Processo nº …
DEFESAS PRÉVIAS
com fulcro no art. 5º, LV, da Constituição Federal c/c art. 55, § 1º, da Lei nº.
11.343/06, pelo que faz nos seguintes termos:
SÍNTESE DA DENÚNCIA
No dia 15 de setembro de 2020, durante a noite, na rua Anari, s/n o, bairro Cohab
Floresta, nesta capital, THOR HEIMDALL e LOKI FREY, agindo em concurso
com ODIN BALDUR, transportavam, valendo-se do veículo Chevrolet/Onix Joy,
placa, sem autorização e com finalidade de mercancia, 07 (sete) porções
CONHA, pesando cerca de 961,77 g (novecentos e sessenta e um gramas e se nta
e sete centigramas), bem como, na rua Vitória, n.º 6943, ODIN BALDUR trazia
consigo e tinha em depósito, m autorização e com finalidade de mercancia, 07
(sete) porções de MACONHA, p ando cerca de 6.052,20 g (seis mi/ e cinquenta e
dois gramas e vinte centigramas), conforme descrito no auto de apresentação e
apreensão (fl. 33) e laudo toxicológico preliminar (fls. 35/36).
Ao final, a acusação pede a condenação dos acusados nas penas pela prática do
crime tipificado no art. 33, caput, da Lei n. 0 11.343/06 c/c art. 29 do Código
Penal.
PRELIMINARMENTE
DA INÉPCIA DA DENÚNCIA
II – PRELIMINARMENTE
a) Do Exame De Dependência Toxicológica A defesa entende ser necessário o exame de
dependência toxicológica do acusado THOR HEIMDALL, uma vez que desde o seu primeiro
depoimento, este afirmou ser usuário de drogas e com base nos documentos juntados aos
autos, comprava-se a dependência química do acusado. Com efeito, aventada possível
inimputabilidade será hábil para resolver a matéria, não sendo possível substituí-lo por
qualquer outro elemento de convicção.
Nenhum prejuízo trará à instrução a instauração do incidente correspondente. Ao contrário,
maior segurança disporá à este Juízo para apreciar o caso, sempre na busca da verdade real.
Nesse sentido, o E. Supremo Tribunal Federal já teve oportunidade de decidir que: "se há
alegação de que o agente do crime de tóxico é viciado, é de ser ele submetido a exame
especializado para que se verifique ser isso verdadeiro. Anulação da sentença, em
conseqüência, para que outra seja proferida após dito
a exame especializado para que se verifique ser isso verdadeiro. Anulação da sentença, em
consequência, para que outra seja proferida após dito exame" (RT 639/384).
Na mesma linha, A E. Corte do STJ já salientou que: "fazendo o réu declaração de
dependência a psicotrópico, imprescindível a realização do exame de verificação de
dependência e imputabilidade, cujo resultado poderá, se positivo, isentá-lo de pena ou
determinar sua redução, configurando a falta dessa perícia psiquiátrica cerceamento de
defesa" (HC 157.638 3/3, rel. Luiz Pantaleão, j.20.12.93)
Verifica-se, portanto, que a confissão do acusado revela concordância com outros elementos
de convicção e, por isso, dispõe de valor probante, de acordo com art. 197 do CPP. Necessário
será a realização de exame de dependência toxicológica para comprovar a confissão de
dependência do réu.
c) Do Erro de Tipo CP, art. 20, caput O acusado Loki Frey não tinha menor idéia de que o
conteúdo, acondicionado em uma mochila, conduzido pelo passageiro Thor, seria de ordem
ilícita. Segundo consta dos autos do inquérito, o Réu estava no seu mister de motorista de
aplicativo, inclusive narrado em termo de interrogatório que conhecia a pouco tempo o
passageiro THOR, e não conhecia a pessoa de ODIN, inclusive com cópias de trocas de
mensagens e a solicitação da corrida via aplicativo.
Na realidade o Ministério Público almeja a condenação do acusado tão somente assentado em
suposições. Para o Parquet, o fato desse encontrar-se juntamente com o possuidor da droga,
presumidamente estaria em concluio no propósito da flagrância. Nega-se veemente essas
conjeturas. É preciso sublinhar que o material apreendido encontrava-se acondicionado dentro
de uma mochila e escondido. Então, indaga-se: Diante disso, qual seria a postura certa do
acusado? Determinar a revista na mochila para aprovação da corrida? Recusar o transporte de
passageiros mediante a essas circunstâncias? Não há minimante qualquer suporte fático a
endereçar-se aos argumentos da acusação. Desse modo, indiscutivelmente a conduta é
atípica, pois inexiste a figura do dolo. O tipo penal descrito na peça proemial reclama
comportamento volitivo doloso. Não é o caso, insistimos. É impositiva a absolvição do Réu,
maiormente quando o conjunto probatório revelado pela acusação
autoriza o reconhecimento do erro de tipo, previsto no art. 20 do Código Penal. Com efeito, a
absolvição sumária do denunciado é imperiosa, à luz da dicção do art. 395, inc.III, da
Legislação Adjetiva Penal.
MÉRITO
Da Defesa de Loki
DOS PEDIDOS
(…)
Nestes termos,
Rol de testemunhas
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas: