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REALISMO

O Realismo, movimento estético predominante no mundo ocidental no último quarto do


século XIX, surgiu como uma onda de oposição à subjetividade e ao individualismo da
tendência artística anterior, o Romantismo. Com a intenção de fazer da arte uma
representação fidedigna e verossímil da realidade, escritores, pintores, escultores, músicos e
dramaturgos privilegiaram a objetividade em suas obras, atentos à veracidade das situações
cotidianas. A passagem do Romantismo para o Realismo, corresponde uma mudança do belo e
ideal para o real e objetivo.

Realismo na literatura

Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam


retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e
idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes
revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano,
da impotência do homem comum diante dos poderosos. Em lugar do egocentrismo romântico,
verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão
subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem
distorções. Em lugar de fugir à realidade, os realistas procuram apontar falhas como forma de
estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis,
surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações.

Contexto histórico do Realismo

Madame Bovary, romance de Gustave Flaubert, publicado em 1857, é considerado pela crítica
literária a obra inaugural do movimento realista. Nesse ano, morria Auguste Comte, fundador
da filosofia positivista, a essa altura bastante popular na Europa.

Correntes científicas e a influência no Realismo

POSITIVISMO – Fundado por Auguste Comte, teve grande influência nas obras do Realismo e
no pensamento da época de modo geral: tratava-se de uma concepção de mundo científica,
que propunha que a apreensão da realidade deveria ser objetiva, empírica, como nos
procedimentos de análise das ciências naturais.

DARWINISMO (Evolucionismo) - Foi nessa época que Charles Darwin publicou seu livro A
origem das espécies (1859), cuja teoria evolucionista influenciou diversas áreas do saber,
incluindo a literatura. A ideia de que os seres vivos passam por um processo de seleção
natural, que determina as espécies que sobrevivem e as que são extintas, estendeu-se para a
dimensão das relações humanas: é o chamado darwinismo social. É a “lei do mais forte”.

DETERMINISMO - Teoria filosófica, fundada por Hipólito Taine, que afirma que as escolhas e
ações humanas acontecem por relações de causalidade, e não em virtude do livre-arbítrio. O
determinismo científico entendia que o homem era determinado pela raça, pelo contexto
histórico (momento) e pelo ambiente (meio) em que vive; é outro pensamento preconceituoso
à serviço da estratificação social.

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