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103 Sobre o "objetivismo" dos valores no direito natural moderno, cf. MATZ, Rechtsgefühl
e objetivo Werte. Ein Beitrag zur Kritik des wertethischen Naturrecht, Munique, 1966, pp. 23 e
segs., 50 e segs., 81 e segs.
104 Sobre o assunto, cf. WEINBERGER, Rechtslogik. Versuch einer Anwendung moderner
Logik auf das juristische Denken, cit., nota 44, pp. 307 e segs.; RÖDIG, Die Theorie der
gerichtlichen Erkenntnisverfahrens, cit., nota 29, pp. 59 e segs.
105 Cf. ESSER, Vorverständnis und Methodenwahl in der Rechtsfindung, cit. Nota
12, pág. 23, 103 e segs.; HASSEMER, op. cit., nota 44, p. 49 e 89.
106 Sobre a lógica do raciocínio avaliativo ver infra, § 3º, alíneas d) ee).
107 Sobre o conceito de sistema de valores e sobre o papel que ele desempenha como
base de avaliação, cf. WEINBERGER, Rechtslogik. Versuch einer Anwendung moderner Logik
auf das juristische Denken, cit., nota 44, pp. 297 e 300; ESSER, Vorverständnis und
Methodenwahl in der Rechtsfindung, cit. nota 12, pág. 161 e segs.
108 Sobre o papel dos valores constitucionais como princípios norteadores da
eleições do juiz cf. por exemplo GOTTLIEB, op. cit., nota 12, p. 145 e segs.
109 Ver em particular, supra, cap. III, § 2.
110 Os conceitos de motivação “verdadeira” e “fictícia” requerem alguns esclarecimentos
à luz do que apontamos no texto. Se por verdade dos motivos se entende a sua correspondência
com os motivos reais que determinaram a decisão, segue-se que a motivação é fictícia ou
falsa em todos os casos em que tais razões não estejam fielmente expressas na motivação
(neste sentido cf.
BRÜGGEMANN, Die richterliche Begründungspflicht. Verfassungsrechtliche
Mindestanforderungen an die Begründung gerichtlicher Entscheidungen, Berlim, 1971, p. 86;
BRECHER, “Scheinbegründungen und Methodenehrlichkeit im Zivilrecht”, em Festschr. Fur A.
Nikisch, Tübingen, 1958, pp. 277 e segs.; CARNELUTTI, “Falsa motivazione di sentenza”, in
Rivista di Diritto Processuale Civile, 1941, tomo I, p. 357). Por outro lado, trata-se de uma
qualificação de pouca relevância tanto porque é impossível verificar se tal correspondência
realmente subsiste, quanto porque levando em conta a diversidade e assimetria entre o
raciocínio decisório e o discurso justificativo mencionado acima, seria necessário concluímos
que a motivação é sempre, no máximo, fictícia. É possível, no entanto, falar de motivação
fictícia, em um sentido diferente do termo, quando a motivação não é consistente com a
gênese e com a natureza do enunciado que está tentando justificar: por exemplo, se o
enunciado representa uma hipótese escolhida discricionária pelo juiz dentro de um leque de
várias alternativas, é fictício o
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motivação que tende a configurar tal afirmação como a única solução possível para um
problema, e não justifica a escolha da qual deriva tal solução. Da mesma forma, a motivação
que elimina ou oculta os componentes avaliativos da decisão pode ser classificada como
fictícia, priorizando exclusivamente os aspectos lógicos, jurídicos e conceituais (a partir dos
quais as acusações de Scheinkonstruktion e Begriffsmaskerade que foram feitas contra a
práxis predominante, por exemplo, por HECK, Begriffsbildung und Interessenjurisprudenz,
editado por R. Dubischar, Bad Homburg vd Höhe-Berlin-Zurich, 1968, pp. 95). Nesse sentido,
é fictícia a motivação que não expressa e não justifica as escolhas essenciais das quais a
decisão é tomada, e que condiciona o resultado final do raciocínio decisório.
112 Essa definição da decisão tem sua origem no campo da teoria dos limites objetivos
da sentença, na qual se configurou como instrumental no que diz respeito à exclusão da
chamada "julgamento fundamentado" e a conseqüente restrição do efeito da coisa julgada
na entrega do crédito. Nas partes posteriores do texto, não nos referiremos a essa definição,
que não tem utilidade sob o aspecto que nos interessa, mas as expressões "decisão" e
"julgamento" serão entendidas a menos que haja detalhes específicos, como relativos a o
contexto dos enunciados acima definidos no § 2º, alínea e), em que se expressam as
escolhas finais do juiz sobre as questões contidas no thema decidendum.
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verdadeira, a proposição que afirma a é verdadeira). Por outro lado, os enunciados (N), que
expressam a interpretação da norma (ou seja, o sentido que lhe é atribuído) afirmam que, sendo
certos fatos certos, produzem-se certos efeitos jurídicos. Estes assumem então a forma (Va) C (=
se um fato que pode ser enquadrado na classe A é verdadeiro , verifica-se o efeito (C). necessidade
de os enunciados factuais (H) declararem a existência de um fato pertencente à categoria A
definida nos enunciados normativos (N).
115 O termo “implicação” não é usado em nenhum de seus múltiplos significados específicos
(sobre os quais ver em geral PASQUINELLI, Introduzione alla logica simbolica, Turim, 1957, pp.
56 e segs., 70 e segs., e 104 e segs. .), mas em seu sentido mais genérico, segundo o qual indica
a situação em que um enunciado está vinculado a outro de tal forma que seria incongruente
afirmar o primeiro e negar o segundo (cf.
STRAWSON, Introdução à teoria lógica, trad. it., Turim, 1961, p. vinte e um). Dentro dessa
definição, obviamente há espaço para que o vínculo de implicação surja de diferentes maneiras
nos diferentes tipos de relação que constituem o esquema discutido no texto.
116 A abordagem perelmaniana leva a uma consequência desse tipo (ver acima, cap. IV, §
3), segundo a qual o raciocínio jurídico em geral, e a motivação em particular, só poderiam ser
qualificados como tipos, ou protótipos, de discurso retórico-persuasivo. argumentação. Aplicada
ao contexto das afirmações que estamos considerando, essa abordagem inevitavelmente produz
corolários aberrantes: por exemplo, levaria à afirmação de que a decisão final expressa em (C2)
não é uma consequência lógica de H, N e C1 e não é racionalmente fundamentadas nessas
afirmações. , ao contrário, elas servem apenas para obter consenso sobre (C2), independentemente
de qualquer conexão contextual entre as várias afirmações.
117 Não se deve esquecer que a justificativa de (C2) não se constitui apenas por sua
derivação dos demais enunciados do contexto, pois a determinação do efeito jurídico inerente à
situação concreta também exige, mesmo descendendo da norma, escolhas que se materializaram
pelo juiz (ver supra, § 2º, alínea e). Neste caso, a justificação de (C2) requer um raciocínio não
dedutivo, completamente análogo ao que fundamenta, em geral, as escolhas interpretativas (cf.
WRÓBLEWSKI, op. e loc. ult. cit.), que encontra o seu premissas próprias nas pautas eleitorais a
que o juiz se refere ao interpretar a parte da norma em que se define o efeito jurídico que ela
produz.
118 Cf. a este respeito LIEBMAN, “'Parte' o 'capo' di sentenza”, in Rivista di Diritto
Processuale, 1964, pp. 54 e segs.
119 É essencial, em essência, que no contexto de uma mesma frase seja respeitado o
princípio básico da não contradição entre os enunciados, pois, do contrário, verificar-se-ia uma
situação de ambiguidade radical no discurso como um todo (sobre o assunto ver MERMIN,
"Functionalism, Definition, and the Problem of Contextual Ambiguity", em Le raisonnement
juridique, Actes du Congrès Mondial de Philosophie Sociale, Bruxelas, 1971, p. 324).
120 Falamos de preconceito “lógico” para especificar que não pretendemos nos referir à
noção comum de preconceito “legal”, segundo o qual uma questão de preconceito só é levantada
quando se pretende resolver apenas pela mera cognitio, e também ser adequado para constituir o
objeto de um processo autônomo.
Sobre a distinção entre os dois conceitos na doutrina predominante, cf. MENESTINO,
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124 Ver nota 116 supra , sobre a eventual necessidade de fundamentação específica sobre
o ponto.
125 Sobre a distinção entre justificação interna e externa, cf. WRÓBLEWSKI, “Decisão
Judicial e Justificativa”, cit., nota 113, pp. 412 e segs.; sobre a distinção entre justificação
primária e secundária cf. TEBALDESCHI, “Justificação e justiça como tópicos da 'nova retórica'”,
in Archiv für Rechts- und Sozialphilosophie, n. 54, 1968, pág. 91. Em geral, quanto à exigência
de distinção entre dois graus de justificação, cf. também SHUMAN, “Justification of Judicial
Decisions”, in California Law Review, n. 59, 1971, pág. 723 e segs.; WASERSTROM, op. cit.,
nota 18, p. 138 e segs. Na mesma ordem de ideias, propõe-se a análise do procedimento de
justificação realizado a nível geral, mas com exemplificações de natureza jurídica, por TOULMIN,
op. cit., nota 5, p. 97 e segs., onde se distingue entre a justificação de uma inferência com base
em critérios adequados (warranting) e a justificação da assunção dos referidos critérios (backing
of warrants).
126 Cf., com particular referência à necessidade de determinar as diretrizes de escolha e
os pressupostos avaliativos que elas implicam, WRÓBLEWSKI, op. último cit., pág. 414.
127 Para uma análise bastante extensa do esquema lógico da justificação de primeira parte
grau cfr. TOULMIN, op. cit., loc. último cit.
128 Não é supérfluo precisar que isso não pressupõe a adoção de uma concepção lógica
ou formalista de interpretação (sobre a qual, ver, por exemplo, TARELLO, “Formalismojuridical”,
in Diritto, enunciati, usi, cit., pp. 37). e segs.), se não por outro motivo, porque não se pretende
que a interpretação se dê exclusivamente segundo operações lógicas (com efeito, ver supra, §
2, alínea b). Ao contrário, afirma-se que, qualquer que tenha sido o verdadeiro processo
interpretativo, o requisito de motivação exige que a interpretação da norma seja logicamente
justificada com base em critérios hermenêuticos que o juiz alega ter utilizado; Não se trata,
então, da lógica do procedimento interpretativo, mas da lógica do discurso em que se justifica o
resultado desse procedimento. Um problema diferente (no que diz respeito àquele em que se
enquadra propriamente o problema do formalismo) é o que diz respeito à natureza dos critérios
hermenêuticos utilizados numa função justificadora. Haverá então uma justificação lógica para
a interpretação se o juiz a basear em critérios meramente lógicos; Pelo contrário, haverá uma
justificação valorativa se o juiz exprimir os juízos de valor implícitos na utilização de ditos
critérios, ou que em qualquer caso estejam na base da escolha interpretativa. Em todo o caso,
segue-se que a condição mínima para que a justificação subsista é que sejam enunciados os
princípios interpretativos em que se baseia essa escolha, uma vez que a sua validade só pode
ser controlada em relação a tais princípios ( ver WRÓBLEWSKI, op.ult.cit ., página 414; id.,
“L'interprétation en droit: théorie et idéologie”, cit., nota 14, página 62; id., “Raciocínio jurídico
na interpretação jurídica”, cit., nota 39, p. 11) .
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maneira logicamente correta. Da mesma forma, em qualquer caso, as escolhas cognitivas são
válidas na medida em que são controláveis com base nos dados e critérios de conhecimento
estabelecidos na motivação (cf. WRÓBLEWSKI, "Legal Decision and It's Justificação", cit. ., nota
113, pág. 416; id., “Facts in Law”, cit., nota 60, pp. 162 e segs.).
130 Cf. GOTTLIEB, op. cit., nota 12, p. 71 e segs., 103 e segs., 159 e segs. Analogamente
cfr . WRÓBLEWSKI, “Raciocínio jurídico na interpretação jurídica”, cit., nota 39, pp. 26 e
seguintes; DOYLE, "Princípios e Políticas na Justificação da Decisão Jurídica", em Le
raisonnement juridique, Actes du Congrès Mondial de Philosophie Sociale, Bruxelas, 1971, pp.
258 e segs.; JENKINS, “A Estrutura da Tomada de Decisões Jurídicas”, ibid., pp. 289 e segs.
Sobre o erro que consiste em considerar que o ceticismo sobre a racionalidade do juízo deve
implicar a negação de qualquer função de racionalização das diretrizes de escolha ao nível da
motivação (erro que deriva essencialmente da negação da distinção delineada no texto ), cf. em
particular WRÓBLEWSKI, op. último cit, pág. 27.
131 Cf. AOMI, “The Regulatory Function of Logic in Legal Decisions”, cit., nota 6, pp. 195 e
segs.
132 Dado que as máximas da experiência costumam fornecer critérios meramente indutivos
(ver supra, § 2, alínea c), refletem-se sérias incertezas sobre este ponto que, ao nível metodológico
geral, têm a ver com o problema da chamada justificação para indução. Quanto ao que nos
interessa, no entanto, o problema geral não é relevante (sobre o qual cf. STRAWSON, op. cit.,
nota 115, pp. 320 e segs.; SKYRMS, Choice & Chance. An Introduction to Induced Logic,
Belmont, Califórnia , 1966, pp. 28 e segs.). Ao contrário, vale ressaltar que a validade lógica da
justificação indutiva de primeiro grau é predominantemente admitida, ou seja, aquela que
fundamenta suas conclusões em critérios de natureza indutiva, pelo menos sob o aspecto de sua
adequação para fornecer uma base razoável para escolhas comportamentais (cfr. por exemplo
STRAWSON, op. cit., nota 115, pp. 300 et seq.; SKYRMS, op. cit., pp.131 et seq.; KYBURG,
Probability and the Logic of Rational Belief , Middletown, Connecticut, 1961, pp. 305 e segs.).
Mais incerta é a solução para o problema da justificação de segundo grau que é inerente à
assunção dos critérios em que se baseia a inferência indutiva; no sentido de que uma justificação
lógica de tipo indutivo também é possível neste nível cf. por outro lado KYBURG, op. cit., pág.
310 e segs.
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fundado nele. Isso explica a afirmação de que, em relação à estrutura formal, a justificação
extralegal é muito semelhante à jurídica, visto que ambas implicam uma relação de coerência da
escolha que deve ser justificada, com um critério justificativo (cf.
TAMMELO-PROTT, op. cit., pág. 416 e segs.).
136 Em particular, no que se refere às orientações ditas de segundo grau ou “preferenciais”,
que condicionam a escolha e aplicação de critérios interpretativos e que, portanto, constituem a
base da justificação de segundo grau, cf.
WRÓBLEWSKI, “L'interprétation en droit: théorie et idéologie”, cit., nota 14, p. 61. A distinção
entre as duas categorias norteadoras é também de essencial relevância na análise do discurso
justificativo, bem como no procedimento interpretativo. Isso permite, com efeito, colocar no
campo da justificação de primeiro grau os cânones hermenêuticos comuns que costumam ser
incluídos sob o título de "lógica jurídica", e considerar que nesse nível se pode falar de justificação
logicamente válida. Además, éste permite precisar que el momento estrictamente valorativo de
la justificación es el de la justificación extralegal inherente a la elección y al modo de uso de esos
cánones, debido a que es en este segundo nivel en donde emergen con importancia determinante
las elecciones ideológicas del juiz.
138 Na base desse conceito de racionalidade está a concepção de “razão” como síntese
dos princípios inerentes à retidão das operações intelectivas, típicas da tradição filosófica e
científica (cf. TAMMELO, Rechtslogik und materiale Gerechtigkeit, cit ., pp. 80 e segs.), segundo
a qual a racionalidade de um argumento deve ser pesada essencialmente contra os cânones que
determinam sua validade lógica.
139 Sob este aspecto, o critério para avaliar a idoneidade da justificação não é sua estrutura
lógica ou argumentativa, mas a correspondência de seu conteúdo, e particularmente das escolhas
substantivas que ela implica, com uma teoria ou ideologia de justiça. cf. ESSER, op. ult., cit., pp.
139 e segs. Em relação ao problema da motivação, não é importante que essa teoria ou ideologia
possa ser considerada racional em si mesma. A referida qualificação tem a ver com a definição
teórica ou ideológica da justiça e dos demais valores que lhe estão ligados ou que lhe são
instrumentais, mas não afeta a função que a referência a eles tem ao nível de justificação
discurso. A motivação não é "materialmente" racional na medida em que se baseia em valores
que podem ser definidos a priori como "de acordo com a razão"; Isso seria consistente com uma
concepção de direito natural que permanece estranha ao problema aqui
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140 Por lógica do razoável entendemos a lógica do raciocínio “prático”, não entendido,
porém, no sentido perelmaniano de mera argumentação persuasiva, mas no sentido,
clarificado especialmente pela filosofia moral inglesa de derivação analítica, de lógica do
deliberação racional e sua justificação. Sobre os conceitos de juízo prático ou prudencial
e sua análise estrutural, cf. Gauthier, Raciocínio Prático. The Structure and Foundations
of Prudential and Moral Arguments and their Exemplification in Discourse, reimpressão,
Oxford, 1966, especialmente pp. 9 e segs., 43 e segs., 155 e segs.; Gottlieb, op. cit., nota
12, p. 14 e segs., 23 e segs., 66 e segs.
141 As análises dedicadas aos modos típicos de argumentação jurídica são
regularmente escassas no que diz respeito à identificação dos erros lógicos em que pode
incorrer. Para uma análise bastante exaustiva a esse respeito, cf. por outro lado,
SCHNEIDER, Logik für Juristen. Die Grundlagen der Denklehre und der Rechtsanwendung,
Berlim-Frankfurt am Main, 1965, pp. 217 e segs. A necessidade e possibilidade de uma
"teoria dos erros" da argumentação jurídica tem uma importância notável, muitas vezes
não adequadamente reconhecida, do ponto de vista metodológico geral; se de fato, pode-
se reconhecer que os argumentos jurídicos não são lógicos no sentido estrito (neste
sentido TARELLO, “I ragionamenti dei giuristi tra teoria logica e teoria dell'argomentazione”,
cit., nota 1, pp. 426 e ss. , ver inversamente KALINOWSKI, “Philosophie et lógica de
l'interprétation en droit.
Remarques sur I'interprétation juridique, ses buts et ses moyens”, cit., nota 40, p. 47), a
possibilidade de identificar os motivos da invalidade lógica (lato sensu) impede, em todo
caso, sua redução à categoria de meros argumentos retóricos. Por outro lado, deve-se
enfatizar que, pelo menos em consonância com o princípio, os argumentos tradicionais
podem ser vistos como premissas de inferências lógicas indutivas cf. nesse sentido
HOROVITZ, La logique et le droit, cit., p. 49.
142 Cf. PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, Trattato dell'argomentazione. A nova
retórica, trad. it., Turim, 1966, p. 19 e segs., 48 e segs. e passim. Deve-se enfatizar que a
análise de Perelman dos tipos e formas de argumentação retórica prescinde completamente
de qualquer consideração sobre a validade do argumento, e se dirige exclusivamente à
individuação desses argumentos, e de suas modalidades de uso, que apresentam
justamente maior capacidade de persuasão. eficácia (a análise de Perelman das formas
de discurso é indicativa a este respeito, ibidem, pp. 157 e segs.).
143 Perante esta constatação, a afirmação da exigência de que as conclusões
retóricas devem ser logicamente possíveis, e que a sua eficácia persuasiva não depende
de vícios lógicos, é meramente volúvel (cfr. STONE, “Reasons and Reasoning in Judicial
and Juristic Argument”, em Ruth , Law Review, No. 18, 1964, p. 772). Com efeito, ou se
admite que a argumentação retórica deve respeitar certas condições lógicas, mas isso
dispensa completamente o aspecto de eficácia persuasiva, e implica transferir a
argumentação para um nível pelo menos quase-lógico (o que, pelo contrário, é possível apenas para
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um setor limitado de argumentos e, em qualquer caso, não tem relevância sob o aspecto
teórico; cf. PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, op. cit., nota 142, p. 203 e segs.); ou
então, se a referência for feita no momento da eficácia persuasiva, o aspecto de sua validade
lógica ou nulidade não tem relevância.
144 Sobre o uso da referida fórmula, predominante na simbologia da lógica indutiva, cf.
CARNAP, Fundamentos Lógicos da Probabilidade, 2º. ed., Chicago, 1951, p. 24, 138 e segs.
145 A fórmula é equivalente e retoma a terminologia e os símbolos da proposta
por TOULMIN, op. cit., nota 5, p. 99.
146 Cf. AOMI, “The Regulatory Function of Logic in Legal Decisions”, cit., nota 6, pp.
195 e segs.
147 Cf. SCHNEIDER, cit., nota 141, p. 103.
148 Para exemplos de interpretação dedutiva cf. ENGISCH, Logische Studien zur
Gesetzesanwendung, cit., nota 22, p. 16. Em geral, sobre a doutrina dedutiva da interpretação,
ver ante, cap. IV, § 1. Ao nível do discurso justificativo, a utilização de critérios hermenêuticos
baseados em premissas dedutivas representa uma das características peculiares do estilo
“lógico”, sobre o qual ver infra, alínea f).
149 Sobre a distinção entre diretrizes linguísticas, sistêmicas e funcionais, cf.
WRÓBLEWSKI, “L'interprétation en droit: théorie et idéologie”, cit., nota 14, p. 60.
150 A configuração indutiva da justificação, segundo a qual consiste em apresentar
razões que confirmam a sustentabilidade de uma hipótese interpretativa, permite especificar
em que consiste o cerne da justificação do enunciado interpretativo. Por um lado, o
"fundamento" ou "confirmação" que se atribui a tal afirmação não equivale à certeza dedutiva
da conclusão "comprovada". Ao contrário, pode-se falar de “aprovação”, mais ou menos
amplamente dependendo do número e da natureza dos elementos interpretativos utilizados
pelo argumento, que pode ser completo mesmo sem ser equivalente a uma prova dedutiva,
ou incompleto quando fornece a hipótese com grau de fundamentação racional menos
intenso (cf. a este respeito STRAWSON, op. cit., nota 115, pp. 300 e ss.). A base para a
justificação, portanto, consiste em declarações de garantia (sobre as quais ver extensivamente
FOGELIN, Evidence and Meaning.
Studies in Analytic Philosophy, Londres, 1967, p. 9 e segs.), que expressam o suporte
probatório disponível para a afirmação que deve ser justificada. Por outro lado, o grau de
confirmação lógica que a justificação indutiva proporciona a uma afirmação não deve ser
confundido ou reduzido ao grau de “força” persuasiva que um argumento ou um conjunto de
argumentos pode ter no sentido de suscitar o consenso do público sobre a mesma afirmação
(sobre a qual ver PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, op. cit., nota 142, pp. 483 e segs.).
O primeiro conceito tem a ver, com efeito, com a forma lógica do argumento e a base racional
que ele fornece à plausibilidade da hipótese, enquanto o segundo tem a ver apenas com o
perfil diverso da eficácia retórica do argumento. A distinção entre declarações de garantia
como bases de justificação lógica e argumentos como instrumentos de persuasão retórica é
claramente formulada por FOGELIN, op. cit., pág. 101 e segs.
151 Sobre a distinção entre as duas hipóteses , cf. mais amplamente TARUFFO, Studi
sulla rilevanza della prova, cit., nota 28, pp. 192 e segs.; id., “Certezza e probabilità nelle
presunzioni”, cit., nota 61, c. 87 e segs.
152 Na verdade, a justificação de uma afirmação factual frequentemente requer uma
série de inferências indutivas interligadas. O caso típico é aquele em que o factum probans
(= ec na terminologia utilizada no texto) é expresso por uma afirmação que deve ser
justificada indutivamente. Nesse caso, o
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afirmação inerente a (ec) representa uma outra hipótese (h) que deve ser confirmada com base
em outros elementos (= ecn + mn) e é aceitável na medida em que lhe atribuam uma base racional
suficiente. Para uma análise mais ampla dessa situação, ver TARUFFO, Studi sulla rilevanza della
prova, cit., nota 28, pp. 164 e segs.
153 Uma quarta hipótese, em que há norma que estabeleça de forma vinculante a diretriz
hermenêutica que o juiz deve utilizar, não é considerada, dada sua escassa relevância no conjunto.
No que se refere à verificação dos fatos, a hipótese equivalente é a dos padrões probatórios
jurídicos, que estabelecem os critérios aos quais o juiz deve se ater ao estabelecer a “verdade” do
fato. Nesses casos, pode-se falar de justificação legal, ou seja, com base na referência à norma
que determina o critério que deve ser utilizado na justificação de primeiro grau. É evidente, por
outro lado, que isso não encerra o problema, pois essa norma também deve ser interpretada, e as
escolhas do juiz a esse respeito também devem ser justificadas. Sobre a situação de determinação
normativa das diretrizes de primeiro grau, cf. WRÓBLEWSKI, “Decisão Judicial e Justificativa”, cit.,
nota 113, pp. 414 e segs.
154 Cf. HORN, “Zur Bedeutung der Topiklehre Theodor Viehwegs für eine einheitliche
Theorie des juristischen Denkens”, cit., nota 47, p. 607.
155 Esse tipo de argumento não coincide com o argumento teleológico familiar à hermenêutica
tradicional, segundo o qual a norma deve ser interpretada de acordo com os fins perseguidos pelo
legislador (cf. TARELLO, “I ragionamenti dei giuristi tra teoria logica e teoria dell ' argomentazione”,
cit., nota 1, p. 429), na medida em que se refere não ao fim que está implícito na norma, mas ao
resultado interpretativo que o juiz persegue com a adoção de determinado critério hermenêutico.
O argumento teleológico tradicional deve ser considerado antes como uma manifestação, que não
é a única, da justificação teleológica referida no texto.
156 Sobre o conceito de Zweckrationalität subjacente a este tipo de justificação, cf.
extensivamente ESSER, Vorverständnis und Methodenwahl in der Rechtsfindung, cit. nota 12,
pág. 62 e segs., 141 e segs.
157 Cf. GAUTHIER, op. cit., nota 140, p. 25, 155 e segs. Para a configuração lógica do
argumento teleológico cf. em particular WEINBERGER, Rechtslogik. Versuch einer Anwendung
moderner Logik af das juristische Denken, cit., nota 44, pp. 291 e segs.
158 O que se diz no texto implica uma série de pressupostos que não podem ser
adequadamente desenvolvidos e justificados neste espaço. É oportuno, porém, enunciá-los ao
menos como hipóteses, na medida em que constituem condições necessárias à validade do
modelo de justificação avaliativa utilizado no texto. As hipóteses em questão são as seguintes: 1)
independentemente da forma como se configure a natureza do juízo de valor, trata-se de um
enunciado passível de justificação racional; 2) há uma lógica do discurso avaliativo, que define as
condições de validade desse discurso e constitui sua estrutura justificadora; 3) tal lógica (modal,
normativa) é diferente da lógica das proposições ditas apofânticas, mas é por sua vez “formal” ou
“formalizável”; 4) a lógica dos juízos de valor não coincide com a argumentação retórica e,
consequentemente, o controle sobre a validade do juízo de valor não equivale à confirmação da
eficácia persuasiva do discurso que o expressa; 5) há racionalidade da justificação do juízo de
valor na medida em que se baseia numa argumentação logicamente válida e controlável; 6) a
suposição da base de valor na qual o julgamento se baseia não é logicamente justificável; 7) É
válida a distinção entre juízo de fato e juízo de valor, e é válido o princípio da impossibilidade de
derivação recíproca. Para uma discussão desses pontos, cf. Em geral, além das obras que serão
citadas nas notas seguintes, CARCATERRA, Il problema della fallacia
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naturalistica, Milão, 1969; SCARPELLI, Filosofia Analítica, Norma e Valori, Milão, 1962; CAIANI,
I giudizi di valore nell'interpretazione giuridica, cit., nota 48, pp. 75ss; MATZ, Rechtsgefühl e
objetivo Werte. Ein Beitrag zur Kritik des wertethischen Naturrecht, cit., nota 103, pp. 23 e segs.,
81 e segs.; EDWARDS, The Logic of Moral Discourse, Nova York, 1965, pp. 139ss; FOGELIN,
Evidência e Significado. Studies in Analytic Philosophy, cit., nota 150, pp. 118 e segs.; HARE,
Libertà e ragione, trad. it., Milão, 1971; HALL, o que é valor? Um Ensaio em Análise Filosófica,
Nova York, 1961.
159 Isso pressupõe a distinção entre a escolha ou assunção do valor que funciona como
critério de avaliação e um juízo de valor como avaliação realizada de acordo com aquele critério,
ou seja, como atribuição de um predicado de natureza axiológica a um objeto . Sobre os
problemas inerentes à definição do juízo de valor como atribuição de uma qualificação avaliativa,
cf. FOGELIN, op. cit. nota 150, pág. 139 e segs.; TAYLOR, Discurso Normativo, cit., pp. 48 e
segs.
160 Isso implica a rejeição da opinião predominante, segundo a qual a área dos juízos de
valor e sua justificação coincidiriam inteiramente com a da argumentação retórica (cfr. sobre os
termos dessa opinião no pensamento de Perelman, GIANFORMAGGIO BASTIDA, Gli argomenti
di Perelman dalla neutralità dello scienziato all'imparzialità del giudice, Milão, 1973, pp. 86 e
segs.). Num sentido análogo às teses de Perelman, cf. TAMMELO, “Logic as an Instrument of
Legal Reasoning”, cit., nota 26, pp. 92 e seguintes; id., Rechtslogik und materiale Gerechtigkeit,
cit., pp. 121 e segs.). Com efeito, a única fase do procedimento avaliativo que só é plausível a
partir de uma justificação retórico-persuasiva é aquela que tem a ver com a assunção do valor-
guia destinado a constituir o critério de avaliação (ver nota anterior), enquanto for possível
conceber uma justificativa contextual racional para a valoração, entendida como a “aplicação”
desse valor a um objeto ou situação específica (ver infra no texto). A afirmação de que a
configuração retórica dos juízos de valor é necessária por falta de uma lógica dos valores (cf.
PERELMAN, “Droit, philosophie et argumentation”, in Handelingen van de vereniging voor
wijsbegeerte des rechts, n. LV, 1971 ) , pp. 4 e segs.) é falso e ambíguo. É falso porque na
realidade existe uma lógica (ou várias lógicas) de juízos de valor, ou pelo menos existem doutrinas
que esclarecem a estrutura lógica da valoração e dos argumentos justificativos relativos.
Assim, a afirmação de Perelman significa apenas que ele prefere não assumir a responsabilidade
por essas doutrinas (na medida em que contrastam com as teses subjacentes da Nouvelle
Rhetorique). A afirmação examinada também é ambígua, pois confunde a lógica dos valores e a
lógica dos juízos de valor, deduzindo indevidamente a falta da segunda dos pressupostos
ontológicos inatingíveis da primeira.
161 Cf. TAYLOR, Discurso Normativo, cit., pp. 77 e segs.
162 Cf. FEIGL, “Validação e Reivindicação; Uma análise da natureza e dos limites dos
argumentos éticos”, em Readings in Ethical Theory, W. Sellars e J. Hospers eds., Nova York,
1952, pp. 667 e s.; id., "De Principiis non Est Disputandum", em Philosophical Analysis, M. Black
ed., Ithaca, Nova York, 1950, pp. 22 e seguintes; TEBALDESCHI, op. cit., nota 125, p. 90 e
seguintes; TAYLOR, Discurso Normativo, cit., pp. 80 e seguintes.
163 Em particular sobre a estrutura lógica de validação cf. TAYLOR, op. cit., pág. 84 e segs.
164 Cf. FEIGL, op . cit., loc. cit.; TAYLOR, op. cit., pág. 125 e segs.
165 Sobre o conceito de escolha racional inerente aos sistemas de valores, cf.
TAYLOR, op. cit., pág. 151 e segs.
166 Cf. MIMIN, Le style des jugements, 4ª ed., Paris, 1970, pp. 185 e segs.
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167 Cf. WETTER, The Styles of Appellate Judicial Opinions, Leyden, 1960, pp. 16 e segs., 13
e segs. Incluindo extensas exemplificações; SCHMIDT, “A Razão Decidida. Um Estudo Comparativo
de uma Decisão da Suprema Corte Francesa, Alemã e Americana”, in Acta Instituti Upsaliensis
Iurisprudentiae Comparativae, n. VI, Uppsala, 1965. Em geral, sobre as características distintivas
entre a forma da sentença na Common Law e na Civil Law, cf. VON MEHREN, “O Processo Judicial
nos Estados Unidos e na Alemanha. Uma Análise Comparativa”, in Festschr. Für E. Rabel, Tübingen,
1954, pp. 74 e segs.; id., “The Judicial Process: A Comparative Analysis”, in American Journal of
Comparative Law, n. 5, 1956, pág. 199 e segs.; id., “Il procedure dell'attività decisoria negli Stati Uniti
e in Francia”, em Jus, 1953, pp. 71 e seguintes; GORLA, “A estrutura da decisão judicial no direito
italiano e no direito comum”, cit., pp. 1242 e segs.
168 Veja WETTER, op. cit., pág. 46 e segs. e passim; SCHMIDT, op. cit., pág. 5 e segs.
169 Cf. por exemplo WETTER, op. cit., pág. 43, e criticamente SCHMIDT, op. cit., pág. 3, nota
1.
170 Veja WETTER, op. cit., loc. último cit.
171 Para sublinhar esta diferença , cf. WETTER, op. cit., pág. 16 e segs., 32 e segs.;
SCHMIDT, op. cit., pág. 16 ss.
172 A fórmula usada por WETTER, op. cit., pág. 45: “Estilo cria atmosfera.
Atmosfera, ao contrário, cria estilo”, tem pouco significado do ponto de vista estético genérico, mas
seria mais eficaz se a atmosfera fosse entendida como a atitude ideológica, latente ou manifesta, do
juiz ou do judiciário em geral.
173 Cf. ESSER, Wertung, Konstruktion und Argument im Zivilurteil, cit., pp. 5 e seguintes;
RASEHORN, "Justiz und Rechtswirklichkeit", em DRiZ, 1964, p. 227; id., "Rechtsfindung und
Gerichtspraxis", em Neue Juristische Wochenschrift, 1972, pp. 83 e seguintes; BELLUSSI, “La
justificação en droit”, em Le raisonnement juridique, Actes du Congrès Mondial de Philosophie
Sociale, Bruxelas, 1971, pp. 229 e segs.; SCHMIDT, op. cit., pág. 15 e segs. Para uma distinção
análoga entre Grand Style e Formal Style na jurisprudência norte-americana, cf. LLEWELLYN, A
Tradição do Direito Comum. Decidindo Apelos, Boston Toronto, 1960, p. 36 e segs., 64 e segs.
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184 Cf. MÜLLER, op. cit., nota 183, p. 69 e segs. Na mesma linha, ver também ESSER,
Vorverständnis und Methodenwahl in der Rechtsfindung, cit., nota 12, pp. 163 e segs.; id., Wertung,
Konstruktion und Argument im Zivilurteil, cit., pp. 5 e seguintes; BELLUSSI, op. cit., nota 173, p.
231; LEGAZ E LACAMBRA, op. cit., nota 139, p. 300; WEILER, “Legal Values and Judicial Decision-
making”, in Canadian Bar Review, no. 48, 1970, pág. 17.
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188 Cf. TAMMELO-PROTT, Justificação Legal e Extra-Legal, cit., nota 134, p. 417.
189 Sobre o uso distorcido desta regra, cf. TARELLO, “Orientação analítica
linguistici e storia dell'interpretazione giuridica”, cit., nota 33, p. 407.
190 Cf. PERELMAN, “Droit, philosophie et argumentation”, cit., nota 160, p. 8, que aplica a este
respeito a noção de audiência definida a nível geral em PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, op. cit.,
nota 142, p. 19 e seguintes.
191 Para esta distinção cf. PINCOFFS, "As audiências do juiz", em Le raisonnement juridique,
Actes du Congrès Mondial de Philosophie Sociale, Bruxelas, 1971, pp. 337 e segs. Do ponto de vista
que nos interessa, o “destinatário” específico, constituído pelo juiz de impugnação, não assume uma
posição autónoma; Nesse sentido, emergem tanto os fatores de retidão e idoneidade da decisão que
são relevantes em relação às partes, quanto os fatores dogmático-científicos que são importantes em
relação à classe dos juristas.
192 O elemento de “retidão” da decisão (sobre o qual ver PINCOFFS, op. cit., loc. cit.) não é
importante em si, mas em relação ao interesse das partes em relação a determinados aspectos ou
conteúdo da decisão .
193 Sobre as características peculiares desse tipo de raciocínio justificativo e sobre o papel que
a argumentação sistemática desempenha nele, cf. ESSER, Wertung, Konstruktion und Argument im
Zivilurteil, cit., pp. 14 e segs. Em particular, no que diz respeito ao propósito de demonstrar a coerência
da decisão com os precedentes do sistema de common law, cfr. LLOYD, "Razão e lógica no direito
comum", em Law Quarterly Review, no. 64, 1948, pág. 476.
194 Ver PINCOFFS, op. cit., loc. cit.; ESSER, op. último cit., pág. 20 e seguintes.
195 Em relação a esta hipótese, cf. extensivamente LUPOI, “Pluralità di 'rationes
decidendi' e precedente giudiziale”, em Quaderni del Foro Italiano, 1967.
196 Sobre a definição do conceito, cf. em geral SCHLÜTER, Das Obiter Dictum.
Die Grenzen höchstrichterlicher Entscheidungsbegründung, dargestellt an Beispielen aus der
Rechtsprechung des Bundesarbeitsgerichts, Munique, 1973, pp. 77 e segs., 105 e segs. A definição
ampla que é utilizada a seguir no texto, segundo a qual tudo o que no contexto da motivação não faz
parte de um argumento justificativo específico ou não constitui um elemento dotado de função
justificadora autônoma é obiter dictum , é mais genérico, e substancialmente diferente da noção de
obiter dictum que caracteriza a doutrina anglo-americana do precedente (segundo a qual um obiter
dictum é aquilo que não tem efeito vinculante de acordo com os princípios do stare decisis; cf. CROSS,
Precedent in English Law, 2ª ed., Oxford, 1968, pp. 36, 80 ss.).
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197 Para exemplos , cf. LUPOI, op. cit., nota 196; SCHLUTER, op. cit., nota 197, p. 129
e segs.
198 Sobre esta hipótese , cf. CRUZ, op. último cit., pág. 87.
199 Ver SCHLÜTER, op. cit., nota 197, p. 144 e segs.
200 Sobre o componente tópico da pluralidade de justificativas, cf. HORN, “Zur Bedeutung
der Topiklehre Theodor Viehwegs für eine einheitliche Theorie des juristischen Denkens”, cit.,
nota 47, p. 604.
201 Trata-se, com efeito, de um conjunto de argumentos destinados a intensificar a força
persuasiva da justificação entendida como um todo. Em geral, sobre o fenômeno, considerado
do ponto de vista retórico, cf. PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, op. cit., nota 142, p. 493
e segs.
202 Sobre a natureza puramente retórico-persuasiva do obiter dictum cf.
SARTORIOUS, “A Doutrina do Precedente e o Problema da Relevância”, in Archiv für Rechts-
und Sozialphilosophie, n. 53, 1967, pág. 346.
203 Sobre a hipótese examinada , cf. PERELMAN e OLBRECHTS-TYTECA, op. cit.,
local último cit.
204 Para uma análise mais ampla das manifestações do fenômeno nas várias fases da
argumentação justificadora, cf. SCHLUTER, op. cit., nota 197, p. 124 e segs.
205 Sob esse aspecto, o argumento que consiste em destacar a oportunidade de uma
solução, referindo-se às consequências negativas que derivariam da solução oposta , deve
ser definido como um obiter dictum puramente persuasivo.
Esse tipo de argumentação não fornece, com efeito, uma justificativa suficiente e direta da
solução que de fato é aceita (em sentido contrário, ver BODENHEIMER, “A Neglected Theory
of Legal Reasoning”, cit., nota 32, p. 384). ).
206 A este respeito, parece que a possibilidade de equiparar um argumento
persuasivamente “forte” com justificação lógica deve ser excluída (cfr. SINCLAIR, “Legal
Reasoning: In Search of an Adequate Theory of Argument”, California Law Review, n. 59 ,
1971, pp. 847 e segs.; em contrário , ver STONE, Legal System and Lawyers' Reasoning,
cit., nota 4, pp. 327 e segs.). Com referência à situação delineada no texto, o problema deve
ser encarado, porém, de um ponto de vista diferente. Com efeito, quando se trata de
reivindicar a assunção de um valor-guia como pressuposto do juízo, nem mesmo a alternativa
entre justificação lógica e argumentativa é levantada e, ao contrário, apenas a segunda é
possível. Sendo então uma hipótese em que a argumentação persuasiva representa a forma
típica e exclusiva de justificação, é necessário reconhecer que ela pode constituir, na medida
em que seja convenientemente “forte”, uma justificação suficiente.
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CAPÍTULO VI
A OBRIGAÇÃO DE MOTIVAÇÃO DA SENTENÇA CIVIL
motivação.
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1. PERFIS HISTÓRICOS
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Ainda falta a percepção do papel do controle externo sobre as ações do juiz, que
ele pode desempenhar, e a concepção de motivação se consolida como fator
direto que permite uma avaliação
da decisão, tanto pelas partes quanto pelo juiz impugnado. Dentro
substância, a proporção das normas que impõem a obrigação de motivação não
é concedida pela ideologia do controle democrático sobre
administração da justiça, mas pela vontade de realizar um funcionamento
ordenado e racional da justiça no momento da conexão
entre a decisão e o julgamento de impugnação, eliminando possíveis
inconvenientes e permitindo que as partes e o juiz superior adotem uma
posição razoável antes da própria decisão.27
Mas, além disso, não se deve esquecer que a legislação prussiana em
questão representa um estágio avançado de evolução, no que diz respeito às
decisões características da reforma processual na Áustria. No código de José
II, contemporâneo da primeira Gerichtsordnung prussiana (1781), não
apenas a obrigatoriedade da motivação não é contemplada, mas
plano formula a proibição, para o juiz, de expressar na sentença
as razões da decisão.28 Apenas no que diz respeito às sentenças
contestável, e sua exigência voluntária pelas partes, estabelece a
motivação, que deve ser comunicada sem qualquer publicidade ao
partes e o juiz de recurso. Temos, neste caso, o mais
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josefino, com base na proibição de motivação (mas com poder das partes para a
requererem em virtude da impugnação) e na ausência de publicidade da mesma
(mas com a possibilidade de as partes e o juiz da impugnação o conhecerem ).
A matriz cultural dessa concepção, que está na base das reformas prussiana,
austríaca e italiana, incluindo a pragmática napolitana de 1774, não é a ideologia
política do iluminismo democrático, mas o racionalismo funcionalista e burocrático
do despotismo esclarecido.
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2. PERFIS COMPARADOS
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que, ao definir alguns dos aspectos que foram mais relevantes no passado,
destaca novas questões que não podemos
assumir como superado. Pela mesma razão, o método comparativo neste
tópico não só nos serve para reconhecer muitas das normas que
prescrever a motivação da sentença civil nos diferentes
regulamentos, mas ajuda-nos a destacar os problemas
que essas normas impõem ou que deixam sem solução.
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menos ainda é possível supor uma distinção entre o sistema francês e o alemão
que corresponda à distinção que foi delineada.
com respeito aos regulamentos ordinários; No estado atual do problema, parece
impossível ir além dos termos particulares em que ele é enunciado.
nos diferentes ordenamentos jurídicos, pelo que devemos deixar para mais tarde a
tente uma abordagem geral.
No que respeita ao dever de fundamentação, a tendência para
A constitucionalização das garantias fundamentais do processo87 produziu
resultados normativos de notável importância intrínseca, mas limitados a um
número muito pequeno de países, entre os quais Itália,
Grécia e alguns países latino-americanos.88 Em todos os outros
sistemas, a falta de uma norma constitucional expressa que estabeleça a
princípio da motivação obrigatória, deixa em aberto o problema da
até que ponto pode ser considerado um princípio implícito no sistema de princípios
constitucionais afirmados e, portanto, se deve ou não ser reconhecido
ordem de princípio fundamental da ordem processual.
O problema é muito relevante, mesmo na perspectiva com que
consideramos as normas ordinárias atuais; Além disso, este problema
adquire conotações particulares que variam se a observarmos de acordo com o
Modelo francês ou de acordo com o modelo alemão.
No primeiro caso, pela presença de normas ordinárias que prescrevem em
termos gerais a motivação da sentença civil, o problema
apresentado não é principalmente o de identificar um princípio de classificação
ordem superior que torna obrigatória a fundamentação do julgamento,89 como a de
estabelecer se tal princípio torna obrigatória a motivação de outros atos
jurisdicional (especialmente decretos), para os quais não há
prescritos pelos regulamentos ordinários. Em vez de estabelecer um princípio de
nível constitucional, trata-se, então, de verificar se tem conteúdo coincidente com
o da norma geral ordinária inerente à sentença, ou se sanciona a necessidade de
motivação de todos os atos
juiz. A existência e o alcance do princípio fundamental em questão
São, evidentemente, dois problemas diferentes, mas estão intimamente
relacionados na perspectiva que observamos. Apesar de
ponto inerente à necessidade de motivar o decreto pode ser resolvido
sem postular princípios fundamentais implícitos,90 a existência de um
Disposição constitucional expressa quanto ao dever de fundamentação não pode
esgotar a questão inerente à fundamentação do decreto.91
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Por outro lado, não é por acaso que, enquanto nos sistemas que
conter regras inspiradas no modelo francês, o problema inerente à existência de
um princípio fundamental implícito de
obrigação do raciocínio, este problema surge com uma amplitude particular no
campo da doutrina alemã, que tem posto em causa
demonstrar seus aspectos essenciais.
Por um lado, foram feitas tentativas para demonstrar a existência do princípio da
necessidade de motivação no nível teórico geral e desconsiderando
da relação com os princípios enunciados pela Grundgesetz em
ordem da função jurisdicional: este princípio foi considerado
como regra da "razão natural" que consiste em uma manifestação do
princípio de razão suficiente,93 bem como em um orçamento necessário do
Estado de direito que pode ser configurado como tal desde que seja colocado
como rechtsfertigender Staat. 94 Além disso, se é verdade que
Desta forma, alguns aspectos relevantes do requisito são destacados.
que está no cerne do dever geral de fundamentação, há que reconhecer que esses
argumentos, considerados per se, não são suficientes
demonstrar a existência dessa obrigação entre as normas fundamentais vigentes
no sistema processual.
De um ângulo diferente, mais significativo em termos jurídicos, mas
Também mais problemático, o princípio obrigatório da motivação tem sido visto
como uma manifestação direta de outros princípios constitucionais enunciados pela
Constituição de Bonn, entre os quais
encontra a garantia de rechtliches Gehör (artigo 103, parágrafo 1º) e o princípio da
subordinação do juiz à lei (artigo 20, parágrafo 3º).
falta de certeza na jurisprudência, que não tem tomado posições claras
e inequívoca a esse respeito,96 a força probatória desses argumentos permanece
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nes, quando: 1) uma das partes for uma unidade da economia socializada ou
uma organização social das pessoas com atividade econômica; 2) isso
processar uma das partes; 3) ainda que não haja reclamação de uma das partes, a
julgamento é contestado. Por outro lado, as decisões de apelação devem sempre
ser motivadas.105 Uma regra desse tipo implica uma curiosa decomposição das
razões que normalmente se identificam com o
fundamento da obrigação da motivação, independentemente da função
fiador que lhe está associado: a função, por assim dizer
forma, a motivação “pública” é reconhecida apenas naqueles
casos em que as partes são sujeitos “públicos”, destacando uma
concepção “privatista” do fenômeno na segunda das hipóteses antecipadas e a
concepção técnico-processual na terceira.
No entanto, no panorama geral das soluções adotadas em
questão dos sistemas processuais dos países socialistas, a clara consciência da
função política do tipo fiador do
motivação, como evidenciado pela generalidade uniformemente reconhecida de
a obrigação correspondente. Nessa perspectiva, o artigo 328 do
O código de processo civil polonês é significativo, e não como uma simples
exceção, como um sinal de uma fase de evolução particularmente atrasada
do problema da motivação, tanto em termos de perfil jurídico-político
em geral, como em relação aos princípios fundamentais da natureza
sistema de garantias em que se baseia o sistema processual dos países socialistas.
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Apesar das demandas que surgem fortemente a esse respeito, parece ser
a área de jurisdição civil e criminal, onde a avaliação tradicional
a prova positiva desta prática constitui um grave entrave às intervenções
legislativas em matéria de dever de fundamentação. Por outra
Por outro lado, o problema não é fazer os juízes motivarem suas decisões:
para isso, não é necessária uma norma específica porque, como se observou
recentemente,120 “na realidade inglesa não há mais espaço para um
pronunciamento, mesmo que seja remotamente jurisdicional, que não seja
motivado”. O verdadeiro problema, porém, está no fato de que,
Do ponto de vista da garantia para as partes, a motivação espontânea nem
sempre permite um verdadeiro controle sobre os fundamentos da decisão; então,
o que é necessário não é uma obrigação genérica
motivar, mas uma regra que garante em todos os casos que terá
colocar uma motivação adequada e adequada para permitir tal controle.121
Enquanto para os demais sistemas do common law, em princípio, podem se
aplicar as considerações que desenvolvemos sobre o sistema inglês,122 o
sistema norte-americano tem características
de notável autonomia, embora compartilhe o denominador comum que consiste
na ausência de uma norma ou de um princípio que impõem ao juiz
a obrigação de justificar a sua decisão.123 Um primeiro elemento de diferenciação
prática na prática que, no que diz respeito às motivações
espontânea, está muito longe de ter a uniformidade que caracteriza
à situação inglesa.124 Embora a motivação seja frequente antes do
tribunais superiores,125 não podemos falar de prática análoga no
órgãos de primeira classe. Acima de tudo, falta motivação
em todas as hipóteses de julgamento por júri; Em casos de julgamento sem júri, o
prática dos procedimentos em equidade contempla que o juiz exponha
as constatações de fato e as conclusões de direito em que baseia sua decisão,
mas o mesmo não acontece nos julgamentos de direito comum, em que o juiz
só pode pronunciar um veredicto imotivado, semelhante ao do
júri.126 Da mesma forma, nos Tribunais de Recurso o pronunciamento é muitas
vezes limitado a declarar o recurso confirmado ou revertido.127
É um fato muito significativo, pelo menos, de dois pontos de vista:
Por um lado, isso evidencia a ausência de uma communis opinio sobre
da relevância da motivação mesmo na ausência de prescrições como
que, por outro lado, pode ser considerado expresso na prática inglesa; por
outro, é impossível considerar que o princípio da obrigatoriedade
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acreditar que o legislador ordinário foi guiado por uma consciência tranquila
da função democrática que o princípio obrigatório da motivação pode ter; A
hipótese de que
tentou usar a potencialidade de controle que o referido princípio
contém uma chave de autoridade, para controlar o juiz.168
Por fim, também é fácil notar que, mantendo a perspectiva de análise apenas
ao nível da regulamentação ordinária, temos
uma visão nitidamente estreita do papel da motivação e
finalidades a que responde a obrigação correspondente. De fato,
Como se viu, esta perspectiva não só não nos permite demonstrar a
necessidade do dever generalizado de fundamentação, mas coloca
evidencia algumas demandas perante as quais a própria obrigação pode
parecem supérfluos. Em outras palavras, há uma cisão relevante entre o
fenômeno a ser explicado, ou seja, a norma que impõe sem
excepções a motivação (também num regime geral de publicidade
da frase), e as explicações individuais que a concepção endo-processual de
motivação nos permite identificar. Então, a única conclusão geral a que podemos
chegar indica que essa concepção
É inadequado compreender o alcance global que o princípio da motivação
obrigatória tem nos sistemas processuais modernos, e
postula sua superação pela concepção extra-processual da motivação. Em
nosso sistema, isso significa tanto uma mudança de perspectiva na abordagem
do problema, quanto, mais especificamente, a
passagem da análise das normas ordinárias para o princípio consagrado na
esfera constitucional pelo primeiro número do artigo 111.
SEÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
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Por outro lado, é claro que, em abstrato, nada impede definir, sob
o perfil dogmático, a essência da jurisdição independentemente de
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Em geral, um requisito desse tipo teria um valor muito limitado, pois, no limite,
poderia ser satisfeito com a mera e simples indicação da norma aplicada; vice-
versa, a referência a um modelo “aberto” de decisão e motivação em grande
parte determinado pelas escolhas avaliativas do juiz — como a delineada no cap.
DE RAZÕES OBRIGATÓRIAS
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juiz tomou sua decisão. Por outro lado, também se pode pensar que a
motivação deve ser entendida, não tanto como um discurso que tem um
estrutura e significado próprios, mas como uma espécie de ponto de
ponto de partida para iniciar a identificação indutiva e circunstancial das razões
da decisão: vimos anteriormente que tal procedimento é possível e legítimo,
mas também foi esclarecido que é um ponto de
uma visão que não corresponde à adequação da motivação na perspectiva
da sua função justificadora.205 Em substância, a razão subjacente
qual esse critério, entendido em sua formulação literal mais coerente,
está errado é assumir como parâmetro de congruência da
motivação as verdadeiras razões para a decisão ou a capacidade do discurso
do juiz para facilitar a sua identificação, e não tanto no
adequação da motivação para fornecer uma justificativa adequada para a
decisão. Pelo contrário, uma vez que as razões juridicamente relevantes para
a decisão são todas e apenas aquelas
que a motivação expressa diretamente como discurso justificador,206 a
problema de congruência de motivação só pode ser localizado
ao nível das “razões expressas” (independentemente da sua coincidência
com as “razões reais” da decisão).
Não sem alguma adaptação interpretativa é suscetível de redirecionar o
critério em questão para uma perspectiva desse tipo, mas para isso devemos
superar o significado mais imediato dos termos em que é usualmente
exprimir-lhe a jurisprudência e compreendê-la como se se referisse apenas ao
plano das razões expressas. No entanto, nesse caso é necessário verificar se
se trata de um pseudocritério, de difícil utilização para
discriminar entre motivações adequadas e inadequadas: de fato,
falta de outros elementos, este critério reduz-se a uma tautologia segundo a
qual o dever de fundamentação permanece insatisfeito quando o
decisão é acompanhada de motivação suficiente (sem definir
as condições sob as quais a motivação é considerada satisfatória).207
De fato, o fato que devemos verificar é que a jurisprudência
não parece ter ido além do nível das afirmações genéricas e
pseudodefinições: enquanto, por um lado, a repetição insistente
o caráter acrítico da referida fórmula transformou-a em cláusula
estilística sem qualquer eficácia operacional; por outro, faltou uma tentativa
de aprofundar criticamente a análise da motivação com a
objetivo de definir “sua adequação” em termos legais e lógicos
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adequação, para sua própria decisão, das razões elaboradas pelo primeiro
juiz. No entanto, não é muito produtivo em termos de estrutura de
a motivação do recurso porque permite uma simples repetição ou recepção
textual do que foi dito no acórdão impugnado (uma vez que é evidente
que desta forma o desembargador “se apoderou” dos argumentos do
juiz de primeiro grau) sem apresentar justificativa autônoma e original.221
Uma parte da jurisprudência, que hoje pode ser considerada
predominante, tem percebido essa insuficiência e sem chegar ao ponto de negar a
legitimidade da motivação por relacionamento condiciona-a à existência
de requisitos específicos, dentre os quais destaca-se que o segundo juiz deve
demonstrar que avaliou criticamente a suficiência e fundamentação
os argumentos que adota, oferecendo sua confirmação por
refutação dos fundamentos da impugnação da sentença de primeiro
grau.222
Desta forma, reforça-se a garantia de que o desembargador adote uma
postura crítica consciente quanto às razões em que se fundamenta.
sua decisão. No entanto, algumas perplexidades relevantes permanecem.
A primeira, de natureza muito geral, refere-se ao facto de os critérios
como os que mencionamos contêm margens muito altas de
ambiguidade e variabilidade: embora não haja dúvida de que os parâmetros
de julgamento deve ser elástico é necessário garantir que a elasticidade do
critério não é tal que acabe banalizando a eficácia discriminante.
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representam tudo o que o juiz afirma em favor da decisão. Nesse caso, é claro
que se trata de um obiter dictum ou de um uso tópico do precedente, mas uma
verdadeira motivação per relationshipem, que deve ser considerada inadmissível
não apenas pelas razões mencionadas acima quanto à motivação "interna" per
relationshipem . julgamento, mas também porque se traduz numa verdadeira
desmotivação, sobre a qual não é possível exercer qualquer tipo de controlo.
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critério é caracterizado por uma enorme ambiguidade que põe em dúvida sua
consistência com o papel que a motivação deve desempenhar.
De fato, o princípio em questão pode ser interpretado de forma
fraco e em um forte: no sentido fraco, exclui a necessidade do
motivação refere-se especificamente aos argumentos das partes
em todos os seus pormenores, nomeadamente quando não influenciem
directamente a decisão ou sejam supérfluos. Da mesma forma, fica
excluindo a necessidade de razões específicas para as provas que eram
irrelevantes. Em seguida, a motivação que leva em conta o “sistema defensivo”
das partes236 e a
“corpo probatório” adquirido no julgamento.237 O princípio, dentro
desses limites, é aceitável embora seja quase irrelevante porque apenas
serve para excluir argumentos inúteis.
Entendido em seu forte significado, por outro lado, o princípio da motivação
implícita permite ao juiz omitir a motivação expressa sobre qualquer aspecto da
controvérsia, em especial quando há
expressar declarações que são incompatíveis com uma solução diferente dos
problemas que são resolvidos implicitamente. entendido de
Desta forma, o princípio em análise causa algumas perplexidades
que não deve ser subestimado e que devemos considerar.
Especialmente quando se afirma que não há conexão necessária
entre a atividade defensiva das partes e o conteúdo da obrigação
de motivação, a jurisprudência fala genericamente de “argumentos” de uma
parte para excluir que o juiz deva considerá-los analiticamente.
Ou, embora não seja possível reconhecer um direito a uma das partes
para que você obtenha uma resposta explícita em cada argumento defensivo,
nem se pode considerar que a parte nunca tenha o direito deste
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francamente, contrasta com os resultados nos quais o juiz baseia sua própria
reconstrução dos fatos.267 Além disso, na medida em que
que apenas é necessária uma avaliação "global" das provas, admite-se
também que a consideração de sua eficácia se justifica de forma
genérico e formal, mesmo quando se trata de provas decisivas em relação a
essa reconstrução.268
Que a substância dessa orientação tende a admitir que a justificativa para
o julgamento do fato pode, em parte, ser omissa e, em parte, limitar-se a uma
motivação dificilmente fictícia, fica evidente se observarmos os dois corolários
que dela emergem.
Por um lado, retoma a recorrente afirmação sobre a admissibilidade
motivação implícita, no sentido de que a justificativa para o pouco
A importância dada a algumas provas deve vir da referência a outras provas,
que o juiz coloca como suporte de sua própria prova.
convicção.269
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DE MOTIVAÇÃO
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âmbitos vão além deste trabalho, convém apontar algumas razões que militam
a favor desse conceito, pelo menos algumas hipóteses particularmente graves
de vício de motivação .
defeitos apresentados pelo regime estabelecido pelo artigo 161, parágrafo
um, do código de processo civil pela relevância jurídica e política do
exigência de motivação. Em primeiro lugar, este regime enquadra-se no princípio
da eficácia do sanatório quanto à nulidade das penas.
que não sejam objeto de impugnação: em substância, no caso em que não haja
há impugnação, ou que o juiz não identificou o defeito,
acabaria admitindo o sanatório de um vício tal que se pudesse negar que
a sentença é um ato judicial. Isso apresenta, além da
incoerência dogmática evidente, pelo menos dois graves inconvenientes: o
primeiro é que, dessa forma, uma decisão por
aquele que —mantendo a função de motivação para a determinação
do quantum iudicatum - pode ser impossível determinar o objeto julgado. A
segunda é que, no artigo 161, parágrafo primeiro, uma decisão que carece de
dos requisitos mínimos de legalidade adquiriria vida jurídica definitiva e imutável
como sentença (obviamente impossibilitando a
sucessivas e autônomas actio nullitatis).
Por outro lado, é de salientar a existência de uma discrepância entre
a relação funcional da motivação e a modalidade que constata a sua ausência:
por um lado, sempre ex artigo 161.º do código de processo civil, o
as partes só podem fazer valer o defeito quando contestam, ou seja, em
especificamente, na medida em que tenham interesse a esse respeito. Do
De fato, a aceitação, no todo ou em parte, impede definitivamente
a possibilidade de invocar a ausência de motivação, independentemente de o
garantia de motivação não é fornecida apenas no interesse
das partes contestantes303; por outro lado, também quando é advertido ex
officio (sem considerar que isso também depende de um dos
as partes impugnam a sentença), o parâmetro tende à revisão
da decisão impugnada, em vez do requisito geral a que o
a motivação deve responder.
É verdade que, em qualquer caso, dado que nosso sistema reserva a
partes o monopólio das impugnações, a proteção dessa demanda geral passa
pela gestão que as partes fazem de seus próprios interesses
sobre a decisão, e isso seria válido em qualquer caso em que, antes
a inexistência de uma sentença por falta de motivação, a
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possibilidade de uma actio nullitatis autônoma . Por outro lado, sem considerar que,
nos casos em que seja necessário ter a legitimidade de
desafiador304 poderia ter um controle ampliado de natureza quase pública; isso não
impede a configuração da ausência de motivação
que supõe uma ausência de sentença requer maiores possibilidades de
invocar esse vício. Isto significa que, em princípio, lhe é aplicável o regime de
inexistência que se estabelece, para os casos de inexistência.
assinatura do juiz, no próprio parágrafo segundo do artigo 161.º e não o regime de
nulidade em sentido estrito previsto no primeiro parágrafo do próprio artigo.
Esses critérios, que são óbvios, permitem localizar alguns pressupostos que
poderiam parecer escolásticos se a cidadania não tivesse sido encontrada na prática,
como as famosas motivações machistas ou a
famosas sentenças de “suicídio”;307 que, além disso, não correspondem a
uma definição articulada do “conteúdo essencial mínimo” da motivação
ção. Para isso, e para evitar enunciados abstratos e gerais, é preciso estar no topo
da motivação, identificar
os elementos sem os quais seria impossível sustentar a “existência” do
motivação. Nos termos em que este modelo foi descrito,308 o
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NOTAS
1 Na Inglaterra, e em geral nos sistemas de common law, o princípio nunca tem uma
formulação expressa, apesar da existência de uma práxis difusa de motivação da sentença
civil e, de fato, sua enunciação na doutrina, é um fenômeno relativamente recente: ver infra,
secção c) e secção 2, secção c).
2 Cf., por exemplo, a sentença proferida em Pavia no ano 673 pelo rei Pertarido (editada
por BOGNETTI, “Il gastaldato longobardo ei giudicati di Adaloaldo, Arioaldo e Pertarido nella
lite fra Parma e Piacenza”, agora em L'età Lombarda , Milan, 1966, I, pp. 234 e segs.). Outros
exemplos de motivação encontram-se nas frases lombardas do século XVIII: ver os textos de
SCHIAPARELLI, Codice Diplomatico Longobardo, Roma, 1933, I, pp. 78 e segs., II, pp. 110
ss., 158 ss., 340 ss., de TROYA, Storia d'Italia nel Medioevo, Codice Diplomatico Longobardo,
vol. IV, parte V, Nápoles, 1853, pp. 166 e segs., e MANARESI, I platici del Regnum Italiae,
Roma, 1955, I, pp. 3 e segs. Por exemplo, as sentenças fundamentadas dos séculos IX, X e
XI. cf., também, MANARESI, op. cit., T. eu, pág. 18 e segs., 41 e segs., 45 e segs., 74 e segs.,
81 e segs. e passim; FICKER, Forschungen zur Reichs- und Rechtsgeschichte Italiens, reimp.
Aalen, 1961, IV, p. 9 e segs., 99 e segs. e passim.
3 Cf. D'AMIA, Studi sull'ordinamento giudiziario e sulla procedura delle curie pisane en
secolo XII, Florença, 1922, p. 111; id., Diritto e sentenze di Pisa. Ai primordi del rinascimento
giuridico, 2ª ed., Milão, 1962, pp. 167 e segs. Um caso particular da presença de motivação na
prática judiciária da Itália comunal pode ser encontrado nas sentenças condenatórias que se
seguiram ao processo conhecido como união: cf. MASI, Il Sindacato delle Magistrature
Comunali nel sec. XIV, Roma, 1930, p. 129.
4 A partir do século XII, difundiu-se um esquema de sentença em que o dispositivo é
precedido apenas pela exposição das demandas e defesas das partes e por uma fórmula (do
tipo “visis et auditis rationibus utriusque partis et testibus inspectis, habito saientium consilio”,
etc.) em que o juiz se limita a declarar que seguiu a ordo iudiciorum (ver, por exemplo, as
notitiae iudicati relatadas por FICKER, op. cit., IV, pp. 144 e segs.): is Raramente se abandona
esse formalismo e é possível encontrar breves referências aos motivos da decisão. Por outro
lado, os autores dos ordines iudiciarii dos séculos XII e XIII limitam-se, quanto à forma da
sentença, a prescrever que o juiz cumpra fielmente as fórmulas sintéticas de que resulta que
o ordo é respeitado ( cf., por exemplo, DORNA, Bernardus, “Summa libellorum”, CXCV, in
WAHRMUND, Quellen zur Geschichte des römisch-kanonischer Prozesses im Mittelalter,
reimp. Aalen, 1962, vol. I, I, p. 99; Magister ARNULPHUS, "Summa Minorum", ibid., vol I, II,
pp. 49 e segs., Magister AEGIDIUS, "Summa", ibid., vol.
I, VI, pág. 17 e seguintes; RICARDUS ANGLICUS, "Summa de Ordine Judiciario", ibid., vol. II,
III, pág. 74; AEGIDIUS DE FUSCARARIIS, “Ordo judiciarius”, ibid., vol. III, I, pág. 125 e
seguintes; Magister DAMASUS, “Summa de Ordine Iudiciario”, ibid., vol. IV, IV, pág. 58).
Vale lembrar que fórmulas desse tipo foram recebidas pela prática e pela doutrina
especialmente canônica, dos séculos sucessivos, essencialmente devido à influência decisiva
exercida pelo DURANT (cfr. De fato, Speculum iuris DURANTIS, Gulielmi, Veneza , MDLXXXV,
livro II, página 787, § 5, Qualiter, 13, e também, por exemplo, GENTILIS, Iacobi, "Ordo
iudiciarius", no Tractatus Illustrium in utraque tum pontificii, tum caesarei juris facultate
Iurisconsultorum, Veneza, MDLXXXIII, t III, parágrafos I, De
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iudicis, p. 44, § 54, e TANCRETI, “Ordo iudiciarius”, ibid., p. 68), e seis mudanças
substanciais se repetem ao longo do século XVII.
5 Sobre o argumento, cf. GORLA, “ I 'Grandi Tribunali' italiano fra i secoli XVI e XIX:
um capítulo incompleto da história política e jurídica da Itália”, in Quaderni del Foro Italiano,
1969, pp. 629 e segs.
6 Cf. GUDIAN, Die Begründung in Schöffensprüchen des 14. und 15. Jahrhundert,
Darmstadt, 1960.
7 Para uma visão ampla do argumento, a partir do século XV, cf. ASCHERI, “Tribunali
e giuristi consulenti italiani d'Ancien régime”, em Handbuch der Quellen und Literatur der
neueren europäischen Privatrechtsgeschichte, editado por H. Coing, Band II, 1, Vierter Teil,
Erster Abschn., Munique (no prelo) em TARUFFO , “L'obligo di motivação della sentenza
civile tra diritto comune e illuminismo”, in Rivista di Diritto Processuale, 1974, pp. 279 e segs.
8 Cf., por exemplo, o estatuto de Reggio Emilia de 1265, lib. II, cap. XVIII, in Consuetudini
e Statuti reggiani del sec. XIII, Reggio Emilia, 1933, p. 174. Para outras referências, cf.
CALAMANDREI, “A teoria do 'erro de iudicando' no direito intermediário italiano”, in Studi
sul processo civile, I, Pádua, 1930, p. 122; DEL GIUDICE, “Storia della procedura”, em
Storia del diritto italiano, editado por A. Pertile, vol. VII, parte II, 2ª ed., Turim, 1902, pp. 223
e segs.
9 Cf. O Riforme della Ruota Fiorentina de 14 de maio de 1532, 31 de maio de 1542, 18
de junho de 1560 e 1 de setembro de 1678 (recolhido por CANTINI, Legislazione toscana,
Florença, tomo I, 1800, pp. 42 e 207; tomo IV, 1802, fl. 37; tomo XIX, 1805, fl. 97), em que
se impõe e retoma o dever de fundamentação, com várias limitações que se alteram ao
longo do tempo e tendem a diminuir à medida que mudam as regras sobre o ponto (no em
particular, em 1560, o dever de fundamentação foi alargado às sentenças de primeira
instância, embora tenha sido excluído das leis de 1532 e 1542).
10 Cf. A lei de Carlo Emanuele I de 7 gennaio 1615, que foi confirmada em uma
constituição de 1632 (ver Leggi e Costituzioni di Sua Maestà, Turim, MDCCLXX, t. I. livro
III, título XXIII, artigos 19 e 20) , com o qual se contempla que os juízes devem justificar o
seu pedido às partes (o que só foi admitido em casos de especial relevância) ou por
despachos de quem "comande o Magistrado" (quando se trate de matéria jurídica importante
ou nova, ou qualquer que seja , de decisões que podem “causar estado e consequência”).
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Naples, MDCCXXXVIII, II, pars IV, tit. XXVII, § 61, p. 284; REIFFENSTUEL, Jus Canonicum
Universum, Veneza, MDCCXXX, t. II, tit. XXVIII. §III, pág. 397; Comentário D. Antonii SOLAE ad
Universa Serenissimorum Sabaudiae Ducum decretos, Augustae Taurinorum, MDCXXV, tit. XXVII
De sententiis, GI. IV, não. 10, pág. 407).
12 Vale a pena notar que a práxis da Rota Romana (órgão jurisdicional em matéria civil do
final do século XV), embora bastante conhecida e muitas vezes referida como modelo (ver, por
exemplo, MURATORI, Dei difetti della giurisprudenza, ed. editado por A. Solmi, Roma, 1933, pp.
169-182), não serve para destacar o que nos interessa. De fato, a sentença final da Rota não foi
motivada: na realidade, a decisio foi um projeto de decisão contendo as conclusões dos juízes e
suas respectivas ratios dubiandi, que foi comunicada às partes para que pudessem trocar
argumentos antes que a decisão foi finalmente decidido (cf., as descrições do Cardeal DE LUCA
no Theatrum veritatis et iustitiae, Veneza, MDCCXXXIV, vol. XV, pp. 121 e ss., no Dottor volgare,
Roma, sd, lib XV, parte I, pp. 349 e segs., parte III, cap. XXIX, pp. 247 e segs.). Não se tratava,
então, de uma verdadeira motivação, mas de um mecanismo destinado a fazer com que o tribunal
revisasse, dentro do mesmo procedimento, suas próprias decisões com base nas objeções das
partes, evitando a necessidade de recurso (cf. ASCHERI , op.cit ., nota 7, parte I, capítulo I, § 5
a).
13 O caso mais antigo —o único em que havia uma norma expressa de todo o direito
canônico— era o da sentença de excomunhão (regulada por um dos decretos de Inocêncio IV:
cf. Sexti decretal., lib. V, tit XI , capítulo I "De sententia excommunicationis", in Corpus Iuris
Canonici, ed. Friedberg, Graz, 1959, I, p. 1098).
A doutrina acrescentou algumas novas hipóteses, típicas do ius civile, em que a motivação era
adequada para permitir a determinação precisa do objeto da sentença e seus efeitos sobre as
situações jurídicas das partes, mas sem acrescentar que era de condição de validade da
sentença. cf. DURANTE, op. cit., loc. cit., nota 4, 14; BALDO, op. cit., nota 11, p. 49, loc. cit.;
ANDREAE, Ioannis, op. cit., nota 11, p. 234A, nos. 7 e 9; ZÁSIO, op. cit., nota 11, col. 817, nº. 7,
pág. 407; SCHMALZGRUEBER, op. cit., loc. cit., nota 11; REIFFENSTUEL, op. cit., loc. cit., 14
Sobre o argumento, cf. Mais extensivamente SAUVEL, "Histoire du jugement motivé", em Rev.
Droit publ., 1955, pp. 45 e seguintes; BONNIER, Elementos d'organisation judiciaire et de
procédure civile, Paris, 1847, vol. eu, pág. 604; BORDÉUS, Philosophie de la procedure civile.
Memória sobre a reforma da justiça, Evreux, 1857, p. 85; MERLIN, Répertoir universel et raisonné
de jurisprudence, 3ª ed., Paris, 1808, t. VIII, v.
Motifs des jugements, p. 337. Por último , cf. AMODIO, “L'obligo costituzionale di motivazione e
l'istituto della giuria”, em Rivista di Diritto Processuale, 1970, pp. 448 e segs.
15 A esse respeito, e para melhor demonstração do que segue no texto, cf.
TARUFO, op. último cit., nota 7, p. 267 e segs.
16 Cf. CONDORCET, Réflections d'un cit.oyen non gradué sur un procès bien connu,
Frankfurt, 1786 (citado por SAUVEL, op. cit., nota 14, p. 39).
17 Em 1560, a nobreza e, em 1614, o Terceiro Estado, solicitaram nos Estados Gerais que
o raciocínio das sentenças dos parlamentares fosse obrigatório, mas ambas as demandas
ficaram sem resposta (cf. SAUVEL, op. cit., nota 14, pp. 27 e segs., LUPOI, "Cenni storici
introduttivi allo studio delle fonti del diritto francese", in Rivista trimestrale di diritto e procedura
civile, 1968, p. 1285).
18 Cf. TARUFO, op. o CO. último cit., nota 7.
19 A este respeito, é ilustrativo que a questão do dever de fundamentação foi uma das
primeiras, em matéria de reforma da justiça, a ser tratada pelos Estados
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Geral de 1789 (cfr. SAUVEL, op. cit., nota 14, p. 43), em conexão com outros aspectos, que
encontram uma primeira regulamentação na lei de 1790, todos coerentes com uma ideologia
democrática da administração da justiça ( introdução da arbitragem e dos juízes de paz,
princípio da elegibilidade dos juízes, introdução dos júris populares no processo penal). A
ligação com o princípio da publicidade da sentença e do procedimento é particularmente
importante, a este respeito, ver extensamente VIGORITI, "La pubblicità delle procedure
giudiziarie (Prolegomeni storico-comparativi)", in Rivista trimestrale di diritto e procedura
civile, 1973, pp. 1423 e segs.
20 Sobre as diferenças culturais e políticas em que se situam as reformas prussianas,
cf., em geral, CATTANEO, Illuminismo e legislazione, Milan, 1966, pp. 69 e seguintes;
TARELLO, Le ideologie della codificazione nel secolo XVIII, 3ª ed., Génova, 1973, pp. 104
e segs., 211 e segs.; CONRAD, Deutsche Rechtsgeschichte, II, Neuzeit bis 1806, Karlsruhe,
1966, pp. 374 e segs.
21 Cf. SELLERT, Progressgrundsätze und Stylus Curiae am Reichshofrat, Aalen, 1973,
pp. 358 e segs.; DÖHRING, Geschichte der deutschen Rechtspflege seit 1500, Berlim,
1953, p. 209; ENDEMANN, Das deutsche Zivilprozessrecht, Heidelberg, 1868, reimpressão.
Ale, 1969, pág. 526, e finalmente SPRUNG, "Die Entwicklung der zivilgerichtlichen
Begründungspflicht", em Entscheidungsbegründung, cit., pp. 43 e segs.
22 A propósito, mais amplamente e para mais indicações, ver TARUFFO, op. último cit.,
nota 7, p. 273 e segs.
23 Cf. o Project des Codicis Fridericiani Marchici, Berlim, 1749, parte I, tit. VI, §§ 18 e
19, p. 19; parte III, tit. XXXVI, § 11, p. 197. Para uma análise analítica da evolução do
problema na legislação dos estados alemães dos séculos XVIII e XIX, ver SPRUNG, op.
cit., nota 21, p. 47 e segs.
24 A publicação das sentenças deve ser feita em audiências, mas absque citatione
partium; Além disso, a motivação não é publicada quando há um processo escrito, em que
não está contextualizada na frase. Cf. Project des Codicis Fridericiani Marchici, cit., parte II,
tit. VI, §7, p. 85; parte III, tit. XXXVI, § 15, p. 197.
25 Esses propósitos estão expressos nas normas que regulamentam a instituição. cf.
Project des Codicis Fridericiani Marchici, cit., parte I, tit. VI, § 18, p. 19; parte II, tit.
VI, § 13, p. 86.
26 Cf. Allgemeine Gerichtsordnung für die Preussischen Staaten, Berlim, 1855 (referente
à edição que apareceu em 1816 no “Revidirte Gerichts-und Prozessordung”, publicada com
patente de 6 de julho de 1793), tit. XIII, §§ 7, 36, 42, 44, 48.
27 Cf. a propósito TARUFFO, op. o CO. último cit., nota 7.
28 Cf. Allgemeine Gerichtsordnung Joseph II von 1781, trazido às províncias italianas
como Regulamento Judicial de 10 de dezembro de 1785, §§ 261, 263 e 264. Em geral,
sobre o problema da motivação na AGO austríaca, ver SPRUNG, op. cit., nota 21, p. 56 e
segs.
29 Isso decorre, em especial, do § 263 do regulamento jusepino que previa que a
sentença —não motivada— não seria lida em audiência às partes nem seria publicada, mas
apenas instruída às próprias partes ou seus procuradores.
30 Cf. Leggi e Costituzioni, cit., loc. cit., e, por outro lado, a Leggi e criminali del Regno
di Sardegna, Turim, 1827, arts. 1353 e segs.
31 Cf. o Codice di leggi e costituzioni per gli Stati di Sua Altezza Serenissima,
Modena, MDCCLXXI, I, lib. I, títulos I e XXXII.
32 Cf. o Codice giudiziario nelle cause civili pel Principato di Trento, Trento, 1788, §§
212 e 214.
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38 Para uma análise articulada dessas concepções e das diferentes manifestações que
elas têm nas Constituições do século XVIII:, cf. TARUFO, op. cit., nota 7, p. 290 e segs.
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AMODIO, op. último cit., nota 14, p. 448 e segs.). A este respeito, a declaração de COLESANTI,
Entscheidungsbegründung, cit., p. 376, no sentido de que a ideia de controle democrático do juiz
por meio de instrumento de motivação continua a se firmar na medida em que a Cassação é
considerada como órgão político institucional e fonte de poder legislativo, mas declina — e
prevalece em seu lugar a concepção endoprocessual de motivação – quando se consolida a
concepção da Cassação como órgão jurisdicional.
43 Cf., por exemplo, o Codice di civil process pel Regno d'Italia, Milão, 1806, o Codice della
civil procedure, Turim, 1808, e o Codice di civil process per i Principati di Lucca e Piombino,
Lucca, 1808, que são versões simples do código francês.
44 L'AMODIO, op. último cit., nota 14, p. 447 e segs., opõe-se, em termos de obrigação de
motivação, ao "preconceito" que consiste em considerar que a legislação italiana do século XVIII
se limitou a imitar o modelo francês (neste sentido, SCAPARONE, "La disciplina costituzionale
dell' intervento di 'laici non tecnici' nell'amministrazione della giustizia", em Giur. Cost., 1968, pp.
2363 e segs.), e sugere que o modelo que teriam seguido seria o da pragmática napolitana de
1774. É verdade que o sublinhado parece basear-se apenas no fato de que a legislação
revolucionária não teve uma influência determinante na Itália, como foi observado no texto; por
outro lado, não se pode excluir que a pragmática napolitana possa ter tido certo valor exemplar
para os legisladores da Restauração, justamente por sua “alma” burocrática e autoritária, já posta
em evidência.
No entanto, isso não implica que a opinião da AMODIO seja plenamente fundamentada: se
o modelo francês é entendido como o código napolitano, é indiscutível que teve uma grande
influência. Nesse sentido, devemos lembrar não apenas as hipóteses de revisão daquele código
como lei vigente (vn precedente), mas, sobretudo, a muito ampla circulação que as obras da
doutrina francesa tiveram, especialmente em Nápoles (como, por exemplo, o comentário de
CARRÉ , cuja tradução fazia parte de uma compilação de traduções de comentários ao código
francês), que em alguns casos foram adaptados como um comentário à regulamentação em vigor
na Itália. Por outro lado, não se deve esquecer que a pragmática de 1774 vigorou por alguns
anos, após os quais a concepção que havia sido expressa deixou de ser relevante na ordem
napolitana e foi considerada um episódio isolado e não um modelo. realmente influente. Além
disso, embora seja possível traçar analogias entre os códigos processuais civis pré-unitários e o
código francês, não parece que se inspirem, quanto à forma de regular a obrigação de motivação,
no código napolitano.
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Então, justifica-se o que foi dito no texto, no sentido de que as regras ordinárias sobre motivação
significam apenas a recepção da concepção endoprocessual, e que a ausência de referência nos
princípios não carece de um sentido político. à concepção extra-processual.
58 Para a Itália, cf., por exemplo, a análise clara e madura de Manzini, op. cit., loc. cit.,
comentando o artigo 204 do código de processo civil da Sardenha e ver também NICOLINI,
Quistioni di diritto trattate nelle conclutioni, nè discorsi e in altri scritti legali, vol. V, Nápoles, 1840,
pp. 273 e segs.
59 Cf. Referências e sínteses em CARRÉ, Le leggi della procedura civile, Nápoles, 4ª ed.,
1850, vol. II, pág. 291 e segs.; THOMINE-DESMAZURES, Comentário ao código de processo civil,
Nápoles, 1855, vol. eu, pág. 286 e segs.; BIOCHE-GOUJET, Dizionario generale ragionato della
procedura civile e comerciale, Palermo, 1854, ver Sentence, pp. 545 e segs.
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72 Cf. ZO BELL, “L'espressione di giudizi separati nella Suprema Corte, storia della scissione
della decisione giudiziaria”, in Le opinioni dissenzienti, cit.; RUPP, “Zur Fage der Dissenting
Opinion”, in Festschr. Für G. Leibholz, Tübingen, 1966, II, p. 532.
73 Cf. ZO BELL, op. cit., pág. 71; VACCARO, ““Dissidências” e “concorrências” nella prassi
della Suprema Corte degli Stati Uniti”, em Foro pad., 1951, IV, p. 12; GIORDANO, A motivação
da sentença, cit., p. 153; Levin, “Sr. Juiz William Johnson, Dissidente Criativo”, em Michigan Law
Review, 1944, pp. 512 e segs.
74 Relatórios GORLA, “La struttura della decisione giudiziale nel diritto italiano e nella
'common law' ”, cit., c. 1247, que nos sistemas de common law, nos órgãos colegiados, não se
pode realmente falar de decisões e motivação única, enquanto permanece o sistema de decisão
e motivação pessoal: se os juízes concordarem na decisão e nos motivos, a sentença é redigida
em um único documento;
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Caso contrário, todos permanecem livres para expressar sua própria opinião concordante ou
discordante. A única inovação consiste no fato de expressar a decisão da maioria de forma unitária.
75 O caso de Francis Bacon (cf. n. 71) parece ser um exemplo isolado de intuição filosófico-
política, e não a expressão de uma orientação clara presente na cultura jurídica da época.
83 Cf. parágrafo 313, c. 1 não. 4 do ZPO alemão (ver finalmente GRUNSKY, “Die
Entscheidungsbegründung im deutschen zivilgerichtlichen Verfahren”, in Entscheidungsbegründung,
cit., pp. 65 e segs.) e os parágrafos 416 c.1 e 417 cc. 2 e 3 do ZPO austríaco (ver FASCHING,
“Die Entscheidungsbegründung im Österreichischen zivilgerichtlichen Erkenntnis-, Executions-
und Insolvenzverfahren”, ibid., pp. 138 e segs.).
84 Para o processo germânico, ver GRUNSKY, op. cit., pág. 64. No ZPO austríaco, a mesma
regulamentação relativa à motivação no processo civil ordinário encontra-se fragmentada: n.º 414,
c. 1 sustenta a necessidade de motivação na sentença publicada oralmente, enquanto o parágrafo
416, cc. 1 e 3, 417cc. 2 e 3, 179, 181c. 2.275 c. 2 e 278c. 2 referem-se ao teor da fundamentação
da sentença publicada por escrito (cfr. FASCHING, op. cit., pp. 137 e segs.).
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94 Cf. BRÜGGEMANN, op. cit., pág. 161 e segs., e sobre o mesmo assunto, ver
TROCKER, Processo civile e Costituzione. Problemi di diritto tedesco e italiano, Milão, 1974, pp. 461 e s.
95 Cf. BRÜGGEMANN, op. cit., pág. 125 e segs., 152 e segs., e na referência ao artigo
20.º, n.º 3, da Grundgesetz, ULE, op. cit., pág. 542 e segs.; MAUNZ-DURIG HERZOG,
Grundgesetz. Comentário, Munique, 1971, p. 26.
96 Cf. indicações em TOCKER, op. cit., loc. cit., e em GRUNSKY, op. cit., pág. 78 e segs.
97 Cf., por exemplo, ARNDT, “Das rechtliche Gehör”, in Neue Juristische
Wochenschrift, 1959, p. 7.
98 Cf., por exemplo, GRUNSKY, op. cit., pág. 79 e segs.
99 A experiência interpretativa ocorrida na Alemanha (a esse respeito, ver extensivamente
TROCKER, op. cit., pp. 367 e ss.) mostrou a força expansiva do princípio estabelecido pelo
artigo 103, parágrafo 1, da Grundgesetz, além de qualquer tentativa doutrinária de delimitar o
alcance da medida representada pela lei ordinária. Isto permite-nos considerar que o problema
da relação entre o princípio da defesa e o dever de fundamentação, que até agora não
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108 Cf. JOLOWICZ, op. cit., pág. 169, que mostra que uma mudança na práxis é impensável
e que, quando ocorresse, “o sistema jurisprudencial entraria em colapso”.
109 Em particular, é o juiz quem decide se fundamenta oralmente na audiência o ato
proferido pela decisão, caso em que os motivos são muito breves e extemporâneos, ou se
fundamenta por escrito, reservando-se o tempo necessário, em neste caso as razões são mais
extensas e tecnicamente mais elaboradas (cf. SCARMAN, “The English Judge”, in Modern Law
Review, n. 30, 1967, pp. 1 ss.; JACKSON, The Machinery of Justice in England, 4ª ed. .,
Cambridge, 1972, p.94). Isso se refere às hipóteses cada vez mais frequentes de julgamento
sem júri; No caso de julgamento por júri, o juiz (juiz) só tem de adaptar a decisão ao veredicto
(imotivado) e proferir a sentença (cf.
JACKSON, op. cit., loc. cit.).
110 Daqui decorre que a sentença não pode ser impugnada por vícios de fundamentação
(uma espécie de exceção nesta matéria é constituída pela impugnação à Câmara dos Lordes
contra as sentenças do Tribunal Superior admitidas pelo Administration of Justice Act de 1969,
em o caso em que a questão de direito não foi "totalmente considerada na sentença": cf.
JOLOWICZ, op.cit., p. 169, n. 156). A motivação, por outro lado, pode abrir a porta ao desafio se
demonstrar o erro de direito (cfr. AKEHURST, op. cit., pp. 159 e ss.); É compreensível que essa
possibilidade se manifeste especificamente com intensidade variável dependendo da forma como
a motivação se configura (ver acima), e por isso não pode ser considerada garantida de forma
geral.
111 Cf. VARANO, op. cit., pág. 323 e segs., 503; LAWTON, op. cit., pág. 426.
112 Ver indicações em LAWTON, op. cit., pág. 427, e em AKEHURST, op. cit., pág. 157 e
segs.
113 Cf. VARANO, op. cit., pág. 324.
114 Sobre os diversos pontos indicados no texto, cf. amplamente AKEHURST,
op. cit., pág. 159 e segs., 168.
115 Cf. especialmente DENNING, The Road to Justice, Londres, 1955, p. 29 (ver também
DOWRICH, Justice de acordo com os Common Lawyers ingleses, Londres, 1961, p. 31). No
mesmo sentido, cf., também os pontos de vista expressos em 1932 pelo Committee on Ministers'
Power (ver o Relatório do Comitê, reimp., Londres, 1966, pp. 80 e 100, e cf. VARANO, op. . cit.,
p. 504), em 1957 pela Comissão de Tribunais Administrativos e Inquéritos, e em 1971 no
Memorando de Direito e Prática de Recursos da Jurisdição Criminal do Tribunal de Magistrados,
que foi elaborado pela Comissão Permanente de Direito Penal da Sociedade Jurídica (a este
respeito, cf. PARKER, “A Right to Know the Reasons for a Decision of a Magistrates' Court?”, em
Direitos Fundamentais, Bridge, Lasok, Perrott and Plender editors, Londres, 1973, págs. 189 e
segs.).
116 Cf., por exemplo, R. ver “Gaming Board for Great Britain (1970)”, em WLR, n. 2, 1009, e
ver outras indicações em PARKER, op. cit., pág. 189.
117 Cf. JOLOWICZ, op. cit., pág. 169, que parece entender essa questão como uma questão
de pouca importância, se comparada à prática constante da motivação.
118 A jurisprudência inglesa tem afirmado o princípio da obrigatoriedade da fundamentação
dos juízes administrativos especiais e, portanto, a existência de um direito de raciocínio das
partes, tendo em conta os poderes de decisão particularmente amplos que o juiz especial
possui. : cf. LAWTON, op. cit., pág. 424.
119 Cf. DENNING, op. cit., loc. cit.; VARANO, op. cit., pág. 505.
120 Cf. VARANO, op. cit., pág. 503.
121 Neste sentido, cf. AKEHURST, op. cit., pág. 168.
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122 Nesse sentido, para o Canadá, cf. WATSON, “Fundamental Guarantees of Litigants in
Civil Proceedings in Canada”, em Fundamental Guarantees, cit., pp. 235 e seguintes; para a
Escócia ver LAWTON, op. cit., pág. 424 e s.
123 Cf. Norma 54(a) das Normas Federais de Processo Civil, que procura excluir da sentença
tudo o que não se refira diretamente ao pronunciamento da decisão em sentido estrito (cf. WRIGHT-
MILLER, Federal Practice and Procedure , St. Paul, Minn., 1973, vol X, pp. 7 e segs.); (sobre isso,
ver WEINSTEIN-KORN-MILLER, New York Civil Practice, New York, 1964, vol. V, pp. 50-51 e
segs.), e em geral, BLUME, American Civil Procedure, Englewood Cliffs, NJ, 1955, pág. 221 e
segs.
124 Sobre a prática de julgamentos sem fundamento, cf. LUPOI, “Valore dichiarativo della
sentenza ed irretroattività del mutamento giurisprudenziale nel diritto statunitense”, em Quaderni
del Foro Italiano, 1969, c. 735 e segs.
125 Muitas outras decisões do STF não podem ser motivadas, nos freqüentes casos em que
o certiorai é negado, ou o recurso é rejeitado “por falta de questão federal substancial”; Além
disso, muitas decisões sobre o mérito são proferidas pela cúria, ou seja, sem motivação: a este
respeito: cf. MILLER, "On the Choice of Major Premises in Supreme Court Opinions", no Journal
of Public Law, no. 14, 1965, pág. 255.
126 Cf. MAYERS, L'ordinamento proceduale negli Stati Uniti d'America, trad. it., Milão, 1967,
p. 221 e segs. Vale lembrar que, com base na Norma 58 do Regimento Federal de Processo Civil,
as constatações de fato e as conclusões de direito elaboradas para a preparação do julgamento
não podem fazer parte da sentença: cf., a esse respeito, LAVINE- HORNING, Manual of Federal
Practice, Nova York-São Francisco-Toronto Londres-Sydney, 1961, pp. 593 e segs.
127 Cf. GORLA, “A estrutura da decisão judicial no direito italiano e no “direito comum”, cit.,
c. 1247; SERENI, “Aspetti del processo civile negli Stati Uniti”, in Studi di diritto comparato, I, Milão,
1956, p. 415. A tendência a não motivar, ou a reduzir a motivação a memorandos breves, tende a
difundir-se cada vez mais: cf. LLEWELLYN, A Tradição do Direito Comum. Decisão de apelações,
Boston-Toronto, 1960, p. 27.
128 Cf., por exemplo, LEFLAR, “Algumas Observações sobre Pareceres Judiciais”, in Col.
LR, n. 61, 1961, pág. 810 e segs.; SHUMAN, “Justificação de Decisões Judiciais”, cit., pp. 717 e
segs.; WASERSTROM, A Decisão Judicial. Em direção a uma teoria da justificação legal, Stanford,
1961, pp. 94 e segs., 159 e segs.
129 Cf. Goldberg v. Kelly, 397 US 254, 90 S. Ct. 1011 (1970).
130 Neste sentido, cf. SMIT, “Garantias Constitucionais no Contencioso Civil no
Estados Unidos da América”, in Fundamental Guarantees, cit., p. 460.
131 A história do problema nos sistemas processuais europeus, a partir das reformas da
segunda metade do século XVIII (a este respeito, ver supra, 1) demonstra que não pode ser
interpretado a partir da oposição entre obrigação de motivação/ausência de obrigação.
Especialmente do ponto de vista das implicações ideológicas vinculadas ao princípio obrigatório
da motivação, é preciso levar em conta a dialética, interna ao próprio processo, entre a concepção
endoprocessual e a concepção extraprocessual de motivação. É certo que as soluções que o
problema teve nos diferentes ordenamentos jurídicos e na sua evolução podem ser sintetizadas
em quatro tipos: a) ausência do dever de motivação; b) obrigação imposta após a concepção
endoprocedimento; c) obrigação imposta tanto de acordo com a concepção endoprocedimento,
quanto de acordo com a concepção extraprocedimento; d) obrigação configurada essencialmente
seguindo a concepção extraprocessual. Devemos notar que, durante os séculos XVII e XVIII, a
maioria dos ordenamentos jurídicos adotou a segunda
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perspectiva, enquanto a segunda e a terceira aparecem cada vez mais nos sistemas modernos.
Há também algum exemplo do caso mais anômalo, que é o quarto, haja vista que no
ordenamento jurídico inglês, a incorporação do princípio obrigatório da motivação entre os
princípios da justiça natura pode ser interpretada, na ausência de regras processuais
ordinárias, como manifestação autônoma da concepção extra-processual de motivação.
Nosso sistema jurídico (italiano) não é o único que contém fenômenos como esse.
O caso da Alemanha é muito semelhante, embora não idêntico, onde a obrigação de motivação
é estabelecida (seguindo a linha das reformas de Federico) pelo ZPO de 1877, numa
perspectiva claramente endoprocessual; a Bonner Grundgesetz carece de uma norma
expressa sobre esse ponto, mas, como vimos, prevalece a opinião no sentido de que esse
princípio da motivação obrigatória —visto do ponto de vista político e garantidor e, portanto,
extraprocessual— estaria implícito no princípios contidos na Constituição de Bona (cf.
parágrafo 2, alínea a). Temos aqui uma superposição, em condições histórico-políticas muito
diferentes, de duas abordagens diferentes ao problema da obrigação de motivação.
134 Em sentido análogo, cf. COLESANTI, Entscheidungsbegründung, cit., pp. 362 e segs.
135 Cf., por exemplo, MEYER, Esprit, origine et progrès des instituições judiciárias des
principaux Pays de l'Europe, Paris, 1823, IV, pp. 408 e segs.; V, pág. 150; THOMINE-
DESMAZURES, Comentário, cit., p. 292; MANCINI-PISANELLI-SCIALOJA, Comentário, cit.,
II, p. 427; GUASP, Comentários, cit., p. 997; ALSINA, op. cit., II, pág. 255; CALAMANDREI, A
crise da motivação, cit., p. 664; Grunsky, op. cit., pág. 73 (que fala de uma obrigação moral de
informação). Criticamente, cfr . CARNELUTTI, “Eccesso del potere giudiziario per difetto di
motivazione”, in Rivista di Diritto Processuale, 1947, II, p. 214.
136 Parece irreal se estiver relacionado com a prática atual em que emerge o conhecido
fenômeno da altíssima frequência de impugnações e a correlativa convicção de que o recurso
é, senão a verdadeira sede do julgamento, uma continuação natural. avaliar Este não é o
espaço para investigar as modalidades e causas do fenômeno, mas sua existência demonstra
ao menos a ausência da eficácia da motivação como instrumento de persuasão da justiça da
decisão e a inadequação da impugnação. Sobre a função persuasiva da motivação plural ou
complexa, ver por outro lado LUPOI, Pluralità di “rationes decidendi”, cit., c. 252.
137 Il CALAMANDREI, op. último cit., pág. 665, encontra-se na garantia da impugnação
à verdadeira função jurídica da motivação. A mesma coisa nos diz sobre
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(art. 434) inerentes às razões específicas da impugnação não podem ser desconsideradas a menos
que se queira banalizar o direito de defesa das partes e a própria estrutura concentrada no
procedimento. Por outro lado, além da precisão imediata dos requisitos e das exceções nos primeiros
atos, é condição indispensável para a concentração do procedimento em primeiro grau (sobre estas
normas, cf. DENTI SIMONESCHI, Il nuovo processo del lavoro, Milão, 1974, pp. 86 e segs., 111 e
segs.; MONTESANO, em MONTESANO-MAZZIOTTI, Le controversie del lavoro e della sicurezza
sociale, Nápoles, 1974, pp. 74 e segs.), a especificidade das razões do desafio visa garantir a
concentração do procedimento de segundo grau (ver DENTI SIMONESCHI, op. cit., pp. 175 e
segs.),*** cf. CAPPELLETTI, in Incontro sul progetto di riforma del processo del lavoro (Bolonha,
12-13 de junho de 1971), Milão, 1971, p. 60).
143 Nesse caso, não só a parte derrotada teria que contestar “no escuro” (cf.
COLESANTI, op. último cit., pág. 362), mas sim que o apelado teria que se defender de impugnação
imotivada com base em sentença que, em substância, lhe é favorável, mas da qual não poderia obter
qualquer elemento que favoreça sua posição.
O contraditório seria impossível e, basicamente, supérfluo, uma vez que não poderia utilizar os
fundamentos da sentença impugnada.
144 A esse respeito, ver COMOGLIO, La garanzia costituzionale dell'azione ed il
processo civil, Pádua, 1970, pp. 211 e segs., 308, n. 27.
145 Os casos mais citados são os seguintes: a) sentença de absolvição propter ineptam
petiçãoem; b) sentença que se desvie do direito comum; c) Sentença que indefira o pedido de rei
vindicatio porque o conveniado não tem a coisa na posse da coisa no momento da sentença; d)
acórdão de recurso que revoga a sentença de primeiro grau. Para referências bibliográficas, ver n.
onze.
146 Cf. o Project des Codicis Fridericiani Marchici, cit., parte I, tit. VI, § 18, p. 19.
147 Sobre o argumento, ver, em geral, DENTI, op. último cit., pág. 23 e segs., 39 e segs., e
passim.
148 Cf., finalmente, COLESANTI, op. último cit., pág. 367 e segs.; FASCHING, op. cit., pág. 136.
149 A função explicativa autônoma que a motivação desenvolve em relação à decisão —além
do que se refere à posição das partes em relação à impugnação e à determinação objetiva do que é
julgado— é demonstrada pelo crescente fenômeno das decisões interpretativas ou corretivas de o
tribunal constitucional (ver, em geral, ANDRIOLI, “Motivazione e dispositivo delle sentenze della Corte
Costituzionale”, in Rivista trimestrale di diritto e procedura civile,1962, pp. 529 et seq.; LOMBARDI,
“Motivazione ( Diritto Costituzionale)”, in Novissimo Digest Italiano, X, Turim, 1964, pp. 954 e segs.).
Para além da discussão que levanta o problema da eficácia vinculante das sentenças interpretativas
de indeferimento, é evidente que a identificação da “norma” que o Tribunal realiza no processo
interpretativo se expressa por meio da motivação. Mais precisamente, na medida em que se trata de
concretizar os princípios constitucionais relativos às normas ordinárias, o estabelecimento do sentido
da norma constitucional se dá quando —no nível da motivação— os valores jurídico-políticos a partir
dos quais a operação materializa são indicados.
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150 Sobre este argumento, ver COLESANTI, op. último cit., pág. 363 e CARNELUTTI, Diritto
e processo, cit., p. 224; evidentemente, é mais um aspecto da função “repressiva” da motivação
a que se fez referência, cf. CALAMANDREI, Cassazione civile, cit., II, pp. 374 e s.
151 Em particular, sobre a interpretação constitucional do acórdão, cf. DENTI, op. último cit.,
pág. 91 e segs.
152 Além da relação motivação-implantação mencionada no texto, a concepção
endoprocessual da motivação teria uma eficácia explicativa no que diz respeito ao princípio da
obrigação, a partir das sentenças que não admitem impugnação ou que tenham sido submetidas
a julgamento, a partir de um ponto de vista único: é o caso em que a sentença deve ser
interpretada por um juiz, diferente do juiz impugnado, perante o qual o precedente deve ser
afirmado (ver DENTI, op. e loc. ult. cit .).
153 A consideração exclusiva da motivação em relação à impugnação explica algumas
soluções limitantes como as adotadas no código de José II da Áustria (ver supra, n.º 1, alínea a),
caracterizadas por ligar a própria existência da motivação à possibilidade e às exigências da
motivação. cf. Além disso, para uma hipótese de sobrevivência de um regulamento deste tipo, o
artigo 238.º, n.º 1, do código de processo civil polaco (a este respeito, ver n.º 2, alínea b).
158 Mesmo no quadro de uma concepção não inteiramente aceitável do raciocínio do juiz e
da natureza da sentença, há um fundo de verdade no que CALAMANDREI, op. último cit., II, pág.
29 e s., quanto ao erro iuris in iudicando, revelando tratar-se de erro inerente à fixação de uma
das premissas de onde parte a fundamentação que não conclui com a decisão (da mesma forma,
embora distinguindo a hipótese da falsa aplicação da lei, ver CARNELUTTI, “Limiti del rilievo
dell'error in judicando in Corte di Cassazione”, in Studi di diritto processuale, I, Pádua, 1925, pp.
374 e 385).
159 De acordo com o esquema estrutural do julgamento acima exposto (ver capítulo V,
parágrafo 2º), a interpretação-aplicação da norma não é a decisão (entendida como afirmação
das consequências jurídicas inerentes ao caso), mas uma premissa de onde vem.
Segue-se que o controle sobre a legitimidade da aplicação da norma não é um controle sobre a
decisão em si, mas um julgamento sobre a legitimidade das premissas normativas (interpretativas/
aplicáveis) das quais o juiz derivou sua conclusão.
Mais precisamente, trata-se de uma verificação inerente à legitimidade das premissas normativas
que o juiz afirma estarem por trás da decisão; ou seja, um controle sobre as razões jurídicas da
própria decisão. Nessa perspectiva, o controle de legitimidade se funda ao confrontar o raciocínio
que o juiz faz na motivação, sobre o sentido que deve ser atribuído à norma em relação ao
pressuposto específico, e o raciocínio análogo (estruturalmente) que a Cassação faz ... em torno
da norma, sua interpretação e a classificação jurídica do fato. Sobre as diferentes posições do
juiz no caso e a cassação perante a norma, ver MAZZARELLA, “'Fatto e diritto' in Cassazione”,
in Rivista trimestrale di diritto e procedura civile, 1974, p. 110.
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167 Sobre o conhecido e antigo problema inerente às distorções que se verificam nas
formulações das máximas e —especialmente— em seu uso como fictícios precedentes
“unificadores”, o que sustenta CALAMANDREI, “La funzione della giurisprudenza nel
tempo presente”, in Rivista trimestrale di diritto e procedura civile, 1955, pp. 257 e segs.
Sobre o mesmo argumento, ver também um texto mais recente de MICHELI, “L'unità
dell'ordinamento e il processo civile”, in Rivista di Diritto Processuale, 1968, pp. 441 e
segs.; COLESANTI, "Giurisprudenza", in Novissimo Digest Italiano, VII, Turim, 1961, p.
1105.
168 Trata-se de uma hipótese que, para ser furtada, seria necessária a demonstração
da existência de testamento específico nesse sentido, o que, como muitas vezes acontece,
não parece possível. A hipótese mais plausível que não envolve fins prosseguidos pelo
legislador através do artigo 132.º, número 4, é que o legislador de 42 se limitou a receber,
sem fazer uma avaliação ad hoc do problema, o artigo 360.º, número 6 do código de 65
que representou, nem mais nem menos, do que uma reafirmação do princípio que já
estava presente na maioria das codificações processuais pré-unitárias. Seria uma
daquelas normas que, superado o momento histórico em que foram aprovadas, tornam-
se "lugares-comuns do ordenamento jurídico" e acabam sendo reproduzidos sem grandes
alterações e sem novos problemas conotados, no futuro dos diferentes legislações
processuais.
169 Neste sentido, para todos os casos, cf. TARZIA, Profili della sentenza civile
impugnabile, Milão, 1967, pp. 15 e seguintes; CARNELUTTI, Istituzioni del processo civile
italiano, 4ª ed., Roma, 1956, I, pp. 306 e segs.
170 Nesta perspectiva, torna-se relevante a ligação com o conceito de “julgamento
em sentido substancial”, fruto da conhecida questão de interpretação que se deu sobre a
noção de julgamento utilizada no § 2º do artigo 111.º da Lei. Constituição (sobre a qual
se deve ver, em geral, MANDRIOLI, L'assorbimento dell'azione civile di nullità e l'article
111 della Costituzione, Milão, 1967, pp. 35 e segs.). Este link serve para alargar a
prescrição do artigo 132.º, n.º 4, a todas as deliberações deliberativas e permite a
interposição de recursos por infrações à lei, com base no artigo 111.º, n.º 2, das
deliberações que emanem de forma diferente da sentença e que, sem motivação
adequada, implique violação do artigo 132.º, n.º 4, do código de processo civil. No caso
de violação da lei com regulamentos decisórios que emanam de portaria imotivada, cf.
SALIS, “Provvedimenti collegiali non motivati”, in Giustizia civile, 1965, I, pp. 597 e segs.
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737 do Código de Processo Civil, (a este respeito, cf. CARNELUTTI, op. ult. cit., I, p. 309). Não
faltam algumas hipóteses específicas como a do artigo 313.º do código civil, que prevê expressamente
a emissão de decreto "sem fundamentação".
173 Cf. A notícia contida em FALZONE-PALERMO-COSENTINO, La Costituzione della
repubblica italiano, Roma, 1969, p. 356, e em CARULLO, La Costituzione della repubblica italiano,
Bolonha, 1950, p. 354, nº. 1º, do qual se pode deduzir a orientação do legislador constituinte
"histórico" no sentido de excluir o decreto do âmbito constitucional.
174 Sobre essas duas orientações, cf., além das referências da nota anterior, LESSONA, La
funzione giurisdizionale, cit., p. 213; PROVINCIALI, Norma di diritto proceduale, cit., p. 66;
BISCARETTI DI RUFFIA, op. cit., pág. 551.
175 Cf. LESSONA, op. o CO. último cit.
176 Sobre o argumento, cf. outras referências em TOCKER, op. cit., pág. 461; Grunsky, op. cit.,
pág. 72 e seguintes; BRUGGEMANN, op. cit., pág. 94 e segs. No mesmo sentido em relação ao
ordenamento jurídico suíço, cf. WALDER, op. cit., pág. 321.
177 Ver GRUNSKY, op. cit., pág. 75.
178 A exigência de garantia dos direitos das partes em relação às disposições regulamentares,
por meio da motivação, está claramente presente no código austríaco, embora não identifique uma
verdadeira e própria obrigação geral de motivar essas disposições. Por outro lado, o número 418 do
ZPO austríaco prevê que os decretos que surgirem do contraditório das partes ou a pedido das
partes sejam motivados, deixando a motivação nos demais casos a critério do juiz. Por outro lado,
tende-se a considerar que, quando a motivação não é obrigatória, continua a ser necessário admitir
uma forma de impugnação ao controlo (cfr. FASCHING, op. cit., pp. 142 e s. .).
179 Em geral sobre a conexão em análise, cf. BRUGGEMANN, op. cit., pág. 152 e seguintes;
TROCKER, op. cit., pág. 459 e segs.; WALDER, op. cit., pág. 299 e segs.; RAMMOS, op. cit., pág.
406. Criticamente, cf. Grunsky, op. cit., pág. 78 e segs.
180 Sobre o argumento , cf., em geral, COMOGLIO, op. cit., pág. 145 e segs., 217 e segs., 302
e segs.; além disso, com muitas referências ao assunto na Alemanha, TROCKER, op. cit., pág. 448
e segs., 510 e segs., 637 e segs.
181 A ligação entre uma hipótese deste tipo e a exigência da fundamentação é claramente
aceite, por exemplo, pelo legislador soviético que prescreve expressamente, tanto nos princípios
fundamentais como no código de processo civil, a fundamentação específica baseada na exclusão
de os meios de prova deduzidos pelas partes (ver, supra, § 2, alínea b).
182 Sobre a violação do direito à prova que pode ser realizada desta forma, cf.
mais amplamente TARUFFO, Studi, cit., pp. 71 e seguintes; id., Prove atipiche, cit., pp. 428 e segs.
183 Um dos fatores que facilitam esse fenômeno se deve à ausência de obrigação expressa do
juiz de levantar preventivamente o contraditório entre as partes na hipótese da decisão, diferente da
proposta pelas próprias partes, que o juiz considera mais exequível o artigo 82.º, n.º 2, do Código de
Processo Civil, não sendo suficiente neste sentido (cfr. DENTI, “Questioni rilevabili d'ufficio e
contradditorio”, in Rivista di Diritto Processuale, 1968, pp. 217 e ss., num sentido parcialmente
diferente, ver GRASSO, “La collaborazione nel processo civile”, ibid., 1966, pp. 291 e 606. No sentido
de que uma obrigação deste tipo pode ser deduzida directamente do artigo 24.º da Constituição ,
ver, finalmente, TARUFFO, Certezza e probabilità, cit., cc. 40 e s.). A situação é semelhante e causa
os mesmos problemas
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sob a ótica da garantia de defesa, na Alemanha, onde o tema tem sido amplamente debatido
na doutrina e na jurisprudência (cf. TROCKER, op. cit., pp. 660 e ss.).
189 Se, por um lado, o artigo 102, parágrafo 3º, da Constituição representa, sem dúvida,
uma abertura relevante no sentido democrático, vale notar que, com exceção do processo
de trabalho (e também aqui com fortes limitações), o O princípio da participação popular na
administração da justiça é, na prática, letra morta (provavelmente por suas claras implicações
políticas).
No entanto, deve-se ressaltar que nos casos em que se contempla uma forma de participação
no processo (e não no julgamento), a efetividade específica do fenômeno pode ser reduzida
a zero pelo juiz no momento chave da decisão, na medida em
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190 A “especialidade” deste tipo de participação é evidente sob diversos pontos de vista:
foge ao disposto no artigo 102, parágrafo 3º da Constituição, não podendo conceber uma
regulamentação legislativa, mas apenas –eventualmente– uma gestão; Além disso, não se trata
tanto de participação em litígios específicos, mas de uma forma de inserir as pessoas no
fenômeno global da administração da justiça. Trata-se também da participação no nível mínimo
de conhecimento (e consciência) dos atos e eventos específicos em que a "justiça" se manifesta,
bem como, por fim, a indicação dos interesses e valores -guia a quem a administração da justiça
deve ser inspirado.
193 Às categorias de hipóteses que foram evocadas, devemos acrescentar outra com
características menos definidas do ponto de vista jurídico, onde os processos políticos encontram
seu lugar (cf., em geral, KIRCHHEIMER, Justiça política. Ende Político, Princeton, NJ, 1961, pp.
46 e segs.). Isso se caracteriza pelo fato de que o grupo social que se posiciona como destinatário
político da decisão e, portanto, normalmente exerce controle externo sobre ela, não é definido na
área de divulgação de um interesse particular, mas tende a coincidir com toda a coletividade,
eventualmente até mesmo em nível supranacional. Se, por um lado, é na justiça penal que se
encontra habitualmente o fenómeno do processo político (embora os processos sobre “crimes
políticos” não sejam apenas políticos), por outro, a presença no campo da justiça penal não pode
ser negado justiça civil. Isso é verdade se a análise marxista do uso da classe na justiça civil for
aceita: nessa perspectiva o "público" que é o destinatário
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210 Em particular, o único conceito que a jurisprudência utiliza com certa frequência
nesse sentido é o de afirmação apodítica (ver, por exemplo, Cass. 29 de outubro de 1973,
n. 2822, cit.; Cass. 9 de março de 1973) 1973, No. 635, Massimario de Foro Italiano,
1973, 173, Cass, 18 de outubro de 1971, No. 2953, in Repertorio del Foro Italiano, 1971,
ver Sentenza civile, No. 107, Cass, 26 de junho de 1963, n. 1712, ibid., 1963, ver cit., n.
66; Cass. 24 de março de 1964, n. 669, cit.), que, aliás, na falta de uma definição rigorosa,
é um filtro que permite recolher casos particularmente óbvios de falta de motivação. Por
sua vez, também o caso do conceito de motivação "perplexo" (ver, por exemplo, Cass. 31
de março de 1971, n. 936, ibid., 1971, ver cit., n. 133) permanece genérico, graves
hipóteses de obscuridade no raciocínio do juiz (no caso citado, tratava-se apenas da
impossibilidade de estabelecer qual das diferentes classificações jurídicas da relação é a
que o juiz havia adotado).
211 Apenas algumas decisões isoladas são a exceção, em que o Supremo Tribunal
realiza uma verificação específica da consistência lógica da decisão, sem se limitar a
apontar sua ausência ou insuficiência: (cf., por exemplo, Cass. 11 de março de _ _ 1970,
nº 2245, in Repertory of the Italian Forum, 1972, ver cit., nº 68.
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A seguir, os aspectos mais diretamente ligados à aplicação dos artigos 132, número 4 do código
de processo civil e 118 disp. correspondente.
221 Nesse sentido, de fato, Cass. 22 de janeiro de 1965, n. 116, in Repertorio del Foro
Italiano, 1965, ver cit., n. 57; Cass. 24 de maio de 1962, n. 1212, ibid., 1962, ver cit., n. 104;
Cass. 11 de junho de 1958, n. 1950, ibid., 1958, ver cit., n. 44.
222 Cf. Além das decisões citadas nas notas 218 e 220, Cass. 20 de dezembro de 1972, n.
3644, in Repertório do Fórum Italiano, 1972, ver cit., n. 73; Cass. 16 de dezembro de 1971, n.
3666, cit.; Cass. 26 de junho de 1971, n. 2046, ibid., 1971, ver cit., n. 90; Cass. 12 de junho de
1968, n. 2075, ibid., 1968, ver cit., n. 68; Cass. 22 de janeiro de 1965, n. 116, cit.; Cass. 17 de
abril de 1964, n. 919, in Giustizia de outubro de 1963, n. 2684, em Italian Forum, 1963, I, 2088;
Civile, 1964, I, 1363; Cass. _ Cass. 15 de maio de 1962, n. 1028, em Giustizia Civile, 1962, I,
818; Cass. 22 de janeiro de 1958, n. 134, ibid., 1958, I, 662; Cass. 2 de agosto de 1956, n.
3016, in Dir. Egiur., 1957, p. 262.
223 Cf., por exemplo, Cass. 5 de março de 1969, n. 700, in Repertorio del Foro Italiano,
1969, ver cit., n. 74; Cass. 4 de dezembro de 1969, n. 3878, ibid., 1970, ver cit., n. 38; Cass. 14
de março de 1968, n. 826, ibid., 1968, ver cit., n. 69; Cass. 3 de maio de 1969, n. 1471, em
Giustizia Civile, 1970, I, 1301; Cass. 8 de janeiro de 1968, n. 24, ibid., 1968, I, 403; Cass. 2 de
agosto de 1962, n. 2314, ibid., 1963, I, 580.
224 Do ponto de vista da função endoprocessual da motivação, considerada singularmente,
a motivação per relationshipem poderia ser admitida mesmo seguindo os critérios menos
restritivos indicados pela jurisprudência, haja vista que as partes e o juiz impugnante teriam à
sua disposição a elementos (sentença de primeiro grau, razões de apelação) necessários para
integrar e controlar adequadamente a motivação por relacionamento. No entanto, esse discurso
não é válido do ponto de vista da função extraprocessual da motivação — principalmente se
pensarmos na garantia
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225 Algumas indicações nesse sentido podem ser encontradas em algumas decisões
isoladas: cf. Cass. 19 de setembro de 1970, n. 1617, in Foro Italiano, 1971, I, 241; Cass.
22 de janeiro de 1971, n. 137, in Repertorio del Foro Italiano, 1971, ver cit., n. 92.
226 Até onde sabemos, o Tribunal de Cassação tratou diretamente do problema em
apenas um caso (ver Cass. 11 de dezembro de 1957, n. 4662, in Repertorio del Foro
Italiano, 1957, ver cit., n. 49 ), em que se afirmou a validade da motivação que consiste na
utilização de máximas do mesmo Tribunal, considerando-se nesses casos os princípios
de direito enunciados pelas máximas.
227 Quanto aos argumentos incorporados ad abundantemente na motivação, a
jurisprudência segue o princípio, em início adequado, pelo qual, desde que a decisão
esteja devidamente fundamentada com outros argumentos, tais argumentos não podem
ser revistos do ponto de vista da legitimidade, e em qualquer caso, os erros e faltas que
contêm não constituem vícios de motivação (cfr. Cass. 13 de julho de 1973, n. 2036, in
Massimario de Foro Italiano, 1973, 590; Cass. 28 de março de 1973, n. 862 , ibid., 1973,
249; Cass. 7 de abril de 1973, No. 988, ibid., 1973, 284; Cass. 18 de julho de 1972, No.
2471, in Repertoire del Foro Italiano, 1972, ver cit., n 61; Cass. 29 de maio de 1972, n.
1676, ibid., 1972, ver citação, n. 62). Esse princípio torna irrelevante a hipótese considerada
no texto em que a referência aos precedentes é um quid pluris quanto à verdadeira
motivação.
228 Sobre os diferentes pontos levantados no texto, relativos à função do obiter dictum
no contexto da motivação, ver extensivamente supra, cap. V, § 3º, alínea g).
229 Precisamente nesta função, a referência ao precedente funciona como um
argumentum ex autoritate, especialmente se o precedente invocado for do Tribunal de
Cassação e se fizer parte da jurisprudência “consolidada” do Tribunal, indicando que
utilizou certas declarações de princípio baseadas no obiter dicta. Nesse caso, do ponto de
vista retórico, o fundamento do precedente é in re ipsa e advém da autoridade reconhecida
do próprio Tribunal. A função tópica do uso da jurisprudência do mesmo órgão, de um
órgão do mesmo nível ou de órgãos inferiores é relativamente diferente, para os quais a
conotação de autoridade é menos evidente, o que serve antes como testemunho de um
amplo consenso sobre um certa afirmação. Nesse caso, a base retórica do precedente é
a opinião predominante.
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232 Cf. Para todos CALAMANDREI, La funzione della giurisprudenza nel tempo
presente, cit., pp. 258 e segs., e recentemente MICHELI, L'unità dell'ordinamento e il
processo civile, cit., pp. 441 e segs.
233 Basta lembrar o precedente do fenômeno conhecido como “precedente inexistente”
que advém do fato de que a ratio decidendi muitas vezes não é reproduzida na máxima da
decisão, mas sim na enunciação do princípio inerente ad abundanteiam, que às vezes não
têm relação com a suposição decidida. Em casos desse tipo, não há sequer uma motivação
indireta para a invocação (que, aliás, já é ilegítima), mas sim uma invocação ao “nada”.
239 Para definições gerais dos conceitos usados no texto, DENTI, “L'eccezione nel
processo civile”, in Rivista trimestrale di diritto e procedura civile, 1961, pp. 33 e seguintes;
COLESANTI, “Eccezione (dir. Proc. Civ.)”, em Enciclopedia del diritto, Milão, 1965, pp. 173
e segs.
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240 A fortiori, o problema não surge quando a impugnação feita por uma das partes
não consiste em uma refutação fundamentada das questões do adversário, mas se
baseia em uma mera negação delas. Nesse caso, faltam os argumentos que devem
responder à motivação e, portanto, não pode se limitar a justificar a solução do juiz.
241 Sobre a definição geral da questão submetida e sobre a relação entre a questão
e a questão submetida e a questão principal , v. supra, cap. V, § 3º, n. 121 e ivi no texto.
No parágrafo citado, deduz-se o problema, em certo sentido contrário, em relação ao
que agora se considerou sobre se, e em que condições, a decisão de uma questão
prejudicial pode constituir a justificação da decisão inerente ao principal, e aponta-se
como é que ao nível da estrutura lógica da decisão ou existem relações de implicação
entre a solução da questão preliminar e a decisão da questão principal.
242 Essa distinção não é identificada pela jurisprudência, por exemplo, Cass. 27 de
outubro de 1972, n. 3321, in Repertório do Fórum Italiano, 1972, ver cit., n. 72, reafirma
o princípio da motivação implícita, observando que somente quando a questão (em
espécie, de competência) for prejudicial em relação à questão principal, a decisão desta
é elemento determinante para identificar a decisão da questão prejudicial. A análise das
relações entre decisões de questões é exata; o que não se nota é que não há relação
equivalente de derivação entre as motivações correspondentes.
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pelas partes, e da portaria com que o colégio decida sobre a reclamação prevista no ex
-artigo 178.º, inciso 2, do código de processo civil, ou no caso de remessa de instrução ex
-artigo 187, inciso 4, do código de processo civil. Isso surge na sentença, quando uma parte
insiste em suas posições nas conclusões estabelecidas para chegar à decisão e,
consequentemente, deve investir ex novo o ponto inerente à admissão da prova. No texto,
por simplicidade, considera-se apenas essa hipótese, mas as conclusões alcançadas para
esse fim podem ser facilmente estendidas, a fortiori, à motivação da portaria de instrução.
250 Cf. entre as decisões mais recentes, Cass. 11 de julho de 1973, n. 2011, cit.; Cass.
12 de março de 1973, n. 701, cit.; Cass. 13 de abril de 1973, n. 1047, cit.; Cass. 13 de
novembro de 1970, n. 2381, in Repertório do Fórum Italiano, 1971, ver cit., n. 103.
251 O que se sustenta se refere aos casos em que a sentença negativa sobre a admissão
da prova foi formulada em liminar litis, ou como for, de forma preliminar em relação ao
desenvolvimento da investigação e à formulação do convicção do juiz sobre os fatos. Neste
caso, a fundamentação correta do juízo de irrelevância não pode se referir aos resultados
probatórios adquiridos de imediato, mas ao estado da controvérsia existente no momento em
que é formulada (sobre as variações, possíveis no curso do julgamento, do critérios com os
quais a relevância é medida, cf.
TARUFFO, Studi, cit., pp. 44 e segs.). A hipótese é diferente em que a prova é excluída por
ser irrelevante em relação à convicção que o juiz formou (ex actis, ou com base na prova pré-
constituída que já foi assumida): neste caso, o julgamento da irrelevância pode ser justificado
com base na convicção, mas são necessários requisitos especiais. A situação é idêntica
àquela em que se trata do indeferimento de provas previamente admitidas, v. infra n.º 2.
255 Cf. Cass. 15 de dezembro de 1972, n. 3621, in Repertório do Fórum Italiano, 1972,
ver cit., n. 53; Cass. 30 de dezembro de 1964, n. 2981, ibid., 1964, ver cit., n. 64; Cass. 9 de
dezembro de 1958, n. 3854, ibid., 1958, ver cit., n. 89 (onde o princípio se limita, em referência
ao artigo 360, número 5, do código de processo civil, à exclusão de meios de prova referentes
a "pontos decisivos" da controvérsia).
256 Entre muitas outras decisões, além das já citadas no n.
250, Cássia. 12 de outubro de 1970, n. 1949, em Repertório do Fórum Italiano, 1971, ver
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Proba civile, não. 44; Cass. 20 de setembro de 1971, n. 2612, ibid., 1971, ver cit., n.
35; Cass. 24 de outubro de 1970 n. 2141, em italiano Giurisprudenza, 1971, I, 717; Cass.
16 de outubro de 1970, n. 2056, em Giustizia Civile, 1970, I, 1758; Cass. 26 de setembro
de 1969, n. 3135, ibid., 1970, I, 48; Cass. 12 de novembro de 1968, n. 3727, em Foro
Italiano, 1969, I, 1250; Cass. 30 de janeiro de 1967, n. 251, ibid., 1967, I, 744; Cass. 15 de
março de 1966, n. 735, em italiano Giurisprudenza, 1967, I, 1, 822.
257 Sobre a trama, TARUFFO, op. último cit., pág. 73 e segs.; id., Prove atipiche, cit.,
pp. 428 e segs.; LASERRA, “Critica delle cosiddette 'prove innominate'”, em Giurisprudenza
Italiana, 1960, I, 1, 840.
258 Afirma-se que não há obrigação de fundamentar sobre a exclusão da prova se a
convicção diferente do juiz for “certa”. Cass. 13 de outubro de 1970, n. 1996, em Repertório
do Fórum Italiano, 1971, ver Proba civile, n. Quatro cinco; Cass. 30 de março de 1971, n.
910, ibid., n. 48; Cass. 16 de outubro de 1970, n. 2056, cit.
259 A jurisprudência considera pacificamente que , em qualquer caso, a enunciação
da condenação diversa do juiz representa uma motivação implícita adequada para a não
aceitação da prova: cf., por exemplo, Cass. 21 de julho de 1971, n. 2392, no Repertório do
Fórum Italiano, 1971, ver Proba civile, n. 54; Cass. 8 de maio de 1971, n. 1307, ibid., n. 51;
Cass. 15 de janeiro de 1970, n. 87, ibid., 1970, ver cit., n. 14a; Cass. 26 de setembro de
1969, n. 3135, cit.; Cass. 6 de dezembro de 1969, n. 3917, em Giustizia Civile, 1970, I,
1669.
260 Em sentido crítico a respeito dessa forma de conceber a convicção, mais herança
do antigo conceito de certeza moral e da relatividade da consciência indireta dos fatos, cf.
TARUFFO, Studi, cit., p. 75.
261 A situação de contraste entre as circunstâncias que a parte pretende provar e a
convicção do juiz (se se trata de provar factos falsos que o juiz considera verdadeiros ou,
vice-versa, se se trata de fornecer a prova chamada de prova indireta contrária), deve ser
apreciada sob uma perspectiva oposta àquela adotada pela jurisprudência. O mesmo,
aliás, parte do pressuposto de que nesta situação o valor da prova que está a ser presumida
diminui, ou desaparece por completo, face à condenação contrária do juiz (que, em sentido
contrário, é sobrevalorizada) , de onde emana a pouca ou nenhuma atenção dada à
exigência de motivação. Ao contrário, a visão dialética da certificação dos fatos em
contradição (mais consistente com o princípio auditar et alter pars), impõe considerar a
prova mais importante quando contrasta com uma opinião anterior, e é tanto menos segura
—e , portanto, portanto, mais carente de verificação posterior, possivelmente em sentido
contrário - na medida em que haja possibilidade de demonstrar seu erro. Ao nível da
admissão da prova, isto implica o dever do juiz de assumir a prova contrária à sua
condenação anterior e apreciá-la sem preconceitos, sobretudo se os seus resultados
puderem pôr em crise a condenação. Ao nível da motivação, temos que o juiz tem um ónus
particularmente intenso de justificar a decisão com a qual se exclui a aceitação de provas
relevantes.
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263 A demonstração pontual do que se afirma no texto exigiria uma extensa análise da
jurisprudência que não pode ser realizada neste espaço. Para um melhor desenvolvimento do
problema, permito-me consultar TARUFFO, Prove atipiche, cit.; id., Certezza e probabilità nelle
presunzioni, cit.
264 Ver referências na nota anterior.
265 Tal afirmação também decorre de uma posição muito difundida, em relação ao poder
discricionário do juiz para escolher a prova decisiva do material probatório adquirido no
julgamento, cujo exercício está fora do controle da Cassação se for consistentemente motivado
(cf. Cass , 15 de dezembro de 1972, nº 3621, cit., Cass, 18 de abril de 1972, nº 1244, in
Repertoire del Foro Italiano, 1972, ver Sentenza civile, no.
54; Cass. 7 de janeiro de 1972, n. 32, ibid., n. 55, e outras decisões no mesmo sentido).
Na verdade, esta afirmação também é discutível porque a garantia de motivação tende a ser
fictícia: cf., por exemplo, Cass. 23 de outubro de 1971, n. 2985, in Repertório do Fórum Italiano,
1971, ver cit., n. 55, onde se afirma que o juiz deve responder, por meio de fundamentação
consistente, por sua decisão, embora se admita que a motivação possa estar implícita.
266 Cf., por exemplo, Cass. 12 de maio de 1973, n. 1298, em Massimário de Foro Italiano,
1973, 370; Cass. 11 de julho de 1973, n. 2011, cit.; Cass. 12 de março de 1973, n. 701, cit.;
Cass. 19 de janeiro de 1973, n. 209, em Massimário de Foro Italiano, 1973, 53; Cass. 21 de
junho de 1972, n. 1997, in Repertory of the Italian Forum, 1972, ver Sentenza civile, n. 38;
Cass. 17 de março de 1972, n. 804, ibid., n. 48; Cass. 7 de janeiro de 1972, n. 32, cit.; Cass.
21 de julho de 1971, n. 2382, em Giustizia Civile, 1972, I, 150; Cass. 1 de novembro de 1970,
n. 2343, in Repertório do Fórum Italiano, 1971, ver cit., n. 57, e ibid., nos números sucessivos
outras decisões análogas.
267 Apenas em algumas decisões isoladas se faz referência ao princípio que analisamos
com o objetivo de censurar decisões em que o juiz não demonstrou que avaliou globalmente
todas as fontes de prova disponíveis: cf. Cass. 29 de outubro de 1973, n. 2822, cit.; Cass. 11
de março de 1966, n. 694, cit.
268 Ainda neste ponto, são poucas as decisões isoladas que optam pelo critério mais
restritivo e exigem que a motivação permita o controle da iteração lógica do julgamento do fato:
cf. Cass. 9 de março de 1973, n. 635, cit.; Cass. 13 de dezembro de 1971, n. 3622, no
Repertório do Fórum Italiano, 1971, ver Sentenza civile, n. 54.
269 Cf., por exemplo, Cass. 11 de julho de 1973, n. 2011, cit.; Cass. 12 de março
1973, n. 701, cit.; Cass. 7 de janeiro de 1972, n. 32, cit.
270 Cf. Cass. 12 de março de 1973, n. 701, cit.; Cass. 17 de março de 1972, n. 804, cit.
271 Ver acima, cap. V, § 2º, alínea c).
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Art . raciocínio (cf., por exemplo, Cass. 23 de outubro de 1970, n. 2122; 12 de junho de 1971,
n. 1787; Cass. 8 de outubro de 1970, n. 1882; Cass. 20 de setembro de 1971, n. 2612; Cass. 9 de
novembro de 1970, nº 2303, todos no Repertory of the Italian Forum, 1971, ver Sentenza civile, Nos.
63-68; Cass. 4 de março de 1970, No. 512, ibid., 1970, ver cit. , nº 51). Nesta matéria, ocorre o
contrário, ou seja, a simples presunção é aceitável quando a regra de inferência em que se baseia
lhe confere esse caráter, pois o problema subjacente refere-se aos critérios com que o juiz realiza a
interpretação e avalia a evidência (cf. TARUFFO, Certezza e probabilità, cit., n. 22 e ivi no texto). No
que diz respeito à motivação da verificação presuntiva, deparamo-nos com problema semelhante,
no sentido de que a indicação dos indícios que servem de fonte à presunção não permite controlar
a validade das consequências que o juiz derivou, a menos que sejam indicados os critérios que
suportam a conexão entre as premissas e as conclusões.
273 Esse resultado, que equivale a declarar ilimitada a discricionariedade do juiz para determinar
a existência dos fatos, corresponde à ausência do princípio da livre convicção. Na verdade, são
duas faces de um mesmo problema, porque por um lado a racionalização deste princípio pela
jurisprudência deve ser feita quando a motivação é controlada e, por outro, é evidente que a posição
assumida em matéria de motivação depende do modo como se configura a estrutura racional do
raciocínio do juiz.
Então, é possível observar que a postura global da jurisprudência frente a esses problemas não
é incoerente, pois a tendência de libertar os juízes das regras do conhecimento extranormativo e,
portanto, dificultar a verificação efetiva de sua aplicação é uma constante dos pontos sendo
analisado.
274 Sobre a definição desses elementos no contexto da decisão, ver
acima, cap. V, § 2º, alínea e), e § 3º, alínea a).
275 Sobre a estrutura de justificação definida como nível II, que consiste no conjunto de
justificações inerentes a cada um dos “momentos” da decisão, ver supra, cap. V, § 3º, alínea b).
276 Para uma análise mais extensa do conceito de “motivação para o fracasso”, ver infra, cap. VII.
277 Sobre a necessidade de declarar as regras de eleição (com base nas regras de
justificação) cf., em geral, supra, cap. V, § 3º, alínea c).
278 Sobre o conceito de “motivação insuficiente” ver infra, cap. VII.
279 Cf. cap. IV, § 1.
280 Cf. cap. IV, § 3º, alínea c).
281 Cf., por exemplo, ACAMPORA-TORRENTE, “Ancora sulla crisi della Cassazione”, in Rivista
di Diritto Processuale, 1953, p. 144, onde a extensão excessiva das penas é criticada superficialmente
e um retorno ao estilo das “prisões” francesas é simplesmente proposto como remédio.
282 Embora a nulidade por desmotivação não esteja expressamente prevista, ela decorre
diretamente tanto do art. artigo 161 como, por fim, do artigo 111 parágrafo primeiro da Constituição.
O problema foi explicitamente resolvido pelo artigo 361º n.º 2 do código de processo civil de 1865
em que a sentença que faltava
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razões, em analogia com o artigo 141 do código de processo civil francês (que foi integrado
pelo artigo 7 da lei de 20 de abril de 1810).
A opinião dominante, independentemente do ditado literal das normas em análise, tem
sido constante no sentido de considerar nula a sentença que carece de motivação. Quanto
ao código de processo civil da Sardenha, em que falta uma disposição expressa, cf. MANCINI-
PISANELLI-SCIALOJA, Comentário, cit., II, pp. 424 e 436. No Cod. Proc.
Civ. de 1865 cf. RICCI, Comentário, cit., II, pp. 306 e segs.; MATTIROLO, Trattato, cit., IV,
pp. 64 e seguintes; MOTARA, Comentário, cit., IV, p. 100; CHIOVENDA, Principi, cit., p. 804;
CARNELUTTI, Sistema, cit., II, p. 319. Sobre o código atual, cf. para todos LANCELOTTI,
Sentenza civile, cit., p. 1119; TORRENT, op. cit., pág. 396; CARNELUTTI, Istituzioni, cit., II,
p. 175; ROCCO, Trattato di diritto civil processuale, Turim, 1957, III, p. 369; REDENTI, Diritto
civil processuale, 2ª ed., reimpressão. Milão, 1957, II, p. 445. Destaca-se o SATTA, Diritto
processuale civile, 7ª ed., Pádua, 1967, p. 182, que os requisitos do artigo 132 não são
prescritos sob pena de nulidade (mas ver id., Commentario, cit., I, p. 500, sobre a nulidade
da sentença totalmente carente de fundamento). (Veja também a seguinte nota.)
283 O problema mais relevante surgiu em relação à tese segundo a qual, na falta de
prescrição expressa, o efeito do vício de motivação seria estabelecido ex artigo 156, § 2º, do
código de processo civil, ou seja, em atenção à a eventual falta de idoneidade do ato para
atingir seu objetivo (cfr., por exemplo, DENTI, L'interpretazione della sentenza civile, cit., p.
36, e também outras indicações). , se é um critério abstratamente correto, especificamente
não desloca os termos do problema levantado no texto. De fato, se se refere ao defeito formal
da motivação, isto é, na terminologia carnelutiana, à "ausência das palavras que exprimem
as razões" (cf. CARNELUTTI, "Appunti sulla motivazione", in Rivista di Diritto Processuale,
1951 , II, p. 88), a idoneidade do ato para atingir o seu fim é sempre in re ipsa, pelo que o
critério que analisamos não tem eficácia discriminatória. Se, por outro lado, nos referirmos ao
vício substancial, ou seja, à ausência de justificação real da decisão (o que, por sua vez, é
relevante dado que o artigo 132.º, n.º 4, prescreve um requisito forma-conteúdo), a conclusão
não alteração, porque também perante um vício substancial da motivação não é possível
considerar que o acto foi cumprido (sobre a evolução do primeiro para o segundo conceito de
vício da motivação, que já estava presente no código de 1865, cf. , em geral, CALAMANDREI,
Cassazione civile, cit., II, pp. 371 e s.).
Evidentemente, tudo depende do que se entende por finalidade do ato: se o fim da frase
é definido como um enunciado da decisão, não surge a existência da motivação (mas também
não surge seu vício formal); se, em vez disso, o objetivo é enunciar uma decisão racionalmente
justificada, o defeito da motivação a afeta (mas então surge também o defeito substancial). A
validade da segunda definição advém, aliás, tanto das funções da motivação (a este respeito,
ver supra n.ºs 3 e 4) como do facto de ser uma conotação estrutural da decisão jurisdicional
( cf. a) . .
284 Cf. LANCELOTTI, op. cit., pág. 1118; TORRENT, op. cit., pág. 394; DENTI, op.
último cit., pág. 36; CARNELUTTI, Falsa motivação, cit., pp. 355 e segs.
285 Para uma demonstração desta distinção ver, em particular, supra, cap. III, § 2.
286 Sobre a distinção entre documentação e ato documentado quanto à motivação, ver,
em particular, CARNELUTTI, Falsa motivazione, cit., p. 357; também SATTA, Commentary,
cit., I, p. 500.
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pela crítica aos excessos logísticos verificados na doutrina do common law, e também
para excluir o que foi julgado nas quaestiones (cf., aliás, CHIOVENDA, “Sulla cosa
giudicata”, in Saggi di diritto processuale civile, Roma, 1931, II, pp. 402 ss ., id., L'azione
nel Sistema dei diritti, ibid., I, p. 91, e referência no Princípi, cit., p. 802; MENESTRINA, La
pregiudiciale nel processo civile, Viena, 1904, pp. 27 e segs.). A transposição desta
distinção, formulada para outros fins e mais limitados, no plano da definição do conceito
geral de jurisdição, decorre de uma operação cultural que suscita muitas perplexidades e
que importa analisar em profundidade. De qualquer forma, tornou-se um topos dogmático
utilizável para os mais variados fins, dentre os quais está a identificação do núcleo da
jurisdição na autoridade do “comando” judicial e não na base racional da decisão.
296 Na verdade, aqueles que afirmam a tese sustentada no texto não negam que a
decisão provém de um juízo racional e cognitivo: simplesmente consideram irrelevante
esse aspecto do fenômeno (cf., por exemplo, FAZZALARI, op. ult. cit ., p.137). Além de o
problema ser principalmente definidor (de tal forma que as soluções mudam com a
mudança do que indica o termo "decisão"), o que se afirma no texto implica que a decisão
não é considerada como um ditado preso em no contexto do julgamento, mas como um
ato que faz sentido considerar à luz de seus vínculos funcionais na complexa estrutura do
julgamento globalmente entendido, e que se destaca como resultado de uma atividade racionalista.
Em essência, o que importa deste ponto de vista não é o fato de o juiz ter emitido uma
“ordem”, mas a base legal e racional que a ordem “contém”.
297 Basta pensar na decisão das questões liminares para ter o exemplo de uma
parcela motivacional estruturalmente não diferente da decisão final sobre a questão, na
qual surge a mesma mistura de elementos lógicos, jurídicos e de “vontade” que
caracterizam isto. A distinção entre solução de questões e decisões sobre a questão não
é estrutural ou inerente à “natureza da coisa”, nem o que, eventualmente, opera ao nível
dos diferentes efeitos que as “decisões” presidem do perfil. os limites objetivos do que é
julgado.
298 Para referências bibliográficas a este respeito, ver nn. 282 e 283.
299 Cf., por exemplo, Cass. 20 de novembro de 1950, cit.; TORRENT, op. cit., pág.
393 e segs.
300 Veja acima, § 4.
301 Em geral sobre o conceito de inexistência, cf. CHIOVENDA, Princípi , cit., p.
898; CARNELUTTI, System, cit., II, pp. 513 e segs.; LIEBMAN, Manuale di diritto civil
processuale, 2ª ed., Milão, 1957, I, p. 222. Em particular quanto ao conceito de inexistência
na sentença, mas sem referência à hipótese de motivação ausente, cf. CARNELUTTI,
System, cit., II, pp. 284 e segs.; DENTI, “Inesistenza degli atti processuali civili”, in
Novissimo Digest Italiano, VIII, Turim, 1962, pp. 637 e segs.
302 Neste sentido, ver as indicações de SATTA, Commentario, cit., I, p. 500 e
ANDRIOLI, Inesistenza della sentenza e difetto della motivazione, cit., c. 554.
Em sentido contrário, cf. TORRENT, op. cit., pág. 396.
303 Notas o SATTA, op. o CO. último cit., que considerando inexistente —e, portanto,
irrevogável com uma actio nullitatis autônoma— a sentença desprovida de motivação,
pode impedir as partes de aceitá-la, implícito em não ter impugnado a sentença sobre a
questão. A afirmação é correta do ponto de vista da função endoprocessual da motivação,
mas do ponto de vista da função extraprocessual, que não pode ser reduzida ao âmbito
do interesse da parte à impugnação com meios.
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ordinário: esta função não pode ser considerada cumprida pelo facto de as partes terem aceite
a fundamentação privada.
304 Sobre as funções de legitimidade para impugnar decisões em matéria eleitoral, cf.
BORGHESI, “Diritto soggettivo e azione popolare nella legge 23 de dezembro de 1966 n. 1147”,
in Rivista trimestrale di diritto e procedura civile, 1972, pp. 46 e segs.
Quando um regime como esse fosse estendido às diferentes hipóteses de ação pública, o
controle da pena pelo grupo social interessado poderia ser considerado não apenas como
controle indireto do meio social, mas como controle direto por meio da ação judicial (impugnação
autônoma ou ação) . nullitatis ) visando validar o vício radical da motivação.
305 A definição geral de inexistência da decisão decisória pode ser aplicada como a
ausência do mínimo necessário para que o poder jurisdicional tenha sido exercido (a este
respeito ver DENTI, Inesistenza degli atti processuali civili, cit., p. 637), desde que também se
considere a presença de um “mínimo” de motivação necessária para que a pena seja considerada
ato jurisdicional.
306 Sobre a definição do defeito “formal” da motivação, cf. CARNELUTTI, Appunti sulla
motivazione, cit., p. 88, que enfatiza que, quando não há ausência formal, mas há falhas lógicas
particularmente graves, a motivação deve ser considerada inexistente (ibid., p. 89).
307 A este respeito, cf. A obra de ESCOBEDO, Le sentenze suicida, Milão, 1942, e
CALAMANDREI, "Sentenze sintomatiche", in Rivista di Diritto Processuale Civile, 1941, I, pp.
358 e segs.
308 Cf. cap. V, § 3º, alínea a)-c).
309 Ver passim no § 3 do cap. v.
310 As hipóteses desenvolvidas por ANDRIOLI, op. o CO. último cit., da falta de identificação,
pelo juiz, da norma de que decorre a decisão da causa ou do caso concreto que se deduz no
julgamento.
311 Em geral sobre este tipo de vício cf. CARNELUTI, op. último cit., pág. 89.
312 Esta hipótese foi identificada por CALAMANDREI, op. último cit., pág. 341, que
identificou um caso de desvio de poder que produz a inexistência da motivação.
313 Trata-se, em substância, da hipótese de motivação fictícia, a este respeito ver
abaixo, cap. VII, § 3º, alínea b).
314 Os vícios relativos à categoria de nulidade não prejudicam a possibilidade de verificar,
controlar, o fundamento da decisão; além disso, a motivação é definida como omitida, insuficiente
ou contraditória justamente no campo do controle (o que pressupõe que a motivação possa ser
verificada). Ao contrário, a ausência de motivação opera no sentido de dificultar a própria
possibilidade de verificação, na medida em que equivale à falta de expressão dos elementos
que oferecem o contexto justificador para que a verificação possa ser realizada. A distinção é
mais clara do ponto de vista do observador externo, que observa que a função extra-processual
da motivação se desenvolve de forma autônoma: a insuficiência ou inadequação da motivação
pode representar o resultado do controle, ou seja, o conteúdo da motivação. julgamento sobre a
base racional da decisão; a ausência de motivação é, ao contrário, uma condição logicamente
anterior ao próprio controle e o torna impossível.
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