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ESGOTO SANITÁRIO
&
ÁGUAS PLUVIAIS
ÍNDICE
1. CONCEITOS BÁSICOS DE ESGOTAMENTO 46
1.1 OBJETIVO 46
1.2 NORMAS RELACIONADAS 46
1.3 NOÇÕES BÁSICAS 46
1.4 SIMBOLOGIA 49
1.5 TUBOS E CONEXÕES 50
1.6 TERMINOLOGIA 51
2. CONCEPÇÃO DO PROJETO 53
2.1 DADOS NECESSÁRIOS PARA O PROJETO 53
2.2 PASSO A PASSO 53
3. COMPONENTES DA INSTALAÇÃO 54
4. CARACTERÍSTICAS E DIMENSIONAMENTO – ESGOTO SANITÁRIO 56
4.1 RAMAL DE DESCARGA E RAMAL DE ESGOTO 56
4.2 TUBO DE QUEDA 57
4.3 CAIXA DE INSPEÇÃO 59
4.4 CAIXA DE PASSAGEM 60
4.5 POÇO DE VISITA 60
4.6 TUBO OPERCULADO E TÊ DE INSPEÇÃO 60
4.7 COLETORES PREDIAIS E SUBCOLETORES 60
4.8 TUBULAÇÕES DE VENTILAÇÃO 61
4.9 TUBO DE GORDURA 64
4.10 CAIXA DE GORDURA 64
4.11 TUBO SECUNDÁRIO 65
4.12 CAIXA SIFONADA 65
5. CARACTERÍSTICAS E DIMENSIONAMENTO – ÁGUAS PLUVIAIS 66
5.1 GENERALIDADES 66
5.2 DADOS LOCAIS 66
5.3 LAJES DE COBERTURA HORIZONTAIS 67
5.4 CALHAS 67
5.5 RAMAIS HORIZONTAIS 67
5.6 COLUNA DE ÁGUAS PLUVIAIS 68
5.7 CAIXA DE AREIA 68
6. SITUAÇÕES ESPECIAIS DE ESGOTAMENTO 70
6.1 BANHEIROS CONJUGADOS 70
6.2 PAVIMENTO DE DESVIO 70
6.3 COBERTURA 70
6.4 VASOS EM BATERIA 71
6.5 PISCINA 72
6.6 PAVIMENTO TÉRREO (PRÉDIO SEM SUBSOLO) 74
6.7 PAVIMENTO TÉRREO (PRÉDIO COM SUBSOLO) 75
6.8 SUBSOLO E INSTALAÇÕES DE NÍVEL INFERIOR À VIA PÚBLICA 76
Figura 1.3.e. Esquema Ilustrativo do Funcionamento da Instalação Predial de Esgoto Sanitário e Águas pluviais.
1.4 Simbologia
Ref.: www.tigre.com.br
1.6 Terminologia
Altura do fecho hídrico. Profundidade de camada Câmara vertedoura. Parte do interior de um recipiente
líquida, medida entre o nível de saída dos dotado de septo, que fica entre este e o orifício de
desconector e o ponto mais baixo da parede ou colo saída.
inferior que separa os compartimentos ou ramos de Coletor predial. Trecho de tubulação compreendido
entrada e saída do aparelho. entre a última inserção do subcoletor, ramal de
Aparelho de descarga. Dispositivo que se destina à esgoto ou de descarga e o coletor público ou sistema
lavagem provocada ou automática de aparelhos particular.
sanitários. Coletor público. Tubulação pertencente ao sistema
Aparelho sanitário. Aparelho ligado à instalação predial público de esgotos sanitários e destinada a receber
e destinado ao uso de água para fins higiênicos ou a os efluentes dos coletores prediais e conduzi-los ao
receber dejetos e águas servidas. destino apropriado.
Coluna de ventilação (CV). Tubo ventilador vertical que
Barriletes de ventilação (BV). Tubulação horizontal com se prolonga através de um ou mais andares e cuja
saída para a atmosfera em um ponto e destinada a extremidade superior é aberta à atmosfera, ou ligada
receber dois ou mais tubos ventiladores. a tubo ventilador primário ou a barrilete de
Bujão (B). Nome dado à peça de inspeção adaptável à ventilação.
extremidade de tubulação ou conexão, ou a Curva de raio longo. Conexão em forma de curva cujo
dispositivos sifonados. raio médio de curvatura é maior ou igual a duas
vezes o diâmetro interno da peça.
Caixa coletora (CC). Caixa onde se reúnem os dejetos
líquidos que exigem elevação mecânica. Desconector. Dispositivo munido de fecho hídrico, a
Caixa de distribuição (CDt). Caixa destinada a receber fim de vedar o retorno de gases às tubulações.
esgoto e distribuí-lo uniforme e proporcionalmente à Geralmente, interliga tubulações primárias e
vazão afluente, de modo a manter descargas secundárias, não permitindo que os gases da
efluentes próximas de grandezas pré-estabelecidas. primeira penetrem na segunda.
Caixa de inspeção (CI). Caixa destinada a permitir Despejo industrial. Esgoto proveniente da utilização de
inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações. água por indústrias e afins.
Caixa de passagem (CPs). Caixa equipada com grelha Diâmetro nominal (DN). Número que classifica os
ou tampa cega destinada a receber água de lavagem tubos e conexões quanto ao seu tamanho
de pisos ou outros efluentes de tubulações (diâmetro). Seu valor é expresso em milímetros (mm)
secundárias de uma mesma unidade autônoma. e aproxima-se do diâmetro interno dos tubos.
Caixa neutralizadora (CNe). Caixa destinada a corrigir o
pH de esgotos, através da adição de agentes Esgoto. Todo refugo líquido que deve ser conduzido a
químicos. um destino final.
Caixa de resfriamento. Caixa destinada a provocar o Esgoto Sanitário. Esgoto proveniente da utilização de
resfriamento do esgoto recebido, evitando danos à água para fins higiênicos.
rede pública e destinos finais.
Caixa retentora de areia (CA). Dispositivo projetado e Fecho hídrico. Camada líquida acumulada
instalado para separar e reter detritos, indesejáveis permanentemente em um desconector, que serve
às redes de águas pluviais. Também é conhecida para impedir a passagem de gases.
apenas como caixa de areia. Fossa Séptica (FS). Reservatório destinado a prover
Caixa retentora de gordura (CG). Dispositivo projetado um tratamento primário ao esgoto, através dos
e instalado para separar e reter gordura e outras processos de sedimentação e digestão. Possui fluxo
substâncias provenientes dos despejos de pias, horizontal e funcionamento contínuo.
indesejáveis às redes de esgoto sanitário. Também é
conhecida apenas como caixa de gordura. Instalação primária de esgotos. Grupo de tubulações
Caixa retentora de óleo (CO). Dispositivo projetado e ao qual têm acesso gases provenientes do coletor
instalado para separar e reter óleos e lubrificantes, público ou dispositivos de tratamento.
indesejáveis às redes de esgoto sanitário. Também é Instalação secundária de esgotos. Grupo de
conhecida apenas como caixa de óleo. tubulações protegidas por desconectores contra o
Caixa retentora (CR). Dispositivo projetado e instalado acesso de gases provenientes das tubulações
para separar e reter substâncias indesejáveis às primárias.
redes de esgotos sanitários e águas pluviais.
Caixa sifonada (CS). Caixa equipada com fecho hídrico Ligação ao coletor público (LCP). Ponto onde o coletor
destinada a receber efluentes das instalações predial se conecta ao coletor público de esgoto
secundárias de esgotos. sanitário.
Câmara receptora. Parte do interior de um recipiente
dotado de septo, que fica entre este e o orifício de Poço de visita (PV). Poço visitável que permite a
entrada. inspecionar, limpar e desobstruir as tubulações.
Câmara de retenção da caixa de gordura. Espaço da Peça de inspeção. Dispositivo que permite a
caixa destinado à retenção e à retirada de gordura. inspecionar, limpar e desobstruir as tubulações.
Pia de despejo (PD). Aparelho sanitário capaz de desconectores de rupturas causadas por aspiração
receber resíduos sólidos recolhidos em recipientes ou compressão.
portáteis. Tubo ventilador de alívio. Tubo ventilador secundário
Ralo (R). Caixa equipada com grelha superior que liga tubo de queda, ramal de esgoto ou descarga
destinada a receber despejos provenientes de à coluna de ventilação.
chuveiros ou lavagem de pisos. Tubo ventilador de circuito (VC). Tubo ventilador
Ralo sifonado (RS). Caixa sifonada equipada com secundário que liga-se a um ramal de esgoto,
grelha superior e destinada a receber despejos atendendo a diversos aparelhos sem ventilação
provenientes de lavagem de pisos e/ou aparelhos individualizada.
sanitários de um banheiro. Tubo ventilador invertido (VIn). Tubo ventilador
Ramal de descarga (RD). Tubulação que recebe individual em forma de cajado, que liga o orifício
despejos diretos dos aparelhos. existente no colo alto do desconector do vaso
Ramal de esgoto (RE). Tubulação que recebe despejos sanitário ao ramal de descarga.
de ramais de descarga. Tubo ventilador primário (VP). Prolongamento do tubo
Ramal de ventilação (RV). Tubo ventilador que interliga de queda acima do mais alto ramal a ele ligado, com
o desconector ou ramal de descarga de um ou mais a extremidade ultrapassando a cobertura do prédio e
aparelhos sanitários a uma coluna de ventilação ou aberta à atmosfera.
ventilador primário. Tubo ventilador secundário (VSe). Prolongamento de
Rede pública de esgotos sanitários. Grupo de tubo secundário acima do mais alto ramal a ele
tubulações pertencente ao sistema urbano de ligado, com a extremidade ultrapassando a
esgotos sanitários, controlado diretamente pelas cobertura do prédio e aberta à atmosfera.
autoridades públicas. Tubo ventilador suplementar (VSu). Tubulação que liga
o ramal de esgoto ao tubo ventilador de circuito que
Sifão (S). Dispositivo desconector que destina-se a serve a ele.
receber efluentes das instalações de esgoto Tubulação primária. Tubulação à qual têm acesso
sanitário. gases provenientes da rede pública ou dos
Subcoletor (SC). Tubulação que recebe efluentes dispositivos de tratamento.
provenientes de tubos de queda ou ramais de Tubulação de recalque. Tubulação que recebe esgoto
esgoto. proveniente de equipamentos de elevação mecânica
Sumidouro. Espaço destinado a receber e permitir a (bombas de recalque).
infiltração no solo de efluentes provenientes de Tubulação secundária. Tubulação protegida por
dispositivos de tratamento de esgoto. desconector que impede o contato com gases
existentes nas tubulações primárias.
Tubo horizontal. Qualquer tubulação instalada
horizontalmente ou cujo ângulo com a horizontal é Unidade autônoma. Cada uma das unidades de uma
menor que 45°. edificação (parte da edificação vinculada a uma
Tubo vertical. Qualquer tubulação instalada fração ideal de terreno), formada por dependências
verticalmente ou cujo ângulo com a vertical é menor e instalações de uso privativo e dedicada a usos
que 45°. residenciais ou não. É identificada por ordem
Tubo de queda (TQ). Tubulação vertical que recolhe alfabética ou numérica. Exemplo: um prédio
despejos provenientes de subcoletores, ramais de residencial com 6 apartamentos possui 6 unidades
esgoto e ramais de descarga (tubulações autônomas.
horizontais), conduzindo-os até uma caixa de Unidade Hunter de Contribuição. Fator numérico de
inspeção. probabilidade que representa a associação de dois
Tubo operculado (TO). Conexão tubular equipada com fatores: a freqüência habitual de utilização e a vazão
tampa removível que permite inspecionar a típica de cada uma das diferentes peças sanitárias
tubulação. de um conjunto de aparelhos heterogêneos em
Tubo ventilador (TV). Tubulação destinada a permitir a funcionamento em hora de contribuição máxima. É a
saída dos gases presentes na instalação de esgoto unidade utilizada para medir os despejos sanitários
ou no coletor público, além de possibilitar a dos diversos equipamentos existentes.
circulação de ar no interior da instalação com o
objetivo de garantir o fecho hídrico dos Vaso sanitário (VS). Aparelho sanitário destinado a
receber exclusivamente dejetos humanos.
2. CONCEPÇÃO DO PROJETO
2.1 Dados necessários para o projeto
São etapas imprescindíveis para iniciar o projeto:
1. Determinação do ante-projeto de arquitetura;
2. Determinação do projeto de estruturas e fundações;
3. Compatibilização dos demais projetos de instalações da edificação;
4. Determinação da existência de infra-estrutura local e/ou possibilidade de ligação com o coletor público.
3. COMPONENTES DA INSTALAÇÃO
Como já foi definido, Unidade Hunter de Contribuição (UHC) é a unidade utilizada para medir os despejos
sanitários dos diversos equipamentos existentes em uma edificação. Portanto, cada um desses equipamentos
contribui com um número de UHC correspondente à quantidade de esgoto que produzem e possuem um diâmetro
nominal mínimo para seus respectivos ramais de descarga (tabelas 1 e 2). É importante lembrar que 01 UHC
corresponde à vazão de um lavatório residencial que corresponde a 28 litros por minuto.
TUBULAÇÃO DIÂMETRO
MÍNIMO (mm)
Tubo de Queda Primário 100
Esgoto Primário 100
Coluna de Ventilação 75
Ramal de Ventilação 50
Tubo de Gordura 75
Tubo Secundário 50
Coluna de Águas Pluviais 50
Ramal Secundário (chumbo) 30
Ramal Secundário (PVC) 40
Ramal Secundário (ferro fundido) 50
Tabela 3. Diâmetros mínimos para tubulação de
esgoto sanitários e águas pluviais.
ESGOTO SANITÁRIO
Ramal de Descarga
Ramal de Esgoto
Tubo de Queda
Caixa de Inspeção
Coluna de Ventilação
Ramal de Ventilação
Coletores Prediais e Subcoletores
Tubo de Gordura
Caixa de Gordura
Tubo Secundário
Caixa Sifonada
Caixa de Passagem
Poços de Visita
Tubos Operculados
Instalações de Recalque
ÁGUAS PLUVIAIS
• Deve ser o mais vertical possível e possuir diâmetro sempre igual ou superior a maior tubulação ligada a ele.
Além disso, o menor diâmetro admitido para tubos de queda é 100 mm.
• O tubo de queda prolonga-se até, no mínimo, 15 cm acima do nível da água do mais alto aparelho sanitário que
despeja nele. A partir daí, transforma-se em ventilação primária que ergue-se, no mínimo, 30 cm acima de lajes
de cobertura ou telhados e 2 m quando houver terraços habitáveis no último pavimento. O dimensionamento da
ventilação primária segue as mesmas tabelas utilizadas para ventilação.
• A extremidade superior de uma ventilação primária dever ser protegida para evitar a entrada de chuva, detritos
ou animais. Para tal, pode-se utilizar um terminal de ventilação, uma curva de 90° ou um Tê.
• Nas mudanças de direção devem sempre ser empregadas curvas de raio longo e visitas junto a elas, para fins de
limpeza e desobstrução (figura 4.2.b). Na sua parte inferior, o tubo de queda liga-se a uma caixa de inspeção.
Para isso, torna-se necessária a utilização de uma curva longa e um trecho horizontal de tubulação. Antes de
qualquer curva, dispõe-se uma visita para desobstruir a tubulação em caso de entupimentos. A peça utilizada
para isso é o Tê de Inspeção (ver figura 4.2.b).
• Os tubos de queda são dimensionados segundo a tabela 5, sendo que o diâmetro mínimo para tubulações que
recebem despejos de vaso sanitário é 100mm.
• Quando houver necessidade de desviar a tubulação, existem duas situações distintas: o desvio é maior ou
menor que 45°. Quando for menor que 45°, o tubo de queda é dimensionado normalmente pela tabela 4. Se o
desvio é maior que 45°, o dimensionamento divide-se em 3 partes:
1ª parte: a parte superior do tubo de queda, anterior ao desvio, deve ser dimensionada normalmente pela tabela
5.
2ª parte: o diâmetro do trecho horizontal de desvio é estabelecido de acordo com a tabela 6, a mesma utilizada
para trechos horizontais (coletores e subcoletores).
3ª parte: a parte da tubulação vertical posterior ao desvio é normalmente dimensionada pela tabela 4,
observando-se sempre que esta não deve ter menor diâmetro que o trecho horizontal, a fim de evitar
estrangulamentos.
Exercício: Dimensionar um tubo de queda (TQ) de um prédio. O tubo recebe despejos de 15 banheiros iguais, um por
andar, sendo que cada um possui:
1 Vaso Sanitário
1 Bidet
1 Lavatório
1 Ralo de Box-Banheira
Resolução:
1 vaso = 6 UHC
1 bidet = 2 UHC
1 lavatório = 1 UHC
1 box-banheira = 3 UHC
------------------
12 UHC por banheiro x 15 pavimentos = 180 UHC (todo o tubo)
Segundo a tabela de dimensionamento de tubo de queda, temos que checar qual é o diâmetro que atende às duas
condições necessárias:
Nº UHC em 1 pavimento
Nº UHC em todo o tubo
Diâmetro Nominal mínimo para Tubos de Queda
Para 180 UHC, toma-se o número imediatamente superior, que corresponde a 500 UHC. Na mesma linha, para
esquerda, verificamos se o n° de UHC também atende ao máximo por pavimento. No caso so exercício, temos 12
UHC por pavimento, podendo chegar até um máximo de 90 UHC.
Por último, confirmamos se 100mm atende ao diâmetro mínimo para um Tubo de Queda.
Ø = 100mm
• Quando houver mudanças de direção inevitáveis, deve-se empregar caixas de inspeção ou curvas de raio longo,
preferencialmente a 45° e nunca superiores a 90°. Só é permitida a utilização de uma curva entre dois pontos
de inspeção. Para desvios da horizontal para a vertical, podem ser utilizadas curvas curtas.
• A inserção de um ramal de descarga ou esgoto no coletor predial requer a utilização de caixa de inspeção ou
junção a 45° ou menor, utilizando-se nesse caso outro dispositivo de inspeção.
• As tubulações devem ser assentadas sobre base firme e, quando necessário colocá-las acima do solo, devem
ser suportadas por braçadeiras de ferro fundido ou por consolos, vigas, pilares e saliências nas paredes,
assegurando o alinhamento e a declividade desejados.
Resolução:
• Trecho CI-1/CI-3
Total de UHC=50
Consultando a tabela 6, temos:
Ø = 100mm (i=1%)
• Trecho CI-2/CI-3
Total de UHC=70
Consultando a tabela 6, temos:
Ø = 100mm (i=1%)
• Trecho CI-3/CI-4
Total de UHC=120
Consultando a tabela 6, temos:
Ø = 100mm (i=1%)
• Trecho CI-4/CI-5
Total de UHC=195
Consultando a tabela 6, temos:
Ø = 150mm (i=1%)
• Projeta-se a coluna de ventilação paralela ao tubo de queda, e de modo que qualquer despejo acidental que
nela penetre possa escoar normalmente por gravidade, retornando ao tubo de queda, ramal de descarga ou
desconector que originou o tubo ventilador.
• O tubo ventilador primário e a coluna de ventilação são tubulações verticais e, preferencialmente, projetadas
sob um único eixo reto. Em caso de mudanças de direção, devem ser utilizadas curvas com ângulos não
superiores a 90°;
• Todo desconector deve ser ventilado. O comprimento máximo para o bom funcionamento dos ramais de
ventilação é dado pela tabela 7;
DIÂMETRO NOMINAL DO DISTÂNCIA
RAMAL DE DESCARGA MÁXIMA
(MM) (m)
40 1.00
50 1.20
75 1.80
100 2.40
Tabela 7. Distancia máxima de um
desconector à ventilação.
• Em edificações com apenas 1 pavimento, deve existir um tubo ventilador com diâmetro mínimo de 100 mm,
conectado diretamente a caixa de inspeção, coletor predial, subcoletor ou ramal de descarga de vaso sanitário. E
é obrigatório seu prolongamento além da cobertura do prédio (nas mesmas condições citadas anteriormente).
No caso de prédios exclusivamente residenciais de até 3 pavimentos, o tubo ventilador pode ter diâmetro
mínimo de 75 mm;
• Em edificações de 2 ou mais pavimentos, os tubos de queda devem ser prolongados além da cobertura do
prédio (nas mesmas condições citadas anteriormente), sendo obrigatória a utilização de ramais individuais
conectados à coluna de ventilação;
• Em edificações que já possuam, no mínimo, 1 tubo ventilador primário com diâmetro igual ou superior a 100
mm, fica dispensado o prolongamento do tubo de queda, desde que:
a. o comprimento do tubo não exceda1/4 da altura total do prédio;
b. o tubo de queda não receba mais de 36 Unidades Hunter de Contribuição;
c. a coluna de ventilação seja prolongada até a cobertura do prédio ou conecte-se com uma que o faça,
respeitando os limites estabelecidos na tabela 8.
• Se não for interessante prolongar as colunas de ventilação até a cobertura, pode-se utilizar um barrilete de
ventilação para conectar diversas tubulações, dimensionado pela tabela 8. A contribuição é dada pela soma de
todas as tubulações verticais atendidas e a distância considerada é a mais extensa, desde a base da coluna de
ventilação até a extremidade aberta do barrilete;
• É dispensado o uso de tubo ventilador no ramal de descarga do vaso sanitário auto-sifonado ligado através de
um ramal exclusivo ao tubo de queda que possua, no máximo, 2,40m, contanto que esse TQ que receba
efluentes de outros ramais corretamente ventilados do mesmo pavimento, imediatamente abaixo da ligação com
o ramal de descarga do vaso sanitário (figura 4.8.c). Quando não for possível ventilar o vaso sanitário ligado
diretamente ao tubo de queda, o tubo de queda deverá ser
ventilado imediatamente abaixo da ligação do vaso sanitário
(figura 4.8.d);
Figura 4.8.c. Vaso sanitário ligado diretamente Figura 4.8.d. Vaso sanitário ligado diretamente
ao tubo de queda (caso 1). ao tubo de queda (caso 2).
• As colunas de ventilação são dimensionadas através da tabela 8; enquanto os diâmetros dos ramais são dados
pela tabela 9. É importante também observar as condições e diâmetros mínimos citados anteriormente.
GRUPO DE APARELHOS SEM VASO SANITÁRIO GRUPO DE APARELHOS COM VASO SANITÁRIO
DIÂMETRO NOMINAL DO DIÂMETRO NOMINAL DO
NÚMERO DE UHC NÚMERO DE UHC
RAMAL DE VENTILAÇÃO (mm) RAMAL DE VENTILAÇÃO (mm)
Até 2 30 Até 17 50
3 a 12 40 18 a 60 75
13 a 18 50
19 a 36 75
Tabela 9. Dimensionamento de ramais de ventilação.
Exercício: Dimensionar um tubo de gordura e uma caixa de gordura que atendem a 10 apartamentos (1 por andar),
sendo que cada um é composto de sala, 2 quartos, cozinha (1 pia e 1 máquina lava-louças) e dependência de serviço.
Resolução:
Nº de UHC em 1 pavimento: Volume útil da caixa de gordura: VU = 20 + 2 x N
3 + 4 = 7 UHC VU = 20 + 2 x (4 pessoas x 10 apartamentos)
VU = 160 litros > caixa de gordura dupla
Nº de UHC no tubo de gordura:
10 x 7 = 70 UHC Dimensões da caixa de gordura:
Diâmetro interno: 60 cm
Consultando a tabela 5, temos: Ø = 75mm Altura do fecho hídrico: 35 cm
Volume útil máximo: 120 litros
Diâmetro de saída: 100 mm
Q=ixA.
60 Fórmula 4. Vazão de projeto.
5.4 Calhas
As calhas mais usuais são as semi-circulares e retangulares, e são calculadas pela equação de Manning
(fórmula 5).
Q = K x S x Rh2/3 x d1/2 Fórmula 5. Equação de Manning.
n
MATERIAL COEFICIENTE
Q = vazão de projeto (l/min)
S = área da seção molhada (m²) Plástico, fibrocimento, alumínio, aço inox, aço
0,011
n = coeficiente de rugosidade (tabela X) galvanizado, cobre, latão
Rh = raio hidráulico (m) Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012
P = perímetro molhado Cerâmica e concreto não alisado 0,013
d = declividade (m/m) Alvenaria não revestida 0,015
K = 60.000 Tabela 11. Coeficientes de rugosidade.
A caixa de areia tem a função de separar e reter o material mais pesado trazido pelas tubulações de águas
pluviais, provenientes das coletas de pisos ou telhados. Ela deve ter dimensões que proporcionem baixas velocidades
de fluxo, a fim de permitir a deposição de areia e outras partículas no fundo da caixa e evitar seu lançamento na rede
pública. A limpeza da caixa deve ser regular, retirando-se os resíduos depositados.
Resolução:
Deve-se lembrar que os ralos hemisféricos devem estar dispostos de modo a distribuir equilibradamente o fluxo de
águas coletadas para as colunas de águas pluviais. E ainda, o diâmetro mínimo recomendado para as colunas é
75mm. E as declividades adotadas devem atender às possibilidades de rebaixamento do pé-direito dos pavimentos
inferiores.
Tubulações:
• AP-2 > recebe uma contribuição de 200 m² > Tabela X > DN = 100 mm
• Trecho horizontal RH-1/AP-1 > recebe uma contribuição de 60 m² > Tabela Y > DN = 75 mm (d=1%)
• Trecho horizontal RH-2/AP-1 > recebe uma contribuição de 60 m² > Tabela Y > DN = 75 mm (d=1%)
• Trecho horizontal RH-3/AP-2 > recebe uma contribuição de 100 m² > Tabela Y > DN = 100 mm (d=1%)
• Trecho horizontal RH-4/AP-2 > recebe uma contribuição de 100 m² > Tabela Y > DN = 100 mm (d=1%)
Exercício: Determinar a área máxima possível esgotada por uma calha retangular de concreto com altura de 15 cm e
largura de 20 cm, considerando-se declividade de 1% e índice pluviométrico de 150mm/hora.
Resolução:
Primeiramente, deve-se calcular o raio hidráulico:
Rh = a x b . Rh = 0,0375
b + 2a
Figura 6.1.a. Banheiros de mesma unidade habitacional. Figura 6.1.b. Banheiros de unidades habitacionais diferentes.
Figura 6.2.a. Planta baixa e esquema vertical de tubulação desviada (pavimento tipo e pavimento de desvio).
6.3 Cobertura
Quando existirem desconectores instalados em coberturas, consideram-se ventilados aqueles que
atendem às seguintes condições:
• o número de UHC é menor ou igual a 15;
• a distância entre o desconector e uma tubulação ventilada atende aos valores estabelecidos na tabela 7.
Caso a distância for maior que os limites fixados pela tabela 7, deve-se utilizar os princípios de ventilação
adotados nos demais pavimentos (ver figura 6.3.a).
Figura 6.3.a. Situações de esgotamento com diferentes distâncias (consultar tabela X).
Tubos de queda que recebem descargas em mais de 10 pavimentos devem ser ligados à coluna de
ventilação através de tubo ventilador de alívio, a cada 10 pavimentos (contados a partir do andar mais alto). Essa
tubulação deve ter sua extremidade inferior conectada a ao tubo de queda através de uma junção 45º, em ponto
imediatamente abaixo da entrada do ramal de descarga ou esgoto. E ainda, deve ter sua extremidade superior ligada
à coluna de ventilação através de junção invertida, instalada a 15 cm, no mínimo, acima do nível de
transbordamento de água do mais alto aparelho atendido pelo ramal de esgoto ou descarga.
Para dimensionamento dos tubos ventiladores, é necessário observar alguns critérios:
- ramal de ventilação: diâmetro mínimo definido pela tabela 9;
- tubo ventilador de circuito: diâmetro mínimo definido pela tabela 8;
- tubo ventilador suplementar: diâmetro mínimo igual à metade do diâmetro do ramal de esgoto ao qual está
conectado;
- coluna de ventilação: diâmetro mínimo definido pela tabela 8;
- tubo ventilador de alívio: diâmetro igual àquele da coluna de ventilação à qual está conectado.
6.5 Piscina
Basicamente, a qualidade e a salubridade oferecidas por uma piscina estão intimamente relacionadas com
a qualidade da água no interior do tanque. A água da piscina deve estar isenta de microrganismos indesejados, além
de e apresentar condições físicas, químicas e físico-químicas que não prejudiquem a saúde e o bem estar dos
usuários e que não causem corrosão ou danos aos equipamentos.
Essas condições são obtidas através dos tratamentos físico (filtração, aquecimento e outros) e químico
(adição de produtos) da água do tanque. O conjunto de equipamentos com essa finalidade denomina-se sistema de
filtragem e recirculação. Vale ressaltar que as piscinas funcionam permanentemente com o abastecimento inicial e,
quando necessário, quantidades mínimas de águas são acrescentadas para repor pequenas perdas acontecidas no
processo.
O sistema de recirculação e tratamento inclui toda a tubulação, equipamentos e dispositivos destinados à
filtração, aquecimento e desinfecção da água. Seus principais componentes são: tubulações, filtros, bombas de
recirculação, pré-filtros, drenos ou ralos de fundo, coadeiras, dispositivos de retorno, dispositivos de aspiração,
dispositivosde hidroterapia, dosadores de produtos químicos, visores de retrolavagem e aquecedor.
Abaixo, apresenta-se uma descrição dos seus componentes:
Aquecedor. É normalmente instalado na linha de Dosador de produto químico. Deve ser instalado na
retorno da água filtrada para a piscina. Pode ser a linha de retorno da água filtrada para a piscina e de
gás, óleo, energia elétrica (resistência elétrica ou acordo com as instruções do fabricante.
bomba de calor.) ou solar. Dreno ou ralo de fundo. Deve ser conectado à
Bomba de recirculação. Obriga a água a fluir através tubulação de sucção da bomba hidráulica. A água que
do filtro e retornar ao tanque. Ela deve ser flui através do dreno arrasta toda a sujeira que tende
dimensionada de acordo com as características do a se depositar na parte mais profunda do tanque. Ele
filtro e com a perda de carga nas tubulações. também permite a drenagem total da piscina para fins
Coadeira. A coadeira é instalada na parede do tanque de manutenção. Quando a piscina for construída em
na altura do nível da água e conectada à sucção da terreno com presença de lençol freático próximo à
bomba. Sua função é promover um fluxo superficial superfície, torna-se necessária a instalação de uma
da água da piscina e assim recolher as partículas válvula hydro-relief no dreno, para permitir a entrada
flutuantes, tais como folhas, insetos, óleo e outros. de água do terreno para dentro do tanque quando
Dispositivo de aspiração. O dispositivo de aspiração é este for esvaziado.
usado quando existe uma tubulação de sucção Filtro. Sua finalidade é remover partículas sólidas em
destinada exclusivamente à conexão de aspirador. É suspensão ou coloidais pela passagem da água
instalado abaixo do nível da água da piscina e deve através de um meio filtrante.
permanecer vedado por um .plug. Pré-filtro. A função do pré-filtro, localizado antes do
Dispositivo de hidroterapia. O dispositivo de bocal de sucção da bomba, é reter as partículas
hidroterapia produz um jato de água com grande maiores (folhas, papel etc.) em um cesto coletor para
profusão de microbolhas de ar. Esse jato tem ação evitar que elas causem obstrução do rotor da bomba.
hidromassageadora terapêutica. Visor de retrolavagem. Permite observar, durante a
Dispositivo de retorno. O dispositivo de retorno é operação de retrolavagem do filtro, a limpeza do meio
instalado na parede do tanque abaixo do nível da filtrante.
água, e controla a vazão e a direção da água que
retorna à piscina após a filtragem.
Na figura 6.5.a estão representados diagramas esquemáticos do sistema de recirculação. A água puxada
pela bomba sai pelo dreno principal (ralo de fundo) e pela coadeira (skimmer). Pela tubulação, chega ao pré-filtro,
descartando os detritos maiores, seguindo então para o filtro (dispositivo preenchido com areia). Ainda pressionada
pela bomba, retorna à tubulação, que a conduzirá aos dispositivos de retorno e esses, por sua vez irão devolver a
água à piscina.
CLASSE DE PISCINAS
PROFUNDIDADE DO TANQUE PÚBLICAS, COLETIVAS RESIDENCIAIS PRIVATIVAS
Profundidade máxima até 0,60m 2 horas 6 horas
Profundidade mínima inferior a 0,60m e 4 horas 6 horas
profundidade máxima superior 0,60m
Profundidade mínima entre 0,60m e 1,80m 6 horas 8 horas
Profundidade mínima superior a 1,80m 8 horas 12 horas
Tabela 14. Tempo de máximo de recirculação completa.
Figura 6.8.a. Subsolo com contribuição de esgoto primário. Figura 6.8.b. Subsolo sem contribuição de esgoto primário.
8. DISPOSITIVOS DE TRATAMENTO
8.1 Terminologia Fossa séptica de câmaras em série. Unidade que
possui compartimentos comunicantes para
Câmara de decantação. Compartimento da fossa ocorrência dos fenômenos de decantação e
séptica onde ocorre o processo de decantação. digestão, com a predominância da digestão no
Câmara de digestão. Compartimento da fossa primeiro compartimento.
séptica destinado à acumulação e à digestão do Fossa séptica de câmaras sobrepostas. Unidade que
material decantado. possui compartimentos independentes para
Câmara de escuma. Compartimento da fossa séptica ocorrência dos fenômenos de decantação e
destinado à acumulação e à digestão da escuma. digestão, havendo separação entre os despejos e o
lodo digerido.
Diâmetro nominal (DN). Número que classifica os Fossa séptica de câmara única. Unidade que possui
tubos e conexões quanto ao seu tamanho apenas um compartimento para ocorrência dos
(diâmetro). Seu valor é expresso em milímetros (mm) fenômenos de decantação e digestão.
e aproxima-se do diâmetro interno dos tubos.
Digestão. Processo bioquímico de decomposição das Lodo. Substância acumulada por sedimentação dos
matérias orgânicas em substâncias e compostos sólidos existentes nos esgotos frescos ou da
mais simples e estáveis. digestão no interior das fossas sépticas.
Dispositivos de entrada e saída. Peças utilizadas na Lodo digerido. Lodo proveniente da digestão
entrada e na saída da fossa séptica, com a completa de substâncias decantadas na fossa
finalidade de garantir a distribuição uniforme dos séptica.
líquidos e impedir a saída de escuma. Lodo fresco. Lodo instável que ainda não iniciou seu
processo de digestão.
Efluente. Substância predominantemente líquida que
é despejada por fluxo normal, através do dispositivo Sumidouro. Poço destinado a receber efluentes
de saída da fossa séptica. devidamente tratados e permitir a sua infiltração no
Escuma. Substância constituída por material graxo, solo.
mistura de sólidos e gases, que ocupa a camada
superficial do líquido presente no interior da fossa Tubo de Limpeza. Tubulação instalada no interior da
séptica. fossa séptica cuja finalidade é possibilitar a visita
Esgoto. Despejos líquidos provenientes das dos dispositivos de remoção de lodo.
edificações, à exceção das águas pluviais.
Vala de filtração. Unidade de tratamento por filtração
Filtro anaeróbio. Unidade biológica de fluxo biológica constituída por leito filtrante e tubulação,
ascendente em condições anaeróbias, cujo meio cuja finalidade é complementar o tratamento
filtrante mantém-se permanentemente afogado, realizado pelas fossas sépticas.
que tem a finalidade de tratar os efluentes Vala de infiltração. Vala que recebe efluentes da
provenientes da fossa séptica. fossa séptica e distribui-os para as camadas
Fossa séptica. Unidade de sedimentação e digestão, subsuperficiais do solo, através de tubulação
dotada de fluxo horizontal, destinada ao tratamento adequadamente instalada.
de despejos.
Figura 8.3.a. Planta baixa e corte de uma fossa séptica cilíndrica com câmara única.
• As partes sólidas do esgoto que entra na fossa se depositam no fundo, formando o lodo, através do processo de
decantação.
• Já na superfície, forma-se uma camada com densidade menor que aquela o produto líquido denominada escuma
que dificulta a circulação do ar e favorece a ação de bactérias anaeróbias. Tais microorganismos atuam onde não
há circulação de ar, transformando a matéria orgânica em gases ou substâncias solúveis que podem ser lançadas
ao ambiente.
• A altura mínima do líquido para que seja possível a ação neutralizante das bactérias é 1,20m.
• Não devem ser lançados à fossa quaisquer despejos provenientes do sistema de águas pluviais.
• Os efluentes de uma fossa podem ser lançados no solo (através de sumidouros ou valas de infiltração) ou em
águas de superfície (quando tratadas complementarmente por valas de filtração ou filtros anaeróbios).
• Quanto à forma, as fossas sépticas podem ser primas de base cilíndrica, retangular ou quadrada. Quanto à
compartimentação, podem ter câmara única, câmaras em série ou câmaras sobrepostas.
• Preferencialmente, as fossas devem ser implantadas em local próximo à origem dos despejos e, no mínimo, a 15
metros de qualquer manancial, fonte de água ou poço. Recomenda-se, sempre que possível, a instalação da fossa
na parte do terreno próxima ao logradouro, a fim de facilitar uma futura ligação com a rede publica a ser criada. A
escavação do terreno para implantação da fossa deve permitir que sua parte superior fique um pouco abaixo do
nível do terreno.
• Para dimensionar fossas sépticas de câmara única, existem dois métodos mais empregados: a utilização da tabela
prática de dimensionamento (ver tabela 15) ou o cálculo do volume através da fórmula que considera as variáveis
que influenciam no funcionamento do equipamento (ver fórmula 1 e tabelas 16 e 17). Cabe ressaltar que o
segundo método é mais preciso que o primeiro, por tomar a condição real de uso e manutenção, enquanto o
primeiro considera as piores situações de uso.
• As fossas devem ter capacidade de armazenar lodo digerido por, no mínimo, 10 meses ou 300 dias. Já o período
de digestão do lodo considerado para efeitos de cálculo é 50 dias. O número de pessoas a ser considerado não
deve ser inferior a 5, e o volume mínimo admissível para a câmara de decantação é 500 litros. O volume útil
mínimo das fossas sépticas é 1250 litros.
• Nos prédios que abrigarem ocupantes permanentes e temporários, a fossa séptica será dimensionada de forma a
atender concomitantemente a ambos os casos, considerando a contribuição total.
V = N ( C x T + 100 x Lf Fórmula 1. Volume útil de fossas sépticas com câmara única (ref.: NBR 13969).
CONTRIBUIÇÃO (litros/dia)
EDIFICAÇÃO UNIDADE
Despejos (C) Lodo fresco (Lf)
Hospitais leito 250 1
Apartamentos (multifamiliares) pessoa 200 1
Permanente
Ocupação
PERÍODO DE DETENÇÃO
CONTRIBUIÇÃO (litros/dia)
horas dias
Até 6000 24 1
6000 a 7000 21 0,875
7000 a 8000 19 0,790
8000 a 9000 18 0,750
9000 a 10000 17 0,710
10000 a 11000 16 0,670
11000 a 12000 15 0,625
12000 a 13000 14 0,585
13000 a 14000 13 0,540
Acima de 14000 12 0,500
Tabela 17. Período de detenção (ref.: NBR 13969).
Exercício: Dimensionar uma fossa séptica de câmara única para uma escola pública de 400 alunos e 15 funcionários.
Resolução:
Dimensões adotadas para a fossa séptica: 2,50 (diâmetro) x 2,15 (altura útil)
• Os filtros anaeróbios são tanques de forma prismática, podendo ter base quadrada ou circular.
• O leito filtrante deve ter altura determinada igual a 1,20m, para qualquer que seja o volume dimensionado. Da
mesma forma, a profundidade útil é fixa e igual a 1,80m para qualquer volume adotado.
• As dimensões mínimas permitidas para filtros anaeróbios são: 0,95m (diâmetro) e 0,85m (largura). Além disso, o
diâmetro máximo e a largura não podem exceder ao valor equivalente a três vezes a profundidade útil.
• Quando as medidas máximas são ultrapassadas e não atinge-se o volume requerido, torna-se necessário
empregar mais de um filtro.
• A capacidade mínima útil a ser adotada é 1250 litros.
• A transmissão de efluentes da fossa séptica para o filtro anaeróbio pode ser feita através de tubulação apropriada
(tê e curva) ou de caixa de distribuição (nos casos onde há mais de um filtro).
• O nível de saída de efluentes do filtro anaeróbio deve ser 0,10m inferior ao nível da fossa.
• O material utilizado na composição do leito filtrante deve ter granulometria uniforme, admitindo-se dimensões
entre 0,04m e 0,07. Comumente, adota-se a pedra britada nº4 para constituição do leito filtrante.
• O fundo falso possui aberturas de 0,03m, com espaços de 0,15 entre si.
• Da mesma forma que a fossa séptica, o filtro anaeróbio pode ser dimensionado de duas formas: a utilização da
tabela prática de dimensionamento (ver tabela 18) ou o cálculo do volume através da fórmula que considera as
variáveis que influenciam no funcionamento do equipamento (ver fórmula 2 e tabelas 16 e 17). Cabe ressaltar que
o segundo método é mais preciso que o primeiro, por tomar a condição real de uso e manutenção, enquanto o
primeiro considera as piores situações de uso.
CONTRIBUIÇÃO CONTRIBUIÇÃO
FILTRO BIOLÓGICO ANAERÓBIO
PERMANENTE TEMPORÁRIA
Apto Casas Escritório Cinema
Volume Útil Diâmetro Altura Restaurante
Quantidade 200 150 50 02
(litros) (metros) (metros) 25 litros/dia
litros/dia litros/dia litros/dia litros/lugar
1248 1 1.00 2.00 - Até 5 15 30 375
1804 1 1.20 2.00 6 7 21 42 543
2496 2 1.00 2.00 8 10 30 60 751
2769 1 1.50 2.00 9 11 33 66 834
3608 2 1.20 2.00 11 15 43 86 1086
4083 1 1.80 2.08 13 16 49 98 1229
4992 4 1.00 2.00 15 20 60 120 1503
5338 2 1.50 2.00 16 22 66 132 1668
5652 1 2.12 2.20 17 23 68 136 1687
7216 4 1.20 2.00 22 29 86 172 2173
7937 1 2.50 2.00 24 32 95 190 2390
8166 2 1.80 2.08 25 33 98 196 2459
(continuação)
11076 4 1.50 2.00 34 59 160 320 4000
11304 2 2.12 2.20 45 64 180 360 4500
11639 1 3.00 2.00 50 75 200 400 5000
15874 2 2.50 2.00 96 127 382 764 9562
16332 4 1.80 2.08 98 131 393 786 9838
Tabela 18. Filtros biológicos anaeróbios cilíndricos (ref.: Silotto e Silotto LTDA - Construconsult).
Exercício: Dimensionar um filtro anaeróbio cilíndrico para uma escola pública de 400 alunos e 15 funcionários.
Resolução:
Dimensões adotadas para o filtro anaeróbio: 3,60 (diâmetro) x 1,80 (altura útil)
9.2 Sumidouro
Em casos onde não existe galeria de águas pluviais e a absorção do terreno é boa, é recomendada a utilização
de poços denominados sumidouros para transmitir os efluentes ao solo (ver figura 9.2.a).
• As lajes de cobertura dos sumidouros devem ser construídas em concreto armado, estar no mesmo nível do
terreno e possuir tampão hermético (cuja menor dimensão seja 60 cm) que permita visita.
• No momento que se observar a redução da capacidade de absorção do sumidouro, devem ser construídas novas
unidades, a fim de promover a vazão necessária.
• Quando construídos dois ou mais sumidouros cilíndricos, os mesmos devem ficar afastados entre si a uma
distância igual a pelo menos, 3 vezes o seu diâmetro ou 6 metros (aquela que for maior).
• No caso de desativação de sumidouros, os mesmos devem ser preenchidos com terra.
• Após escolher um diâmetro conveniente ao sumidouro, sua profundidade é calculada pela fórmula 8.1,
consultando-se a tabela 19 para obter o tempo de infiltração
TEMPO DE INFILTRAÇÃO
TIPO DE SOLO TEMPO DE INFILTRAÇÃO
Areia grossa limpa 1 minuto
Cinzas, Carvão 1 minuto
Cascalho e Argila com poros não cheios 1 minuto
Areia fina 2 a 5 minutos
Areia com Argila 5 a 10 minutos
Argila com um pouco de areia 30 a 60 minutos
Argila compacta ou rocha decomposta 120 a 300 minutos
Tabela 19. Tempo de infiltração dos solos.
Exercício: Dimensionar um sumidouro para um prédio multifamiliar com 20 moradores e 2 funcionários, sabendo-se
que o solo do local é composto por areia e argila.
Resolução:
N = número de contribuintes = 20 alunos + 2 funcionários = 22 contribuintes
• Devem ser utilizadas em terrenos cuja absorção esteja compreendida entre 25 e 40 litros/m²/dia.
• A percolação do líquido através do solo permite a mineralização dos esgotos, evitando que esses se transformem
em fontes de contaminação das águas subterrâneas e superficiais.
• A área na qual são construídas as valas de infiltração é denominada campo de infiltração.
• Em valas em valas escavadas em terreno, com profundidade entre 0,60m e 1,00m, largura mínima de 0,50m e
máxima de 1,00m, devem ser assentados em tubos de drenagem de, no mínimo, 100mm de diâmetro.
• A tubulação deve ser envolvida em material filtrante apropriado e recomendável para cada tipo de tubo de
drenagem empregado, sendo que sua geratriz deve estar a 0,30m acima da soleira das valas de 0,50m de largura
ou até 0,60m, para valas de 1,00m de largura. Sobre a câmara filtrante deve ser colocado papelão alcatroado,
laminado de plástico, filme de termoplástico ou similar, antes de ser efetuado o enchimento restante da vala com
terra.
• A declividade da tubulação deve ser de 1:300 a 1:500.
• Deve haver pelo menos duas valas de infiltração para disposição do efluente de um tanque séptico.
• O comprimento máximo permitido para cada vala de infiltração é 30.00m.
• O espaçamento mínimo entre as laterais de duas valas de infiltração é 1.00m.
• A tubulação de efluente entre o tanque séptico e os tubos instalados nas valas de infiltração deve ter juntas
tomadas.
• A área de infiltração total das valas é determinada em função da capacidade de absorção do terreno, calculada
segundo a fórmula 4 e as tabelas 19 e 20. O método de cálculo abaixo também pode ser aplicado ao
dimensionamento de sumidouros. Para efeito de dimensionamento da vala de infiltração, a área encontrada se
refere apenas ao fundo da vala.
A= V .
Fórmula 4.Área de infiltração necessária (ref.: NBR 13969).
Ci
Exercício: Dimensionar um sistema de valas de infiltração para atender aos efluentes diários de uma edificação,
sabendo-se que o tanque séptico contribui com 2160 litros/dia e o terreno é composto por silte pouco argiloso.
Resolução:
Consultando-se a tabela 15, obtemos o coeficiente de infiltração do terreno: 60 litros/m²/dia (pior hipótese).
A = 2160 . A = 36 m²
60
Considerando-se a vala com 0,60m de largura, obtemos o comprimento:
Como o comprimento máximo admitido é 30.00m, podemos dividir o comprimento total em 2 valas:
Ou ainda, se a disponibilidade de espaço for pequena, podemos dividir o comprimento total em 3 valas menores: