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ESSsSsSscx_—_ i} 2 § cis Onganicas da Sadde (Sistema Unico de Saide eas L O Sistema U Zenaide Neto Aguiar 1. O SUS na Constituigéo Federal O Sistema Unico de Saiide (SUS) € 0 sistema de saide oficial brasilei- ido formalmente a partir da Constituigao Federal de 1988. A ro, estabel osigGes da sociedade civil orga- sua inscri¢éo ma carta magna acatou as prop’ nizada, incorporando mudangas no papel do Estado ¢ alterando de forma significativa 0 arcabouco juridico-institucional do sistema piblico de satide s validos brasileiro, pautando-se por um conjunto de principios ¢ diretrize para todo 0 territério nacional. compost pelo conjunto organizado ¢ articulado de servicos e agoes de saiide integrantes das organizacoes puiblicas de satide das esferas municipal, estadual e federal, além dos servigos privados como complementares.' SUS: Sistema Unico de Sade — | 3. Prineipios doutrindrios ¢ organizativos do SUS Sistema Unico de Satide norteia-se por principios doutringrigg ¥ Equidade ganizativos.’ ® De acordo com Roncalli’, os principios doutrindrig, Deen sam as ideias filoséficas que permeiam a criagao ¢ implementacio q, sue aces © servic caso requeira E definida co b de met, d ij indi me igo 196 da ¢ a contemplar seus prineipios doutrinérios. a, ne 196 da Os principios doutrindrios do SUS sfo trés ¢ incluem: a univers personificam o conceito ampliado de saiide € o princfpio do diteity (Os principios organizativos orientam 0 funcionamento do sistema a equidade e a integralidade da atengio..Os principios organizativos ae pornlelaaay a descentralizagao, a regionalizacio © hierarquizasio do sistema ea pani gar = ¢a0 € 0 controle social. Esses principios apontam para a democratiracsy, - corrigir iniqu agdes e servigos de saide, possiblitando o dicto a todos, independent Roncalli contribuir ou nao para a previdéncia ou outros pré-requisitos, organinang consumo de -se descentralizadamente, de modo a facilitar 0 acesso e a participacig g, de adoecer cidadaos nas decisdes ¢ nos rumos da politica de saiide dep jais que tén Y Universalidade vigos de sat € adoccer. D SUS, de mo estratégias ré E a garantia constitucional de acesso de toda a populacio aos servicg, de satide, em todos os niveis de assisténcia, sem preconceitos ou privilég de qualquer espécie.”" De acordo com a Lei 8.080/90, a satide € um & reito fundamental do ser humano, que deve ser garantido pelo Estado. 0 | dircito 4 satide vai além do acesso a assisténcia médica e aos servigos & saide e engloba o conjunto de politicas publicas que visam & melhoria ds condigées de vida da populacao. Isso porque “o perfil de saiide de uma cae | tividade depende de condigdes vinculadas & prépria estrutura da sociedade: a manutengio do estado da satide requer a agio articulada de um conjum de politicas sociais mais amplas, relativas ao emprego, salario, previdénss educacio, alimentagao, ambiente, lazer [...]”."? Y Intege Bum conjunto a viduais ¢ cc do sistema. lacao entre organizandy, rticipacéo dog © 208 servicos ou privilégios tide € um di- lo Estado. 0 3s servigos de melhoria das de uma cole- a sociedade ¢ um conjunto previdéncia, RAK Sistema Unicode Sade eas Leis Organica da Sade 7 Eqnidade De acordo com 0 Ministério da Satide agees € servisos de todos os niveis de caso requeira, mote o cidadio onde morar, sem privilégios ¢ sem bartetras’” E definida como igualdade no acesso aos scrvigos ¢ agées de anihe nar in tigo 196 da Constituigio Federal. © prinetpio da equidade aswepura gue « disponibilidade de servicos de saiide considere thes props populacionais ¢ individuos, a equidade significa “assegurar acorde com a complexidade que 0 as diferencas entre = grupos de modo : a priorizar aqueles que apresentam maior necessidade em funcao de situagio de risco © das ecdlgoerdiv ida ¢ saiide."” Nesse sentido, significa um principio de justica social buscando corrigir iniquidades sociais e em satide. Roncalli’ faz uma distin fo entre a equidade em sade e a equidade no consumo de servicos de saiide, assegurando que as desigualdades nos modos de adoecer ¢ morrer sio diferentes das desigualdades no acesso aos servigos de satide. Para 0 autor, as iniquidades em satide refletem desigualdades so- ciais que t@m determinantes mais complexos, nao sendo 0 acesso aos ser- | vigos de satide suficiente para diminuir as desigualdades no modo de viver ¢ adoecer, No entanto, considera que a politica assistencial proposta pelo | SUS, de modo a garantir acesso universal € equitativo, representa uma das | estratégias redistributivas de uma politica de protegao social Y Integralidade | E um principio do SUS compreendido a partir da Let 8.080", “como um. conjunto articulado e continuo de agées € servigos preventivos € curativos, inc viduais ¢ coletivos, exigido para cada caso, em todos os niveis de complexidade do sistema.” Para que haja integralidade da assistencia, se faz necessaria a articu- | lacao entre a prevengao, a promogao ¢ a recuperacao no cuidado prestado a cada | | cidadao que utiliza 0s servigos do SUS, além de agdes inerseroriis, INT BGRALIDADE | para o alcance de melhores niveis | de satide individual e coletiva. considera que a Ade de Carvalhe estados, « integralidade na satide tem duas prom | dimensées: a dimensao horizon- tal que se refere & acio de satide sie | em todos os campos, 0 que exige che fi cipio, o : a organizagio de todos 0s niveis cpio de atengao articulando-se a refe- ve réncia e contrarreferéncia entre édi gos de sat | osiservigas. des pequena;, média proposto e alta complexidade de forma poo 7 efetiva ¢ resoluta; e a dimensio ieeioehe | vertical que inclui a 1d, tinicg na munic | indivisivel, 0 que extrapola uma atengio fundamentada apenas no aspecto ig ¢ hierarq légico. Assim, pressupée um olhar para as questoes que cnvolvem o aft, considera bioldgico,o espiritual, o sociocultural, entre outras de cada pessoa que se cyt Cos Mattos* considera que a integralidade nao € apenas uma direti g ae os | SUS, definida constitucionalmente, mas uma bandeira de lu: lo poder fa que parte _ ae promocac | uma imagem objetivo, que se refere 2 um conjunto de valores pelos quit : 5 _ iad dades dos | vale a pena lutar, pois se relacionam a um ideal de sociedade mais juss, ae mais solidéria. Nesse sentido, propée trés conjuntos de sentidos ao term responsay | integralidade: 0 primeiro refere-se aos atributos das privicas profssionas Re! | satide; o segundo, aos atributos da organizacao dos servicos ¢ 0 terceiro, 3 autonomi Fespostas governamentais aos problemas de sade, jamento, | ,__Embora o termo integralidade possa representar diversos conccitescit _finaneeir | dicar diversas possibilidades de atencao ¢ organizacdo dos servicos de said | em principio, esta associado ao tratamento digno, respeitoso, com quali: de, acolhimento e vinculo." , idee drs el Y Descentralizacio | -se por niveis de atengio de com- Rete que regulament: lexidade crescente com fluxos REGio} enfrentamento < 2 NALIZA CE no SUS foi reg. assistenciais estabelecidos entre os servigos, de modo a garantir assis- | téncia integral ¢ resolutiva 4 popu- lagao. De acordo com 0 Ministério da Satide’, 0 acesso da populacio & rede deve iniciar-se pelo servico de atengao basica que deve estar qua- lificado para atender e resolver os principais problemas de satide que chegam nesse nivel. Os casos nao resolvidos nesse nivel devem ser referenciados para outros servicos que comportam maior complexi- dade tecnolégica. A tede regionalizada ¢ hierarquizada “permite um conhecimento mi dos problemas de satide da populacéo da drea delimitada, favorecendo de vigilancia epidemiolégica, sanitéria, controle de vetores, educayio« satide, além das aces de atengdo ambulatorial ¢ hospitalar em todos o* veis de complexidade.”? O tema da regionalizacao é alvo de normatizagio mais recent das portarias que regulamentam as NOAS 01/2001/2002 ¢ 0 Pas? | Satide de 2006 (Veja os capitulos 3 e 4) € Decreto n° 7.508 de 28 de) de 2011 (Veja anexo V). Satide contari, « Legislativo, com conselhos de sa espago puiblico conselhos ¢ nas relagio & elabor Os conseth cardter deliberat ras de governo conselhos de sa com a fungio d. de satide, inclus serem homolog eae verse TSOS me, rm: Ade Sade as Leis Onpinicas ela Sade sisoamenga’ / Participagao e controle soci Asicas edizs, © De acordo com © Minise fl | dita, | nistério da Satide, € a garantia constituciona Noma gs | MeMOREeSivane an S| ntidades representativas, participard do are de saitde, do controle e de sua | © local até o federal. Essa participacao do do conhecimento do proceso wiheddoenes dos servicos, estimulando a comunidade para o efetivo exercicio do controle social na gestéo do sistema.? Decode cont Roncill?, © concrole socal represents conpotificagto da processo de redemocratizaglo brasileira dentro das politicas piblicas fol um | Principio consttucional mals combatide apés a aprovagto da carta magna que | culminou no seu vero pelo presidente Fernando Collor de Mello na Lei 8.080 que regulamentaria esse principio. Somente com a Lei 8.142, que reseltow do | enfrentamento ¢ artculagao da sociedade civil, é que a questéo da partiipacio no SUS foi regulamentada. De acordo com a Lei 8.142, o Sistema Unico de Satide contard, em cada esfera do governo, sem prejuizos das fungées do Poder | Legislativo, com as seguintes instancias colegiadas: a conferéncia de satide ¢ os | conselhos de saiide.!” Essa Lei consolida assim a garantia de um importante | espaco ptiblico de controle social, mediante a participacio da populagio nos conselhos © nas conferéncias de satide, de modo a influir na gestéo pablica em relaglo a elaboragio, ao controle ¢ & fiscalizagéo das politicas puiblicas.'* Os conselhos de saide representam instincias de participagao popular de cariter deliberativo sobre os rumos das politicas piblicas de satide nas trés esfe- ras de governo — municipal, estadual ¢ federal. De acordo com a Lei 8.142, os conselhos de satide sao drgios colegiados de caréter permanente ¢ deliberativo, com a fungao de formular estratégias, controlar e fiscalizar a execucao da pol de satide, inclusive nos aspectos econdmicos ¢ financeiros, devendo suas decisoes | serem homologadas pelo poder executivo, em cada esfera de governo.'” PARTICIPACKO E CONTROLE SociaL. pitulo 3 y processo de formulasdo das politicas execusao, em diversos niveis, desde pressupée a democrat mento maior ecendo agoes educagio ¢™ todos 05 é cente at 9 Pacto P’ 28 de Jul? | pritica autoritéria ¢ clien- | telista que marca a gestao | metem a sua legitimacao cus: Sutera Unico de Side ~ancecdentes, perso, penpestias¢ destin ‘A composigio paritiria do conselho de saide nio foi desing, $:142. A sua composisao paritiria foi proposta pela resolugay 42) Conselho Nacional de Satide ¢ ratificada postetiormente pela ae de 2003 ¢ nas recomendagoes da 10* ¢ 11 Conferéncias Nacio, 3 de. A paridade estabelecida diz que 50% dos conselheiros dever sentantes do segmento dos usudrios € os outros 50% dos conselhe;,. fer constieuldos por representantes do segmento dos trabalhadonss” (2596) e do segmento dos gestores e prestadores de servigos, (2549 1% Em 2005, todos os municipios brasileiros tinham criado seus municipais de saide, toralizando uma média de aproximadamen conselheiros, dos quais cerca de 35.000 parti rios do SUS, ticipativas do pais.” Nao obstante, apesar dos avan- cos consideraveis, © fun- namento dos conselhos 199) 1 AM OF . formalizando assim a mais abrangente rede de insting,. MSTANCiag », antes represent; a de satide ainda representa um grande desafio, pela das politicas piiblicas no Brasil, inclusive do SUS, implicando dificuldades ¢ obsticulos que compro- ¢ eficdcia. As conferéncias de satide sao foruns também muito importantes para o proceso de democratizacao da politica de satide brasileira garantidas Lei 8.142/90 para regulamentar a participacao social no SUS As conferéncias de satide foram instituidas inicialmente pela Lei 1937 que estabeleceu a organizagio do Ministério da Satide ¢ Educa x ocasiao, as conferéncias tinham o papel de promover o intercambio de it miagoes entre a esfera federal ¢ as esferas estaduais ¢ facilitar a0 gove™” deral o conhecimento das atividades de educagio ¢ satide realizadas em © pais oe Para fins de controle ¢ regulacao de fluxo de recursos finance 0 aconteciam com bastante variavel. a participacao popular ¢ apresentavam period (usuarios sao A co usudrios os), pod de satide As confe Conferér Os ¢ instituci 8 popula 40 dos j avaliar a Tam de Municip re Conferén- udanga do lo SUS e contou com expressiva ndicatos, das universidades ¢ foi decisiva para a m brasileira. A Lei 8.142/90 estabelece que as confer vem acontecer a cada quatro anos, coy (usuarios, trabalhadores, gestores ¢ ma repres situagio de satide ¢ propor as diretri satide nos niveis correspondentes.™° A conferéncia nacional de satide deve ter Fepresentacio paritaria entre usudrios ¢ demais segmentos (trabalhador, Bestores © prestadores de servi- 05), podendo ser convocada pelo poder executive ou pelo proprio conselho de saiide ¢ deve ser precedida pelas conferéncias nos estados ¢ municipios. As conferéncias estaduais devem ter Periodicidade semelhante as nacionais ¢ as municipais devem ser bianuais, de aco Conferéncia Nacional de Satide. ordo com a recomendagao da 94 Os conselhos de saiide ¢ as conferéncias de satide constituem espacos institucionais importantes para o exercicio do controle social, possibilitando 4 populagao participar das decises, Propor ages © programas para a resolu- sao dos problemas de satide, fiscalizar a aplicacio dos recursos financeiros ¢ avaliar a qualidade da assisténcia oferecida pelos servicos dos SUS. ‘ Também participam do controle social do SUS 0 Conselho Nacional \V. de Secretérios de Satide (CONASS) ¢ 0 Conselho Nacional de Secreté Municipais de Saide (CONASEMS). ‘A Lei Onginica da Satide (8.080/90)? estabelece ainda outros principios do SUS: > preservagio da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade fisica e moral; > dircito das pessoas assistidas i informagio sobre sua sade; > divlgagao de informayGes quanto ao potencial dos services de side e sua utiliza pelo usury > integragio, em nivel executivo, das agies de saide, meio ambiente e saneamento bisico; > conjugagio dos recursos financeiros, tecnolégicos, materiais¢ humanos da Uniio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muniefpios, na prestagio de servigos de asisténcia 3 said da populasio; Se sus ‘Simtese dos Principios e Diretrizes do SUS > Universidade — Avera 0 aceso ¢ tods & poplasio 20 servgon de id, nlves de asinénci, sem preconcstos ou pivilépon de qualucr apg "ty > Equldade - Prconiea que s diponiblidade de servos de side conde, © grupos populaconss«indiiducs, de modo « priorcaragucs qu na Unicode Suide ~ antoeedemtes, pereuso, perspectives eden, 8 ica, PCa 6, dfondeny Princip de juts social ma busca de correo ds Iida ois com age > Imegrlidae -E compreenida “como um conjuno srtclad ecomtne de preventive curativos, individuais € coletivos, exigido para cada caso, ‘complexidade do sistema”, Para canto, preconiza-se a articulagio entre $10 € a recuperacéo no cuidado prestado a cada cidadso que utiliza os ‘esidade em fungio de sitagio de rsco © das condigoes de vida e sa ei my + Promos sever ss ge thal ¢ccletin, > Descentralzagio -Entenda como uma redisebuigio das responsabilidad qu. sersigos desde entre os ts nies de poverno— federal. estadual municipal, sah, de acées intersetoriais para o alcance de melhores niveis de said indivi Sieg Zig ad tra com dies Gea em cain fa de grea o- Ene na muniiplizaao na reyionalzaco ehierrquzasio da rede de servis de ate > Regionaizaao - Refers forma de oraniayio do ea de side com be tern € populaconal «visa uma adequada dstbuicio de servigos para a promosio da apis 4 desentializagio politico-adminis acess0, otimizacio dos recursos ¢ racionalidade de gastos" > Hiccarguizagio ~ Preconirase a organtzasdo do sistema de side por nivcs de ae ‘complenidade crescente com fluxos assistenciais estabclecidos servigor de mao ap ‘anti asssténcia integral e resolutiva & populagio, © acesso da populasio 3 rede deve inicn $e pelo servigo de atengio bisica que necessita estar qualificada para atender ¢ reshe a Principais problemas de saiide, encaminhando-se para outros niveis de atengio os cas ais resolucto necessita de servicos de maior complexidade recnolégica’": > Participacio e controle social ~ Garante a participagio da populacio, por meio de sus ext dades representativas, no processo de formulagio das politicas publicas de saide, do con € de sua execusio!. De acordo com a Lei 8,142/90 a participacio no SUS se di por meio &s Conferéncias de Satide e dos Conselhos de Saiide. Os Conselhos de Saide tepresentam isi dias de partcipasio popular de cardter permanente ¢ deliberativo sobre os ums as polka pabblieas de saiide nas urés esferas de governo (municipal, estadual e federal) ¢ sio consis por representantes dos usudtios, dos trabalhadores e prestadores dos servigos. As Confereacis Nacionais de Satide também sio instncias de Participagio ¢ controle social do SUS ¢ dew acontecer a cada quatro anos com a tepresentaséo dos vitios segmentos (usutios, taba res-e prestadores de servos) para avaliar a situacio de sade e discutir as ditetrins ¢ us| politica de sade no pais. Também participam do controle social do SUS © Conselho Neco! dd Sectetitios de Satide (CONASS) e o Conselho Nacional de Sccretiios Municipas de Sab (CONASEMS). Para gara legais, tém as os conhecime Além di direito a inf magoes sobri que afecam : ponsabilidad 4. Objetis SUS A Lei 8 objetivos gacio dos fa de politicas. a redugio di promosio, p com as prev satide. No arti conjunto de san > ass pe do > on > for bic hc > for co > pa sai > vi ~ co do

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