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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

DA _ VARA CÍVEL DO FORUM CENTRAL DA COMARCA DE SÃO


PAULO/SP

xxxxxxxxxxxxxxxxxxx por de seu


procurador que esta subscreve, vem, respeitosamente a presença de
Vossa Excelência, com fundamento no disposto pelos arts. 282 e
seguintes do Código de Processo Civil, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C


PLEITOS CONDENATÓRIOS ÀS OBRIGAÇÕES DE
FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA,

em face de REDE RECORD DE TELEVISÃO S/A, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 60.628.369/0001-75, com
sede na Rua da Várzea, nº240, Barra Funda, nesta Capital (CEP 01140-
080), pelos motivos que passa a expor

PRELIMINARMENTE
Excelência, o Autor é pai de família, tem
duas filhas, tem profissão (corretor de imóveis) e, em que pese o fato de
vivermos em um estado democrático de direito, de termos consagrada
em nossa carta magna a liberdade de expressão, o que a empresa ré fez
com autor é desumano e degradante.
Cumpre salientar que a Ré, Record,
possui distribuídas contra si diversas ações indenizatórias pelo mesmo
motivo: A extrapolação do “animus narrandi”, e a consequente violação
da honra de terceiros. Não é possível que, mesmo ante tantos julgados,
os mesmos insistam em continuar com o mesmo estilo jornalístico que
incessantemente vem violando a honra e imagens das pessoas,
gerando-lhes o correspondente dever de indenizar. Portanto, entendendo
ter demonstrado a prática de atos ilícitos pela Ré, os evidentes danos
experimentados pelo Autor, bem como o nexo de causalidade entre
ambos.
O que agrava e muito a situação é o fato
de que a transmissão prejudicou o Autor no exercício de sua profissão de
corretor de imóveis, já que, por ter sido associado a um criminoso, os
clientes deixaram de permitir sua entrada nas residências para a
execução de sua profissão e o pior, na data de 01 de julho de 2020 o
Autor foi dispensado da imobiliária onde exercia a sua atividade de
corretor de imóveis.

Preliminarmente, o Autor SUPLICA que


seja determinada a imediata remoção do vídeo e qualquer imagem do
Autor na internet no portal R7 (www.r7.com), bem como à retratação no
mesmo meio de comunicação que divulga a notícia e insere a imagem do
Autor.
Por oportuno, mostrar-se-á legítima a
pretensão do Autor e certamente este Juízo irá punir a Ré de forma
veemente, pois esta, na busca incessante pelo lucro e por audiência não
se preocupa com a verdade dos fatos e tampouco em verificar as
informações que lhe são fornecidas.
Nobre e Respeitadíssimo(a) Julgador(a), a
irreparável conduta da ré Record, que mesmo ante a vultosas
condenações nada faz para adaptar e aprimorar seu jornalismo, se
conclui que o caráter pedagógico das indenizações não vem sendo
atingido, eis que, ao que parece, ainda compensa a Ré arcar com
eventuais condenações em vez de adequarem seu deficiente “jornalismo”
aos padrões éticos normais. Inobstante tal fato, e também no que diz
respeito aos parâmetros norteadores da fixação da indenização pelos
danos morais demonstrados, esclarece que o potencial econômico da
Ré, é enorme, bastando dizer que esta é a segunda maior rede de
comunicação do País, contando não só com a emissora de televisão,
mas como rádio, TV por assinatura, portal na internet entre outros tantos.
Inclusive, o enorme potencial econômico da ré Rede Record já foi
reconhecido em ações idênticas à presente, que optaram pela imposição
de vultosa condenação à Record, sem, contudo, que a mencionada ré
adequasse sua conduta, o que revela que as condenações até então
expostas não tiveram o condão de adequá-la, haja vista, que insiste na
sua questionável linha de jornalismo sensacionalista, em detrimento da
honra e dignidade das pessoas.

DOS FATOS

Na data de 27 junho de 2020, o autor


estava em sua residência quando seu telefone celular passou a receber
diversas ligações de amigos e parentes perguntando o que havia
acontecido, se ele realmente estava envolvido com aquilo tudo e também
para alertá-lo.
No entanto, sem saber o que estava
acontecendo o autor indagou logo na primeira ligação sobre o que
exatamente a pessoa estava falando, momento em que descobriu que
em uma matéria veiculada pela empresa ré, especificamente no
programa que tem mídia nacional “FALA BRASIL”, aparecia a sua
imagem mencionando o nome como sendo a pessoa de “JONAS”
dizendo que o autor era pai de uma tal de “Camila Miranda” e estaria
aplicando golpes de empregos.
Atônito, o autor respondeu a um amigo
que isso era um absurdo, que sequer conhecia essa tal “Camila”, que
não tinha filha com esse nome e tão pouco com aquela aparente idade,
que jamais teria cometido tal ilícito e não estava entendendo
absolutamente o que estaria ocorrendo.
Cumpre destacar, que o Autor recebeu
diversas mensagens, inclusive de sua genitora, pedindo explicações
sobre os acontecimentos.
E assim, ao longo da fatídica
data( 27/06/20), o Autor continuou recebido diversas ligações e
mensagens pelas redes sociais e também pelo aplicativo whats app

Assustado e temendo por sua vida, o


Autor e sua genitora chegaram desesperados à Delegacia de Polícia e
informaram sobre o ERRO GROSSEIRO E INDEVIDO da reportagem da
Ré; No entanto, pelo fato da delegacia estar completamente lotada de
pessoas e com apenas uma escrivã de polícia atendendo o Autor
retornou até a sua residência e registrou na data de 29/06/2020 um
Boletim de Ocorrência por via eletrônica.

Contudo Exa., sem a menor preocupação


na divulgação dos fatos, no auge dos acontecimentos, mais
precisamente no dia 01 de julho de 2020, no programa BALANÇO
GERAL, por um ERRO GROSSEIRO da Ré, foi veiculada novamente na
reportagem a foto do Autor como sendo golpista juntamente com sua
suposta filha “Camila”
Na malfadada reportagem, o Autor é
apontado como sendo o Sr. JONAS, tendo inclusive, sido destacada e
com a sua suposta filha “CAMILA” estaria praticando golpes de
empregos e utilizando dados de pessoas desempregadas para cometer
diversos crimes.
No texto abaixo do vídeo em que a foto do
Autor é veiculada aparece os seguintes dizeres:
“GOLPISTAS APROVEITAM A CRISE DO CORONAVIRUS PARA
ENGANAR AS PESSOAS QUE ESTÃO DESEMPREGADAS,
DESESPERADAS A BUSCA DE UM EMPREGO, SABE O QUE ELES
FAZEM? SE PASSAM POR RECRUTADORES, PEGAM OS
DOCUMENTOS DAS VITIMAS E USAM OS DADOS, OLHEM DE QUE
FORMA NA REPORTAGEM “
E a ainda a malfadada reportagem
complementa:
“COM OS DOCUMENTOS PESSOAIS SENDO USADOS POR ESSES
GOLPISTAS CARLOS REGISTROU UM BOLETIM DE OCORRENCIA”
Na reportagem acima mencionada por
diversas vezes aparece a foto do Autor e a menção de que este, seria
“golpista”, conforme se verifica nos documentos anexos.
As declarações anexas colhidas de
algumas pessoas que viram o programa ou tomaram conhecimento por
redes sociais e meios de comunicação não deixam dúvidas da
repercussão negativa que a reportagem INDEVIDA lhe causou na qual, o
Autor aparece em “tela cheia” sendo mencionado como cumplice de
crimes praticados.
Veja Exa., um print da tela extraído da
reportagem dos programas “Fala Brasil e “Balanço Geral” (documento
anexo), na qual, é evidenciado o destaque da foto do Autor:

“GOLPISTAS SE PASSAM POR RECRUTADORES”


Somente para que V. Exa., não tenha
dúvidas cumpre destacar a pessoa da foto veiculada pela Ré

“JONAS”
Excelência abaixo o documento de
identificação do Autor :

E ainda o registro junto ao Conselho


Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo(CRECI-
SP):

Cabe ressaltar que a reportagem também


foi reproduzida pela ora requerida em seu portal de notícias: R7.COM e
reproduzida por diversos outros sites, além de estar disponível no site de
buscas “google”.
O Autor exerce a função de corretor de
imóveis, ou seja, uma profissão que precisa necessariamente gozar de
credibilidade, precisa ter uma imagem altamente positiva para adentrar
nos imóveis de clientes, sendo que, depois da reportagem passou a ser
apontado e abordado por pessoas como sendo golpista, por um ERRO
da empresa Ré.
Exa., o Autor não tem qualquer relação
com os fatos narrados na reportagem, porém após a divulgação
INDEVIDA das imagens pela Ré, este, não consegue dormir, se
alimentar e tão pouco trabalhar , pois constantemente é abordado seja
por pessoas próximas ou estranhos sobre os fatos e em alguns casos em
tom ameaçador.
O Autor INDEVIDAMENTE está
“condenado socialmente”.
Exa., para milhões de pessoas, inclusive
do meio em que exercia a sua profissão, a imagem do Autor está
relacionada a de um criminoso. Assim, verifica-se a extensão do dano
praticado pela Ré com sua veiculação indevida, pois, diante das imagens
a “POPULAÇÃO” JULGOU E SENTENCIOU O AUTOR, mesmo sendo
este, totalmente estranho aos fatos veiculados pela Ré.
Desta forma, mostra-se legítima a
pretensão do Autor e certamente este Juízo irá punir a Ré de forma
veemente, pois esta, na busca incessante pelo lucro e por audiência não
se preocupa com a verdade dos fatos e tampouco em verificar as
informações que lhe são fornecidas.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LIBERDADE DE IMPRENSA


A liberdade de imprensa encontra
supedâneo constitucional nos arts. 5º, IX e 220, § 1º.
A proteção constitucional tem como ponto
importante à abrangência de informação no meio social que tem como
valor maior a ciência e os esclarecimentos de notícias pertinentes que
interessam a todos os cidadãos de forma sólida e confiável. Ressalta-se
que a liberdade de imprensa tem como destinação final o
aperfeiçoamento da vida na sociedade, pautando-se principalmente pela
verdade, pelos fatos efetivamente acontecidos e pelo interesse social.
Assim, quando a imprensa veicula
imagens inverídicas e sem apurara-las, age com negligência e
imprudência, devendo, portanto, ser punida por sua conduta ilícita. No
tocante às imagens e manifestações da Ré, pode-se concluir que estas
se afastam por completo do modelo constitucional da liberdade de
imprensa, que é aquele pautado na veracidade dos fatos, constituindo-
se, portanto, em atos ilícitos determinantes de dano moral ao Autor

DANO MORAL - VEICULAÇÃO INDEVIDA DAS IMAGENS DO AUTOR


A Ré inseriu a foto do Autor como
CRIMINOSO bem como fez menção de que este, estaria usando dados
de vítimas para aplicar golpes veiculando sua imagem no programa
“BALANÇO GERAL”, “FALA BRASIL “ e “PORTAL R7”.
. Porém, conforme demonstrado o Autor
não é o sr. Jonas e tampouco aplica golpes, como fora destacado na
reportagem pela Ré, mas sim um pai de família que exerce a profissão
de corretor de imóveis.
Na verdade, é costumeira a extrapolação
do “animus narrandi ” por parte da Ré no programa “BALANÇO GERAL” -
Rede Record), que não gerou apenas uma mero dissabor e
aborrecimento para o Autor, mas abalou sua honra objetiva e subjetiva,
humilhando-o e o difamando socialmente ao associar sua imagem à de
um criminoso!
No presente caso o abalo do Autor é
incontestável, pois, para milhões de desconhecidos a imagem dele está
associada a de um criminoso, tendo, inclusive tal situação abalado sua
família, irmãos e parentes. Tal fato, fica evidenciado no vídeo veiculado
pela Requerida em seu programa (inclusive para o estado de minas
gerais), ou seja, realmente a nível nacional e pela internet vide link:
Na reportagem por diversas vezes a
imagem do Autor é divulgada (vide 00:48s a 00:53s e 01m42s a 01m48s)
e a narrativa em tom especulativo sempre associa a imagem do Autor a
de um criminoso.
Desta feita, tal discurso, sem sombra de
dúvidas, maculou a honra subjetiva e objetiva do Autor, tendo em vista os
gravíssimos fatos a sua imagem atribuídos. A prática lesiva e ilícita da Ré
se enquadra perfeitamente nos termos do artigo 186 do Código Civil, o
qual versa “in verbis”:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito”
É evidente o ato ilícito praticado pela Ré,
uma vez que o constrangimento, ao qual submeteram o Autor, tendo a
situação em questão ultrapassado, sem sombra de dúvidas, o mero
dissabor. Além disso, o Autor está com sua vida em risco, pois, pode a
qualquer momento ser agredido por desconhecidos!
Portanto, verifica-se que programas
sensacionalistas, como o da emissora da Ré, frequentemente abusam do
chamado dever de informar, e sem se preocupar com a verdade dos
fatos e no afã de ser o primeiro a noticiar o fato veiculam imagens
indevidas não se importando com a repercussão destas. Relevante
mencionar que, uma vez veiculadas imagens em programa de televisão,
estas se tornam automaticamente um rótulo perpétuo estampado na face
do ofendido, eis que, ainda que se formalize pedido de desculpas, o dano
resta impossível de reparar, tendo em vista que, para o público em geral,
as ofensas são automaticamente gravadas na pessoa ofendida. Aliás, é
de se notar que a ré Rede Record, em razão do programa “Balanço
Geral”, já sofreu sanções por condutas abusivas, conforme se depreende
do seguinte julgado, destacando que tais casos foram menos ofensivos
que o do Autor:
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL.
DANOS MORAIS. ACUSAÇÃO INDEVIDA EM
PROGRAMA DE TELEVISÃO CONTRA DELEGADO
POR SUPOSTO FAVORECIMENTO PARA OUTRO
VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO. ABUSO DE
DIREITO. OFENSA À HONRA DE DELEGADO.
DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. MAJORAÇÃO. 1.No caso,
inexiste qualquer evidência sobre a acusação
veiculada no programa televisivo pelo
apresentador demandado, ou seja, não há prova
sobre o reclamado favorecimento realizado pelo
demandante. 2.Demonstrado nos autos os abusos
cometidos pelos réus no exercício da livre
manifestação do pensamento, corolário do Estado
Democrático de Direito, em detrimento da honra e
da imagem do autor, é de se entender
configurados os pressupostos da obrigação de
indenizar. 3.Não havendo limites quantitativos
legais para o arbitramento do valor devido a título
de indenização por danos morais, deve esta ser
fixada ao livre arbítrio do juiz, observando, por
óbvio, os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Indispensável também a
fixação da quantia de forma compatível com a
reprovabilidade da conduta, gravidade do dano por
ela ocasionado e com as condições econômicas e
sociais das partes. Majoração do valor da
indenização. Juros moratórios e correção
monetária desde o arbitramento da indenização,
conforme entendimento da Câmara.(...)
EDUARDO DE OLIVEIRA CESAR propôs a presente
ação de reparação de danos extrapatrimoniais em
face de TELEVISÃO GUAIBA LTDA e ALEXANDRE
MOTA, afirmando que exerce atividade de
Delegado de Polícia e nesta qualidade efetuou
prisões de indiciados pelo assassinato de Ilza Lima
Duarte, na data de 08.01.2010, sem que tivesse
prestado qualquer informação acerca da prisão e
muito menos privilegiado um veículo de
comunicação em detrimento de outro, quando da
apresentação do preso. Aduziu que notícia
veiculada no programa Balanço Geral, transmitido
pela emissora demandada e apresentado pelo
segundo demandado, na data de 08 de janeiro de
2010, imputou-lhe a prática de favorecimento em
favor de veículo de comunicação do Estado,
atingindo sua imagem junto à sociedade. Alegou,
ainda, ter sido alvo de ofensas proferidas pelo
referido apresentador, razão pela qual requer a
condenação da parte demandada ao pagamento de
indenização por danos morais em valor a ser
arbitrado pelo Juízo.(...) Conforme consta no DVD
com a gravação do programa (acostado com a
inicial, fl. 40), devidamente degravado (fl. 41), o
apresentador demandado teria ridicularizado e
acusado o autor de indevido favorecimento à
determinada emissora na cobertura do caso de
interesse público. A demanda é ajuizada contra a
empresa responsável pelo programa e também em
face do apresentador.(...) A presente ação
indenizatória está alicerçada em abusos cometidos
na livre manifestação do pensamento, corolário do
Estado Democrático de Direito, em detrimento da
honra e da imagem da autora, valores igualmente
protegidos em nosso ordenamento jurídico. Com
efeito, a liberdade de expressão está
indissociavelmente ligada à responsabilidade,
porquanto não se pode manifestar o pensamento
de forma abusiva ou desarrazoada, de modo a ferir
outros bens jurídicos relevantes. Justamente por
isso a CF/88 veda o anonimato, a possibilitar a
responsabilização de quem se excede no exercício
de suas liberdades. No caso, inexiste qualquer
evidência sobre a acusação veiculada no programa
televisivo, ou seja, não há prova sobre o reclamado
favorecimento supostamente realizado pelo
demandante. A acusação feita publicamente contra
o delegado demandante, enfim, não dispõe de
fatos que a fundamentem! Fixo, pois, a indenização
no valor de R$ 120.000,00, doravante corrigido pelo
IGPM e acrescido de juros moratórios – 1% ao
mês. (Apelação Cível Nº 70046932695, 9ª câmara
Cível da Comarca de Porto Alegre, Indenização:
R$120.000,00)

Chamam a atenção os seguintes julgados,


todos tendo a ré Record como sucumbente, em razão da extrapolação de
suas condutas, e indenizações que variaram de R$100.000,00 a
R$120.000,00, sem que tivessem atingido a finalidade inibitória, própria
das indenizações:

Responsabilidade Civil. Indenização por danos


morais. Lei de Imprensa. Ofensas à honra, imagem
e reputação veiculadas em reportagem de
televisão. Procedência parcial. Caracterização de
abuso e propósito sensacionalista na divulgação
dos fatos e do envolvimento do autor, sem prévio
levantamento da veracidade. Exclusão de correu
que não participou do programa e nem se
comprovou ser o seu editor ou diretor responsável.
Agravo retido provido. Indenização, no entanto,
reduzida e convertida ao valor nominal do salário
mínimo vigente à data da sentença. Apelações dos
réus providas, em parte, prejudicada a do autor.(...)
Houve, repita-se, intuito sensacionalista e
inequívoco abuso do direito de informar, a
caracterizar injúria, difamação e até calúnia, aqui,
ao imputar ao autor a prática de "roubo" e "maus
tratos ao idoso", jamais comprovada. Aliás, o
destacado julgamento prévio antecedeu as
investigações oficiais, só instaladas três dias
depois de o programa de televisão ter ido ao ar e,
ao final, arquivadas, sem indícios da suposta
responsabilidade do autor pelos crimes de que foi
acusado em rede nacional. Longe de ter apenas
exercido o regular direito de narrar e divulgar, o
programa ofendeu fundamente a honra e a imagem
do autor, imputando-lhe falsamente a prática de
crimes. (Apelação Cível nº 994.07.017614-8, 2ª
Câmara de Direito Privado, Relator JOSÉ
ROBERTO BEDRAN, TJ-SP, Condenação:
R$120.900,00)

“Responsabilidade civil. Dano moral. Programa


televisivo. Veiculação de matéria que causou
abalos psíquicos que superam o mero dissabor.
Dano moral caracterizado.Indenização devida.
Sentença de procedência de ação, mantida pelos
próprios fundamentos. Recurso improvido.”
(Apelação nº 020832236.2011.8.26.0100, 8º Câmara
de Direito Privado, Relator: Caetano Lagrasta
Condenação R$100.000,00)
Sobre tais fatos, acentuado no v. acórdão
relatado pelo Exmo. Desembargador José Roberto Bedran, em que a
Rede Record de Televisão também foi sancionada pela extrapolação do
“animus narrandi”:

“Não se pode negar, assim, que a reportagem,


bafastando-se do sempre relevante papel da
imprensa, como importante veículo formador e
informador da opinião pública, quer na divulgação
imparcial dos fatos, quer na desinteressada análise
crítica, configurou indiscutível ofensa à honra,
dignidade, imagem e reputação do autor.” (Relator
José Roberto Bedran, Apelação 994.07.0176148,
Condenação: 120.000,00) Destaque-se ainda, que o
Autor junta aos autos, sentença proferida no
processo n. 1085537-84.2013.8.26.0100, em trâmite
pela 45ª Vara Cível desta Comarca, na qual a
Requerida é demandada e fora condenada a R$
110.000,00 a título de indenização por danos
morais e na qual narra fatos com gravidade inferior
a do Requerente. Pertinente, a propósito, a
advertência doutrinária de Alexandre de Morais, no
sentido de que "encontra-se em clara e ostensiva
contradição com ofundamento constitucional da
dignidade da pessoa humana (CF, art. 1o, III), com
o direito à honra, à intimidade e vida privada (CF,
art. 5o, X), converter em instrumento de diversão
ou entretenimento assuntos de natureza tão íntima
quanto falecimentos, padecimentos ou quaisquer
desgraças alheias, que não demonstrem nenhuma
finalidade pública e caráter jornalístico em sua
divulgação. Assim, não existe qualquer dúvida de
que a divulgação de fotos, imagens ou notícias
apelativas, injuriosas, desnecessárias para a
informação objetiva e de interesse público (CF, art.
5o, XIV), que acarretem injustificado dano à
dignidade humana autoriza a ocorrência de
indenização por danos materiais e morais, além do
respectivo direito à resposta" (Direitos Humanos
Fundamentais, Ed. Atlas, 1977, pág. 135)

DA FIXAÇÃO DA INDENIZAÇÃO

Conforme fartamente já demonstrado, a


intensidade da ofensa moral injustamente imposta ao Autor é enorme,
tendo em vista que, aos olhos de toda audiência dos programas “Balanço
Geral” e “Fala Brasil” ( âmbitos com veiculação nacional”, bem como
perante toda a população sua imagem está associada a de criminoso, ,
sendo certo que, uma vez sedimentado na retina da audiência tais
inverdades, jamais se conseguirá apagá-los.
No entanto, e como é sabido, o valor da
indenização pelos danos morais, a míngua de uma equação aritmética
para defini-lo, deve observar, além da extensão do dano, os aspectos
recompensatório, que objetiva dar algum conforto material à vítima,
preventivo, por meio do qual impõe-se uma penalidade ao ofensor, de
forma a evitar a prática reiterada de danos similares, bem como a
capacidade econômica do Ofensor, no caso, o a ré Rede Record.
A dúplice natureza da indenização por
danos morais vem ressaltada na percuciente lição de Caio Mário, citado
por Sérgio Cavalieri Filho, em sua obra Programa de Responsabilidade
Civil: “Como tenho sustentado em minhas Instituições de Direito Civil (v.
II, n.176), na reparação por dano moral estão conjugados dois motivos,
ou duas concausas:
I - punição ao infrator por haver ofendido um bem
jurídico da vítima, posto que imaterial;
II – pôr nas mãos do ofendido uma soma que não é
o pretium doloris, porém o meio de lhe oferecer
oportunidade de conseguir uma satisfação de
qualquer espécie, seja de ordem intelectual ou
moral, seja mesmo de cunho material, o que pode
ser obtido ‘no fato’ de saber que esta soma em
dinheiro pode amenizar a amargura da ofensa e de
qualquer maneira o desejo da vingança” (in:
Programa de Responsabilidade Civil. 5ª ed. São
Paulo: Malheiros, 2004, p.108/109, grifei).

Quanto ao caráter preventivo, e a despeito


das inúmeras reprimendas que até agora lhe foram aplicadas à Corré
Rede Record, chegando a valores como R$ 120.900,00, como
demonstrado, a verdade é que, mesmo assim, a ré Record, por meio de
seu departamento de jornalismo, continua com o injustificável hábito de
narrar os fatos sem a prévia preocupação de verificar sua veracidade,
proferindo ofensas e veiculando imagens indevidas exclusivamente para
majorar sua audiência, o que, evidentemente, não se pode tolerar dentro
de um estado democrático de direito.
Nesse sentido, tanto o E. Tribunal de
Justiça de São Paulo, como o C. Superior Tribunal Justiça, já fixaram o
entendimento segundo o qual as indenizações por danos morais devem
conter um ingrediente de sanção, de forma a levar o ofensor a adequar
sua conduta, impedindo que esta venha a reiterar os danos causados,
conforme se depreende dos seguintes julgados:
“(...) Quanto ao montante indenizatório, é certo
que não existe regulação normativa para sua
fixação, no entanto também é certo que o valor da
reparação deve ser correspondente à lesão, de
forma não só a compensar o dano sofrido, mas
também a impor ao ofensor uma sanção que o leve
a rever seu comportamento com o propósito de
evitar a repetição do ilícito” (Apelação nº 0009072-
28.2010.8.26.0562 – Relator Miguel Petroni Neto)

Portanto, demonstrado está que a ré


Record, é reiteradamente condenada ao pagamento de consideráveis
quantias a título de indenizações, mas, mesmo assim, prefere manter
seu questionável padrão de ‘jornalismo’, de modo que deve ser
condenada a uma indenização mínima de R$ 250.000,00 (duzentos e
cinquenta mil reais).
Destaque-se ainda, a seguinte reflexão:
"Para atribuir quanto vale a integridade moral de outrem no caso de uma
indenização, basta questionarmos quanto valeria a nossa integridade
moral, caso fossemos a vítima!!!!!"

DA RETRATAÇÃO PÚBLICA

Diante dos fatos narrados, impõe-se uma


retratação pública, pois, caso contrário o Autor associado a um criminoso
poderá e continuará a sofrer a retaliações de populares.
Importante mencionar, que o caso é de
repercussão nacional e foi divulgado pela mídia e rede sociais, tendo a
imagem do Autor sido vinculada ao de GOLPISTA, sendo imperiosa a
condenação da Ré à retratação pública da imagem do autor.
O artigo 5º, inciso V, da Constituição
Federal, prevê a prerrogativa do direito de resposta, instituto similar à
retratação, sendo, por isso, lícito o seu exercício. A respeito, pertinente
os ensinamentos de Paulo Bonavides, Jorge Miranda e Walber de Moura
Agra2, verbis:
O direito de resposta é compreendido como uma
prerrogativa jurídica de fazer publicar ou difundir
uma “contramensagem” no órgão de comunicação
de onde partiram declarações materialmente
incorretas, lesivas ou inadequadas sobre a pessoa
envolvida.
É uma modalidade de direito de expressão, de
caráter derivado, porque pressupõe a existência de
notícia ou referencia precedente ao interessado.
Conforme Vital Moreira, o direito de resposta em
sentido lato abrange: a) o direito do respondente
de expor sua versão dos fatos, aparentemente
expostos de ’ modo inverídico, inadequado ou
errôneo (direito de retificação); b) o direito de
responder acusações, juízos de valor ou opiniões
pouco favoráveis sobre o interessado (direito de
réplica ou de resposta em sentido estrito). (...)
O objeto do direito de resposta e “sempre um texto
ou imagem publicado ou transmitido num órgão de
comunicação social que de qualquer modo afecta
alguém, suscitando o interesse em responder”.
Para tanto, visa à retificação ou explicitação,
conforme o interesse da parte, de fatos, notícias ou
juízo sobre o prejudicado. Sua difusão pode-se dar
em órgão de comunicação social, eletrônica ou
não. O exercício do direito de resposta não
impende a manifestação de pretensões de caráter
ressarcitório. (...)
A reparação dos danos sofridos pelo abuso no
direito de informar ou comunicar compreende as
espécies material e moral, nada impedindo sua
cumulação”. Dessa forma, a ré deverá proceder à
retratação no mesmo meio de comunicação que
divulgada a notícia inverídica, com o mesmo
destaque, formulando texto com a narrativa real
dos fatos. Sobre o assunto, os seguintes
precedentes desta Corte: APELAÇÃO CÍVEL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. MATÉRIA
JORNALÍSTICA OFENSIVA LIGANDO O AUTOR A
SUPOSTO VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES
SIGILOSAS EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE
FUNÇÃO, NA CONDIÇÃO DE AUDITOR FISCAL DA
RECEITA FEDERAL. AFRONTA AOS DIREITOS DA
PERSONALIDADE. DEVER DE INDENIZAR
CONFIGURADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO.
CRITÉRIOS.

DA REMOÇÃO DOS VÍDEOS E IMAGENS

Conforme demonstrado, o vídeo no qual o


Autor tem sua imagem indevidamente veiculada como GOLPISTA e,
continua a disposição no site da Requerida (portal R7). Tal fato, causa
extremo prejuízo ao Autor, pois além da veiculação de sua imagem no
programa “Balanço Geral” e “Fala Brasil” milhares de pessoas acessam o
vídeo e veem sua imagem associada a um criminoso.
Portanto, a foto e imagem do Autor estão
sendo veiculadas de forma INDEVIDA e não autorizada, de modo que,
torna-se imprescindível a remoção do vídeo
https://noticias.r7.com/minas-gerais/balanco-geral-mg/videos/golpistas-
enganam-pessoas-que-estao-procurando-emprego-24062020), bem
como qualquer imagem do Autor na internet no portal R7 (www.r7.com),
devendo ser arbitrada multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelo
descumprimento da obrigação.

DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Por todo exposto acima, nossa legislação


processual permite que sejam antecipados os efeitos do provimento
pleiteado, para assegurar a utilidade da respectiva prestação
jurisdicional, precipitando no tempo o possível resultado final e definitivo
do processo. É mister frisar que o ora Autor é corretor de imóveis na
cidade de São Paulo e tendo sido apontada sua imagem à do suposto
responsável por aplicar golpes vida pessoal e profissional certamente
estão em risco.
Assim, postula o Autor que Vossa
Excelência determine a imediata retirada do ar da matéria citada que é
uma Calúnia e lhe atribui crime bem como determine a retratação pública
pela Ré no mesmo programa e horário. Importante destacar que a
medida se impõe como IMPRESCINDÍVEL neste momento, pois, além
de tudo os fatos narrados nas reportagens versam sobre pessoas
desempregadas que foram enganadas, e, este, pode a qualquer
momento ser agredido, discriminado etc. Ademais, em razão de sua foto
estar associada ao nome do criminoso para milhões de pessoas o Autor
está sendo apontado como criminoso e sempre haverá a desconfiança
da população com comentários, tais como: “será que é ele?” “É ele sim!”
“Eu vi a foto dele na TV, é ele sim, o golpista” “Olha como pode mexer
com pessoas desempregadas”. Exa., esses são alguns comentários que
ocorrem em razão da veiculação indevida da Ré, razão pela qual, a
antecipação da tutela é imprescindível!
Os documentos anexos, comprovam o
temor do Autor e a necessidade da medida, pois, caso contrário a
medida seja feita ao final do processo o resultado útil será inócuo. A
regra citada no art 273-I do CPC tem finalidade preventiva e sua
concessão, depende da existência de risco para a efetividade da tutela
jurisdicional, onde a urgência é o que justifica a antecipação do
provimento final. É claro o risco de inutilidade prática do resultado da
presente Ação, se o Autor for compelido a aguardar o seu término para
impedir a divulgação de sua imagem na internet, bem como ter sua
retratação ao final da demanda, certamente os danos serão ainda
maiores! Portanto, presentes os requisitos exigidos pelo artigo 273 do
CPF para a antecipação pleiteada. A prova inequívoca verifica-se pela
consistência do Link mencionado, para formar a convicção deste MM.
juízo a respeito da verossimilhança do direito do Autor e pelos
documentos anexos que demonstram o GRAVE ERRO COMETIDO
PELA RÉ! Destaque-se ainda, que o Autor possui a gravação do vídeo e
requer o prazo de 72 horas dias a partir da publicação da distribuição da
ação com a indicação da respectivo Juízo em que o processo tramitará.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

O Autor é corretor de imóveis, acabou de


ser desligado da imobiliária em que trabalhava e, desta forma, não
possui condições de arcar com as despesas processuais da presente
demanda sem o prejuízo em seu sustento, r. requer sejam concedidos os
benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, na forma da lei.

Nesse diapasão:
Assistência Judiciária Gratuita. Pedido. Requisito.
Prazo."É suficiente a simples afirmação do estado
de pobreza para obtenção do benefício da justiça
gratuita. O pedido de assistência judiciária pode
ser formulado em qualquer fase do processo."
(STJ – Rec. Esp. 174.538 – SP – Rel. Min. Garcia
Vieira – J. em 08/09/98 – DJ de 26.10.98). No
presente caso, os documentos anexos, em
especial os de que se trata de profissional
autônomo, comprovam a hipossuficiência, sendo
imperioso o deferimento do benefício.

REQUERIMENTOS E PEDIDOS

Frente a todos os fatos e fundamentos


expostos, requer o Autor, para que seja feita a mais JUSTA e PERFEITA
JUSTIÇA que se digne Vossa Excelência a:
a)CONCEDER OS BENEFÍCIOS DA
JUSTIÇA GRATUITA, uma vez que não possui condições financeiras de
arcar com as possíveis despesas do processo, bem como honorários
sucumbenciais, na forma da Lei 1.060/50;
b)CONCEDER A TUTELA ANTECIPADA,
“inaudita altera pars” e “initio litis”, nos moldes do Art. 273 do CPC, para
que seja determinada a remoção do vídeo e qualquer imagem do Autor
na internet no portal R7 (www.r7.com), bem como à retratação no mesmo
meio de comunicação que divulgada a notícia inverídica, com o mesmo
destaque, formulando texto com a narrativa e imagem real dos fatos e
envolvidos devendo ser arbitrada multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) pelo descumprimento da obrigação.
c) Seja a Empresa Ré acima qualificada
CITADA para, querendo, contestar todos os termos da presente ação, no
prazo legal, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato
e/ou designar audiência de conciliação, citando o Réu através dos
correios (Art. 222 do CPC) para o seu comparecimento e, não havendo
acordo, querendo, apresente sua defesa, sob pena de incorrer contra si
os efeitos da revelia; d) no mérito, que seja ao final, julgada
TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, com a condenação da
Empresa Ré ao pagamento a título de indenização por danos morais em
R$ 250.000,00 (Duzentos e cinquenta mil reais) arbitrada por esse MM.
Juízo, considerando a condição financeira demais satisfatória da
Empresa Ré e da farta documentação e jurisprudência apresentada, e
mais que isso, o vexame, a dor, calúnia e humilhação experimentados
pelo Autor;
e) A confirmação dos efeitos da Tutela
Antecipada para que seja determinada a remoção do vídeo e qualquer
imagem do Autor na internet no portal R7 (www.r7.com),bem como à
retratação no mesmo meio de comunicação que divulgada a notícia
inverídica, com o mesmo destaque, formulando texto com a narrativa e
imagem real dos fatos e envolvidos devendo ser arbitrada multa diária de
R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelo descumprimento da obrigação;
f) a CONDENAÇÃO do Demandado ao
pagamento de todas as despesas processuais e de honorários
advocatícios, que se espera seja de 20% sobre a condenação;
g) incluir na esperada condenação do
Réu, a INCIDÊNCIA DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA na forma
da lei em vigor; Requer ainda, a produção de todas as provas que se
fizerem necessárias ao andamento do feito, sem prejuízo da autora
requerer a juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas nos
termos do artigo 407 do CPC, depoimentos pessoais do representante
legal da Requerida, perícias, gravações entre outros meios de prova que
se mostrem pertinentes à solução da lide.
Por fim, requer a juntada da gravação do
vídeo em mídia no prazo de 72 horas, em razão da tramitação digital do
feito.
É o valor da causa R$ 250.000,00
(Duzentos e cinquenta mil reais)

Termos em que
Pede e aguarda Deferimento

São Paulo, 02 de julho de 2020.

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