Você está na página 1de 19

Campos Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS VULNERABILIDADE


DOS PRODUTOS QUÍMICOS EM ANGOLA

Autor: Débora

Licenciatura: Farmacologia

Opção:

Orientador:

Viana - 2021
Campos Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências Sociais

IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS VULNERABILIDADE


DOS PRODUTOS QUÍMICOS EM ANGOLA

Autor: Débora

Licenciatura: Farmacologia

Opção:

Orientador:
Sumário

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................4

1. DEFINIÇÃO DA PROBLEMÁTICA..................................................................................5

1.1. Problemática.....................................................................................................................5

1.2. Objectivos........................................................................................................................5

1.2.1. Objectivos geral............................................................................................................5

1.2.2. Objectivos específicos..................................................................................................6

2. Produtos químicos................................................................................................................7

2.1. Conceito...........................................................................................................................7

2.2. Classificação....................................................................................................................7

3. Breve caracterização de Angola...........................................................................................8

3.1. Industria angolana e o uso de produtos químicos............................................................9

3.2. Impacto dos produtos químicos sobre saúde humana.....................................................11

3.3. Impacto dos produtos químicos sobre o meio ambiente.................................................12

3.3.1. Poluição das águas......................................................................................................14

3.3.2. Poluição do amianto no meio ambiente de trabalho....................................................14

3.3.3. Poluição dos pesticidas nas zonas rurais.....................................................................15

3.3.4. Contaminação da baía de Luanda...............................................................................15

4. Medidas a tomar sobre os produtos químicos.....................................................................16

Conclusão...................................................................................................................................18

Referências Bibliográficas.........................................................................................................19
Página |4

INTRODUÇÃO

O uso de produtos químicos visando o aumento da qualidade de vida no mundo


todo é um facto. Mas para além dos seus indiscutíveis benefícios, os produtos químicos
podem envolver potenciais efeitos adversos quer para os seres humanos quer para o
meio. A exposição a várias substâncias químicas ocorre todos os dias e através de
muitas vias diferentes, como ingestão, inalação, contato com a pele e através do cordão
umbilical do nas-cituro. Muitas substâncias químicas são inofensivas ou até benéficas;
outras são uma ameaça à nossa saúde e ao meio ambiente. A produção de substâncias
químicas continua a crescer e, com ela, o potencial de exposição a tais substâncias.
Apresentamos aqui neste trabalho estimativas sobre o impacto de um conjunto de
substâncias químicas sobre a saúde e meio ambiente, mas nos centrando no contexto
Angolano.
O trabalho está devidido em três partes, nomeadamente a introdução, o
desenvolvimento e a conclusão, estas três partes está subdivididades em secções e
subseções.
Página |5

1. DEFINIÇÃO DA PROBLEMÁTICA

1.1. Problemática
É notável que as substâncias químicas têm se tornado indispensáveis em nossas
vidas,pois mantêm muitas de nossas atividades, prevenem e controlam numerosas
doença, bem como aumentam a produtividade agrícola. Os benefícios são vários, mas,
por outro lado, elas podem colocar em risco nossa saúde e contaminar nosso ambiente.
A natureza, o número e a quantidade de substâncias químicas usadas nos países variam
largamente,de acordo com características peculiares a cada um, sua economia, seu
parque industrial e sua agricultura. No csaso concreto de angola, apesar e ter uma
produção industrial muito abaixo de vários países, observa-se o uso de produtos
químicos, e visto que o sistema de controlo e fiscalização do uso e transporte destes
produtos químicos não funciona nos termos que devia funcionar, leva Angola no estado
de Vulnerabilidade face ao uso dos produtos químicos. Diante desta situação levanta-se
a seguinte problemática:

Quais as consequências ambientais e humanas do uso de produtos químicos para


Angola?

Justificativa

A realização deste trabalho justifica-se pois estamos diante de uma problemática


muito discutida no cenário internacional. E também está em jogo o bem estar de todo
ser humano. Quando introduzidas de forma inadequada no ambiente as substâncias
químicas podem ressurgir como poluentes no ar que respiramos, na água que bebemos e
nos alimentos que ingerimos. Podem afetar nossos rios, lagos e florestas e causar danos
à vida selvagem, mudando o clima e os ecossistemas (Programa Internacional de
Segurança Química, 2008). Realizar estudo sobre esta problemática também permitirá
as pessoas entender o seu papel visando o uso adquado dos produtos químicos e a
proteção da saúde humana e do meio ambiente.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivos geral


Identificar as principais vulnerabilidade dos produtos químicos em Angola
Página |6

1.2.2. Objectivos específicos


 Caracterizar a industria química em Angola

 Identificar os principais produtos quimicos em Angola

 Indentificar o impacto dos produtos químicos no meio ambiente e na saúde dos


angolanos.
Página |7

2. Produtos químicos

2.1. Conceito
Verifica-se a presença de substâncias químicas em todo sector ambiental, tal
como nas plantas e na água. Toda matéria é constituída por substâncias químicas,
inclusive nossos alimentos, bebidas, roupas, medicamentos, plantas e nós mesmos.
(PISQ1, 2008)

Ainda Segundo o Programa Internacional de Segurança Química (2008):

Milhares de substâncias químicas são sintetizadas todos os anos para avaliar


se oferecem vantagens sobre suas predecessoras e se são comercialmente
viáveis. Estima-se que aproximadamente 100 mil substâncias químicas
estejam disponíveis comercialmente e cerca de 2 mil novas substâncias
entrem no mercado a cada ano. O cenário químico está em constante
mudança com produtos e substâncias novas substituindo os antigos e as
quantidades produzidas e usadas variam conforme sua eficácia e demanda.
(Programa Internacional de Segurança Química, 2008)

A OIT2 (2008) define Produtos Químicos como elementos e compostos químicos


e respectivas misturas, quer sejam naturais ou sintéticos. A mesma organização também
define Produtos químicos perigosos, que incluem qualquer produto químico quetenha
sido classificado como perigoso, de acordo com o Artigo 6.º da Convenção N.º 170, ou
acerca do qual exista informação relevante indicativa de que o produto químico é
perigoso.

2.2. Classificação

Classe/Subclasse: a classificação adoptada para os produtos considerados


perigosos, feita com base no tipo de risco que apresentam e conforme recomendações
para o Transporte de Produtos Perigosos das Nações Unidas, sétima edição revisada,
1991, compõe-se das seguintes classes:

Tabela 1 - Classe e Subclasse dos produtos quínicos

1
Programa Internacional de Segurança Química
2
Organização Internacional do Trabalho
Página |8

Fonte:

3. Breve caracterização de Angola

A República de Angola situa-se na parte Ocidental da África Austral, entre os


paralelos 4º 22’ e 18º 02’ a Sul, e o Meridiano 11º 41’ e 24º 05 a Leste.

A sua superfície é de 1,246.700km2, possuindo 1.650 km de fronteiras


marítimas e 5.198 km das fronteiras terrestres. Confina ao Norte com a República
Democrática do Congo (Brazzaville), 210km. A Leste com a República Democrática do
Congo e a República da Zâmbia, 1.110 km e a Sul com a República da Namíbia, 1 376
KM e a Oeste com o Oceano Atlântico.

O clima é semi-árido no Sul e ao longo da costa marítima, até Luanda. O Norte


tem duas estações: húmida e seca (Maio e Outubro) e quente e chuvosa (Novembro e
Abril).

– Meio ambiente: A elevada queda pulviométrica causa enchentes periódicas no


planalto central e desertificação no litoral. O desflorestamento é de 0%. Quanto ao
terreno, a orla litoral estreita dá rapidamente lugar ao vasto planalto interior.

– A República de Angola tem um Governo eleito, semi-presidencialista,


dirigido por um Presidente da República, coadjuvado por um 1º Ministro.
Página |9

A população de Angola é estimada, segundo o senso realizado pelo INE, em


1990, em 11.233.000 habitantes com uma densidade de 10 habitantes por km2, dos
quais cerca de 80% (dados de 1980), vieram das zonas rurais. Com a guerra que moveu
o País durante muitos anos, provocou o êxodo rural em massiço para as grandes cidades
do País.

A língua oficial é o Português e há vários grupos étnicos em Angola.


Apresentamos os mais importantes: Os Bakongos, os Ovimbundos, os Lunda-Chokués,
os Ganguelas, os Nhaneka-Humbe, os Kimbundos, etc, que compreendem vários
dialetos.

Os minerais extraídos são (para além do petróleo), os diamantes, o ferro, as


pedras preciosas (mármores), etc. As principais colheitas agrícolas são: o milho, a
batata, a mandioca, o feijão, o girassol, café, palmar, banana, horticulas, etc. (FONTE:
https://cwm.unitar.org/national-profiles/nphomepage/angola.html)

3.1. Industria angolana e o uso de produtos químicos

No tempo colonial, Angola foi fundamentalmente uma grande produtora das


matérias primas agrícolas e minerais.
Previa-se a produção nacional de ácido fosfórico em Cabinda pela Empresa
COFAN (Companhia de Fósforos de Angola, SARL), para exportação. Contudo, a
exportação das matérias dependiam da satisfação das necessidades internas do País. É
assim que, em 1968, o Governo da época, tivera realizado um estudo sobre as
importações de mercadorias diversas, tendo sido aprovado um diploma legislativo que
restringisse as importações de certas mercadorias de origem estrangeira, mas que
fossem produzidas em Angola, com vista a favorecer a indústria nacional.
O referido estudo divide as importações em três grupos dos quais:

1º grupo – Equipamentos industriais (veículos, máquinas e aparelhos diversos).


Este grupo constitue mercadoria de importação.

2º grupo – Bens intermediários (matérias em bruto, em obra, produtos químicos).


Estas matérias primas, foram da produção local e cobriam 20% a 30% das
necessidades do País.
P á g i n a | 10

3º grupo – Têxteis, calçado e outras manufacturas. Havia possibilidades de se


pruduzirem localmente. No entanto, a produção local sofria a concorrência de iguais
artigos produzidos na Metrópole (Portugal).

Como se pode notar, a produção dos produtos químicos na época, era para
satisfazer o mercado interno que se destinava, no essencial, as necessidades mais
imediatas da indústria de matérias primas e nos outros sectores que apoiavam essa
produção.

Hoje, a situação é outra. A indústria transformadora, devido a guerra, funciona a


46% da sua potencialidade (Discurso do Ministro da Indústria, no Dia da Indústria
Nacional/1996). Angola vive de importação de matérias primas, produtos químicos e de
consumo, bem como os produtos brutos para alimentar o parque, que sobrou da guerra.
Nos anos de 1992/93/94, Angola importou produtos químicos de Portugal nos valores
de 6.388.7 3.148.2 e 3.229.2 de contos, respectivamente.

Quanto às exportações: Angola, exporta o petróleo bruto, petróleo refinado e


seus derivados (76,9% em 1980), aos Estados Unidos da América, à América Latina e à
Europa Ocidental. Exporta também os diamantes (12,7%), café (9,1%) – (dados
referentes ao ano de 1980). Além destes produtos, em 1994, Angola exportou também o
pescado e seus derivados, madeira, algodão, sisal e café para os seguintes Países:
Portugal (4,0%), Estados Unidos da América (9,0%), Bélgica e Luxemburgo (7,5%),
Espanha (7,0%), China (5,0%), França (5,0%).

Os resíduos oriundos da transformação industrial, preocupa o Governo


Angolano e as ONG’s ambientalistas. Não existe política de recuperação dos mesmos.
Diferentes resíduos de fabrico de concentração sólida, de cimento ou cimento amianto,
produtos químicos, etc, são depositados em locais não regulamentados. Angola não
importa nenhum resíduo químico para transformação ou venda no País. Embora não
exista legislação que proiba a importação ou exportação de resíduos químicos
industriais.

O parque industrial angolano, na quase sua totalidade, localiza-se nos arredores


das grandes cidades do País, como Luanda (50%), Lobito-Benguela (mais de 10%),
Huambo (10%), e os restantes 30% são espalhados pelo território nacional.
Consequentemente, os maiores problemas associados à poluição, afectam essas cidades.
P á g i n a | 11

As áreas prioritárias relacionadas com a poluição do solo, pelos resíduos de


pesticidas nos alimentos, os metais pesados, o armanezamento de produtos químicos na
generalidade, os pesticidas e fertilizantes obsoletos, tratamento de resíduos domésticos,
controlo de importação de produtos químicos, prevenção de emergências no caso de
catástrofes e prevenção da saúde dos trabalhadores e do público em geral. Estas
questões têm merecido a atenção particular do Governo angolano. Alguns estudos estão
em curso. (FONTE: https://cwm.unitar.org/national-profiles/nphomepage/angola.html)

3.2. Impacto dos produtos químicos sobre saúde humana

De acordo com os dados do Ministério da Administração Pública, atendendo ao


facto da indústria Angolana estar praticamente paralisada quase não há a reportar sobre
os detritos químicos. Contudo, as poucas empresas em funcionamento, os seus resíduos
oriundos da transformação industrial, a concentração de sólidos de cimento ou
fibrocimento, produtos químicos, etc., são depositados em locais não regulamentados.
Este facto preocupa bastante o Governo e as ONG’s ambientalistas.

Segundo a OMS (2016) Pouco mais de um terço (35%) dos casos de doença
cardíaca isquêmica, a principal causa de morte e incapacidade em todo o mundo, e cerca
de 42% dos acidentes vasculares cerebrais, o segundo maior contribuinte para a
mortalidade global, podem ser prevenidos pela redução ou eliminação da exposição a
substâncias químicas, tais como a poluição do ar ambiental, a poluição do ar doméstico,
o tabagismo passivo e o chumbo. Apesar de Angola não ser um País bastante
industrializado, não está insento de produzir produzir produtos químicos que
projudiquem a saúde humana.

Por exemplo, Angola vive um periodo de revolução na agricultura, com isto, o


uso de produtos químicos nesta área tem aumentado. Um destes produtos químicos mais
utilizados na agricultura são os agrotóxicos. Em 1950 começou nos Estados Unidos a
utilização em grandes porpoções de agrotóxicos na Agricultura, periodo que recebeu o
nome de ‘Revolução Verde’, sendo que o objectivo consistia em modernizar a
agricultura e aumentar sua produtividade. (Lopes e albuquerque, 2018),

O uso dos agrotóxicos na área de plantio podem contaminar reservatórios de


água, rios, recursos hídricos e bacias fluviais, podendo interferir nos organismos vivos
P á g i n a | 12

aquáticos. (Idem, 2018). Os autores também afirmam que além dos impactos já
demonstrados no meio ambiente, são diversos os casos de intoxicações e outros agravos
à saúde humana demonstrados em estudos científicos.

Tabela 2 - Produtos químicos disponíveis no mercado e seu dano a saúde

Fonte: Lopes e albuquerque (2018)

3.3. Impacto dos produtos químicos sobre o meio ambiente

O Conselho Nacional de Meio Ambiente do Brasil (CONAMA, 1986), defini


impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, directa ou indirectamente, afetam: a saúde, a
P á g i n a | 13

segurança e o bem-estar da população; as actividades sociais e econômicas; a biota; as


condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.

O facto de Angola não possuir um sistema adequado de tratamento de resíduos


químicos e não só, isto torna vulnerável a degradação do meio ambiente. Brilhante e
Caldas (1999) afirmam que o meio ambiente se constitui hoje um dos temas essenciais
de política governamental e uma das maiores preocupações dos cidadãos, seja nos
países industrializados ou não. A consciência política e social neste assunto é um facto.
Cada vez mais um número maior de pessoas vê na degradação ambiental uma ameaça à
saúde e ao bem-estar social. O autor acrescenta que:

todos os problemas relativos aos contaminantes ambientais estão, de uma maneira ou de


outra, associados ao crescente processo de industrialização verificado desde o final do
século passado, onde, ao lado do incremento da pesquisa, do desenvolvimento e da
difusão de novas tecnologias, os processos de produção e seus produtos, têm contribuído
para pôr em perigo ou causar prejuízos à saúde do homem e dos ecossistemas. (Brilhante
e Caldas, 1999).
Angola sendo um dos principais produtores de petróleo no mundo, o risco de
derrame de pretóleo no mar e de afectar a vida marinha são elevados. Os derrames de
óleo podem causar danos à vida marinha e forte impacto econômico nas actividades
costeiras, afetando aqueles que exploram os recursos marinhos. Áreas costeiras onde
são exercidas actividades de recreação e de turismo; indústrias que dependem do
fornecimento de águas limpas para sua operação; portos e estaleiros; áreas de
exploração e criação de recursos marinhos são exemplos de locais que, quando
atingidos, podem sofrer grandes prejuízos (ITOPF, 2004)

Os efeitos ecológicos resultantes de um derrame podem incluir mudanças físicas


e químicas no habita, no crescimento, fisiologia e comportamento de organismos
individuais ou espécies, toxicidade e aumento da mortalidade em organismos
individuais ou espécies e destruição ou modificação de comunidades inteiras de
organismos através de efeitos combinados de toxicidade e sufocamento

De acordo com IMO3 (1998, p. 21):

Grande parte da mortalidade que ocorre nos primeiros estágios de um derrame é


resultante da toxicidade dos componentes aromáticos leves do óleo mais solúveis em
água. Estes componentes mais tóxicos (exemplo: benzeno e naftalina) geralmente
desaparecem rapidamente. A toxicidade de um derrame para os organismos marinhos
varia de acordo com a presença destes componentes no óleo. Os óleos mais tóxicos (gas

3
Organização marítima Internacional
P á g i n a | 14

oil e querosene) dissipam rapidamente e deixam pouco resíduo. Óleo combustível médio
apresenta mais toxicidade para os organismos marinhos do que a maioria dos óleos
combustíveis pesados ou óleo cru.

3.3.1. Poluição das águas

A poluição das águas potável e bruta do Rio Bengo resultado da rejeição de uma
grande variedade de origem diversas, tais como: os metais pesados, os aerosois
diversos, os derivados de carbono, o enxofre, o azoto, os detergentes, os materiais
plásticos, os pesticidas, etc, e da solubilidade de outros agentes químicos que ficam no
solo ou no ar.

O primeiro estudo consistiu na determinação dos pârametros físico-químicos e


bacteriológico da água potável na cidade de Luanda.

Estimada na base dos pârametro físico-químicos efectuados, a água potável da


rede de Luanda não é de boa qualidade, sem prévio tratamento, uma vez que os
resultados da análise ultrapassam os valores estabelecidos pelas normas da OMS.
(FONTE: https://cwm.unitar.org/national-profiles/nphomepage/angola.html)

3.3.2. Poluição do amianto no meio ambiente de trabalho

O Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, procedeu,


em 1990, a estudos sobre a contaminação dos trabalhadores das diversas fábricas, entre
outras, as de fibrocimento, cujas matérias primas são o amianto e o cimento. Os 121
trabalhadores directamente ligados aos postos analisados, foram submetidos a exames
médicos que obrigaram a sua imediata hospitalização.

Dos postos analizados, constataou-se a concentração das partículas em postos de


trabalho diferentes que constituiram valores superiores aos limites definidos na
classificação internacional em uso no País, tendo em consideração a falta de normas
nacionais nesta matéria.

Recomendações pertinentes foram feitas e os resultados começam a se verificar.


As Empresas de fibrocimento já estão a trabalhar na melhoria dos postos de trabalho e
na eliminação da concentração de partículas no meio ambiente através do processo de
injecção constante de água no processo produtivo.
P á g i n a | 15

Todavia a preocupação consiste no depósito dessa água que, no tempo seco,


poderá poluir a proximidade das fábricas. (FONTE: https://cwm.unitar.org/national-
profiles/nphomepage/angola.html)

3.3.3. Poluição dos pesticidas nas zonas rurais

Tendo sido verificado a acumulação, em diversas zonas, dos pesticidas obsoletos


com ciclo de vida terminado, resultado de encerramento de várias Empresas Agrícolas,
afectadas pelas razões de guerra, o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural,
realizou em 1981, um estudo das "CARACTERÍSTICAS GEO-HIDRO-
MORFOLÓGICAS" gerais de zonas propícias ao enterramento desses pesticidas, para
garantir o seu perfeito isolamento em relação ao meio ambiente.

Este estudo fora feito em cinco Províncias onde a concentração desses produtos
se faziam sentir em maior quantidade. Trataram-se das Províncias de Benguela,
Huambo, Kwanza-Sul, Lunda-Sul e Malange. As mesmas são tradicionalmente
agrícolas, exceptuando a da Lunda-Sul.

Várias zonas foram apontadas para o enterro desses produtos. Todavia, não
possuimos os números exactos de toneladas dos produtos enterrados. (FONTE:
https://cwm.unitar.org/national-profiles/nphomepage/angola.html)

3.3.4. Contaminação da baía de Luanda

O Instituto de Investigação Pesqueira "IIP", órgão de investigação do Ministério


das Pescas, realizou nos meses de Maio a Setembro de 1995, recolha de amostras para
reconhecimento da contaminação da Baía de Luanda, cujas as águas vinham sendo
utilizadas também para a pesca e recreação.

O Estudo teve como base a quantificação e caracterização de indicadores


microbiológicos de contaminação de origem entérica e a pesquisa de bactérias do
género VIBRIO. Nesse Estudo, foi utilizada a técnica de tubos múltiplos. Os resultados
obtidos nas 24 amostras foram superiores aos recomendados pela directiva da União
Europeia nº 76/166, para águas de recreação e afluentes, tomado como instrumento de
comparação.
P á g i n a | 16

4. Medidas a tomar sobre os produtos químicos

Os problemas relacionados com os produtos químicos em Angola, advêem, na


sua maioria, da importação e uso destes. Quanto à produção, o País não dispõe das
indústrias produtoras dos produtos químicos, porém, estes produtos são utilizados como
matérias primas. Apesar dos produtos químicos serem importados na sua maioria, têm
efeito sobre o nosso meio ambiente e sobre a nossa saúde. Por isto medidas devem ser
tomadas no intuito de reduzir os riscos resultantes do uso destes produtos químicos.

Brilhante e Caldas (1999) afirmam que pode-se, modificar o processo de


produção ou o produto para se reduzir a quantidade de lixo produzido, ou ainda, pode-se
mudar a sua composição, tornando mais fácil sua reciclagem dentro do processo de
produção. Outros tipos de legislações podem ainda determinar a aplicação de
tratamentos mais eficazes ou prover subsídios, indultos etc.

Os efeitos presentes e futuros da poluição ambiental não são de todo conhecidos.


Por isso o custo da poluição é muito difícil de ser estimado com grande exatidão.
Assim, a análise pura e simples de custo/benefício não fornece subsídios completamente
válidos para uma tomada racional de decisão implantação de um programa de gestão da
saúde ambiental, seja no nível micro ou macro, exige a definição prévia de uma política
de saúde ambiental. Considerando-se devidamente os problemas e características
políticas, sociais, econômicas e administrativas de cada país, pode-se dizer que é
desejável que a política de saúde ambiental de qualquer nação parta de uma estruturação
legal e institucional.. com um caráter normativo. (Brilhante e caldas, 1999).

Os autores acrescentam que a definição de objetivos e metas a serem atingidos


em termos nacionais, assim como a fixação das prioridades e condições necessárias para
a participa-ção de fundos financeiros nacionais ou internacionais nesses programas,
deve estar claramente anunciados. Além disso, as legislações nacionais devem ser
adaptadas constantemente aos princípios das convenções internacionais. (Brilhante e
caldas, 1999).

Outra medida que deve ser tomada, é a responsabilização das empresas. Mesmo
com a especificidade de cada organização, as características de uma empresa
socialmente responsável é aquela que escuta e negocia com seus parceiros de negócios,
P á g i n a | 17

internos (funcionários) e externos (sociedade civil), fortalecendo uma cultura


institucional voltada para as relações de trabalho, como também estabelece relações de
comprometimento, através dessas parcerias, com uma agenda social voltada para a
sustentabilidade. (Oliveira, 2008).

Visto que a produção de petróleo tem um grande impacto sobre o meio


ambiente, para que os impactos ambientais sejam minimizados, o controle desses
efluentes deverá ser eficiente e a busca de recirculação das águas deve ser permanente.
Algumas vezes, uma estação de tratamento de efluentes industriais não opera
eficientemente. É necessário, então, que procedimentos operacionais sofram mudanças
e/ou melhorias no projeto original.

Existe hoje a necessidade do desenvolvimento de novos processos de tratamento


de efluentes que garantam um baixo nível de contaminantes. Entre os processos de
tratamento comumente utilizados industrialmente, existe também a incineração, o
tratamento biológico e o co-processamento que são considerados os mais eficientes no
que diz respeito à destruição de compostos tóxicos, uma vez que promovem a oxidação
e redução dos contaminantes. (Nogueira e Jardim,1998)
P á g i n a | 18

Conclusão

Com este trabalho observou-se que apesar da utilidade prática dos produtos
químicos para a sociedade, deve-se ter bastante cautela no seu uso. Pois quando não se
toma as devidas medidades de manuseio, uso e transporte destes produtos, acaba por ser
prejudicial para o meio ambiente e para a saúde humana. No contexto angolano, ainda
não há produção em massa de produtos químicos, mas as poucas industrias que
manuseiam estes produtos, não actuam de modo a não causar danos sobre o meio
ambiente. Por isto vimos exemplos de contaminação de água por meio de produtos
químicos na Baia de Luanda e no rio Bengo.
Para minimizar situação do género, deve-se criar programas e normas que
regulamentam o uso e transporte de produtos químicos. Também é necessário
responsabilizar as industrias que não cumprem com as regras estabelecidades
internacionalmente.
P á g i n a | 19

Referências Bibliográficas

Brilhante, O. M. Caldas L. Q. A (1999). Gestão e avaliação de risco em saúde


ambiental. / coordenado por Ogenis Magno Brilhante e - Rio de Janeiro : Editora
FIOCRUZ,
IMO. (1998). Manual on oil pollution, section IV, combating oil spills. London.
International Maritime Organization,
ITOPF –International Tanker Owners Pollution FederationLimited, 2002, 2004,
2007, 2009
Lopes, C. V. A. Albuquerque, G. S. C. (2018). Agrotóxicos e seus impactos na
saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática SAÚDE DEBATE | RIO DE
JANEIRO, V. 42, N. 117, P. 518-534.
NOGUEIRA, R. F. P. e JARDIM, W. F.(1998). A Fotocatálise Heterogênea e
sua Aplicação Ambiental
OIT (2008) Código de boas práticas da OIT - Segurança nautilização de
produtosquímicos no trabalhoUm contributo da OIT para o ProgramaInternacional de
Segurança Química do PNUA, da OIT e da OMS (PISQ)
OLIVEIRA, J. A. P. (2008). Empresas naSociedade: Sustentabilidade e
Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: Elsevier,
OMS (2016). O impacto de substâncias químicas sobre a saúde pública: Fatores
conhecidos e desconhecidosOPAS/BRA/18-0022
Organização Mundial da Saúde (2008). Programa Internacional de Segurança
Química - Substâncias químicas perigosas à saúde e ao ambiente, Programa
Internacional de Segurança Química; tradução: Janaína Conrado Lyra da Fonseca, Mary
Rosa Rodrigues de Marchi, Jassyara Conrado Lyra da Fonseca. -- São Paulo: Cultura
Acadêmica.

Você também pode gostar