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PREGUIÇATIVIDADE
A arte de fazer tudo, sem querer fazer nada.

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TIAGO CASTELO
VAMOS LOGO!
Seu tempo é limitado e o que você deseja aqui é aumentar sua produtividade. Por
isso, irei direto ao assunto. Nesta página elencarei 3 fatores que estão te impedindo
de fazer tudo o que você precisa e como combatê-los.

1. Complexidade
Quando nos deparamos com tarefas que achamos grandiosas ou difíceis de terminar,
nosso cérebro automaticamente nos coloca num estado de resistir ou ignorá-la.

- Quebre as tarefas complexas em atividades que você se


envergonhe de dizer que “não teve tempo ou energia” para
O fazer. Divida-as em pequenas tarefinhas pontuais cuja
finalização te aproxime do resultado.
que
- Caso você não consiga quebrá-las, ao invés de ficar se
fazer? tencionando a fazê-las, realize outras tarefas resolutivas
menores. Entregar pequenos resultados te energizará para
entrar no almejado modo produtivo.

2. Chatisse
Quando nos deparamos com tarefas que parecem desagradáveis e taxativas, nos
alienamos delas. Fazemos isso evitando: responsabilidades, tentativas e mudanças.

O - Esteja vigilante para agir durante a manifestação desse


que mecanismo. Abrace (contra intuitivamente) erros, críticas e
arrependimentos. É lá que está a produtividade.
fazer?

3. Falta de tempo
Nosso cérebro alonga a duração do que é habitual e conveniente para que não
caibam tarefas difíceis em nossa rotina, mesmo sendo aquelas que precisamos fazer.

O - Categorize tudo o que você faz. Categorias diferentes


que ganham prioridades diferentes, e assim, prazos diferentes.
Fazer seu dia caber é ser produtivo.
fazer?
@tiago_castelo 2
ISSO JÁ AJUDA!
CASO VOCÊ “ACHE” QUE NÃO TEM TEMPO...

SEREI HONESTO!

Sem um entendimento profundo do problema, tais medidas


atuarão apenas no sintoma, e não na causa.

Por isso te levarei em uma jornada para entender o que está por
trás da sua familiar preguiça e, consequente, “falta de tempo".

Fique comigo para conhecer mecanismos ocultos em nossa


cabeça, responsáveis pela genuína “cansera”...

Preguiçosos, unam-se!
De preguiçoso para preguiçoso, ou preguiçosa, este livro é escrito
por alguém como você que, igual ao famigerado carteiro do
programa do CHAVES, diria:

“É melhor evitar a fadiga” – Jaiminho

Sou alguém, como você, como suas amigas e amigos. Não tenho grandes
feitos ou habilidades. Trabalho das 9 às 18, faço exercícios (tento), cuido
da casa, tenho vida social, zelo pela saúde, poupa minha grana, sonho
em viajar e ter uma família... mais do mesmo.

Da mesma forma, tenho problemas familiares, manias, frustrações, pontos


fracos e fatores que me impedem de atingir o meu potencial como:
amante, amigo, profissional, cidadão... mais do mesmo.

3
O que acredito diferir é a minha missão pessoal: Ajudar pessoas, como
nós, a terem uma vida mais eficiente e harmônica. Para tal, me dediquei
a entender os mecanismos por trás do que nos fazem:

· Ter disposição para o que é desnecessário;


· Ter preguiça para o que é necessário.

O propósito desse livro é te habilitar a se dedicar menos ao desnecessário


e otimizar a realização do que é necessário. É o que eu chamo de:

PREGUIÇATIVIDADE
ou fazer tudo, mesmo com vontade de fazer nada.

Para começar, deixa eu ilustrar um cotidiano “improdutivo” ou preguiçoso.


Veja se você se identifica!

24h d zzz
Manhã
Começa o dia, o alarme toca, aperto o “soneca”, toca de novo, aperto de
novo, toca novamente, abro o olho, encaro o teto pensando “tá na hora,
né?”. Eu deveria me arrumar, mas opto por checar o celular, logo, tenho
que me arrumar correndo (provável que esqueça algo).

Chego ao trabalho, ligo meu notebook, penso: “hora de trabalhar", mas


antes, olho o celular (de novo), site de notícias, e-mails, memes...Eis que
um alerta no fundo da mente me põe para funcionar.

Começo a listar o que farei no meu dia. Lista feita, vejo todo o trabalho
a ser realizado e vem uma vontade de ajeitar a cadeira, conversar com
os colegas e, claro, tomar aquele cafézinho.

4
Feito o ritual, ao trabalho! Percebo que ainda há tempo para
terminar as atividades mais “chatas”, então as deixo para depois e
vou fazer as cotidianas. Conforme o dia passa, essas coisinhas vão
levando mais tempo do que o esperado, além de outras urgentes
caírem no meu colo.

Tarde
Quando vai chegando as 18:00, percebo que não conseguirei fazer
nada do planejado e isso me deixa ansioso. Tal pressão me faz olhar
o celular, sites de notícias e tomar mais um café para “desestressar”.
No final, nem sobra energia para fazer aquelas atividades
“complicadas” que eu jurei ter tempo.

Noite
Chegando em casa, sinto que mereço um descanso, então pulo a
academia, assisto uma série, jogo, fico no celular e como uma
“besteirinha” a noite. Eis que na hora de dormir, coloco a cabeça no
travesseiro e penso:

“Não fiz nada do que eu precisava fazer”

Sou acometido por uma sensação de culpa. Mesmo após me esforçar,


sinto que fiz pouco e as tarefas continuam empilhando. Tento
entender como algo tão paradoxal aconteceu até que, tomado por
um ímpeto de motivação, prometo (me engano) que amanhã será
diferente.

AQUI ESTÁ!
Um dos meus dias mais improdutivos. Se algo semelhante ocorre em
sua vida, vem comigo que eu revelarei como apliquei conceitos e
ferramentas pouco conhecidas para eliminar meus dias mais
culposos e cansativos. A partir de agora é mão na massa!

5
O dilema existencial
do sec. xxl
iana
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Nunca a humanidade ss ão
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Exp e sig
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n
a
i

tra sado
f
lho

teve uma vida tão cheia. a pres

Vivemos um eterno corre*, sempre há algo para fazer. Somos


constantemente pressionados a sermos “produtivos”, caso
contrário ficaremos para trás em relação a nossos pares...
não seremos bem sucedidas...
não seremos felizes...

O que fazer então?


Ligar o foda-se? Deixar a vida nos levar? Se desprender dos
resultados e das coisas materiais? Viver da arte que a natureza
dá? Jogar para cima e se satisfazer com o que dá para fazer?

Também é possível
Assumir a constante pressão e se forçar a ser produtivo. Abraçar
o estresse e suas consequências, aceitar que “a vida é assim “.
Em momentos de cansaço ou fraqueza, basta consumir
substâncias que sustentem o estado acelerado.

Definitivamente nenhuma das duas opções parece apetitosa.


Por isso, resolvi cunhar uma expressão que represente um meio
termo dentro do espectro desses dois opostos:

PREGUIÇATIVIDADE
Quero te mostrar que dá para viver uma vida produtiva, sem
tanto desgaste. É possível produzir mais no seu dia, sem tanto
esforço a mais. Uma vida onde preguiça não é pecado, mas
uma virtude. Isso é ser preguiçativo.

@tiago_castelo 6
A INVENÇÃO DO ESFORÇO
No passado era treta pra todo lado:
predador, doenças, estiagens, guerras. Situações que
deveríamos estar prontos para lidar a qualquer momento.

Graças à capacidade de trabalhar arduamente para superar


tais situações é que chegamos aqui. Essa dinâmica laboriosa
ficou tão arraigada que passamos a considerá-la como parte
de nossa identidade: hoje, somos aquilo que fazemos.

Não é de se espantar que olhemos para o trabalho com


orgulho, com estima.

Quantos mais trabalhamos mais nos sentimos


importantes.

Trabalhar sempre foi e continua sendo crucial. Todavia, com


o advento da modernidade (tecnologia e ferramentas) a
configuração do “trabalho” se tornou complexa. Executar sua
função agora requer maior reflexão e raciocínio profundo.
Muito diferente de simplesmente bater um martelo, caçar ou
cortar madeira.

Agora, o pleno esforço não é mais suficiente,


ou melhor, eficiente.

Tal distanciamento traz a


necessidade de se distinguir
dois entendimentos de
“trabalho”:

7
Trabalho superficial (TS): preenche o dia, é o trabalho
massivo, repetitivo, usual, conveniente, um esforço que
recruta o mínimo possível de nossa mente*.

Trabalho profundo (TP): ponderado, direcionado a


finalizar algo, pontual, o esforço que requer raciocínio
e utilização da nossa mente.
m os
s va
á t ico o s
di d n
ue mer,
s eq
a fin os p a, co .)
Isso leva a seguinte controversa: ser uma pessoa Par cluir onec ogar..
in s (s r ,j
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a z S.
trabalhadora não é mais condição suficiente pr
ar
o
m o T
olh co
para chegar a um resultado propriamente dito.
Se esforçar não significa exatamente produzir, a
não ser que você empregue TP, um trabalho que
vise o fim. Portanto, aqui está uma distinção
crucial:

Produtividade não é fazer muita coisa, não é ocupar seu


dia (TS). Produtividade é finalizar, é se livrar.

De agora em diante, pratique esse mantra:

Um bom trabalhador não é o que faz, mas o que termina.

A grande verdade desse ebook é que não precisamos nos


esforçar tanto para chegar aos resultados que almejamos.

Dissocie a importância do que você faz e atrele ao que


concluí. Isso é ser PREGUIÇATIVO: Uma pessoa que
trabalha evitando a fadiga.

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O ADVENTO DA PREGUIÇA

No passado, para estarmos sempre dispostos a enfrentar a


adversidade, nosso cérebro desenvolveu o outro lado da moeda: a
preguiça. O estado mental de economizar energia enquanto não
estivéssemos ameaçados, justamente para estarmos aptos quando
chegasse a hora.

Acontece que o mundo mudou, mas nossa configuração cerebral


não. O trabalho se transformou, mas a preguiça continua a
mesma. O que nos coloca em um conflito: Mesmo constantemente
seguro, o cérebro persiste em “economizar energia” para lidarmos
com ameaças que nunca virão.

Portanto aqui vai o mecanismo fundamental deste livro:

Não fazer o que precisa ser feito, ou


comportamentos “improdutivos”, estão atrelados à
nossa configuração evolutiva de “evitar a fadiga”.

Ao se deparar com algo que precisa ser feito (cansativo) mas não
há uma situação de ameaça, nosso cérebro bola um jeito de te
convencer a não fazer (se desgastar). A partir daqui, associe isso
à preguiça.

EE AGORA?
AGORA?
E AGORA?
9
TRABALHO PREGUIÇA
Um símbolo social Configuração
que moldou nossa evolutiva essencial
existência para a sobrevivência.

Opostos? Talvez.
Entretanto, o cérebro achou uma forma conveniente de atrelá-los

O cérebro envelopa o trabalho superficial (TS) como


algo profundo ou resolutivo (TP) em sua vida.

E é esse o problema imperceptível que nos causa tanto estresse,


que torna nosso dia cansativo e improdutivo.

Nossa mente sente a cobrança social em trabalhar. Já o nosso


cérebro não está disposto a fazer o trabalho (TP) necessário.
Porém, ele não é bobo, sabe que não podemos apenas admitir que
NÃO faremos o que é difícil, afinal, o esforço é necessário. Nesse
dilema angustiante o mecanismo preguiçoso achou uma solução.

O cérebro, com sua configuração preguiçosa, nos convence a


ocupar nosso dia com tarefas mais simples dando-lhes um tom de
importância, quando na verdade não são. Essa é a razão pela
qual seu dia pode ser cheio e cansativo, mas improdutivo.

TENDEMOS A FAZER AS TAREFAS MAIS SIMPLES OU QUE


NOS DESGASTAM MENOS.

EXEMPLOS
EXEMPLOS
Ao invés de...
ir à academia, fico vendo série por que todo mundo tá falando dela.

de escrever um processo, vou limpar minha caixa de e-mails porque é


bom ser organizado.

cozinhar, vou pedir um ifood porque quero aproveitar a promoção.

atualizar aquela planilha, crio uma reunião para discutir um assunto.


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A CARA DA
PR GUIÇA
Agora que contextualizamos, falaremos do conceito fundamental
deste ebook, que descreve toda a sistemática do capítulo anterior:

PROCRASTINAÇÃO
PROCRASTINAÇÃO
É que para não sentir o peso
Por definição, procrastinar
da responsabilidade, da
não significa “não fazer
inanição, seu cérebro enche
nada”. Uma rotina pode ser
seu dia com TS, incluindo os
"cheia de coisa pra fazer" e
pequenos prazeres (a soneca,
ainda assim procrastinadora
o lanche, a série, etc).

Isso é tão chave que o resto Uma pessoa preguiçosa


deste ebook servirá apenas não é aquela que não faz
para entender por que não nada, é aquela que não tem
temos essa vontade, e como vontade de fazer as coisas
lidar com isso. que precisam ser feitas.

Portanto, veremos quatro elementos


que desencadeiam o comportamento 1. Intimidante
preguiçoso. Em outras palavras, nosso 2. Desagradável
dia não é produtivo como deveria ser 3. Postergável
porque vemos nosso trabalho 4. Despropositado
profundo (TP) como:

E ainda
trarei 7
HACKE
AMENT
para co OS
mbate
esses fa r
tores.

...No fim, você aumentará seus


resultados, sem todo o desgaste
que acreditou ser necessário.... 11
1 bu
mh
EVITAMOS
o intimidante
Imagine que você precise fazer algo, mas esse algo é tão
imensurável ou abstrato que surge a incerteza sobre como
agir, ou por onde começar. Tal atitude é desgastante, não
habitual, lhe tira da zona de conforto, provoca medo.

E de acordo com nossa configuração cerebral primitiva, quando


temos medo, agimos de duas formas: luta ou fuga. O que, trazendo
para nossa situação, significaria resistir em executar ou ignorar a
tarefa.

não começar
PROCRASTINAÇÃO ou recomeçar
uma tarefa

Procrastinação é quando não iniciamos por estarmos intimidados


e paralisados pela complexidade do TP que precisa ser feito.

Então, olhando através das tarefas intimidantes, preguiçativo é


quem:

SE ESFORÇA O Sua energia, estratégias


SUFICIENTE PARA e decisões devem ser
focadas em virar a chave.
APENAS COMEÇAR

Dito isso, revelarei uma ferramenta conveniente utilizada em


meus treinamentos e que podemos considerar como o primeiro
HACKEAMENTO preguiçativo.

12
MEP
Não queremos fazer uma tarefa porque fazê-la
integralmente aparenta ser difícil, então nosso
cérebro nem começa. Com isso em mente, o
primeiro HACKEAMENTO preguiçativo é:

Mudar a forma de perceber o todo através do

Mínimo Esforço Produtivo


Você reenquadrará aquilo que precisa ser feito em uma série de
passos:

Claros - Factíveis - Conclusivos

PERGUNTA RESPOSTA
Até que dê vergonha de
O quão pequeno
justificar que não os deu
devem ser esses
por falta de energia ou
passos?
tempo.

Não se engane, isso não diminuirá a carga total do TP, ele ainda
precisa ser feito.

O HACKEAMENTO preguiçativo aqui não é trabalhar menos. É


enfraquecer o mecanismo que desvia sua energia para tarefas
improdutivas e direcioná-lo para executar as tarefas que precisam
ser feitas.

Fé no Peter Pan
Tem dias que não adianta nem fazer o trabalho em partes,
simplesmente não temos energia. Digo, há para o TS (ver série,
pedir pizza, olhar o celular e jogar), só não há para fazer algo
produtivo, o TP.

@tiago_castelo 13
Não é apenas questão de preguiça (economizar), sendo nossa
energia limitada, uma hora ela acaba e nos sentimos mentalmente
esgotados. Assim, ficamos no estilo Bruno Mars no videoclipe Lazy
Song....
d o
tu !
Não tem problema isso acontecer após um dia
tá em
E b
exaustivo (você merece esse descanso), a treta
está em agir assim no início do dia.

Quando prometemos na noite anterior que seriamos mais


produtivos e, por algum motivo, não cumprimos a promessa
entrando em um ciclo vicioso de TS.

E como quebrar esse ciclo?

Fé no Peter-Pan
"pense em uma coisa bem boa!"

Parece clichê, mas sim! Você precisa trazer sentimentos ligados à


autorrealização e estima. Entretanto, isso não é simples. É preciso
um processo: moção cria emoção

Quando você se move, muda seu estado físico e, como resultado, a


bioquímica de seu cérebro. Aposto que você já sentiu isso diversas
vezes.

Lembra-se de quando você tinha certeza de não ter mais energia,


porém, ao se engajar no processo, sua opinião mudou?

Ia desistir da festa, pois estava cansada, mas suas


amigas lhe animaram. Você foi; e só voltou pela manhã.

Começou a correr com falta de ar e sem nenhuma


disposição. Todavia, continuou no processo e, no fim, fez
um de seus melhores tempos.

Não queria ir à academia depois de um dia estressante


no trabalho. Foi mesmo assim; e acabou batendo seu
recorde pessoal.

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Nosso tanque é maior do que pensamos. O real problema não é a
queda de energia, é o estado psicológico dessa queda.

Quando você se sentir incapaz de engajar em um TP, basta


mudar sua fisiologia começando com uma vitória mais simples.

Pode ser:
Uma respiração profunda Uma flexão
Andar pela casar Yoga
Alongamento, dançar ou cantar....

Ao invés de se sentir mal ao perpetuar o ciclo vicioso do esforço


superficial, o segundo HACKEAMENTO preguiçativo é quebrar
seu estado mental.

Isso consoa com a ideia anterior de que para quebrar a


procrastinação basta dar o “primeiro passo”. Para retornar a sua
rotina aos trilhos, apenas um movimento para fora do ecossistema
da “bad vibe” já é o suficiente.

E tem mais!
Parte do peso da tarefa profunda (TP) consiste em quebrar a
inércia e colocar o seu corpo na direção produtiva. Portanto...
engajar inicialmente em conquistas mais fáceis torna as próximas
atividades indesejáveis palatáveis, pois o % taxativo referente a
começar um fluxo produtivo (ou sair da inércia) já está pago.

Nossas mães e pais


não estavam errados
ao mandar arrumarmos
nossa cama....

Eles tinham um entendimento tácito de


que uma pequena vitória no início do
seu dia é essencial para te afastar de
mentalidades improdutivas, ou
preguiçosas.

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2 !! EVITAMOS
o desagradável
Outra forma de manifestarmos a preguiça é
procrastinar esforços desagradáveis. Aqueles
exaustivos, taxativos, que não nos sentimos bem
fazendo.

No passado, o futuro era imprevisível, ninguém tinha


certeza se estaria vivo amanhã. Assim nosso cérebro foi
desenvolvido para viver o aqui e agora.

Fomos configurados para tomar ações em que haja gratificações


ou resultados garantidos, em geral, aquilo que nos dá prazer ou é
agradável de fazer. Bem diferente do cotidiano TP que, portanto,
postergamos por ser “chato”. Para lidar com isso utilizaremos do
mesmo subterfúgio do MEP:

assim como alteramos a percepção quanto à


complexidade da tarefa, dessa vez vamos alterar a
percepção do que é desagradável.

Você já assistiu ao Masterchef?


Certamente deve ter se deparado com os chefs “pê da vida” pelos
participantes não provarem a comida que preparam. Sei que isso
soa estranho:

Se é o sabor do prato que garantirá a sobrevivência na


competição, por que o competidor não o prova?

Pois é. Entender sobre a procrastinação de tarefas desagradáveis


é internalizar porque nos tornamos alheios a atitudes cruciais em
nossa vida.

Para tal, trago à luz como nosso mecanismo preguiçoso nos


afasta da sensação desagradável gerando aversão a tentativas,
responsabilidades e mudanças.
@tiago_castelo 16
Aversão a tentativas

Temos preguiça de tentar porque conforme a capacidade de


controle e escolha se aprofundam, as expectativas sobre o
resultado aumentam proporcionalmente. Isso implica que:

Quanto mais temos liberdade em agir sobre nossa vida, maior


a possibilidade de sermos culpados por ela ter dado errado;

Quanto maior o controle sobre o resultado de nossas ações, mais


temos arrependimentos se as coisas não forem como queríamos;

Por isso buscamos a reatividade (não agimos) para aliviar o


efeito desagradável da escolha, da pressão pelo resultado e,
principalmente, dos arrependimentos.
EXEMPLO

Quando dizemos que um projeto não vale a pena


porque daria muito trabalho, significa que preferimos
renunciar aos possíveis resultados positivos porque o
conforto de permanecermos alheios a ação exigida é
mais agradável do que assumir a responsabilidade
pelos possíveis resultados negativos.

Aversão a responsabilidade

Reclamar é essencial. Não é saudável segurar toda a pressão


social acumulada dentro de ti. Já imaginou ter que engolir sapo de
tudo na sua vida?

@tiago_castelo 17
Para isso, metemos a boca no trombone. Como numa espécie de
terapia, esbravejamos lavando a alma. Até este ponto, chamemos
isso de “ventilar”.

O problema acontece quando começamos a pensar em reclamar


tal qual uma prece, onde reconhecemos nossa incapacidade de
sermos mestres do nosso destino. A partir daí, delegamos a
responsabilidade pela solução à “deus dará”.

O que leva à uma distinção essencial:

Ventilar = aliviar o estresse.


Reclamar = aliviar a responsabilidade.

“A culpa é minha e eu a coloco em quem eu quiser”!


– Homer J. Simpson

Quando nos deparamos com uma responsabilidade desagradável,


nosso cérebro preguiçoso ativa as reclamações para te confortar,
ou melhor, te convencer de que não é preciso empregar esforço.

"Não cabe a mim" "Não há nada mais a fazer"

"Não é minha responsabilidade" "Não tem solução"


EXEMPLO

Temendo por assumir o estresse da responsabilidade e o


esforço necessário para mudar a situação que deu errado,
a pessoa exime-se da sua culpa e racionaliza que toda a
obrigação pertence a um terceiro.

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Aversão a Mudança

Por fim, mesmo não agindo ou reduzindo a pressão social, nossa


consciência ainda pesa. Ainda sentimos culpa. É aí que nossa
voizinha preguiçosa cria narrativas, justificativas, razões, histórias,
desculpas...tudo para deturpar sua autoavaliação da situação.

Caso você internalizasse a crítica, você teria que mudar, e mudar é


desconfortável.

Quanto mais uma atitude ameaça o status quo de nossa


autoimagem, mais intensamente iremos resistir ou ignorar essa
atividade. Somos o que estamos acostumados a ser, e nada mais.
EXEMPLO

Ao invés de cuidar da saúde aprendendo sobre realizar


exercícios corretamente e alimentando-se direito, a
pessoa racionaliza que fazer academia é coisa de gente
fútil. Isso mantém sua mente longe da decepção de não
ser disciplinada ou esforçada o bastante.

Todos os fatores acima convergem nos levando a ignorar nossos


erros, culpas e falhas. Por conseguinte, evitamos a fadiga
necessária para nos responsabilizar, agir e mudar.

Voltando ao MASTEFCHEF...
Por que os participantes não provam a comida?

Porque o cérebro os protege da atitude desagradável de:

1. Se responsabilizar pelo erro, tendo que corrigi-lo.

2. Mudar a sua autoimagem do quão bons chefs são

3. Se arrepender por ter feito a receita incorretamente.

19
Você pode argumentar: "Mas Castelo, se eles continuarem não
provando, mais cedo ou mais tarde serão eliminados!" Não só os
participantes, toda pessoa que permite a procrastinação governar
suas atitudes vive uma vida passiva, sem ação.

É melhor correr o risco da ilusão


do que assumir a dor da realidade.

O terceiro HACKEAMENTO parece mais o conselho de um


parente idoso do que uma prática em si:

ASSUMA O MÁXIMO QUE LHE COMPETE NOS


PROBLEMAS DE SUA VIDA!

Uma pessoa que não assume o controle da sua mente se


afasta dos grandes feitos, de críticas construtivas, da
capacidade de influenciar no mundo ao seu redor.

Sim, isso é taxativo, o que aparente vai de encontro à nossa


proposta, contudo é O desgaste necessário. Diferente dos
trabalhos superficiais que, de acordo com (spoiler) a Lei de
Parkinson, ocupam seu dia infrutivamente, este é um preço
justo a se pagar para agir e produzir mais em sua vida.

No “bonde da sua existência”, você deixa


de ser um passageiro angustiado para
que chegue logo em segurança e passa a
ser o condutor que se esforça para
continuar nos trilhos dos seus sonhos.

Vá no ritmo que quiser, mas seja a


pessoa que está direcionando a sua
vida. Isso é Preguiçatividade. 20
Deixamos para...
Tem coisa que não queremos fazer... E tem coisa que não fazemos
porque (achamos que) não temos tempo. O curioso é que as
atividades que não temos tempo geralmente são os TPs.

Já percebeu que se tratando de


atividades complexas sempre
estamos ocupados demais?

Ocupados com o quê? Bem, você já sabe a resposta. Entretanto,


uma hora essas atividades deveriam acabar e você teria que fazer
o TP, certo?

Surpreendentemente não. O trabalho simples milagrosamente se


alonga mais do que deveria. Isso é a Lei de Parkinson em ação.

“O TRABALHO
“O TRABALHO SE
SE ESTENDE
ESTENDE MEDIANTE
MEDIANTE O
O
TEMPO DISPONÍVEL
TEMPO DISPONÍVEL PARA
PARA REALIZÁ-LO”.
REALIZÁ-LO”.

Uma REUNIÃO que demoraria 10 minutos e possui


1 hora na agenda, provavelmente levará 1 hora;

Uma TAREFA que demoraria 30 minutos para realizar,


mas seu prazo é de 1 dia, provavelmente levará 1 dia;

Uma APRESENTAÇÃO que demoraria 1 hora para construir,


mas tem 1 semana, provavelmente terminará em 1 semana.

PERCEBEU?
PERCEBEU?
A tarefa não dura o tempo necessário, ela dura o
tempo que temos disponível para ela. E isso é
uma arma poderosa para a nossa procrastinação.

depois 21
Pensamos em “não ter tempo para algo” porque nosso cérebro tende
a perpetuar processos em curso. Ele estende o prazo de tudo que é
simples e habitual (TS) para não caber nada profundo e taxativo
(TP).

E aí racionalizamos que “ainda não é a hora de realizar essa


tarefa”. Este é outro motivo fundamental de por que conseguimos
chegar ao dia terminando tão pouco, mesmo se esforçando tanto.

E "KNÓSK", DESGASTE POR DESGASTE, É MELHOR TÊ-LO


COM O QUE É PRODUTIVO.

Portanto, trago o quarto, quinto e sexto HACKEAMENTOS


preguiçativos usados para quebrar a Lei de Parkinson e,
assim, a procrastinação por postergamento.

Categorize tudo o que você faz

Pensamos sobre o gasto de dinheiro em categorias. Gastar dois


mil reais em um restaurante é absurdo, usar esta quantia para
comprar uma passagem de ida e volta para os States é uma
pechincha. A opinião sobre a alocação não depende do quanto,
mas de onde.

COM
COM O
O TEMPO
TEMPO ÉÉ A A MESMA
MESMA
COISA...
COISA... dormir 3 horas a noite é pouco, cochilar por
este mesmo período, é ser preguiçoso.

@tiago_castelo 22
Enfraqueça a Lei de Parkinson colocando TODAS as tarefas
diárias em suas devidas caixinhas. Tarefas com importâncias
diferentes obtém prioridades diferentes na sua mente, logo,
necessidades diferentes de tempo.

Quando dizemos “não ter


tempo para algo”, é o nosso O PROBLEMA NÃO ESTÁ NA
cérebro nos convencendo FALTA DE TEMPO, MAS NA
a não usar nosso tempo FALTA DE PRIORIZAÇÃO.
disponível para isso.

Preencha todo o seu dia

Caso você não tire uma parte do seu dia para encaixar
suas tarefas, ele não caberá.

Deixar seu cérebro decidir o que será feito no seu dia significa,
inconscientemente, optar pelas atividades simples, superficiais ou
menos taxativas para preencher a sua rotina.

Quando você toma ciência de tudo necessário a se fazer, e suas


devidas categorias, ativa-se o senso de urgência (de ameaça)
colocando nosso cérebro primitivo disposto a agir. No mínimo
encaixe e determine o tempo a ser usado por todo o trabalho
profundo do seu dia.

Ok, mas e se eu preenchê-lo apenas com trabalho profundo e o


dia continuar insuficiente? Devo fazer hora extra? Sacrificar meu
sono e lazer?

NÃO!
NÃO!
Sei que é trabalho superficial, mas ele
NÃO! têm a sua devida importância na vida.

23
Para que a rotina não seja eternamente preenchida apenas pelo
trabalho profundo, entra o sexto HACKEAMENTO preguiçativo.

Melhore sua capacidade produtiva

Depois de tirar um pedaço do seu dia para preenchê-lo, você


tirará outro. Este, não dedicado à sua produtividade em si, mas
focado em melhorar a sua capacidade de ser produtivo (MCP).
Você proverá eficiência ao seu esforço.

O
O QUE
QUE ISSO
ISSO SIGNIFICA?
SIGNIFICA?
. Se você deve construir uma apresentação, convide
alguém para construí-la contigo;

. Se você precisa realizar um estudo, procure por


especialistas que te ajudem a compreendê-lo com
facilidade;

. Se você fará um projeto do zero, faça um


benchmarking e adapte-o;

. Se você possui reuniões diárias, crie metodologias


para torná-las mais ágeis;

Delegue funções, desenvolva mecanismos para aumentar seu foco,


aprenda a ler mais rápido etc.

Este hackeamento é aplicável em todos os aspectos da vida. No


fim, entenda “melhorar sua capacidade de ser produtivo” como:

UM ESFORÇO PONTUAL QUE FACILITE OU DIMINUA


ESFORÇOS FUTUROS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA
DETERMINADA TAREFA, SEM PERDER QUALIDADE NO
RESULTADO.

24
OBS: Se o trabalho profundo é rápido (pá pum), não vale a pena usar o
MCP, use o MEP e termine logo!

Vale ressaltar, as demandas do seu dia continuarão ocorrendo.


Você não pode parar a produção diária de algumas atividades,
pois elas empilharão. Por isso ressaltei que você precisa tirar
um pedaço do seu dia dedicado a MCP.

Entenda este ato como colocar o trabalho em “ritmo de expansão,”


porque os demais trabalhos cotidianos devem continuar sendo
realizados da mesma forma, ou em ritmo de manutenção.

SE
SE VOCÊ
VOCÊ PRECISA...
PRECISA...
cozinhar marmitas (manutenção), colocar em expansão
(MCP) seria a construção de um cardápio;

fazer musculação (manutenção), colocar em expansão


(MCP) seria a construção de um planejamento de treino;

arrumar a casa (manutenção), colocar em expansão


(MCP) seria comprar utensílios que facilitem a limpeza;

trabalhar das 8h as 18h, colocar em expansão (MCP) seria


negociar com a chefia resultados e metas para flexibilizar
a utilização desse período.

Isso é o PURO SUCO da PREGUIÇATIVIDADE.

Mesmo me esforçando a mais em um determinado dia, eu


sei que utilizar o MCP em tarefas cotidianas trará uma
economia exponencial de tempo e esforço no longo prazo.

25
NÃO TEM PROPÓSITO
O último motivo que nos leva a procrastinar é quando algo não
faz sentido. Não entendemos por que se esforçar nisso, não nos
explicaram, não concordamos etc.

Entender é imperativo.
Se o nosso cérebro (preguiçoso) se esforçará, é bom que haja uma
boa razão para tal, caso contrário, procrastinaremos. Para iniciar,
quero trazer uma passagem do livro Alice no País das Maravilhas:

“Gatinho de Cheshire” começou um pouco tímida, pois não


sabia se ele gostaria do nome, mas ele abriu ainda mais o
sorriso.

“Vamos, parece ter gostado até agora”, pensou Alice, e


continuou: “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo
tomar para sair daqui?”.

"Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o


Gato.

“O lugar não importa muito…”, disse Alice. “Então não importa


o caminho que você vai tomar”, disse o Gato.

Lembra que a procrastinação consiste em não dar o primeiro


passo? Como dar o primeiro passo em uma direção desconhecida?

SE NÃO HÁ UM SENTIDO, NÃO HÁ POR ONDE


COMEÇAR, ENTÃO PROCRASTINAMOS.

Precisamos de um norte, uma direção, um sonho, objetivo, meta.


Caso contrário daremos voltas, pularemos de galho em galho,
tatearemos o escuro com tentativas em vão (tentar tirar você do
coração).

26
Realizar um esforço despropositado desgasta a sua
mente gerando o que entendemos como:

Estressssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssse
Quando o estresse acumula, seu
corpo não desejará sair da cama,
mesmo após uma boa noite de sono.

Nesse caso, não há descanso no mundo que te recupere. Não é


que seu corpo esteja fadigado, é que a sua mente está cansada
de se motivar a agir sem um porquê.

Para mitigar este último elemento, dê sentido ao que você faz, ou


melhor, ao que você ATUALMENTE não quer fazer. Vou repetir
isto aqui porque é importante. Preguiçatividade não é buscar algo
que faça sentido para você.

PREGUIÇATIVIDADE É...

Dar sentido ao que você já faz.


Reorganizar a sua forma de ver o mundo.

Por que isso?

Sendo honesto, vejo gente que vive desiludida. Pessoas atrás de


algo que lhes faça sentido quando na verdade o que buscam
mesmo é algo que as faça sentir-se bem.

Lembra do primeiro elemento da procrastinação?

Simplesmente nos fechamos para trabalhos profundos que não


apresentem resultados tangíveis e imediatos, por mais que
sejam significativos. Com isso, nossa mente racionaliza e diz:

27
Isso não faz sentido para minha
vida!
Então esqueça essa onda de sentir-se bem enquanto procura uma
direção. Não é por que algo te dá prazer que faz sentido para ti,
tal como não é por que algo é taxativo que não seja algo
significativo para sua vida (em longo prazo).

O sétimo HACKEAMENTO preguiçativo é simples:

Persevere.
Avise para o seu cérebro que haverá um tempo de sofrimento, de
desgaste, sem recompensas. Somos míopes, temos uma péssima
percepção das recompensas que virão em longo prazo, porém elas
estão lá. Tenha fé no seu futuro e reme!

Agooooooooora...
Achar o sentido da sua vida também é necessário, porém não é o
objetivo deste livro.

A jornada para descobrir o seu caminho


é um trabalho, literalmente, profundo.

Caso você sinta que está dando


voltas em sua vida, sem encontrar
uma direção, proponho o método
que trago no meu livro CONTENTE.

Clique no link abaixo para obter a


sua versão.

Quero dar um sentido a


minha vida!

28
P or um mundo
reguiçoso e produtivo
Este ebook trouxe uma nova forma de ver:

A pressão que Nossa falta Nossas tarefas


sofremos pelo de vontade cotidianas
trabalho em agir difíceis

Nosso tempo Nossas Nossa


realmente questões indecisão com
disponível pessoais o propósito.

Tudo isso, para reconfigurar sua mente a fazer mais o


que importa.

Finalmente, preguiçatividade é uma filosofia que muda seu


paradigma frente aos seus compromissos diários. Assim você os
executaria de uma forma menos taxativa, mais organizada e
resolutiva. Espero que neste ano você consiga ser uma pessoa
preguiçativa!

Se você concorda comigo, e acredita no valor que este


ebook adicionou à sua vida, considere mostrar para
mais alguém que você quer bem. Ela ficará grata!

E tem mais: Executar é essencial, contudo, te faço


duas perguntas:

Você está executando as Você está executando as


suas tarefas da tarefas certas para
melhor forma possível? sua vida?

29
O ebook Preguiçatividade é inspirado no pilar da Produtividade,
uma das três bases da minha metodologia para uma vida melhor.

Se você acredita que este conteúdo agregou, aqui está uma


chance de ir além e ter acesso na integra a esse método. Basta
conferir o meu livro:

CONTENTE
(O suficiente) Para quem deseja uma vida
(Apenas) melhor.

Através de três pilares (eficiência, produtividade e eficácia), te


levo em uma jornada de insights contundentes provenientes de
estudos da psicologia e economia comportamental.

Você receberá o suficiente para construir uma vida não apenas


produtiva, mas também menos cansativa e mais significativa. Uma
vida abundante em prosperidade e felicidade, uma existência que
chamo simplesmente de “Contente”.

Clique no link abaixo para


obter a sua versão.

Quero um vida
CONTENTE!

@tiago_castelo 30

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