalho. Então, vamos ver um exemplo
de aplicação destes materiais nestas condições extremas: a utilização na construção
de ônibus espaciais e aeronaves. Estas aplicações incluem sistemas térmicos
de proteção em cones de exaustão do foguete, telhas de isolamento do ônibus
espacial, componentes de motor e revestimentos cerâmicos embutidos no vidro
do para-brisa de muitos aviões. Estes revestimentos são transparentes e conduzem
Polímeros
Os materiais poliméricos, também conhecidos popularmente como plásticos,
são mais recentes quando comparados aos metais e cerâmicas. Neste grupo
também fazem parte os elastômeros (borrachas). Os polímeros podem ser definidos
como um material que possui várias partes quimicamente ligadas, já que a própria
palavra polímero significa “muitas partes”. Mas, uma definição mais científica diz que
Compósitos
Um material compósito geralmente é definido como a combinação de dois ou
mais materiais distintos, cada um com suas propriedades específicas que juntos
criam um novo material com combinações de propriedades que não são observadas
em um material isolado. O objetivo de desenvolvermos um material compósito é
obter um novo material que combine as melhores características dos materiais que
os compõem. Estes materiais são possíveis através da combinação entre metais,
cerâmicas e polímeros. Em sua maioria consiste de um material de reforço que
apresenta boa resistência mecânica e baixa densidade, envolto por uma matriz de
resina colante, geralmente dúctil ou dura, como a resina epóxi.
Semicondutores
Os materiais semicondutores não são tão eficazes como os metais, como ouro,
prata e cobre. No entanto, eles têm mobilidades superiores à temperatura ambiente
e a temperaturas mais elevadas, isto significa que uma corrente elétrica pode viajar
através deles muito mais rápido do que nos meios “tradicionais”. A alta mobilidade
desses materiais melhora as propriedades dos materiais básicos que são utilizados
em eletrônica avançada e comunicações. Os semicondutores são utilizados na
fabricação de chips para todos os dispositivos eletrônicos, incluindo computadores,
telefones celulares e smartphones. Cada chip pode conter um milhão de dispositivos
que executam diferentes funções. Os semicondutores também apresentam outras
propriedades muito interessantes como as propriedades ópticas, e são empregados
na fabricação de lasers e dos diodos emissores de luz (LEDs), isto porque
quando possuem algum tipo de impureza, também chamadas de dopantes, os
semicondutores emitem uma luz de cor específica quando uma voltagem é aplicada
a eles. Outros semicondutores absorvem a luz solar e geram corrente elétrica e são
utilizados na fabricação de células fotovoltaicas. Atualmente, o silício (Si) é um dos
principias semicondutores empregados nos mais diversos dispositivos. Os materiais
semicondutores exibem propriedades intermediárias entre os materiais condutores
elétricos e isolantes, como a condutividade elétrica. Esses materiais foram essências
para a revolução da indústria de produtos eletrônicos e que impactaram diretamente
nossas vidas. Na Figura 1.13 vemos exemplos de circuitos integrados fabricados a
partir de materiais semicondutores.
Fonte:.<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8d/Semiconductor-1.jpg>. Acesso
em: 19 jan. 2016.
Biomateriais
Os chamados biomateriais são materiais geralmente feitos a partir de muitos
componentes e que podem ser de ocorrência natural ou sintética (tal como um
metal ou polímero). Os biomateriais frequentemente são utilizados em aplicações
médicas para aumentar, melhorar ou substituir uma função natural. Duas importantes
características destes materiais são: atoxicidade e compatibilidade com os tecidos do
corpo. Os biomateriais são utilizados em substituição de articulações, placas ósseas,
cimento ósseo, ligamentos e tendões artificiais, implantes dentários para fixação do
dente, válvulas do coração, dispositivos de reparação da pele, lentes de contato etc.
A Figura 1.14 mostra diferentes tipos de válvulas cardíacas artificiais.
Materiais inteligentes
Os materiais inteligentes são materiais revolucionários e projetados para alterar
suas propriedades de forma significativa, a partir de controles externos tais como
temperatura, umidade, pH ou campos magnéticos. Basicamente um material
inteligente requer um sensor que será responsável pela detecção do sinal de entrada
e um atuador que executará uma determinada função de resposta e adequação. As
ligas com memória da forma, as cerâmicas piezelétricas e os materiais magneto-
constritivos são alguns exemplos de materiais utilizados com atuadores.
Nanomateriais
Os nanomateriais são materiais que podem ser metálicos, cerâmicos,
poliméricos ou compósitos que possuem estruturas na ordem do nanômetro
(10-9 m) e atualmente são
Figura 1.15 | Nanoestrelas de óxido de vanádio IV
estudados em aplicações na
área da saúde, de eletrônicos,
cosméticos, têxteis e tecnologia
da informação. As nanopartículas
são de grande interesse
científico. Na escala macro
e microscópica um material
deve ter propriedades físicas
constantes, independentemente
do seu tamanho, mas à escala
nano propriedades dependentes
de tamanho são frequentemente
observadas. Assim, as
propriedades de materiais podem
mudar à medida que se aproxima Fonte:.Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Nanoparticle#/
media/File:Nanostars-it1302.jpg>. Acesso em: 26 fev. 2016.
Seção 2
Estrutura atômica
Vamos iniciar nossos estudos sobre as estruturas atômicas e compreender como
os átomos e as ligações interatômicas influenciam diretamente na propriedades dos
materiais.
Objetivos de Aprendizagem
Outro conceito importante que certamente você já ouviu nos seus estudos em
química geral é o de massa atômica (A). A massa atômica é a massa total de
prótons e nêutrons que estão no núcleo do átomo. No entanto, na natureza é
possível encontrarmos elementos que, embora possuam o mesmo número de
prótons, apresentam número de nêutrons diferentes (ATKINS; JONES, 2006). Na
Figura 1.17 é possível observarmos que os três átomos possuem em comum o
mesmo número de prótons (p), ou seja, o mesmo número atômico (Z). Assim, trata-
se de três átomos do elemento químico hidrogênio. Os átomos de hidrogênio
podem ser encontrados com números diferentes de nêutrons e que resultarão em
massas atômicas distintas. Esses átomos são chamados de isótopos. A Figura
1.17a apresenta o átomo de hidrogênio chamado de prótio com apenas um
próton no núcleo e a ausência total de nêutron. Na Figura 1.17b, temos o
hidrogênio deutério que possui um próton e um nêutron no núcleo. E, por fim, a
Figura 1.17c mostra o átomo de hidrogênio trítio com um próton e dois nêutrons
no núcleo.
Figura 1.17 | Representação esquemática dos átomos de hidrogênio: a) prótio, b) deutério e c) trítio
Equação 1.1
A≅Z+N
Já o peso atômico pode ser expresso pela razão entre uma e átomo ou
molécula, no entanto, é frequentemente especificado em termos de massa (em
gramas) por mol de matéria. Assim temos a equivalência:
1 uma/átomo = 1 g/mol
O número de átomos ou moléculas em um mol é igual a 6,023 × 1023 e é
chamado de número de Avogadro. Este número é importante para calcularmos a
quantidade de átomos em uma determinada amostra de um elemento químico.
Por exemplo, em um mol de prata (Ag) de número atômico igual a 47, temos
6,023 × 1023 átomos e 107,87 g ou 107,87 uma. Os cálculos de massa atômica
e número de Avogadro são importantes para compreendermos um pouco mais
sobre as estruturas e as propriedades dos materiais. Vamos resolver um exercício
em que aplicamos o número de Avogadro.
Tabela 1.1 | Subníveis de energia e números quânticos do momento angular do orbital (l)
e número quântico magnético (ml)
Repre-
Subnível Número Elétrons por sentação
l ml
de energia de orbitais subnível gráfica dos
orbitais
s 0 0 1 2 ⎕
p 1 -1, 0, +1 3 6 ⎕⎕⎕
d 2 -2, -1, 0, +1, +2 5 10 ⎕⎕⎕⎕⎕
-3,-2,-
f 3 7 14 ⎕⎕⎕⎕⎕⎕⎕
1,0,+1,+2,+3
Fonte: O autor.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/11/Electron_orbitals.
svg/2000pxElectron_orbitals.svg.png>. Acesso em: 28 fev. 2016.
Fonte: O autor.
Figura 1.21 | Tabela periódica em função das configurações eletrônicas dos elementos químicos
Grupo
Período
Lantanídeos
Actinideos
A tabela periódica pode ser utilizada para se obter relações entre as propriedades
dos elementos e prever as propriedades de novos elementos que ainda não foram
descobertos ou sintetizados, ou seja, as tendências periódicas que são padrões
específicos que mostram diferentes aspectos de um determinado elemento, incluindo
sua dimensão e suas propriedades eletrônicas. As propriedades periódicas são
ferramentas valiosas que nos ajudam a prever rapidamente as propriedades de um
elemento químico. Estas tendências existem devido à estrutura atômica semelhante dos
elementos nas suas respectivas famílias, grupos ou períodos. As principais tendências
periódicas incluem: eletronegatividade, energia de ionização, afinidade eletrônica, raio
atômico, ponto de fusão e caráter metálico. A eletronegatividade é uma propriedade
química qualitativa que descreve a capacidade de um átomo em atrair e ligar-se aos
elétrons. A escala mais comum para quantificar a eletronegatividade é a escala de
Pauling, em homenagem ao químico Linus Pauling. Os números atribuídos pela escala
de Pauling são adimensionais devido à natureza qualitativa da eletronegatividade.
Os valores de eletronegatividade para cada elemento podem ser encontrados em
algumas tabelas periódicas como a tabela apresentada na Figura 1.23.
Fonte:.<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/26/Periodic_table_Pauling_
electronegatvity.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2016.
Fonte:.<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/26/Periodic_table_Pauling_
electronegatvity.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2016.
lado esquerdo da tabela periódica têm energias de ionização baixas por causa de sua
tendência para perder elétrons. Assim, a energia de ionização aumenta da esquerda
para a direita na tabela periódica e de baixo para cima como mostra a Figura 1.25.
abaixo são maiores. Isto significa que um elétron é adicionado mais distante do núcleo
atômico em comparação com a sua posição em um átomo menor. Com uma
distância maior entre o elétron de carga negativa e o núcleo carregado positivamente,
a força de atração é relativamente mais fraca. Por conseguinte, a afinidade eletrônica
diminui. Movendo-se da direita para a esquerda em um período, os átomos tornam-se
menores e consequentemente as forças de atração se tornar mais fortes. Isso faz com
que o elétron se aproxime do núcleo, aumentando assim a afinidade eletrônica da
esquerda para a direita em um período.
Outra propriedade dos elementos químicos é o raio atômico dado pela metade
da distância entre os núcleos de dois átomos (tal como um raio é a metade do
diâmetro de um círculo). No entanto, esta propriedade deve ser estudada com
cautela já que nem todos os átomos são ligados entre si da mesma maneira.
Alguns estão ligados por ligações covalentes em moléculas, alguns são atraídos
um pelo outro em cristais iônicos, e outros são mantidos em cristais metálicos. No
entanto, é possível para a maioria de elementos formar moléculas covalentes em
que dois átomos são mantidos juntos por uma ligação covalente simples. Os raios
covalentes destas moléculas são muitas vezes referidos como raios atômicos e
essa distância é medida em picômetros.
Na CI
A ligação primária irá ocorrer quando o átomo de sódio doar seu elétron de valência
e consequentemente ficar com sua camada mais externa preenchida (8 elétrons),
ao mesmo tempo que o átomo de cloro, que tem apenas sete elétrons na última
camada, recebe o elétron vindo do sódio completando sua camada mais externa com
oito elétrons (Figura 1.30).
Figura 1.30 | Configuração estável dos átomos de sódio (Na) e cloro (Cl)
Na CI Na CI
Fonte: O autor.
apresenta uma camada de valência quase preenchida (ex.: não metal). O sódio doa seu
elétron de valência para completar a última
Figura 1.31 | Representação esquemática
camada do átomo de cloro. Assim, o átomo do cristal de cloreto de sódio
de cloro que atrai esse elétron se torna um (NaCl)
íon carregado negativamente (Cl-), enquanto
o átomo de sódio, que doa o elétron, se torna
um íon positivo (Na+). A atração entre esses
íons de cargas opostas é que forma as ligações
primárias iônicas. Esse tipo de ligação é não
direcional, ou seja, a magnitude da ligação é
igual em todos os sentidos ao redor dos íons
(CALLISTER; RETHWISH, 2013), o que permite
a liberdade no empacotamento atômico.
É importante ressaltar que os íons de sinais
opostos devem se cercar mutuamente para Fonte:.<https://commons.wikimedia. org/wiki/
File:Atom-sodium.png>. Acesso em: 18 fev. 2016.
manter as ligações entre os átomos (Figura
1.31).
Assim como as ligações iônicas, as ligações covalentes podem ser muito fortes,
como as encontradas no diamante que resultam em materiais com elevado ponto de
fusão, elevado módulo de elasticidade, elevada dureza e baixa condutividade térmica.
Esse tipo de ligação é encontrado em materiais cerâmicos à base de silicatos, vidros
e nos materiais poliméricos. É muito interessante notar que um material tão duro,
como o diamante, e um material relativamente macio, como um polímero, contêm
ligações covalentes. Essas diferenças são o resultado não apenas das ligações dentro
das moléculas, mas, também, das ligações que mantêm as moléculas unidas. Outro
ponto relevante é que podemos ter ligações interatômicas que são parcialmente
iónicas e parcialmente covalentes.
Fonte: O autor.
2.4 Moléculas
Moléculas podem ser definidas como o agrupamento de átomos, que pode
ser de átomos iguais como o gás hidrogênio (H2) no qual há dois átomos de
hidrogênio, ou átomos diferentes como a molécula da água (H2O), a qual é
formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Uma importante
característica das moléculas é identificá-las como moléculas polar quando a
diferença de eletronegatividade dos átomos provoca um deslocamento de carga
ou moléculas apolares quando não existe diferença de eletronegatividade entre
os átomos.
FA OU FR = dE (1.2)
dr
F = FA + FR (1.3)
FA + FR = 0 (1.4)
Por vezes é mais conveniente trabalhar com energias potenciais entre dois
átomos, em vez das forças de atração e repulsão.
Referências
ESTRUTURAS E IMPERFEIÇÕES
NOS SÓLIDOS
Objetivos de aprendizagem:
Introdução à unidade
Será isso mesmo? Um material que apresenta defeitos nas suas estruturas
cristalinas é um material ruim e que deve ser descartado?
Ao final do estudo desta unidade você estará apto para responder a esta
pergunta com muita convicção.
Bons estudos.
Seção 1
Objetivos de Aprendizagem
Um sólido amorfo possui seus átomos unidos em uma cadeia atômica sem
periodicidade de longo alcance, ou seja, os átomos estão afastados uns dos outros
a distâncias variáveis denominadas espaçamento de equilíbrio. O vidro e alguns tipos
de plásticos são exemplos de sólidos amorfos e muitas vezes são descritos como
líquidos super-resfriados por suas moléculas estarem dispostas de maneira aleatória
como nos líquidos. Por exemplo, o vidro é normalmente feito a partir de dióxido de
silício (amorfo) ou areia de quartzo, que possui uma estrutura cristalina. Quando a
areia é derretida e o líquido é resfriado em uma velocidade suficiente para evitar a
cristalização, o sólido amorfo formado é chamado de vidro. A Figura 2.1 apresenta
o dióxido de silício (SiO2) e a representação de sua estrutura atômica, sólido amorfo
utilizado na fabricação de vidros e cimentos. A mistura de dióxido de silício com
óxido de boro produz um vidro altamente resistente a elevadas temperaturas e a
choques térmicos o qual conhecemos pelo nome comercial pirex.
A célula unitária mais simples é a cúbica simples, nela os átomos são alinhados
tridimensionalmente em um quadrado. Cristais cúbicos simples são relativamente
raros, principalmente porque eles tendem a distorcer facilmente.
Na célula unitária cúbica simples (CS) cada átomo possui seis átomos vizinhos
mais próximos (Figura 2.5) e estão localizados nos oito vértices do cubo (Figura 2.6).
Figura 2.5 | Célula unitária cúbica Figura 2.6 | Célula unitária cúbica simples
simples (CS) (CS) com oito átomos nos vértices
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/
Fonte: O autor. File:Cubic_Crystal_Shape.svg>. Acesso em: 15 mar. 2016.
Apenas um oitavo da massa de cada átomo que se encontra nos vértices está
dentro da célula unitária em um arranjo octaédrico. Dessa maneira, há somente um
átomo no interior da célula unitária CS, razão pela qual os metais não se cristalizam
nesta estrutura devido ao ineficiente empacotamento atômico, já que somente 52%
do seu volume total é preenchido (Figura 2.7).
Figura 2.7 | CS em que 1/8 da massa de cada átomo está no interior da célula
Fonte: O autor.
metais com estrutura cristalina cúbica de face centrada são mais dúcteis (deformam
mais facilmente sob carga antes da fratura) do que um metal com estrutura cúbica
de corpo centrado. O ferro gama, a prata, o ouro e o chumbo são exemplos de
metais com estruturas CFC. Os metais como o cobalto e o zinco têm estruturas
CFC. A célula unitária cúbica de corpo centrado tem átomos em cada um dos oito
cantos de um cubo (como a célula unitária cúbica simples), mais um átomo no
centro do cubo (Figura 2.8).
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Cada um dos átomos nos vértices do cubo está ao mesmo tempo localizado
no vértice de outro cubo, assim estes átomos são compartilhados entre oito células
unitárias. Adicionalmente, cada um dos átomos centrados nas seis faces do cubo é
compartilhado com outra célula adjacente. Uma vez que 12 dos seus átomos são
compartilhados, a célula CFC tem um número de coordenação igual a 12. A célula
CFC é ocupada por um total de quatro átomos, sendo um oitavo de cada átomo
localizado no vértice do cubo e metade de um átomo localizado em seis faces do
cubo como mostra o cálculo abaixo:
A Figura 2.11 destaca uma célula unitária CFC com suas frações atômicas.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
O número de coordenação dos átomos nesta estrutura é igual a 12. Há seis vizinhos
mais próximos na mesma camada, ou seja, três na camada acima e três na camada
abaixo. A estrutura HC é muito comum para metais elementares como o berílio,
cádmio, magnésio, titânio, zinco e zircônio. As estruturas HC e CFC apresentam
algumas similaridades como o mesmo fato de empacotamento comentado
anteriormente e possuem o mesmo número de coordenação. A diferença entre a
CFC e HC é a sequência de empilhamento dos átomos. Os ciclos de camadas na
CFC e HC são observados na Figura 2.14.
Ouro CFC
Ferro alfa CCC
Prata CFC
Níquel CFC
Zinco HC
Fonte: O autor.
(2.1)
(2.2)
(2.3)
Para cada tipo de célula unitária existe uma relação distinta de a e R, conforme
Tabela 2.2:
CCC 4R 64R3
√3 3√3
CFC 2R √2 16R √2
3
2R*
HC 24R3 √2
c ≅ 1,633a*
Fonte: Adaptado de Askland e Wright (2016).
(2.4)
Por exemplo, o ródio possui raio atômico 0,134 nm, estrutura cristalina CFC e
peso atômico de 102,91 g/mol. Dessa forma é possível determinarmos a sua massa
específica. São dados: estrutura CFC possui n = 4, VC = 16R3 √2 = e o Rh massa
atômica A = 102,91 g/mol e o número de Avogadro. Sabendo que a massa específica
é dada em g/cm3, primeiramente vamos transformar a unidade de raio atômico:
1.4 Polimorfismo
O polimorfismo é um fenômeno conhecido quando um material sólido existe
em mais de uma forma ou estrutura cristalina. O polimorfismo é muito semelhante
à alotropia, no entanto, a alotropia é usada para descrever sólidos elementares,
enquanto o polimorfismo é utilizado para compostos. Em geral, para qualquer
material cristalino é utilizado o termo polimorfismo. Por exemplo, as formas
alotrópicas do carbono incluem diamante (em que os átomos de carbono estão
ligados em um arranjo de estrutura tetraédrica), a grafita (em que os átomos de
carbono estão ligados em conjunto de camadas em uma rede hexagonal), o grafeno
(camadas soltas de grafite), e fulerenos (em que os átomos de carbono estão ligados
em um conjunto esférico, tubular ou em formações elipsoidais. Na transformação
alotrópica todos os alótropos do carbono apresentam a mesma composição, são de
carbono puro, porém os materiais apresentam propriedades drasticamente distintas
devido aos diferentes arranjos atômicos em cada alótropo, ou seja, aos diferentes
sistemas cristalinos.
Fonte: O autor.
Figura 2.18 | Célula unitária com as coordenadas atômicas dos vértices e parâmetros de rede
Fonte: O autor.
• h, k, l são os índices de Miller para planos e direções que são expressos como
planos (hkl) e direções [hkl].
• Um plano que é paralelo a um eixo pode ser considerado como tendo uma
intersecção no infinito ;
Fonte: O autor.
Seção 2
Objetivos de Aprendizagem
Compreender a origem e a natureza dos cristais.
Compreender a diferença entre defeitos pontuais, interfaciais e volumétricos.
Aplicar o cálculo de números de lacunas em um material.
Reconhecer os diferentes tipos de defeitos.
Determinar o tamanho de grão em uma estrutura.
O link <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vacancy_diffusion.
gif> apresenta um gif em que se pode observar o movimento de lacunas
na rede cristalina. Acesso em: 17 mar. 2016.
(2.5)
(2.6)
.
Figura 2.26 | Esquemático mostrando os contornos de grão baixo e alto e as posições
atômicas
O tamanho dos grãos pode ser controlado pela taxa de resfriamento quando um
material é fundido ou tratado termicamente. Geralmente, um resfriamento rápido
produz grãos menores, enquanto um resfriamento lento produz grãos maiores.
Vazios (ou poros) – são causadas por gases que estão presos durante a
solidificação ou por condensação vaga no estado sólido. Eles são quase sempre
defeitos indesejáveis. Seu efeito principal é diminuir a resistência mecânica e
promover a fratura quando o material é sujeito a pequenas cargas.
(2.7)
a) Dióxido de silício.
b) Bronze
c) Cobre.
d) Ferro.
e) Zircônio.
a) (212)
b) (111)
c) (201)
d) (211)
e) (001)
a) Superfícies externas.
b) Discordância.
c) Vazios.
d) Contorno de grão.
e) Inclusões.
Referências
TENSÃO E DEFORMAÇÃO
Objetivos de aprendizagem:
Introdução à unidade
91 Tensão e deformação
U3
92 Tensão e deformação
U3
Seção 1
Estruturas e carregamentos
Nesta seção vamos estudar o equilíbrio de um corpo deformável e o conceito
de tensão.
Objetivos de Aprendizagem
A estrutura linear, de maneira clara e objetiva, pode ser definida como uma peça
que possui duas dimensões próximas L1 ≅ L2 e uma terceira dimensão L3 muito
maior que as duas primeiras. Em geral, esta última dimensão é de ordem dez vezes
maior.
93 Tensão e deformação
U3
SEÇÃO TRANVERSAL
VIGA BIAPOIADA h
b
L3
PILAR PILAR
Fonte: O autor
VIGA
SEÇÃO TRANSVERSAL
L2 L1
L2
L3
PILAR
CENTRAL
VIGA
Fonte: O autor.
São também estruturas lineares, entre Figura 3.3 | Lajes, radier, vigas parede
outras, as treliças, os cabos de sustentação VIGA
de uma ponte estaiada etc. As estruturas P1 P2
ditas de superfície apresentam uma figura
geométrica tipo lamelar/placas, ou seja,
VIGA
VIGA
LAJE
Lx
LAJE
normalmente chamadas de lx, ly e h, em
que a dimensão lx será sempre menor ou VIGA
igual à dimensão ly e ambas muito maiores
PILAR PILAR
que h. Assim temos: lajes, radier, vigas
Fonte: O autor.
parede, conforme Figura 3.3:
94 Tensão e deformação
U3
L3
L2
ESTACA
SEÇÃO TRANSVERSAL
Fonte: O autor.
95 Tensão e deformação
U3
Fonte: O autor.
Tomando como exemplo a viga biapoiada, sendo solicitada por uma força P.
Se aumentarmos a força P, teremos um aumento nas reações R1 e R2, no entanto,
se continuarmos aumentando P iremos provocar um dano na parte interna da
viga (fissura, trincas) ou, ainda, um esmagamento da cabeça dos pilares (P1 ou P2).
Podemos concluir que: os esforços solicitantes não estão sendo suportados pela
estrutura interna da viga. Os máximos valores que os esforços solicitantes podem
ter sem que ocorra algum dano à estrutura são ditos esforços internos resistentes.
na Figura 3.6:
96 Tensão e deformação
U3
Fonte: O autor.
Eq. 3.1
O local geométrico da representação desta força, ou seja, onde será lançada esta
força que irá representar numericamente o carregamento distribuído, é o centro de
gravidade da distribuição.
Eq. 3.2
97 Tensão e deformação
U3
Fonte: O autor.
Eq. 3.3
Fonte: O autor.
98 Tensão e deformação
U3
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
99 Tensão e deformação
U3
Neste tipo de apoio, teremos dois tipos de reações e sempre uma perpendicular
à outra. Ambas em sentido contrário à solicitação, conforme Figura 3.12:
Fonte: O autor.
Fonte: O autor
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Seção 2
Tensão e deformação
Neste tema, você vai ficar por dentro de um dos principais fundamentos
da Resistência dos Materiais, os conceitos de deformação normal longitudinal
causada por tensão normal, deformação angular transversal causada por tensão
de cisalhamento e deformação lateral mostrada por Poisson. Conceitos que são
importantes para a aplicação segura de materiais como aço, concreto e madeira.
Quer um exemplo? Você sabe que as nossas edificações sofrem com carregamentos
externos, como forças permanentes, acidentais e excepcionais? Os carregamentos
externos podem modificar a geometria inicial das estruturas o ponto de levar à sua
ruína. Isso pode afetar a segurança ou a possibilidade de socorro às pessoas. Evitar
o colapso dos materiais das estruturas passa pelo conhecimento que você deve ter
sobre as mudanças dos comprimentos e ângulos nas formas dos elementos e a
resposta que os materiais empregados oferecem.
Objetivos de Aprendizagem
Resistência dos materiais é uma parte da física que estuda o comportamento dos
materiais sólidos quando estão sujeitos a diversos tipos de carregamentos e é também
conhecida como Mecânica dos Sólidos e Mecânica dos Corpos Deformáveis. Como
materiais sólidos iremos considerar barras carregadas no seu eixo como as barras
de uma treliça plana ou quadro plano (Figura 3.16). O material da barra prismática
será suposto contínuo, homogêneo e isótropo. Um material isotrópico é aquele que
apresenta as mesmas propriedades físicas independentes da direção.
Fonte: O autor.
Eq. 3.4
A Figura 3.17 apresenta um plano cinza que secciona a barra formando uma área
que é constante ao longo do eixo longitudinal, eixo no qual está aplicada a força P
normal (ou perpendicular) à área A. O sentido das forças P indica se o comprimento
longitudinal será alongado ou encurtado. Se a força P alongar o comprimento
longitudinal, denominamos força de tração. Se a força P reduzir o comprimento
longitudinal a chamamos de força de compressão. A Figura 3.17 mostra uma barra
tracionada. Se a força for de compressão com origem do contato com outro
elemento, dizemos que a tensão é de contato (ou esmagamento).
Fonte: O autor.
Eq. 3.6
Outras unidades também são utilizadas para medir tensão (ou pressão), Tabela
3.3. Cada área de engenharia tem a sua preferência. Por exemplo, em hidráulica
é comum se usar o metro coluna d’água para se medir a pressão na tubulação
de água fria. Observe que algumas unidades estão em desacordo com o Sistema
Internacional (SI) e, assim, estão em desuso no Brasil.
Eq. 3.7
σlim
σadm = Eq. 3.8
F.S.
τ= v Eq. 3.9
A
Em que V é força cortante e A é a área.
Note na Figura 3.18 que cada parafuso está sendo cortado (ou cisalhado) em duas
áreas, A. A força que está causando este cisalhamento duplo, V, é a força P, tangente
(ou paralela) às áreas circulares de diâmetro d, portanto a tensão de cisalhamento (
) é dada pela Equação 3.10:
V = P
τ= = P
A (2Acírculo) × 3 parafusos 6 πd2 Eq. 3.10
4
P P
P P
2 áreas cisalhadas
para cada parafuso
Vista lateral
Fonte: O autor.
2.6 Deformação
As estruturas da construção civil têm uma geometria definida pela sua segurança,
economia, funcionalidade e beleza. Toda vez que o material dessa estrutura recebe
a ação de uma força, ela tende a alterar sua forma e, consequentemente, seus
comprimentos e ângulos iniciais, conforme Figura 3.19. Observa-se que os materiais
reagem a essas mudanças de geometria de maneiras distintas.
Fonte: O autor.
Alguns com mudanças de forma tão grandes, que chegam a ser visíveis como
a treliça plana e o quadro plano da Figura 3.19. As linhas grossas representam a
geometria inicial da estrutura. Já as linhas finas representam a geometria final,
ou seja, após o carregamento externo. As linhas finas são chamadas de estrutura
deformada. Claro que o tipo de carregamento afeta diretamente as alterações de
forma e tamanho dos elementos estruturais. Considerando a geometria final, com
carregamento, e inicial, sem carregamento, definimos deformação como sendo a
razão entre diferença das medidas final e inicial e a medida inicial.
Eq. 3.11
Fonte: O autor.
Em que:
ε = deformação normal;
δ = alongamento ou encurtamento do comprimento longitudinal;
Lf = comprimento longitudinal final;
Li = comprimento longitudinal inicial.
Fonte: O autor
εlat
ν= Eq. 3.12
εlong
Em que:
Li
Vista transversal Vista longitudinal
Lf
Fonte: O autor
γ= π θ Eq. 3.13
2
Fonte: O autor
π rad =90°
Eq. 3.14
2
π
1° = rad Eq. 3.15
180
Fonte: O autor
Fonte: O autor
a) 0,0168 rad.
b) 0,0137 rad.
c) 1,37 rad.
d) 2,1 rad.
e) 0,024 rad.
Fonte: O autor
a) 23 kN.
b) 24 kN.
c) 11 kN.
d) 12 kN.
e) 47 kN.
Fonte: O autor.
a) 3,49 mm/m
b) 3,49%
c) 34,9%
d) 1,96 mm/m
e) 1,96%
Referências
BEER, F. P.; DEWOLF, J. T.; JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. 4. ed. São
Paulo: Mcgraw-Hill Interamericana, 2006.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.
RILEY, W. F.; STURGES, L. D.; MORRIS, D. H. Mecânica dos materiais. Rio de Janeiro:
LTC, 2003.
PROPRIEDADES MECÂNICAS
DOS MATERIAIS
Objetivos de aprendizagem:
Compreender as definições de tensão e deformação de engenharia.
Reconhecer as condições em que a Lei de Hooke é válida.
A partir de um diagrama de tensão-deformação determinar os valores de
algumas propriedades mecânicas como módulo de elasticidade, resiliência e
tenacidade.
Compreender as mudanças de um corpo de prova submetido a um
ensaio de tração.
Conhecer as principais técnicas de ensaio de dureza.
Introdução à unidade
Seção 1
Propriedades em tração
Nesta seção vamos estudar as propriedades mecânicas e o diagrama de tensão-
deformação obtido a partir de um ensaio de tração.
Objetivo de Aprendizagem
Transversal curta
Transversal Direção transversal
Transversal curta Transversal curta
Áreas hachuradas são transversais e as demais áreas de acordo com a indicação acima
Fonte: http://www.pdhcenter.com/courses/m415/m415content.pdf. Acesso em: 9 abr. 2016.
com que um plano do material deslize sobre o outro. A torção é a aplicação de uma
força que causa uma “torção” no material. A Figura 4.2 apresenta as forças das cinco
condições de cargas fundamentais, na qual a linha pontilhada representa a metade
do comprimento do corpo de prova.
Fonte: O autor
A palavra "vetor" refere-se tipicamente a uma quantidade que tem uma "magnitude"
e uma "direção". Por exemplo, a tensão (σ) de uma barra axialmente carregada é
simplesmente igual à força aplicada (F) dividida pela área (A0) da seção transversal da
barra (Figura 4.3)
.
Figura 4.3 | Barra axialmente carregada sob tração (tensão)
Fonte: O autor
Fonte: O autor
εlateral
ν= Eq. 4.1
εaxial
n = coeficiente de Poisson
Propriedades compressivas
Fonte: O autor
Figura 4.7 | Corpo de prova-padrão de tração com seção transversal circular após
teste de tração
σ =E ∈ Eq. 4.3
Limite de
resistência à tração Fratura
Tensão de
escoamento
Coeficiente angular.
Módulo de
elasticidade
Redução de área da
seção transversal
LRT Inicio da estricção
Limite de ruptura
Tensão
B C
Deformação
Fonte: Callister e Rethwisch (2013)
Eq. 4.4
Como redução percentual na área (%RA), isto é, independem dos valores dos
comprimentos e é dada pela Equação 4.5:
Eq. 4.5
A ductilidade é uma propriedade importante uma vez que indica o grau ao qual
uma estrutura irá se deformar plasticamente antes da ruptura.
Eq. 4.6
Eq. 4.7
O módulo de resiliência, ur, também pode ser obtido pelo cálculo da área triangular
sob o diagrama tensão-deformação, visto na Figura 4.11.
Fonte: O autor
TENACIDADE
RESILIÊNCIA
ε
Fonte: O autor
A área sob a curva tensão-deformação pode ser calculada a partir do cálculo das
figuras geométricas formadas como, por exemplo, triângulos, trapézios e retângulos.
Assim, os valores ou a soma destas regiões correspondem ao módulo de resiliência
(calculado pela área do primeiro triângulo) e o módulo de tenacidade obtido a partir
do cálculo das figuras geométricas de toda a área abaixo da curva.
Eq. 4.8
Seção 2
Ensaios de dureza
Nesta seção vamos estudar os diferentes ensaios de dureza que fornecem a
resistência do material à deformação plástica.
Objetivo de Aprendizagem
2.1 Dureza
A dureza é uma medida da resistência de um material à deformação plástica
localizada. O termo pode ser aplicado à deformação de recuo, riscar, cortar ou
dobrar. Nos metais, cerâmicas e para a maioria dos polímeros, a dureza é considerada
a deformação plástica da superfície. Para os elastômeros e alguns polímeros, a
dureza é definida como a resistência à deformação elástica da superfície. A falta
de uma definição fundamental indica que a dureza não é uma propriedade básica
de um material, mas, sim, um composto de outros fatores como deformação,
tensão, encruamento, entre outros. As medidas de dureza, por sua praticidade, são
amplamente utilizadas para o controle de qualidade dos materiais e são consideradas
um teste não destrutivo quando as marcas ou entalhes produzidas pelo teste estão
em áreas de baixa tensão. Há uma grande variedade de métodos utilizados para a
determinação da dureza de um material.
Eq. 4.9
E utilizada como identador a esfera de aço com diâmetro de 1/16" com uma
carga de 100 kg e a dureza é lida na "escala de B". Ao testar materiais mais duros
como o ferro fundido duro e muitas ligas de aço, é utilizado um cone de diamante
com uma carga de até 150 kg e a dureza é lida na escala "C". Existem várias escalas
Rockwell diferente de "B" e "C" (que são chamadas de escalas comuns). Um valor
Rockwell representado adequadamente terá o número de dureza seguido por "HR"
(dureza de Rockwell) e a letra da escala. Por exemplo, a expressão 50 HRB indica que
o material tem uma leitura de dureza de 50 na escala B.
Fonte: O autor
Referências