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ASA

Cena VIII - Ato I

1. O excerto diz respeito a uma das cenas finais do ato I da obra, depois de Manuel de
Sousa Coutinho regressar de Lisboa e saber que os governadores do reino pretendem
refugiar-se em sua casa para fugirem à peste que grassa na cidade. Numa atitude
patrió tica, Manuel de Sousa Coutinho recusa-se a recebê-los, razã o pela qual irá , de
seguida, atear fogo ao seu palá cio.

2. Madalena está angustiada, apavorada com a ideia de regressar à casa onde vivia
quando era casada com D. Joã o de Portugal. Parece-lhe que tal facto irá afetar
irremediavelmente a sua vida e a dos seus, pressentindo a desgraça, como se fosse
encontrar ali o fantasma do primeiro marido. Revela-se, assim, uma mulher frá gil e
supersticiosa.

3. As exclamaçõ es e as reticências nas falas de D. Madalena revelam um discurso


entrecortado e emocionado, fruto da angú stia e do sofrimento em que a personagem
se encontra. A alteraçã o na forma de tratamento por parte de Manuel de Sousa
Coutinho quando se dirige à esposa funciona como um argumento para convencer
D. Madalena a aceitar serenamente a mudança para o Palácio de D. Joã o. Ao tratá -la
por “vó s” / “senhora” (“lembrai-vos de quem sois e de quem vindes, senhora…”),
lembra-lhe a sua condiçã o social, que nã o se coaduna com o facto de acreditar em
agouros e superstiçõ es, pelo que nada deve temer.

4. As frases apresentadas demonstram o cará ter patrió tico de Manuel de Sousa


Coutinho, que considera ter um comportamento de verdadeiro português ao recusar
receber os governadores espanhó is, que apelida de “tiranos”; ao afirmar que lhes
dará uma “liçã o”, refere-se ao facto de incendiar o seu palácio para que nã o possa ser
ocupado por quem considera ser seu inimigo.

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