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Após o bacharelado, Freud inicia seu trabalho em clínica como médico neurologista.
Naquela época sua clientela compunha-se de pessoas em maior ou menor grau atingidas por
aquilo que era chamado na época de doenças nervosas. Os tratamentos sugeridos eram
eletroterapias, banhos, massagens, hidroterapia, internação, hipnose. Dentre as doenças
nervosas a histeria chama particularmente a atenção do médico. A grande quantidade de
pacientes, quase sempre mulheres, demonstravam sintomas que variavam desde vômitos
persistentes até alucinações visuais contínuas, passando por contrações, paralisias parciais,
perturbações visuais, ataques nervosos e convulsões.
A maioria dos médicos naquela época buscava apenas cura para estes sintomas. A
Freud ocorria a busca das origens dessas perturbações. Suas observações sobre os casos de
suas pacientes histéricas foram reunidas nos Estudos sobre a histeria, de 1895 e nas
Psiconeuroses de defesa, em 1986.
Desde textos, as ideias importantes para suas reflexões sobre a educação são as
seguintes:
Há um nexo causal entre um fato desencadeante (o trauma) e os sintomas,
embora o paciente não se lembre dele na maioria das vezes;
O fator desencadeante havia sido reprimível e a afastado da consciência devido
à natureza insuportável do trauma;
A vida sexual se presta particularmente como conteúdo para a formação de tais
traumas, pela posição que ocupa em relação aos outros elementos da
personalidade e pela impossibilidade de descarregar ideias de cunho sexual
através da fala, por exemplo.
O fato de que o agente responsável pela expulsão da ideia insuportável para
fora da consciência é o ego ou o eu, uma estrutura psíquica encarregada, entre
outras coisas, de defender o aparelho psíquico de perturbações perigosas à sua
integridade.
Em torno desse último ponto giram as primeiras questões teóricas desenvolvidas por
Freud nos primeiros tempos da psicanálise. Se as ideias incompatíveis são quase sempre de
cunho sexual, e se são julgadas insuportáveis pelo eu, então o que há de tão insuportável na
sexualidade? Essa pergunta leva o psicanalista à Educação e a interroga sobre o seu papel na
condenação da sexualidade.
Sexualidade e Educação
Nos primeiros anos de sua prática clínica, antes de conceituar o recalque, Freud
acreditava que era a moral, perpetuada através da educação que provocava as neuroses ligadas
a distúrbios da sexualidade. No entanto, o entendimento do recalque operado num plano
intrapsíquico (o eu como o agente do recalque) o fez pensar de modo diferente.
Freud percebe que há no interior da própria sexualidade um desprazer, e este desprazer
é que dá forças a moral, não o contrário. As forças morais não vão contra as tendências do
indivíduo, mas vão ao encontro dessas tendências. Ambas forças trabalham juntas, em
comunhão de interesses.
Em todos nós, segundo Freud, é preciso acontecer o recalque. Pois uma vida sob o
inteiro domínio dos impulsos seria impossível e até mesmo mortal. Esse recalque pode gerar
efeitos, como no caso dos pacientes das doenças mentais, mas é essencial a todo aparelho
psíquico “saudável”.