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2.

ENSAIO DE EMBUTIMENTO (sheet metal testing - Erichsen method)

A conformação de chapas é uma das tecnologias de produção mais antigas. É usada para transformar uma
peça bruta de chapa plana em sua forma final. Na tecnologia de conformação, as chapas finas são
trabalhadads em vários processos de fabricação, como laminação, forjamento em molde aberto, repuxo
profundo e dobra, entre outros.

Figura 01: Bobinas de chapas de aço

Os métodos de teste para conformação de chapas metálicas fornecem dados importantes para o
processamento do metal. São diversas as modalidades de testes, sendo os ensaios de embutimento pelos
métodos Erichsen e Olsen os mais clássicos, utilizados para determinar a ductilidade de chapas e tiras de
metal.O processo de conformação usado para este teste registra essencialmente a capacidade de
alongamento do material metálico. As bordas são mantidas e, portanto, não são afetadas, ou apenas
ligeiramente afetadas, pela conformação. A amostra é conformada até que ocorra uma ruptura que percorra
toda sua espessura e seja larga o suficiente para permitir que a luz passe por parte de seu comprimento.
A profundidade medida, que corresponde ao percurso do penetrador até a ruptura da chapa, é o resultado
do teste. São realizados pelo menos três testes e o valor médio da profundidade é indicado em milímetros.

A metodologia de ensaio descrita a seguir é uma síntese extraída da Norma ABNT NBR 16281:2014.

2.1. Norma

ABNT NBR 16281:2014 – Determinação do índice de embutimento em chapas de aço pelo método Erichsen
modificado

2.2. Método

ERICHSEN

2.3. Aplicação

Chapas de aço.

Avaliar a deformabilidade de materiais destinados a operações de conformação - Espessuras de 0,3mm a


5,00mm

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2.4. Penetrador

Esfera de 20mm de diâmetro. Deve ser polida, recomendando-se para isso uma camada de cromo duro. O
corpo do penetrador deve ser de tal forma que, ao se realizar o ensaio, somente o extremo esférico entre
em contato com a superfície do corpo de prova e que possa ser livremente extraído. O penetrador não
pode girar durante o ensaio.

Figura 02: Dispositivos para o ensaio de embutimento

2.5. Princípio da medição

Consiste em deformar, com um penetrador provido de um extremo esférico, um corpo de prova preso entre
uma matriz e um anel de fixação, até ocorrer o início de ruptura, a fim de se determinar a profundidade da
calota produzida.

Figura 03: Seção transversal de teste de embutimento e detalhe

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2.6. Conceituações, símbolos e designações

Índice de embutimento: Profundidade de embutimento ou percurso do penetrador desde a posição ‘zero’


até o início da ruptura do CDP, em mm.

Ruptura: Separação de material por toda sua espessura, permitindo a passagem de luz em pelo menos
parte de sua extensão. Em geral, o início da ruptura é acompanhado por uma queda do esforço suportada
pelo CDP e, em alguns casos, por um ruído perceptível. A queda do esforço também pode ser considerada
como critério de fim de ensaio. Em casos de arbitragem, adota-se o critério de ruptura do CDP.

Simbologia:

- IE nos casos em que a espessura nominal da chapa for de 0,3mm a 2,0mm inclusive;

- IE40 nos casos em que a espessura nominal da chapa for maior que 2,0mm e menor ou igual a 5,0mm.

Exemplos:

IE = 7,2 mm = índice de embutimento de 7,2, ou seja, trajeto percorrido pelo penetrador equivalente a
7,2mm de profundidade, realizado em chapa fina.

IE40 = 9,6 mm = índice de embutimento de 9,6, ou seja, trajeto percorrido pelo penetrador equivalente a
9,6mm de profundidade, realizado em chapa grossa.

2.7. Corpo de prova

A superfície do corpo de prova deve ser plana e de dimensões tais que o centro de qualquer embutimento
não esteja situado a menos de 45mm de qualquer borda do mesmo e se situe, pelo menos, à 90mm do
centro do embutimento mais próximo, sempre que as dimensões da chapa o permitam. Na região em que
o corpo de prova foi cortado, não pode haver distorções que interfira em sua colocação no aparelho.

O corpo de prova não deve ter sofrido qualquer tratamento que interfira nas características mecânicas do
material.

A quantidade de CDP deve ser estabelecida na especificação da chapa.

Ambas as superfícies do corpo de prova devem ser lubrificadas com graxa grafitada ou vaselina.

Espessura:

- Chapas finas - espessura nominal de 0,3mm a 2,0mm, inclusive;

- Chapas grossas - espessura nominal maior que 2,0mm e menor ou igual a 5,0mm.

2.8. Temperatura de ensaio

Ambiente (entre 15°C e 30°C)

2.9. Características das máquinas e acessórios

A máquina de ensaio deve constar de uma matriz, um anel de fixação e um penetrador, acoplado a um
dispositivo de medição de seu curso, com graduação de 0,1mm. O sistema de aperto do anel de fixação do
CDP deve permitir a leitura da carga aplicada. Máquinas antigas, fixar mediante forte pressão de
atarraxamento. A construção da máquina deve ser tal que permita determinar com precisão o momento
no qual se dá a ruptura.

A matriz e o anel de fixação devem possuir alta resistência ao desgaste e uma dureza Vickers superior a
750HV.

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2.10. Ensaio / velocidade

Determinar a espessura do corpo de prova com aproximação de 0,01mm.

Antes do corpo de prova ser colocado na máquina de ensaio, lubrificar suas faces e a superfície do extremo
esférico do penetrador com graxa grafitada. O uso de outro lubrificante (ex: vaselina) deve ser acordado
e registrado no relatório.

Fixar o corpo de prova entre o anel e a matriz com carga de 1000kgf = 10.000N.

Em máquinas de construção antiga, nas quais não se possa medir a carga de fixação, a fixação do corpo
de prova pode ser conseguida mediante forte pressão de atarraxamento (equivalente a 1.000kgf =
10.000N)

Colocar o penetrador em contato com a superfície do corpo de prova, sem choques, sendo este o ponto
inicial a partir do qual será medida a profundidade da penetração.

Deformar em seguida o corpo de prova, sem choques e vibração, com velocidade de penetração entre
5mm/min e 20mm/min.

Na fase final a velocidade deve ser reduzida para o limite inferior, para maior perceptibilidade do início de
ruptura.

No exato momento de ruptura determina-se o percurso do penetrador com aproximação de 0,1mm.

2.11. Distâncias entre os centros de embutimento

O centro de qualquer embutimento não pode estar situado a menos de 45mm de qualquer borda do mesmo
e nem a menos de 90mm do centro do embutimento mais próximo, sempre que as dimensões da chapa o
permitam.

Figura 04: Teste de embutimento em chapa de metal

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2.12. Relatório de ensaio

- Referência a norma de ensaio;

- Dados que permitam a identificação do material do qual foi retirada a amostra;

- Temperatura do ambiente de ensaio quando não for entre 15°C e 30°C;

- Espessura de chapa com aproximação de 0,01mm, expressa pelos seus valores médios e extremos;

- Índice de embutimento IE e IE40 com aproximação de 0,1mm, expresso pelos seus valores médios e
extremos;

- Lubrificante, caso não seja o recomendado por esta norma. Se usar vaselina, constar no relatório.

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ANEXO - Determinação do grau de embutimento

12,4

12
1
2
11,6
3

11,2

10,8
EMBUTIMENTO (mm)

10,4
4

10

9,6

9,2

8,8

8,4

7,6

7,2

. 0,5 1,0 1,5 2,0

ESPESSURA (MM)

Figura 05: Determinação do grau de embutimento


Fonte: Adaptado do Catálogo Usiminas, 1972.

Curva 1 (EEP) estampagem profunda resistente ao envelhecimento. Peças que exigem estampagem
profunda tais como: painéis, parte externa de automóveis, acessórios, etc.

Curva 2 (EP) estampagem profunda. Parte externa de veículos, aparelhos eletrodomésticos, aparelhos de
transmissão, implementos agrícolas e outras peças que exigem estampagem profunda.

Curva 3 (EM) estampagem média. Parte externa de veículos, vagões, peças para refrigeradores, aparelhos
de comunicação, aparelhos eletrodomésticos e quaisquer outros que exigem estampagem média.

Curva 4 (QC – Qualidade Comum) estampagem leve. Peças e parte externa de veículos, máquinas em
geral, vagões, móveis de aço, diversos tipos de recipientes, peças que exigem estampagem leve e
dobramento simples.

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MATERIAIS / SITES CONSULTADOS:

• ABNT NBR 16281:2014 – Determinação do índice de embutimento em chapas de aço pelo método
Erichsen modificado
• Determinação do grau de embutimento - Catálogo Usiminas, 1972.
• https://www.zwickroell.com/en/materials-testing/sheet-metal-testing

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