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Patrynie Garcia Barbosa

RELATÓRIO DE CAMPO ELÉTRICO

Campo Grande – MS
2018

Patrynie Garcia Barbosa


RELATÓRIO DE CAMPO ELÉTRICO

Relatório apresentada na disciplina de


Laboratório de Física III, ministrada na
Universidade Federal do Mato Grosso
Campo Grande- MS do Sul pela Prof. Dorotéia, com o teor
avaliativo
2018

1. OBRJETIVOS

Os objetivos desse relatório são demostrar o comportamento do campo elétrico e


potencial elétrico em materiais condutores e isolantes, determinadas as superfícies
equipotenciais e linhas de campo elétrico, além da observação do fenômeno de
blindagem.

2. INTRODUÇÃO
I. Campo eletrostático
O campo elétrico é uma realidade física com origem em cargas elétricas ou em
variações temporais de um campo magnético, seu conceito foi desenvolvido inicialmente
por Michael Faraday no contexto de forças elétricas. Nesse contexto, um campo elétrico
existe na região do espaço ao redor de um objeto carregado, a carga fonte. Quando um
corpo eletricamente carregado é colocado na região do espaço onde existe um campo
elétrico criado por um conjunto de cargas estacionárias, esse corpo fica sujeito à ação de
uma força elétrica.

Considere-se que num ponto do espaço onde existe um campo elétrico se coloca
uma partícula carregada positivamente, mas cujo valor é muito pequeno, designada por
carga de teste. Esta condição garante que a carga de prova ou de teste não influencia
significativamente a distribuição de cargas que cria o campo elétrico. Por definição, o
campo elétrico num ponto do espaço é igual à força elétrica que atua por unidade de
carga positiva colocada nesse ponto, no limite em que o valor da carga tende para zero:
F el Q
E= =k 2 (1)
q0 r

O campo elétrico num ponto P devido a um conjunto de cargas puntiformes pode


ser obtido, através do princípio da superposição, como a soma vetorial dos campos
elétricos devido, individualmente, a cada carga do conjunto no mesmo ponto P.
n
(2)
E=E1 + E2 + E3 …=∑ E i
i=1

As linhas de força são linhas a partir das quais pode-se visualizar a configuração do
campo elétrico de uma dada distribuição de cargas no espaço. Elas são traçadas de forma
que:

a) A tangente a cada ponto da linha é a direção do campo elétrico;

b) O número de linhas por unidade de área de uma superfície perpendicular à


direção das linhas é proporcional ao módulo do campo

II. Potencial elétrico

Quando uma partícula se descola em campo elétrico, o campo exerce força que
exerce um trabalho sobre a partícula
b
W a → b=∫ F .cosφ . dl (3)
a
Onde dl é um deslocamento infinitesimal ao longo da trajetória da partícula e φ é
o ângulo entre F e dl em cada ponto da trajetória. Como a força elétrica é uma força
conservativa, podemos atribuir uma energia potencial elétrica a esse sistema, dependendo
apenas da posição inicial e da final, não de sua trajetória.
b
U f −U i =−W =−∫ q0 . E ( r ) . dl (4)
a

Podemos, então, definir a energia potencial por unidade de carga, que é chamado
de potencial elétrico, como:
b
∆U
V ( r )= =−∫ E ( r ) dl (5)
q a

Assim, se o campo elétrico for conhecido em todos os pontos de uma certa região
do espaço, podemos calcular a diferença de potencial entre dois pontos quaisquer.

3. MATERIAL E MÉTODO

Para a realização do experimento, foram utilizados os seguintes materiais:

 Solução aquosa de CuSO4 (sulfato de cobre);


 Recipiente circular de vidro;
 Multímetro digital;
 Folhas de papel milímetro;
 Sonda móvel.

Sobe uma mesa plana, foi montada uma cuba solução aquosa eletrolítica, na qual
possui íons que podem se deslocar quando sujeitas à ação de um campo elétrico. A
bateria (ou fonte de alimentação) criou a diferença de potencial entre os eletrodos e fez
com que um eletrodo ficasse carregado positivamente e o outro carregado
negativamente, surgindo assim um campo elétrico para análise do experimento.

Através da utilização de um multímetro ajustado na escala de 20 V em tensão


alternada mapeamos pontos do eletrólito a uma certa distância d dos eletrodos com o
mesmo potencial elétrico, em média de 7 pontos para todos os valores escolhidos, a
montagem do experimento está representada pela figura abaixo.

Figura 1 – Diagrama esquemático da cuba eletrolítica utilizada para o mapeamento eletrostático.


O papel milímetros permitiu marcar os pontas das superfícies equipotenciais com
auxílio da sonda móvel, sendo assim pudemos analisar o comportamento do campo
elétrico para as três situações propostas: medida das equipotenciais entre uma carga
pontual e uma placa, em um condutor oco e uma isolante.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
I. Carga Pontual

O procedimento executado consistia em mapearmos as equipotenciais do campo


elétrico gerado entre um eletrodo de formato cilíndrico, que se comportam como uma
carga pontual, e uma placa retangular. Pelo princípio da superposição a configuração
final do campo elétrico resultante, como representado pela figura 2, foram as linhas
saindo radialmente do cilindro e terminando paralelamente a placa retangular com uma
leve inclinação devido ao efeito das bordas.

Figura 2. Campo elétrico de uma carga pontual e uma placa

Pela definição o campo elétrico pode ser calculado:

−∆ V
E( x )= (6)
∆x
Selecionando três pontos podemos calcular o campo elétrico em cada um deles,
adotamos como o ponto G como referência.

Tabela 1- Dados de DDP, distância e campo elétrico

Pontos DDP (V) Distância (m) Campo elétrico (N/C)


B 1,95 0,02 97,5
D 5,69 0,06 70,5
F 1,46 0,02 73

A intensidade do campo elétrico está relacionada com o grau de aproximação das


linhas de força, logo para a situação representada pela figura 2, a intensidade do campo
deve ser maior próximo das regiões geradoras, devido ao comportamento radial e ao
efeito de borda, e menos intenso no centro. Sendo assim, comparando os dados
experimentais (tabela 1) está de acordo com a previsão teórica.

II. Condutor Oco

Um condutor é um material que permite o descolamento de seus elétrons, quando


colocado numa região onde existe campo elétrico as cargas se desloca no sentido oposto
às linhas de campo. O deslocamento dos elétrons pelo material faz surgir carga negativa
num extremo (excesso de elétrons) e carga positiva no extremo oposto (falta de elétrons).

O comportamento do campo elétrico é representado pela figura 3, onde o campo


a separação eletrônica é observado devido as curvas das linhas de força.

Figura 3- Campo elétrico em condutor


Sendo uma Região 1 com r> Raio da distribuição (R), o valor do campo elétrico é
calculado pela lei de guess, como:

Q
∬ E . dr= ∈ (7)

Q
E= (8)
4 π∈r ²

Região 2 com r< Raio da distribuição (R), sabemos que no interior o condutor está
em equilibro eletrostático a carga interna é nula, logo temos que E=0.
Calculando o valor do potencial elétrico na região 1:
a
V a −V b=−∫ E . dr (9)
b

V a −V b=0 (10)

Então quaisquer pontos internos devem estar ao mesmo potencial, logo o


potencial coincide com o da superfície.

Q
V= (11)
4π ∈R

Mediante aos resultados acima podemos afirmar que o espaço está blindada
eletrostaticamente quando está envolvida por uma superfície condutora, o que acarreta a
inexistência de campo elétrico no seu interior, ou seja, o condutor está na condição de
equilíbrio eletrostático, que ocorre quando não existe movimento ordenado na
distribuição de cargas elétricas na superfície ou no interior do condutor.
Para isso, as linhas de força devem ser perpendiculares a superfície geradora. Se o
vetor do campo elétrico fosse obliquo, como representa a figura 4, ele teria uma
componente tangencial a superfície, o que provocaria o movimento ordenado de suas
cargas ao longo da superfície, desrespeitando a condição do equilibro eletrostático.

Figura 4- Campo elétrico obliquo

III. Condutor Isolante

 Quando um material isolante é submetido a um campo elétrico, ocorre uma


polarização das suas partículas, ou seja, não há acumulação de cargas nos extremos
como há na esfera condutora, assim, o campo no interior da esfera não se anula e todas
as moléculas dentro dela são polarizadas, isto é, a sua própria nuvem eletrônica desloca-
se no seu interior da molécula, no sentido oposto do campo.
Esse mecanismo de funcionamento é o mesmo utilizado para os capacitores com
material dielétrico, sabemos que devido a polarização das moléculas criam um campo
elétrico induzido de sentido oposto, que faz o campo elétrico o seu interior diminua.
Considerando dois pontos na situação da figura 5, o ponto A está na região
externa e o ponto B está na região interna do dielétrico. Para que o potencial seja o
mesmo nesse dois pontos isso implica que:
U a =U b (12)

Sabemos que o potencial elétrico é dado por: U =−∫ E . dx, sendo que dx é a

distância entre as equipotenciais, podemos substituir na eq.12.


Ea . d a=E b .d b (13)
Se Eb < Ea , logo, para que equação seja valida d b >d a . Sendo assim, para
mapearmos as equipotenciais na situação apresentada, o interior do dielétrico a distância
entre elas deve ser maior devido a redução da intensidade do campo elétrico,
comportamento este representado pela figura 5.
Figura 5- Campo elétrico em dielétrico

5. CONCLUSÃO

O experimento consistia em três partes principais. Na primeira etapa, as linhas


equipotenciais assumiram arranjo paralelo nas regiões próximas ao eletrodo retangular,
com uma leve curvatura devido ao efeito de borda, e circular perto dos eletrodos
cilíndrico. Mediante dessas condições traçamos as linhas de força e comprovar o princípio
de sobreposição dos campos elétricos.
Na segundo etapa, composta de dois eletrodos retangular com um condutor
cilíndrico oco ao centro. As equipotenciais dispuseram paralelamente com leve curvatura
perto do condutor, o potencial no interior do condutor era constante para quaisquer
pontos. Sendo assim validamos o equilíbrio eletrostático dos condutores quando imersos
em um campo elétrico, e através configuração do campo verificamos a polarização de
suas cargas internas.
Na terceira etapa, a montagem semelhante a anterior, porém com um material
isolante oco ao centro. As equipotenciais dispuseram paralelamente e os potencias na
região interna do isolante não possuíam um valor constante, diferente da situação
anterior, no entanto, as no interior as linhas dispuseram mais afastados do que na região
externa. Mediante a isso, conjecturamos que a situação apresentava tem a mesma
atuação de um capacitor.
Em todo caso, pode-se afirmar que a prática experimental cumpriu com seu
objetivo geral que focalizava no estudo do comportamento das linhas equipotenciais e a
sua relação com o campo elétrico para diferentes tipos de materiais.

BIOBLIOGRAFIA

[1] HALIDDAY, Davids; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth. Física 3. Volume 1. Editora Edgard

Blücher, quarta edição. 2002.

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