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Projeto Editorial dos Cursos Profissionais Técnicos de Comunicação e Fotografia

para a EPCE - Escola Profissional de Comércio Externo.

N7 | JAN ABR 22 | TRIMESTRAL I ano4

A mera cor, intocada pelo signficado e não aliada à forma definida,


1

pode falar à alma de mil maneiras diferentes.


Óscar Wilde
~
Abertas as

INSCRIÇOES
ANO LETIVO 22.23
22 23

Cursos de
Educação e Formação

Ensino Profissional Operador


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#aescolaquetemove
À SOLTA
As cores falam todas as línguas.   
Joseph Addison

A cor, segundo a ciência, é nada mais que luz refletida através dos nossos olhos, no
entanto esta possui uma representatividade muito mais profunda do que se possa
imaginar. Tem uma influência muito forte sobre as emoções humanas, sendo res-
ponsável por estimular de várias maneiras os nossos comportamentos, surgindo
diretamente ligada ao nosso estado de espírito.  
As cores são elementos caracterizadores que nos permitem conhecer e com-
preender o mundo, são traços distintivos de culturas, movimentos artísticos, comi-
das, etnias... Estas constituem um código de comunicação universal que nos une na
diversidade e na pluralidade. Tudo o que nos cerca está repleto de cores e luzes
que atraem os nossos olhares para aquilo que é vibrante e alegre ou então sombrio
e triste...
Pela cor se distinguem, por exemplo, as áreas de formação académica, a cada cur-
so é associada uma cor que nos permite distinguir os finalistas que desfilam na
avenida, na Queima das Fitas. A cor também é usada para representar uma ideo-
logia, basta pensar no famoso arco-íris da bandeira LGBTQIA+ com as suas oito
cores, cada uma com o seu significado.
Nem todas as pessoas têm o privilégio de ver o mundo de todas as cores. O cére-
bro de mais pessoas do que imaginamos é alterado pela perceção das cores ver-
melha e verde, acontecendo com mais frequência em indivíduos do sexo masculino.
O daltonismo é uma realidade para a qual não somos sensibilizados, felizmente há
quem pense nisto e procure soluções para minimizar os constrangimentos de quem
não consegue, por exemplo, combinar as cores da roupa que vai usar, distinguir as
linhas do metro ou simplesmente jogar UNO.

EQUIPA Diretor EGO Editora Sofia Vieira Design César Rocha Produção Executiva Sofia Vieira Revisão Mónica Maia Redação e Produção
César Rocha, Mónica Maia e Sofia Vieira * À SOLTA Carla Siva e Carolina Mendes; Leandro Vieira * AZUL Maria João Almeida; Cristina Patrício e
Inês Alves * ID Isaelle Rodrigues; Junior Arouca * PRÓ MENINO Miguel Silva; Sérgio Vieira * PRÁ MENINA Gonçalo Silva; Bruna Santos * COOL PIC
Lara Silva; Ana Freitas, Ana Ribeiro, Diogo Vieira e Leandro Vieira * TRIBUTO Inês Frazão e Joana Soares; Diogo Vieira * MISSÃO André Relvas e
Débora Silva; Mafalda Mateus * FÍSICO Rui Santos; Beatriz Pereira * QUÍMICA Ricardo Brandão; Ana Rita Ribeiro e Carolina Costa * ACONTECEU
Gerson Macamba; Junior Arouca * PERCURSO Rannelory Medeiros; Bruna Sousa e Ricardo Baptista * CURIOSO Filipa Oliveira; Diogo Vieira * AO
FECHO Joel Barbosa; André Atouguia.

Pré-Impressão e Impressão EPCE - Escola Profissional de Comércio Externo Multimédia EGO Web EGO Redes Sociais EGO APP EGO Edição, Design e Produção Beatriz Ferreira, João Crista,
Gonçalo Bravo e Projeto Criativo - EGO * Rua Gonçalo Cristóvão, 309 - 4000-270 Porto * Tel. +351 222 076 800 Email ego@ego.epce.pt Publicidade EGO Bla Bla Bla

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priedade intelectual. É expressamente vedada a cópia, reprodução, difusão, total ou parcial, do conteúdo desta publicação através de qualquer procedimento, a inclusão em outros websites, o
envio e a publicação em outros meios digitais e físicos, ou de qualquer outra forma dispor de tais materiais sem a devida autorização.
AZUL

T U E N S E
P O R
ALMA
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5
iD PARA QUÊ
A EGO realizou uma reportagem
com vários tatuadores, em que
procurou conhecer um pouco
mais desta arte. Por entre agu-
lhas, tintas e máquinas rotativas,
nascem obras que completam a
nossa identidade.
Nos últimos anos tem-se assis-
tido à democratização das ta-
tuagens, independentemente do
género, idade ou estatuto social.
Há cada vez mais portugueses a
eternizar, no seu corpo, memó-
rias de uma vida...

Black ink tattoo | Rúben Loureiro


Largo do Souto, Gondomar

EGO - Enfrentaste muitos desafios para te iniciares na


arte de tatuar?
RL - Sim, tive poucas ajudas de outros tatuadores. Pra-
ticamente tive que crescer “sozinho” e fiz alguns wor-
kshops.
EGO - O que sentiste quando realizaste a primeira tatua-
gem?
RL - Foi um objetivo conseguido.
EGO - O que te inspirou para entrares neste mundo das
tatuagens?
RL - O facto de ter um gosto por arte, desenho e pintura.
EGO - De uma forma geral, achas que alguém tatuado
tem dificuldade em arranjar trabalho?
RL - Em certos empregos sim, mas há outros em que já
é banal ter tatuagens. Na restauração, já aceitam bem;
nas lojas de roupa, muito bem, para atraírem um público
mais jovem… Nos escritórios, por exemplo, ainda continua
a ser difícil.

Curiosidades sobre as tintas


Sabias que cada tinta utilizada nas tatuagens é composta por diversos e diferentes compo-
nentes?
Tinta Azul - a sua composição é dada por sais de cobalto. 
Tinta Castanha e Rosa - é composta por sais de ferro e formado por vermelho veneziano. 
Tinta Preta - é feita basicamente por carvão.
MORRER EM BRANCO?
Paulo Barbosa | Ariuken_art
Faria Guimarães, Porto

EGO - Em média, quantos clientes visitam a loja por dia?


A - Depende muito. Nesta área ainda não há assim muita aceitação, não há uma força cultural,
o japonês ainda não entrou em Portugal.
EGO - Tiveste que completar algum curso de desenho para te tornares tatuador?
A - Não, o meu curso é diário. Todos os dias treino, desenho muito.
EGO - Vives só do trabalho de tatuador? Se não, o que fazes além deste trabalho?
A - Eu vendo pinturas, trabalho à volta da área do desenho e agora quero lançar um livro.
EGO - Por seres tatuador, consideras-te um artista?
A - Não, eu acho que não. Conheço mesmo muito poucos artistas em Portugal, mas conheço
muita gente a tatuar.

W1tchhouse | Scarlath Louyse


Aliados, Porto

EGO - Tens mente aberta para vários es-


tilos de tatuagem ou só praticas um?
SL - Gosto de todos os estilos de tattoo,
desde os mais tradicionais aos estilos
mais diferenciados, a única coisa para a
qual não tenho mente aberta e não consi-
go mesmo é lidar, é com tattoos mal apli-
cadas e de baixo nível técnico.
EGO - Com que idade fizeste a tua primei-
ra tatuagem?
SL - Com 17 anos, escondida da minha
mãe… ah ah ah!
EGO - Foste apoiada pela tua família
quando começaste a tatuar o teu corpo?
SL - A minha família não gostava de ta-
tuagens. Tinha alguns preconceitos, no-
meadamente a minha mãe que não aceitou, já o meu pai mostrou-se sempre indiferente.
EGO - Com o passar do tempo, os teus pais mudaram de opinião?
SL - Quando comecei a tatuar, inclusive parei de falar com a minha família durante uns anos.
Os meus pais não entendiam que essa era a minha profissão, que fazia um trabalho sério e já
tinha um estúdio.
EGO - Quanto tempo foi preciso para te preparares para a profissão?
SL - Da mesma forma que uma pessoa faz um curso superior numa faculdade e demora mui-
tos anos para ser médico. Tu tens de estudar muito para fazeres um trabalho com qualidade.
EGO - E hoje como está a tua relação familiar?
SL - Tive um enorme trabalho de desconstrução com a minha família, para que hoje me apoias-
sem e entendessem. Foi muito difícil explicar-lhes que o que eu fazia era tão digno quanto um
trabalho de qualquer outro profissional. Hoje apoiam-me muito… Se alguém fala “Olhe, a sua
filha tem o rosto tatuado, a sua filha é maluca...”, eles defendem-me.
7
prÓ menino

M
ariana Rocha é uma jovem bonita e am-
biciosa que frequenta o Curso Técnico
de Audiovisuais e tem o sonho de se
tornar uma agente da PSP. Por agora
dedica-se aos estudos e ao desporto em família
ou entre amigos.
Descobrimos entre nós uma amante do mar que
não perde uma oportunidade para agarrar na sua
prancha e aventurar-se nas ondas da nossa costa.
Falou-nos do Surf com paixão, pois acredita que é
um desporto único e completo que nos proporcio-
na sensações inexplicáveis. Manobras, aparente-
mente simples como a “rasgada” fazem-na vibrar,
sentir uma adrenalina que lhe aumenta os níveis de
felicidade e bem-estar.
Sempre teve uma ligação forte com o mar, por
isso aprendeu a praticar Surf numa escola que a
ensinou a conhecê-lo e a respeitá-lo, para não se
colocar em perigo. Desde então, nunca mais largou
o oceano de um azul profundo que penetra a alma.
9
prá menina

S S O A
Daniel N
ovo
E I R A PE
N A P R I M ceu a v o n t a d e de ter
uma

omo nas te? 


EGO - C ada à S étima Ar h is t ória que
re-
o li g m a
profissã isso, é u
... Eu nã
o sabia
n ie l N o v o - Bem o a t r á s tava
Da p mas gos
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b e m o a a b e r to, há p
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e e s c r ever e tin e c n o lo gias, na U
muito d Novas T cializa-
p o , u m curso de t in h a u ma espe al e
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o p a r a audiovisu
versid a rgumen t
ã o n a á rea de a
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foi assim
EGO - Como resolveu voltar-se para o ensino, tornar-se professor? 
DN - Já tinha trabalhado em várias empresas, as experiências ti-
nham sido más, essencialmente por questões de trabalho precário. A
minha mãe foi professora toda a vida e sempre insistiu para eu dar
umas aulas porque eu ia gostar... Nunca aceitei nada, até ao momen-
to em que precisei, por isso fui dar aulas um mês para substituir um
professor de informática que estava de baixa e achei uma certa pia-
da. Depois desse mês, perguntaram-me se tinha interesse em dar
aulas na área da fotografia e a partir daí foi uma escada que fui su-
bindo. 
EGO - Que tipo de situações é que teve como mais desafiantes na
sua relação com os alunos? 
DN - O maior desafio é o lado humano, é lidar com os alunos, isso é
desafiante no bom e no mau sentido.  
EGO - Se tivesse a oportunidade de mudar de profissão, aceitava?  
DN - Há várias coisas que gostava de experimentar... algumas ligadas
à escrita, outras aos trabalhos manuais, artesanato... Como profis-
são, talvez algo ligado a uma Organização Não Governamental, fazer
algo que me permitisse ajudar o próximo, a comunidade que me ro-
deia.   
EGO - Podemos colocar-lhe algumas perguntas de cariz mais pes-
soal? Como se entretinha quando era criança? 
DN - Ah, os tempos eram muito diferentes. Era-nos dada muito mais
autonomia. Na quarta classe já ia de autocarro sozinho de casa até à
escola. Não era menos perigoso do que é agora, mas não havia a
noção do perigo. Passava muito tempo na rua a fazer de tudo e mais
alguma coisa... a jogar à bola, andar de skate, passear com os meus
amigos....  
EGO - Quando descobriu o gosto pelo desporto e em particular pelo
futebol? 
DN - Desde muito cedo... A minha família paterna vivia mesmo ao
lado do Estádio das Antas. Lembro-me de ver uma parte do relvado
do estádio, no muro do quintal do meu avô. Sempre que havia jogo, lá
estava eu no muro. Vivi de perto acontecimentos importantes e
aquele ambiente dos jogos. Ao longo da minha vida sempre pratiquei
desportos diferentes e vivi neste ambiente.  
EGO - Tem hábitos de leitura? Qual o livro que anda a ler? 
DN - Tenho sim senhora... Por acaso ando a ler um livro muito engra-
çado, de uma escritora espanhola Irene Valero. Chama-se “O infinito
num junco”, é sobre o nascimento da escrita e a passagem da era da
oralidade ao livro, ao registo escrito... Esta escritora escreve de uma
forma muito leve e com muito humor sobre um período da nossa
História.  
EGO - Pode indicar-nos algum livro que o tenha marcando? 
DN - Há vários livros do Milan Kundera. Mais recente li “Jesus Cristo
bebia Cerveja” de Afonso Cruz. Retrata o Portugal interior e a norma-
lização daquilo que é “anormal”.  
EGO - Sabemos que gosta de escrever. Já lhe passou pela cabeça
revelar os seus escritos ao público em geral? 
DN - Em 2011 publiquei um livro... A experiência com a editora foi mui-
to negativa, por isso não tenciono voltar a fazê-lo.  
EGO - Todos o conhecem por se deslocar para a escola de bicicleta…
Isso acontece por uma questão ecológica ou por estilo de vida? 
DN - E não é tudo a mesma coisa? As duas questões estão relacio-
nadas, não podemos dissociá-las. Tenho muitas preocupações am-
bientais e sociais, relativamente ao caminho que a cidade está a se-
guir. Gosto de olhar para fora, para os outros, daí ter feito esta opção
que é uma entre muitas. 
COOL PIC
APONTAMENTOS DE COR
A vida é uma paleta de cores,
onde há mais do que o preto e o branco,
podemos e devemos ser o que quisermos, escolher a nossa cor.
A cor é o amor e a compaixão, a amizade e a solidariedade, a gula e a vaidade, a música e a
arte, enfim é tudo o que a nossa imaginação deixar entrar... A cidade exprime-se através da
cor impressa em cada elemento captado pelo nosso olhar, por isso encanta os nortenhos e os
forasteiros, que partem com a promessa de voltar para rever as cores no delicioso bulício das
nossas ruas...

“O Nobre Povo”
Se nos perguntarmos de que cor
é o Porto, lembramo-nos apenas
das cores mortas, mas a cidade
do Porto não é tristeza, é alegria,
é saudade, é verdade e acima de
tudo acolhimento.
As montras das lojas, apelativas
e tentadoras, convidam a entrar...
há flores, frutos, especiarias que
provocam uma explosão de cor
nos nossos sentidos.
A cidade, adormecida no leito do
Douro, já foi lembrada como as
cores da bandeira de Portugal
“Azul e Branco”.
Temos muita cor na cidade que
nos remete para o azul do mar
e das casas. O amarelo dos me-
tros, dos comboios, do pôr do sol,
da alegria. O vermelho dos livros,
das flores, do romantismo. Esta
nobre cidade tem história, tem
ruas que nos levam para o futu-
ro, mosaicos que nos remetem
para o presente e igrejas que nos
fazem a viajar ao passado.

O Porto é o lugar onde para mim


começam as maravilhas e todas
as angústias.
Sophia de Mello Breyner
13
TRIBUTO
ColorADD
Um código de comunicação universal
que revolucionou o mundo!

A
equipa EGO esteve à conversa com Miguel Neiva para saber mais sobre o daltonismo e
este projeto revolucionário, criado há 22 anos, que já mudou a vida de cerca de 350
milhões de pessoas em todo o mundo.
Miguel Neiva foi o anfitrião da equipa EGO que ficou surpreendida com a sua simpatia e dispo-
nibilidade para dedicar o seu precioso tempo a um grupo de estudantes da EPCE. Antes de nos
explicar o seu projeto, proporcionou-nos a fascinante experiência de nos colocarmos na pele de
um daltónico e observar o mundo na sua perspetiva, através de uns óculos criados ColorAdd
Social, com o intuito de demonstrar a importância da cor na vida do ser humano.
“O mais interessante disto tudo é pensar como é que nunca ninguém tinha pensado nisto, como
é que nunca ninguém se tinha preocupado com este problema, sendo que 90% da comunica-
ção no mundo é através da cor.”
Os daltónicos enfrentam muitos problemas no dia-a-dia, por exemplo para
escolher as roupas que vão vestir, saber qual é a linha do metro que precisam
de apanhar, saber se a bandeira da praia lhes permite entrar no mar, entre
tantos desafios…
A ColorAdd nasce pelas mãos deste portuense, formado em Design de Comu-

Miguel Neiva, ColorADD


nicação, quando decide fazer um mestrado, em 1999, para se aprofundar no
que na altura se “começava a falar mais no estrangeiro, que era o designer
inclusivo, ou seja, o designer ao serviço da acessibilidade, da inclusão”. Como
não existia nada na sua área – design de comunicação, Miguel Neiva achou que
seria interessante pegar no conceito do designer e através disso tornar o mun-
do melhor. Este contou-nos que, quando anunciou que decidiu fazer a sua tese
sobre daltonismo, foi julgado porque havia pessoas que diziam que o daltonis-
mo não existia.
Depois de um estudo intenso sobre o daltonismo, conversou com pessoas daltónicas de vários
países para saber como viviam e que soluções encontraram para resolver as suas dificuldades.
A ideia principal era trazer o daltónico para a sociedade, com isso criou os símbolos que pode-
mos observar nas linhas dos metros, em algumas praias, lápis de cor e mesmo em jogos de
cartas com o UNO. Na realidade, este designer pretendia, não só trazer os daltónicos para a
sociedade, mas também fazer a sociedade en-
tender que os daltónicos existem.
Quando a ColorAdd Social foi criada, um dos
principais objetivos era levar este tema às es-
Sistema de identificação de cores para daltónicos

colas, não era só para ensinar, mas sim mais


para apoiar esta causa, porque 17% dos daltó-
nicos descobriram a sua condição depois dos
20 anos de idade. Atualmente faz o rastreio às
crianças do 3.º ano para precocemente preve-
nir problemas que possam vir a existir e atuar
imediatamente.
Nesta conversa empolgante, pela forma como
Miguel Neiva nos abriu as portas da sua em-
presa e nos contou a história deste projeto,
bem como o impacto que teve na sua vida,
destacamos a maneira como nos envolveu
neste mundo que vai muito além da criação de
15

um código de comunicação.
MISSÃO

As professoras da EPCE, Sara Costa, Maria João Freitas e Liliana Bonifácio responsáveis pelo projeto Natal Solidário.
TODOS TEMOS ALGO PARA D(O)AR
Há pequenos gestos que nos marcam pela diferença, pessoas cuja generosidade e altruísmo
permitem tornar o mundo melhor. Confrontados com uma sociedade cada vez mais desigual,
somos chamados a dar o corpo ao manifesto. Por vezes achamos que não somos capazes de
ajudar o próximo, porque não temos nada para d(o)ar.
Felizmente, isso não corresponde à realidade, se olharmos à nossa volta, bem perto de nós, de
certeza que conhecemos alguém que dá um pouco de si para ajudar o próximo. Foi o que fize-
mos na EPCE e exemplos não faltaram…

Dador de sangue
João Sousa, professor
EGO - Qual foi a sua motivação para co-
meçar a dar sangue?
JS - Responder ao pedido de ajuda de Natal Solidário EPCE
outras pessoas que necessitam de san- Liliana Bonifácio, professora
gue, isto é, a minha intenção é contribuir EGO - Como surgiu a ideia de criar uma ati-
para salvar vidas, doando sangue. vidade solidária na EPCE?
EGO - Quando começou a dar sangue? LB - A ideia surgiu com base na criação de
JS - Tornei-me dador de sangue há cer- um postal solidário de boas festas para os
ca de 8 anos. alunos que simultaneamente promovesse a
EGO - Existe algum procedimento antes solidariedade na época natalícia. Selecioná-
de doar sangue? mos duas associações para apoiar: Casa do
JS - Existe uma testagem antes de doar Caminho e Porto Solidário 20.
sangue; devemos estar em jejum. Reco- São duas instituições que se dedicam a cau-
mendo a todos que doem sangue, para sas extremamente importantes no contexto
salvar vidas, ajudar em tratamentos. atual. A Casa do Caminho tem por missão
acolher, cuidar, proteger e dar carinho a crian-
Campanha de ças em perigo. Por sua vez, a Porto Solidário
recolha de comida para gatos tem como principal objetivo apoiar pessoas
Isis Silva, aluna do 1ºAV
e famílias que se encontram em situação de
vulnerabilidade social e económica, nomea-
EGO - Como se chama a associação para qual
damente após o surgimento da pandemia
fizeste esta angariação de comida?
provocada pela Covid-19. A comunidade es-
IS - Chama-se Senhores Bichinhos, é uma As-
colar decidiu e foi curioso verificar que houve
sociação de Protecção dos Animais que existe
um empate, isto é, os nossos alunos vota-
desde 1996 e tem como principal objetivo re-
ram de modo a apoiar irmãmente as duas
duzir o número de animais abandonados.
instituições.
EGO - Houve uma grande adesão a este movi-
EGO - A EPCE tem preocupações solidá-
mento?
rias?
IS - Se for a comparar com o número total de
LB - Sim, aliás pretendemos apoiar mais as-
estudantes na EPCE, infelizmente não… Ainda
sociações solidárias.
assim, conseguimos uma quantidade simpática
EGO - Como surgiu a ideia de doar 1 euro
de comida para entregar na Senhores Bichi-
por aluno?
nhos.
LB - A escola é uma organização que tem a
EGO - Na associação que escolheste, podemos
capacidade de desenvolver este tipo de
adotar animais? Como funciona o processo?
ações. Preocupa-se com a sociedade envol-
IS - Sim, é possível fazer uma adoção. Também
vente, por isso já se associou a várias cau-
podes optar por fazer voluntariado… É uma as-
sas ao longo da sua existência. Enfim a mo-
sociação com muitos animais, precisa sempre
tivação da EPCE foi poder ajudar o concelho
de voluntários para além dos trabalhadores.
do Porto com uma iniciativa, cujo principal
Para poder ajudar como voluntário, apenas é
objetivo foi promover a responsabilidade
necessário passar por lá. Há sempre algo que
social e empresarial.
podemos fazer. Algumas pessoas voluntariam-
17

-se para ajudar a tratar da higiene e alimenta-


ção dos animais, outras oferecem o seu cari-
nho a estes pequenos bichinhos.
FÍSICO

Bora lá andar de
skate?
Está na altura de começar a
desconfinar… São cada vez
mais as pessoas que praticam
skate. Trata-se de um despor-
to radical que está na moda e
tem estilo.

Tiago Souto, skater.


abias que existem as modalidades de street skate e skate park? E que se organi-
zam olimpíadas de skate? Este desporto é cada vez mais popular e tem pratican-
tes na nossa escola.
Organizaram-se competições de skate nos Jogos Olímpicos de Verão de 2021, no
Japão, e o evento contou com participantes de vários países.
Portugal entrou nesta competição com Gustavo Ribeiro que ficou entre os 16 me-
lhores skaters de rua no ranking mundial de skate olímpico em 30 de junho de 2021.
19
QUÍMICa Quem nun
A Equipa EGO foi rec
para conhecer melh
versa com uma cola
nca visitou “O Gato Comeu-te a Língua”?
Língua”?
cebida na creparia e confeitaria “O Gato Comeu-te a Língua”, em Vila Nova de Gaia,
hor este espaço, onde ninguém consegue resistir ao pecado da gula. Esteve à con-
aboradora que revelou um pouco da história desta casa.

EGO - Qual foi o primeiro prato criado e como surgiu?


O GATO - O prato que é a imagem da nossa casa é o crepe,
portanto nós somos muito conhecidos por este. É o que mais
vendemos por aqui… Um crepe confecionado para todo o tipo de
consumidores com produtos diferentes e inovadores que nos
permitem dar asas à criatividade.
EGO - Como surgiu a ideia de montar este negócio?
O GATO - A proprietária, que é a doutora Elsa Matos, sempre
teve muito esta veia empresarial, sempre quis ter um negócio,
portanto acho que surgiu muito daí pela ambição de ter algo.
EGO - Porquê o nome “O Gato Comeu-te a Língua”? Alguma
inspiração em particular?
O GATO - Então, o nome “O Gato Comeu-te a Língua” surgiu a
partir de uma conversa entre a proprietária e a filha. Basicamen-
te a filha provou as nossas doçarias e ficou mesmo surpreendida,
encantada, de boca aberta, como se o gato lhe tivesse comido a
língua…
EGO - Qual é a sua função neste estabelecimento,
gosta do que faz?
O GATO - Eu estou no Departamento Marketing e Comunicação,
aqui no O Gato Comeu-te a Língua, e adoro o que faço! Todos os
dias me levanto com a ambição de vir trabalhar não só pelo
espaço que é, mas também pela área que é a minha paixão.
EGO - Que tipo de clientes frequentam o espaço?
O GATO - Então… nós trabalhamos para todo o tipo de consumi-
dores. Aqueles que passam com pressa para o trabalho, os que
vêm conviver entre amigos, ou simplesmente aqueles que preten-
dem tratar de negócios num ambiente mais descontraído e
informal.
EGO - Tem algum projeto em mente para lançar em breve?
O GATO - Talvez um novo prato… Antes de lançarmos um produto
novo, nós temos que entender o que é que faz falta no mercado;
depois disso é perceber de que forma o vamos comunicar; quem
é que nós queremos atingir e analisar todas as variáveis para o
fazer com sucesso. Depois disso, é fazer uma análise, uma avalia-
ção, ver a reação dos clientes para saber o que podemos ou não
melhorar, portanto é um trabalho contínuo.
EGO - Que prato sugeriria a um
cliente novo?
O GATO - A sugestão seria sem
dúvida alguma o nosso bestsel-
ler que é o crepe nutella e mo-
rango.
21

O Gato Comeu-te a Língua


Av. da República, 1850
4430-194 Vila Nova de Gaia
ACONTECEU

EPCE visitou o Museu do Futebol Clube


A equipa EGO foi agraciada pelo Museu do FCP com uma visita ao seu espaço museológico. Um lugar qu
portuenses. É sem dúvida alguma um ícone da cidade do Porto.
Foi uma experiência repleta de emoções que nos permitiu reviver ou conhecer histórias, pessoas e acont
futebol. Inaugurado em 2013, teve grande adesão de portugueses e estrangeiros, que parecem ávidos d
em patins…
Enquanto membro da equipa EGO e jogador de andebol no FCP, imergir neste lugar, aumenta em mim o
todos os que quiserem conhecer a história do clube fundado em 1893.
e do Porto
ue possui uma relação íntima, não só com os adeptos do Futebol Clube do Porto, mas também com os

tecimentos inesquecíveis da história do clube que, ao contrário do que podem pensar, não se resume ao
de informação sobre a história do clube, nas mais diversas modalidades: futebol, andebol, ciclismo, hóquei
23

desejo de vencer e de deixar a minha marca neste espaço emblemático do clube. Recomendo a visita a
Starbucks
Cereal World Porto Shopping La Vie Porto - Baixa
Rua de Fernandes Tomás, 916 - Porto Rua de Fernandes Tomás, 506 / 508
Loja 0.19A - Porto
PERCURSO

O pequeno-almoço é a principal refeição do dia, a maioria raramente Há sempre um amigo ou familiar, com quem gostaríamos de passar
tem tempo para o fazer como deve ser. Por que não uma taça de ce- algum tempo num ambiente descontraído e sem pressas. Que tal uma
rais neste espaço bem simpático, situado no coração da cidade? passagem pela Starbucks para pôr a conversa em dia com aquela pes-
soa especial que finalmente conseguimos rever?
Flea Market
Mercado Temporário do Bolhão
Sábados
Rua de Fernandes Tomás - Porto
Praça da República - Porto

Para os que gostam de mercados ou feiras, sugerimos uma ida ao Mer- Para quem prefere aproveitar o bom tempo para fazer a fotossíntese
cado do Bolhão,. Apesar de não se situar no icónico edifício do Mercado e apoiar os mercados locais, propomos uma ida a um mercado urbano.
do Bolhão, reencontramos os mesmos vendedores que nos contagiam Estes realizam-se com periodicidade mensal ou semanal animando vá-
com a boa disposição e a revelação da essência de uma alma tripeira. rias ruas da cidade.
25
curioso

Vista interior do local de trabalho.

Trabalhos executados.
Empreendedorismo, a cor na fotografia

EPCE visita
loja de fotografia de antiga aluna
A Ego foi conhecer o estabelecimento comercial de uma antiga aluna da
EPCE. Cláudia Teixeira Silva fez o Curso Técnico de Fotografia e montou o
seu próprio negócio. Estás curioso?
EGO - Qual foi o motivo que a levou a escolher a EPCE para tirar o seu curso?
Cláudia Teixeira - Na altura estava no 10.º no curso de Humanidades e não gostei, então, fui
procurar algo que quisesse mesmo fazer. Na altura fiquei entre o curso de multimédia e o cur-
so de fotografia, mas fiz testes vocacionais, com a psicóloga da escola, e o resultado foi foto-
grafia.
EGO - Sentiu-se realizada quando terminou o curso?
CT - Senti-me mesmo realizada, porque desde que concluí o curso, tive sempre oportunidade
de trabalhar na área da fotografia. O meu primeiro trabalho foi de fotógrafa de automóveis e
agora estou aqui. Senti que tudo aquilo que estudei, tudo, fez sentido! Que era aquilo que eu
queria, por isso levanto-me todas as manhãs a pensar que vou fazer algo que eu gosto mes-
mo.
EGO - Se tivesse que selecionar um momento alto na sua passagem pela EPCE, qual seria?
CT - Na EPCE há muitos momentos bons… na minha altura era tudo muito bom. Eu gostava do
convívio entre professores e alunos e esses momentos é que ficam connosco.
EGO - Como descreve a sua passagem pela escola? Considera que os professores a influen-
ciaram na decisão de apostar na área da fotografia?
CT - Foi a melhor escola e os melhores anos de estudo da minha vida. Quando pensamos em
cursos profissionais, não imaginamos o que é realmente e para mim foi um abrir de olhos… A
EPCE foi como uma rampa de lançamento. Sem dúvida os professores foram uma influência,
particularmente os professores da componente técnica, foram incríveis.

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EGO - Como se sente em relação a ter o pró-
prio negócio?
CT - Penso que não existe mais nada que eu
queira mais… Se calhar, este é um dos patama-
res mais altos, que é conseguir trabalhar para
mim e ter os meus clientes. Sinto-me realizada.
EGO - Montou o próprio negócio, podemos di-
zer que é uma jovem empreendedora. Há
quantos anos abriu a loja? Foi fácil começar?
CT - Sim, sou uma jovem empreendedora e
abri a minha empresa há 3 anos.
Não foi fácil, nesta área é preciso muito investi-
mento, os materiais e equipamentos são caros.
Foi passar de empregada de uma empresa e
ter o dinheiro ao certo todos os meses a ser
chefe de uma empresa, teres pessoas a tra-
balhar contigo e fazer o trabalho render. Tenho
que agradecer à minha família, pois sem o
apoio deles não conseguia o que tenho hoje.
EGO - Sabemos que mantém uma relação
com a instituição que a formou. O que a levou a
receber estagiários?
CT - Eu fiz 3 estágios, um por cada ano que es-
tudei na escola, e sabia o quanto isso era im-
portante. Quando eu procurava estágio, pro-
curava o melhor sítio, um espaço com o qual
me identificasse… É uma experiência boa para
nós e para quem nos recebe. Quando entram
aqui a pedir-me estágio, penso: já que me es-
colheram, porque é que hei de dizer que não?
EGO - O tema desta edição é a cor. Acha im-
portante a cor na sua área?
CT - Tem toda a importância, eu trabalho com
cor, a nível fotográfico, na edição; a cor é a nos-
sa base, nós seguimos os nossos cenários por
uma cor, condizemos a roupa dos meninos com
uma cor, então acho que sim.
EGO - Hoje, exercendo uma profissão na sua
área, sente que valeu a pena?
CT - Sim, a fotografia é o que eu mais gosto.
EGO - Um conselho para alguém que esteja a
pensar em tirar este curso?
CT - Um conselho é que aproveitem de facto os
3 anos do curso. A EPCE é incrível, para além
das bases que nos dão a nível técnico e teórico,
preparam-nos para a vida.

Por ti’ Art


Rua Olival do Senhor, Prédio 81 - Loja 2
Astromil, Paredes
912 480 326
por_ti_arte@hotmail.com
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ao fecho
Impressive Monet & Brilliant Klimt
by Ocubo

A Equipa EGO esteve na Alfandega do Porto para assistir ao espetáculo virtual e imersivo “Im-
pressive Monet & Brilliant Klimt”. Trata-se de uma experiência diferente onde somos envolvidos
pelas principais obras destes pintores graças a projeções de luzes em 360º.
As Furnas da Alfândega do Porto foram transformadas numa monumental tela onde o con-
teúdo multimédia é projetado no chão, paredes e teto, preenchendo todo o espaço com cores
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e animações que nos alimentaram a alma e a vontade de realizar mais iniciativas do género.
Slava

Slava UKRAINI.

UKRAINI.

Slava UKRAINI.

Que os Santos Populares estejam convosco!

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