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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais


Gestão Integrada de Bacias Hidrográficas

 Usos da Água
 Legislação Aplicada a GIBH / Quadro Legal

Júlio Pacheco
jpachecobuzi@yahoo.com.br
Que quantidades de água temos no
planeta?

Como ela esta distribuída ?


Disponibilidade de água
Volume de Água Disponível

Reservatórios Volume (km³) Per (%)

Oceanos 1.320.305.000 97,24


Geleiras e calotas polares 29.155.000 2,14
Água Subterrâneas 8.330.000 0,51
Lagos 124.950 0,009
Mares 104.125 0,008
Umidade do Solo 66.640 0,005
Atmosfera 12.921 0,001
Rios 1.250 0,0001
Total 1.358.099.876 100
Disponibilidade de água

Segundo Organização das Nações Unidas (ONU) a classifica como:

 Abundante
disponibilidade hídrica de mais de 20.000 metros cúbicos (m³) por
habitante/ano

 Correta
entre 2.500 m³ e 20.000 m³ por habitante/ano.

 Pobre
entre 1.500 m³ e 2.500 m³ por habitante / ano.

 Crítica
disponibilidade hídrica menor que 1.500 m³ por habitante /ano.
Estresse hídrico vs Escassez

Especialistas em hidrologia caracterizam os termos estresse hídrico


e escassez pela relação população água.

Estresse hídrico
Quando o fornecimento anual de água é menor que 1,7 mil m³ por
pessoa;

Escassez de água
Quando fornecimento anual é inferior a 1000 m³ por pessoa;

Escassez absoluta
Quando o fornecimento anual é inferior a 500 m³ por pessoa;
Água virtual

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São


Paulo água virtual é a quantidade de água gasta para produzir um
bem, produto ou serviço. Ela está embutida no produto, não
apenas no sentido visível, físico, mas também no sentido "virtual"
(daí o seu nome), considerando a água necessária aos processos
produtivos - ela é, portanto, uma medida indireta dos recursos
hídricos consumidos por um bem.
(Sabesp)
Demanda e Usos da Água

Demanda de água é quantidade e qualidade requeridas num


certo ponto

De acordo com a demanda se podem distinguir:

 Usos consumptivos ou subtratíveis;

 Usos não consumptivos ou não subtratíveis;


Demanda e Usos da Água

Uso Consumptivo

“É a porção de água subtraída que se torna indisponível para outros


usos por causa da evaporação, transpiração, incorporação a
produtos manufaturados e colheita, criação ou poluição”

“Usos consuntivos são aqueles usos em que há perda entre o que é


retirado do corpo d’água e o que retorna a ele, como nos
abastecimentos doméstico e industrial, na irrigação e na limpeza
pública”
Usos não-consumptivos

São aqueles em que não há necessidade da retirada da água de


seu local de origem.

Exemplo:
 geração de energia;
 transporte e navegação;
 lazer;
 piscicultura, entre outros.
Domestica
Municipal
Agropecuário
Industrial
Consuntivo Transporte e
pesca
Produtiva
Energia
Usos da água

Banho, pesca,
surf, natação
De contato etc
Recreação
Humanas

Foto, filme,
contemplação
Sem contato de paisagem
Não
consuntivo etc
Deposito de
resíduos Despejos

Ecológicas
Ambientais Parques, reservas, refúgios, etc
água potável
Água para produção de alimentos
Água para geração de energia
Água para Recreação e Turismo
Água para valores espirituais e culturais
Água para a natureza
Crise de Água no Planeta

 Muitos rios não mais alcançam os mares ou Oceanos;

 Metade da população do mundo em desenvolvimento está


exposta a fontes de água poluída o que aumenta a incidência
de doenças.

 Na década de 1990, 90% dos desastres naturais foram


relacionados com a água

 Para os próximos 50 anos, o aumento no número de pessoas


de 6 bilhões para 9 bilhões será a principal razão para gestão
dos recursos hídricos.
Legislacao Aplicada a GIBH
Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Quadro Jurídico Internacional
(Convenções)

Convenção sobre a instalação de forças hidráulicas de interesse


de vários estados, adotada em Genebra aos 9 de dezembro de
1923.
 Condições de aproveitamento das forças hidráulicas de interesse
para diversos Estados;

 partilha do recurso é satisfatória, interesses dos Estados são


complementares e susceptíveis de serem equilibrados,

Convenção sobre a proteção e o uso dos cursos d’água


transfronteiriços e dos lagos internacionais (Helsinque, 1992).

 Direitos e deveres ambientais relativos ao uso múltiplo das águas,

 Direito dos Usos dos Cursos de Água Internacionais para Fins


Distintos da Navegação;
Quadro Jurídico Internacional
(Convenções)

Convenção de Ramsar - Zonas úmidas

O conceito "zonas úmidas" surgiu com esta convenção para se


referir não apenas aos ambientes úmidos naturais, como também
aos artificiais, indo desde mares e lagos até represas e açudes.

Inicialmente só eram considerados os ambientes úmidos naturais,


pois originalmente o objetivo da Convenção de Ramsar era a
preservação dos ambientes utilizados por aves migratórias.
Atualmente, podemos definir zonas úmidas como ecossistemas de
interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou
costeiros, naturais ou artificiais, que são permanentemente ou
periodicamente inundados por águas rasas ou com solos
encharcados.

As águas das zonas úmidas podem ser doces, salobras ou salgadas,


e possuem comunidades de plantas e animais adaptadas à sua
dinâmica

O dia 2 de fevereiro é considerado o Dia Mundial das Zonas Úmidas;


data que marca a adoção da Convenção de Ramsar, em 1971
A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM),

Fonte : Almirante Nuno Matias, 2012


Protocolo/tratados dos cursos de água
partilhados (SADC)

Em 1995, na cidade de Johanesburgo, África do Sul, foi criado o


protocolo dos cursos de água partilhados na SADC - um dos
primeiro protocolo setorial desta comunidade

 Comissão Internacional do Congo-Oubanqui-Sanqha (CICOS)


 Comité Técnico Permanente Tripartido do Nkomati
 Autoridade do Lago Tanganica (LTA)
 Comissão da Bacio do Rio Zambeze (ZAMCOM)
 Comissão Conjunta da Bacia Hidrográfica do Rio Rovuma
 Comissão Permanente da Bacia Hidrográfica do Rio Okavango
(OKACOM)
Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Quadro Jurídico Nacional

 Lei nº 16/91 de 3 de Agosto; Lei de águas

 Lei nº 4/96 de 4 de Janeiro; Lei do Mar;

 Diploma Ministerial nº 18/2004 – Qualidade dá água para


consumo Humano;

 Decreto nº 72/98 de 23 de 23 de Dezembro aprovado pela


resolução 7/95 – Politica Nacional de águas.

 Decreto nº 495/73 determina medidas de protecção contra a


poluição das águas, praias e margens do ultramar .

 Estratégia Nacional De Gestão De Recursos Hídricos,


Agosto De 2000
Lei nº 16/91 de 3 de Agosto; Lei de águas

Lei de Águas, 8 capítulos, 76 artigos,

Capitulo I Disposições preliminares;

Capitulo II Politica geral de gestão da águas

Capitulo III Utilização das águas;

Capitulo IV Proteção qualitativa das águas;

Capitulo V Efeitos Nocivos da água;

Capitulo VI Águas subterrâneas;

Capitulo VII Infrações, sanções e penalizações

Capitulo VIII Disposições gerais, finais e transitórias,


Lei nº 16/91 de 3 de Agosto; Lei de águas
 Lei do Mar, Lei 4/96 de 4 de Janeiro
 Politica de Águas, Decreto 72/98 de 23 de Dezembro
Lei do Mar lei 4/96 de 4 de Janeiro,
8 capítulos, 35 artigos,

Capitulo I Disposições gerais;

Capitulo II Zonas Marítimas

Capitulo III Domínio publico Hídrico

Capitulo IV Embarcações

Capitulo V Industria Marítima

Capitulo VI Regime Laboral Maritimo

Capitulo VII Administração Maritima

Capitulo VIII Disposições Finais


Lei do Mar lei 4/96 de 4 de Janeiro
Politica Nacional de Águas, Decreto 72/98 de 23 de
Dezembro
Politica Nacional de Aguas- Decreto 72/98 de 23 de Dezembro
Decreto 73/98 - de 23 de Dezembro

Capitulo I Disposições gerais;

Capitulo II Do quadro de Gestão Delegada

Capitulo III Do Regime de Gestão Delegada

Capitulo IV Disposições Finais

Decreto 73/98 - de 23 de Dezembro

Anexo: Contém apenas 6 artigos - Criação do FIPAG


Politica Nacional de Aguas- Decreto 72/98
Decreto 73/98 - de 23 de Dezembro
Decreto 495/73

Determina medidas contra poluição das águas praias e


margens do ultramar

Composto por 11 artigos


Decreto 495/73
Diploma Ministerial nº 18/2004 –Qualidade da água para
consumo Humano
ESTRATÉGIA NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Agosto de 2000
Enquadramento Legal e Institucional

Legal

A Lei de Águas e os respectivos regulamentos, e a Política de Águas


constituem instrumentos legais importantes na gestão dos recursos
hídricos em Moçambique. A lei em conformidade com a consagração
constitucional estipula que a água de domínio público compreende todas
as águas do interior (lagoas e albufeiras), as águas superficiais, os leitos
dos rios e a água subterrânea.

Envolve transversalmente vários sectores, a coordenação intersectorial é


essencial na gestão integrada dos recursos naturais. Deste modo,
harmoniza-se com outras leis relacionadas, nomeadamente: a legislação
agrária, ambiental, mineira, do mar, das pescas, da energia, relacionada
com administração estatal e outras relevantes.
Enquadramento Institucional

Estabelece que o Ministério das Obras Públicas e Habitação através


da Direcção Nacional de Águas, a nível central, é a principal
instituição responsável pela GRH

Reconhecendo que a GIRH requer a coordenação intersectorial, o


quadro legal cria o Conselho Nacional de Águas, Órgão Consultivo do
Conselho de Ministros,

No âmbito da gestão operacional dos RH, (desconcentração e


descentralização) criando as Administrações Regionais de Águas em
conformidade com as regiões de jurisdição de cada uma consoante as
bacias hidrográficas a ela adstritas.

O quadro legal promove a participação pública do sector privado e


das partes interessadas, ao mesmo tempo que, o Governo abandona
a prestação directa de serviços.
Objectivo da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos
Hídricos

O principal objectivo da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos


Hídricos é a implementação efectiva da Política de Águas( Decreto
72/98 ), cuja meta compreende:

 Satisfação das necessidades básicas de abastecimento de água


para o consumo humano,

 Melhoramento do saneamento,

 Utilização eficiente da água para o desenvolvimento económico,


água para conservação ambiental,

 Redução da vulnerabilidade à cheias e secas,

 Promoção da paz e integração regional, e

 Garantir os recursos hídricos para o desenvolvimento de


Moçambique.
Organização da Estratégia

Especificamente a estratégia é agrupada em oito capítulos:

 Capítulo 2: Gestão dos Recursos Hídricos;


 Capítulo 3: Serviços de Abastecimento de Água e Saneamento;
 Capítulo 4: Água para o Desenvolvimento Sócio – Económico;
 Capítulo 5: Aspectos Económicos e Financeiros;
 Capítulo 6: Participação do Sector Privado;
 Capítulo 7: Questões de Género;
 Capítulo 8 Coordenação Institucional
 Capítulo 9: Capacitação Institucional.
Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Legislação (Complementar)

Lei de Terras, Lei 19/97 de 1 de Outubro

CAPÍTULO II
• Artigo 6 : Domínio público
• Artigo 7 : Zonas de protecção total
• Artigo 8 : Zonas de protecção parcial
• Artigo 20: Licenciamento e DUAT

Regulamento da Lei de Terra Decreto 66/98 de 8 de Dezembro


Lei de Minas , Lei 14/2003, de 26 de Julho.
•Artigo 15: licença ambiental e DUAT
•Artigo 37: Classificação ambiental das actividades mineiras.

Lei de Florestas e Fauna Bravia, Lei 10/99, de 07 de Julho


Capítulo II
• Protecção dos Recursos Florestais e Faunísticos

• Artigo 10
a)parques nacionais;
b)reservas nacionais;
c)zonas de uso e de valor histórico cultural.

• Artigo 32 : - Períodos de defeso


Lei de Ordenamento do Território, Lei n° 19/2007 de 18 de Julho;

Lei de Pescas, Lei nº 3/90 de 26 de Setembro;

Lei do Turismo, Lei nº 4/2004 de 17 de Junho;

Entre outras Leis ...


Âmbito Internacional
Convenções, Tratados , Acordos

Âmbito Nacional
Leis, Regulamentos (Decretos,
Diplomas)

Âmbito Nacional
Legislação
complementar

Âmbito Local
PDL, Diretórios,
PES
Rios que nos separam, águas que nos unem..
Amparo S. Rosado

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