Disciplina: Língua Portuguesa e literatura Prof: Regina
Tema: Autores do Pré-Modernismo
Brasileiro
Nome: Adrielly Monique da Silva Souza Nº: 01 3º H
Gabriel Sanches Barbosa Nº: 11 Giovanna Farias de Melo Nº: 13 Maxuel Paixão da Silva Nº: 22
GUARULHOS, 09 DE MAIO DE 2022
Lima Barreto: o Pré-Modernismo no Brasil
Afonso Henrique de Lima Barreto, ou simplesmente Lima Barreto, foi um
dos grandes representantes da corrente literária do Pré-Modernismo. Nascido em 13 de maio de 1881, Lima Barreto era mestiço e, durante a sua vida, sofreu com o preconceito da classe literária carioca. Apesar da sua condição social, frequentou colégios e cursou Engenharia na Escola Politécnica. Ainda estudante, publicou seus primeiros textos em revistas e jornais da comunidade estudantil. Órfão de mãe, Lima Barreto foi criado por seu pai, que sofria de alguns distúrbios mentais. Por conta do agravamento da doença, Lima Barreto abandona os estudos de Engenharia para cuidar do pai e começa a trabalhar na Secretaria de Guerra, ocupando um cargo bastante burocrático. Foi este emprego que deu inspiração para algumas de suas crônicas sobre o cotidiano na capital carioca. Esses textos começaram a ser publicados em revistas literárias da época como “Careta”, “Fon-Fon” e “O Malho”.
Lima Barreto lutou contra as injustiças sociais e os preconceitos raciais.
Sua influência na imprensa foi crucial nessa jornada. Porém, por conta disso também, teve problemas sérios com alcoolismo, ficando internado duas vezes no Hospício Nacional, para tratamento do vício. Lá, descreveu suas experiências no livro Cemitério dos Vivos. Em seu funeral, em 01 de novembro de 1921, ignorado pelos intelectuais da época, foi homenageado com a presença dos pobres anônimos e suburbanos sobre quem escreveu. Deixou um legado de 17 volumes entre contos, ensaios, crônicas, memórias, correspondências e críticas literárias, que, por conta da sua morte prematura, foram publicadas postumamente. Contexto histórico e literário Lima Barreto nasceu em 1881, quando D.Pedro I ainda era o imperador de nosso país. O autor viveu todo o processo de transição para a República e foi conterrâneo de autores realistas, como Machado de Assis e Aluízio Azevedo. A proposta realista focava sua temática no modo de vida e na hipocrisia de uma burguesia emergente nos grandes centros cariocas. Por conta de sua condição social, Lima Barreto marcou seu nome na história por dar vida e voz aos personagens dos subúrbios cariocas. Através de seus romances, podemos observar claramente os mecanismos de relacionamento social típicos da sociedade brasileira no início do século XX, fortemente marcada pela distinção por raça e classe social.
Em seu primeiro romance, Recordações do Escrivão Isaías Caminha,
publicado em 1909, conta a história de um mulato que sonha em se tornar jornalista na cidade grande. O jovem Isaías acreditava no seu valor e queria provar que podia vencer na vida pelos seus esforços, superando, sobretudo, o preconceito racial pela cor de sua pele. Após diversas dificuldades, ele consegue um emprego como escrivão de um jornal, mas só consegue promoções por ter descoberto seu chefe em uma noitada de orgias. De caráter autobiográfico, o livro defende que o meio massacra as condições de um indivíduo crescer através de méritos próprios. Assim como Lima Barreto, que por toda sua vida lutou contra o preconceito, Isaías narrou suas memórias com a convicção de ter vencido em parte os problemas e as humilhações que o meio social preconceituoso lhe delegava, mas mais consciente de estar vivendo uma situação falsa ou de exceção. Lima Barreto acreditava que a literatura devia ajudar a difundir as “grandes e altas emoções humanas” e a construir a comunhão entre as pessoas de todas as raças e classes. Leitor apaixonado, usou a voz de diferentes personagens para espalhar essa crença no poder dos livros. Em seu primeiro romance, Recordações do Escrivão Isaías Caminha, publicado em 1909, conta a história de um mulato que sonha em se tornar jornalista na cidade grande. O jovem Isaías acreditava no seu valor e queria provar que podia vencer na vida pelos seus esforços, superando, sobretudo, o preconceito racial pela cor de sua pele. Após diversas dificuldades, ele consegue um emprego como escrivão de um jornal, mas só consegue promoções por ter descoberto seu chefe em uma noitada de orgias. Triste Fim de Policarpo Quaresma A obra-prima de Lima Barreto veio com Triste Fim de Policarpo Quaresma, publicado em 1915. A narrativa conta a história do major Policarpo Quaresma, um patriota exacerbado e fanático pelos assuntos que envolvem o Brasil, desde a fauna e a flora do país, até a cultura e o folclore do povo. O patriotismo desmedido é criticado por todos a sua volta, que o tarjam de louco. Com Policarpo Quaresma, Lima Barreto consegue colocar em xeque o duelo entre o que é real e o que é ideal. Enquanto o patriotismo do major é ideal, a descrença dos que o cercam é real. Influenciado pelos livros que lê, Policarpo Quaresma traça um projeto para tornar o país uma grande potência mundial. Inicialmente, Quaresma mergulha no estudo das tradições brasileiras, aprendendo inclusive a língua tupi e os costumes dos nossos indígenas. Depois passa a se dedicar ao trabalho agrícola. Compra o Sítio Sossego e resolve pôr em prática as orientações científicas que encontrava nos livros. Mas as terras não se revelam tão férteis como diziam os livros, as pragas são terríveis e há muitas dificuldades na comercialização dos produtos. Quaresma começa a perceber que o problema, na verdade, está na corrupção dos políticos, que não fazem leis que ajudem esse desenvolvimento. Dedica-se, então, a seu terceiro projeto: a reforma política. A oportunidade para isso surge por ocasião da Revolta da Armada. Quaresma vai ao Rio de Janeiro, engaja-se voluntariamente nas tropas do marechal Floriano Peixoto e luta pelos ideais republicanos. Vê em Floriano o reformador enérgico e patriota que sonhara e entrega-lhe um documento em que expõe seus planos de salvação do país. Mas o marechal responde-lhe secamente: “Você, Quaresma, é um visionário…”. Desilude-se mais uma vez. Compreende então que não há patriotismo, e que os governantes só estão preocupados com seus interesses pessoais.
Triste fim de Policarpo Quaresma
Coleção Travessias – Editora Moderna Autor: Lima Barreto Faixa etária: A partir de 15 anos Indicação: 1º Ano (EM), 2º Ano (EM), 3º Ano (EM) Assunto: Crítica social e política, EJA, Sátira, Violência Tema transversal: Ética Número de páginas: 168 A desilusão final de Quaresma faz referência à desilusão que Lima Barreto teve durante toda a sua vida. O autor morreu acreditando que o dever dos escritores era “deixar de lado todas as velhas regras, toda a disciplina exterior dos gêneros e aproveitar de cada um deles o que puder e procurar, conforme a inspiração própria para tentar reformar certas usanças”.