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Diretrizes Epidemiológicas

COVID-19
Professora Kelly Coelho

Histórico

Doença de família viral,


conhecidos desde meados dos Os Coronavírus humanos
anos 60. Causam infecções causam doença respiratória, de
respiratórias em seres humanos e leve a quadros severos.
em animais.
Coronavírus

Receberam esse nome devido


SARS-CoV
às espículas na sua superfície,
MERS-CoV
que lembram uma coroa.
O novo Coronavírus (COVID-19)

O novo coronavírus (2019-nCov) é uma nova cepa que ainda


não havia sido previamente identificada em humanos.

(2019-nCov) Surgiu em 31/12/19 - Pneumonia de etiologia desconhecida


detectados na cidade de Wuhan.

Ligação com um grande mercado de frutos do mar e animais


vivos, sugerindo disseminação de animais para pessoas.

Situação do COVID-19 no Mundo


Situação do COVID-19 no Mundo

Situação do COVID-19 no Brasil


• Para manter a população informada a respeito do novo coronavírus, o
Ministério da Saúde atualiza diariamente, os dados na Plataforma IVIS com
números de casos descartados e suspeitos, além das definições desses
casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação a situação
epidemiológica.
Situação do COVID-19 no Brasil

Casos suspeitos por estado


Casos Casos Casos
Nome suspeitos confirmados Descartados Óbitos Transmissão local
Rondônia (RO) 2 0 1 0Não
Acre (AC) 3 0 0 0Não
Amazonas (AM) 1 0 7 0Não
Para (PA) 5 0 13 0Não
Norte 11 0 21 0-
Maranhão(MA) 6 0 2 0Não
Piauí (PI) 1 0 2 0Não
Ceara (CE) 22 0 42 0Não
Rio Grande do Norte
(RN) 13 0 14 0Não
Paraíba (PB) 8 0 6 0Não
Pernambuco (PE) 17 0 22 0Não
Alagoas (AL) 4 1 7 0Não
Sergipe (SE) 2 0 3 0Não
Bahia (BA) 65 2 36 0Sim
Nordeste 138 3 134 0-
Fonte: Ministério da Saúde, 2020*
*Dados atualizados em 10/03/2020 às 16:05
Casos suspeitos por estado

Casos Casos Casos


Nome suspeitos confirmados Descartados Óbitos Transmissão local
Minas Gerais (MG) 117 1 22 0Não
Espirito Santo (ES) 31 1 13 0Não
Rio de Janeiro (RJ) 87 13 133 0Não
São Paulo (SP)* 255 30 328 0Sim
Sudeste 490 45 496 0-
Paraná (PR) 46 6 27 0Não
Santa Catarina (SC) 67 0 32 0Não
Rio Grande do Sul (RS) 65 4 159 0Não
Sul 178 10 218 0-
Mato Grosso do Sul
(MS) 6 0 11 0Não
Mato Grosso (MT) 1 0 7 0Não
Goiais(GO) 15 0 31 0Não
Distrito Federal (DF) 91 2 29 0Não
Centro-Oeste 113 2 78 0-
Brasil 930 60 947 0-
Fonte: Ministério da Saúde, 2020*
*Dados atualizados em 10/03/2020 às 16:05

O COVID-19

Gotículas respiratórias, por tosses e espirros em curta distância,


Modo
ou contato com objetos contaminados pelo vírus, semelhante à
Transmissão
influenza ou outros vírus respiratórios.

Período de
Média de 5 dias, com intervalo que pode chegar até 12,5 dias.
incubação

Média de 7 dias após o início dos sintomas.


Período de Dados preliminares do sugerem que a transmissão possa ocorrer,
transmissibilidade mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.
Até o momento, não há informação suficiente que defina quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada
passa a transmitir o vírus.
Definição de Caso suspeito

Situação 1 - VIAJANTE: Febre¹ E pelo menos um dos sinais ou sintomas


respiratórios (tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro,
congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta,
coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de cianose, batimento de asa de
nariz, tiragem intercostal e dispneia) E com histórico de viagem para país
com transmissão sustentada OU área com transmissão local nos últimos
14 dias.
FEBRE: ○ Considera-se febre aquela acima de 37,8°.
1- Febre pode não estar presente em alguns casos como, por exemplo, em pacientes jovens, idosos,
imunossuprimidos ou que em algumas situações possam ter utilizado medicamento antitérmico. Nestas situações, a
avaliação clínica deve ser levada em consideração e a decisão deve ser registrada na ficha de notificação.

Definição de Caso suspeito

Situação 2 – CONTATO PRÓXIMO: Pessoa que apresente febre OU pelo


menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar,
produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival, dificuldade para
deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%, sinais de
cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e
dispneia) E histórico de contato com caso suspeito ou confirmado para
COVID-19, nos últimos 14 dias
2- Contato próximo de caso é definido como: estar a aproximadamente dois metros de um paciente com
suspeita de caso por novo coronavírus, dentro da mesma sala ou área de atendimento, por um período
prolongado, sem uso de equipamento de proteção individual (EPI). O contato próximo pode incluir: cuidar,
morar, visitar ou compartilhar uma área ou sala de espera de assistência médica ou, ainda, nos casos de contato
direto com fluidos corporais, enquanto não estiver usando o EPI recomendado.
Definição de Caso PROVÁVEL

Situação 3 - CONTATO DOMICILIAR: Pessoa que manteve contato domiciliar


com caso confirmado por COVID-19 nos últimos 14 dias E que apresente
febre OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade
para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou conjuntival,
dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 < 95%,
sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e
dispneia). Nesta situação é importante observar a presença de outros
sinais e sintomas como: fadiga, mialgia/artralgia, dor de cabeça, calafrios,
manchas vermelhas pelo corpo, gânglios linfáticos aumentados, diarreia,
náusea, vômito, desidratação e inapetência

Definição de Caso CONFIRMADO

LABORATORIAL: Caso suspeito ou provável com resultado positivo em RT-


PCR em tempo real, pelo protocolo Charité.

CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: Caso suspeito ou provável com histórico de


contato próximo ou domiciliar com caso confirmado laboratorialmente por
COVID-19, que apresente febre OU pelo menos um dos sinais ou sintomas
respiratórios, nos últimos 14 dias após o contato, e para o qual não foi
possível realizar a investigação laboratorial específica.
Contato Próximo de Casos Suspeitos
ou Confirmados de COVID-19:
• Uma pessoa que teve contato físico direto (por exemplo, apertando as
mãos);
• Uma pessoa que tenha contato direto desprotegido com secreções
infecciosas (por exemplo, sendo tossida, tocando tecidos de papel
usados com a mão nua);
• Uma pessoa que teve contato frente a frente por 15 minutos ou mais e
a uma distância inferior a 2 metros;
• Uma pessoa que esteve em um ambiente fechado (por exemplo, sala de
aula, sala de reunião, sala de espera do hospital etc.) por 15 minutos ou
mais e a uma distância inferior a 2 metros;

Contato Próximo de Casos Suspeitos


ou Confirmados de COVID-19:

• Um profissional de saúde ou outra pessoa que cuida diretamente de


um caso COVID-19 ou trabalhadores de laboratório que manipulam
amostras de um caso COVID-19 sem equipamento de proteção
individual recomendado (EPI) ou com uma possível violação do EPI;

• Um passageiro de uma aeronave sentado no raio de dois assentos


(em qualquer direção) de um caso confirmado de COVID-19, seus
acompanhantes ou cuidadores e os tripulantes que trabalharam na
seção da aeronave em que o caso estava sentado
Contato Próximo de Casos Suspeitos
ou Confirmados de COVID-19:

• Uma pessoa que reside na mesma casa/ambiente. Devem ser


considerados os residentes da mesma casa, colegas de dormitório,
creche, alojamento, etc.

A avaliação do grau de exposição do contato deve ser individualizada,


considerando-se, o ambiente e o tempo de exposição.

Notificação do caso

A Infecção Humana pelo COVID-19 é uma potencial Emergência de


Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), segundo anexo II
do Regulamento Sanitário Internacional.
Sendo, portanto, um evento de saúde pública de notificação imediata.

Os casos suspeitos, prováveis e confirmados devem ser


notificados de forma imediata (até 24 horas) pelo
profissional de saúde responsável pelo atendimento,
ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em
Saúde (CIEVS).
Fonte: Ministério da Saúde, 2020*
*Dados atualizados em 10/03/2020 às 16:05

Transmissão local x Transmissão comunitária


Validação de resultado laboratorial do SARS-CoV-2

RT-PCR em tempo real pelo protocolo Charité.

Todos os laboratórios públicos ou privados que identificarem casos


confirmados de SARS-CoV-2 pela primeira vez, a amostra deve passar
por validação de um dos três laboratórios de referência nacional para
Influenza e outros vírus respiratórios.

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ)


Instituto Evandro Chagas (IEC/SVS) no Estado do Pará
Instituto Adolfo Lutz da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo

Procedimentos para diagnóstico laboratorial


realização de coleta de amostra, está indicada sempre
proteção individual (EPI)

que ocorrer a confirmação de caso suspeito.

luvas descartáveis, avental e proteção para os olhos ao


adequado

manusear amostras potencialmente infecciosas.

uso de máscara N95 durante procedimento de coleta de


materiais respiratórios com potencial de aerossolização.
coleta de aspirado de nasofaringe ou swabs combinado
(nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória
inferior.
Orientações para coleta

• Tubo plástico com tampa de rosca, com


Meio de Transporte Viral
• Swab de Rayon (três por tubo)

30 de Janeiro de 2020
Cuidados com o paciente

Identificar e isolar Utilizar máscara


Precaução padrão, por
precocemente pacientes cirúrgica até a chegada
contato e gotículas
suspeitos. ao local de isolamento

Limitar a
EPI para qualquer
Condições para a movimentação do
pessoa que adentrar o
higienização das mãos paciente para fora da
quarto
área de isolamento

Medidas de isolamento
O paciente deve ser mantido em isolamento respiratório em quarto privativo;

O acesso deve ser restrito aos trabalhadores da saúde envolvidos no


atendimento do indivíduo no serviço de saúde.
▪ preferencial máscara n95; nas exposições por um
tempo mais prolongado e procedimentos que
gerem aerolização;
utilizar EPI
▪ eventualmente máscara cirúrgica em exposições
eventuais de baixo risco;
▪ protetor ocular ou protetor de face; luvas;
capote/avental impermeável.
Orientações no uso de EPI

• Atenção: Não se deve circular pelo serviço de saúde


utilizando os EPI. Estes devem ser imediatamente
removidos após a saída do quarto, enfermaria ou
área de isolamento.
• Os óculos de proteção ou protetores faciais devem
ser exclusivos de cada profissional responsável pela
assistência e após o uso sofrer processo de limpeza
com água e sabão/detergente e desinfecção.
• Sugere-se para a desinfecção com hipoclorito de
sódio ou outro desinfetante recomendado pelo
fabricante do equipamento de proteção.
• Luva devem ser descartadas após o contato com o
paciente.
• Não reutilizar máscaras descartáveis

Medidas de prevenção
As seguintes medidas devem ser seguidas pelos serviços de saúde que prestam
atendimento ambulatorial ou de pronto atendimento aos casos suspeitos ou confirmados
pelo novo coronavírus (COVID-19):
• Estabelecer critérios de triagem para identificação e pronto atendimento dos casos.
• Orientar os profissionais de saúde quanto às medidas de precaução a serem adotadas.
• Disponibilizar máscara cirúrgica para os pacientes e acompanhantes e prover condições
para higiene das mãos.
• Casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) devem permanecer
preferencialmente em área separada até a consulta ou encaminhamento para o hospital,
caso necessário.
• Orientar os pacientes a adotar as medidas de etiqueta respiratória.
Medidas de prevenção
• Se tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com cotovelo flexionado ou lenço de papel;
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal (descartar imediatamente após o uso e realizar
a higiene das mãos);
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• Realizar a higiene das mãos.
• Prover lenço descartável para higiene nasal na sala de espera. Prover lixeira com
acionamento por pedal para o descarte de lenços.
• Prover dispensadores com preparações alcoólicas para a higiene das mãos (sob as formas
gel ou solução) nas salas de espera e estimular a higiene das mãos após contato com
secreções respiratórias.
• Prover condições para higiene simples das mãos: lavatório/pia com dispensador de
sabonete líquido, suporte para papel toalha, papel toalha, lixeira com tampa e abertura sem
contato manual.
• Manter os ambientes ventilados.

Medidas de prevenção

• Eliminar ou restringir o uso de itens compartilhados por pacientes como canetas, pranchetas e
telefones.
• Realizar a limpeza e desinfecção das superfícies do consultório e de outros ambientes utilizados
pelo paciente.
• Realizar a limpeza e desinfecção de equipamentos e produtos para saúde que tenha sido
utilizado na assistência ao paciente.
• Se houver necessidade de encaminhamento do paciente para outro serviço de saúde, sempre
notificar previamente o serviço referenciado.
Na chegada, triagem e espera de atendimento
no serviço de saúde
• Garantir que todos os casos suspeitos ou confirmado de infecção pelo novo
coronavírus (COVID-19) ou outra infecção respiratória (por exemplo, febre e tosse)
sigam os procedimentos de higiene respiratória, etiqueta da tosse e higiene das
mãos durante todo o período que permanecerem na unidade.

• Garanta a triagem e o isolamento rápidos de pacientes com sintomas suspeitos de


infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) ou outra infecção respiratória (por
exemplo, febre e tosse):

Medidas de prevenção para população em geral

Evitar contato próximo com Lavar


Usar lenço descartável para
pessoas com infecções frequentemente
higiene nasal;
respiratórias agudas; as mãos

Evitar tocar nas


Cobrir nariz e boca ao espirrar Higienizar as mãos após tossir
mucosas dos
ou tossir; ou espirrar;
olhos;

Não compartilhar objetos de Manter os


Evitar se deslocar para áreas
uso pessoal, como talheres, ambientes bem
de transmissão
pratos, copos ou garrafas; ventilados;
Aplicativo
• Em 29 de Fevereiro, o Ministério da Saúde lançou o aplicativo (app)
Coronavírus-SUS com o objetivo de conscientizar a população sobre a
Doença pelo Coronavírus (COVID-19), para isso o aplicativo conta com as
seguintes funcionalidades:

Campanha Publicitária
• O Ministério da Saúde lançou, no dia 28 de fevereiro, a campanha publicitária de
prevenção ao coronavírus que já começou a ser veiculada em TV aberta, rádio e
internet.
• As peças publicitárias orientam a população a prevenir a doença adotando hábitos
de higiene, como lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia, fazer uso do
álcool em gel a 70% e não compartilhar objetos de uso pessoal.
Referências
• 1. WHO. Coronavirus disease (COVID-19) outbreak. https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019.
• 2. Qun Li et al. Early Transmission Dynamics in Wuhan, China, of Novel Coronavirus– Infected Pneumonia. NEJM, January 29, 2020 DOI:
10.1056/NEJMoa2001316.
• 3. Ki M. Epidemiologic characteristics of early cases with 2019 novel coronavirus (2019- nCoV) disease in Republic of Korea. Epidemiol Health.
2020 Feb 9:e2020007.
• 4. Liu T et al. Transmission dynamics of 2019 novel coronavirus (2019-nCoV). bioRxiv 2020.01.25.919787.
• 5. Backer JA et al. Incubation period of 2019 novel coronavirus (2019-nCoV) infections among travellers from Wuhan, China, 20–28 January
2020. Eurosurveillance 25(5), 06/Feb/2020.
• 6. Lauer et al. The incubation period of 2019-nCoV from publicly reported confirmed cases: estimation and application. medRxiv
2020.02.02.20020016. Secretaria de Estado de Saúde – DF - pág. 14
• 7. Guan J et al. Clinical characteristics of 2019 novel coronavirus infection in China. medRxiv 2020.02.06.20020974.
• 8. WHO. Q&A on coronaviruses. https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-acoronaviruses.
• 9. WHO Statement on the meeting of the International Health Regulations (2005) Emergency Committee regarding the outbreak of novel
coronavirus (2019-nCoV) - WHO, January 23, 2020
• 10. Ministério da Saúde. Plano Nacional Contingência para Infecção Humana pelo Coronavírus 2019 (COVID – 19). 2020.
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/07/plano-contingenciacoronavirus-preliminar.pdf.
• 11. Ministério da Saúde. Portaria Nº 188, de 3 de fevereiro de 2020. http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-188-de-3-de-fevereiro-
de-2020- 241408388.
• 12. Brasil. Presidência da República. Decreto nº 7.616 de 17 de novembro de 2011 que dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde
Pública de Importância Nacional - ESPIN.

Rumo à aprovação!

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