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Introdução

As questões relacionadas ao conhecimento escolar não se esgotam na listagem de conteúdos. A


formação dos estudantes se constitui das múltiplas relações que compõem suas vivências, dentro
e fora da escola. [...]. As relações humanas constituintes do quotidiano escolar, os exemplos e
testemunhos apreendidos pelos estudantes, os rituais e as práticas sociais que acontecem no
ambiente escolar e académico se incluem nos conhecimentos escolarizados. Muitas vezes, são
esses os que marcam a formação dos estudantes, mais do que as aprendizagens das diferentes
matérias de ensino. Precisam, pois, ser objecto de atenção tanto quanto o é a listagem dos
conteúdos e têm presença inequívoca no projecto pedagógico (Cunha 2006 p. 69-70).

Nesta ordem de ideias, a interdisciplinaridade, a pluridisciplinaridade e até a transversalidade,


vem dar suporte ao didacta, do ponto de vista de desenvolvimento cognitivo do estudante.

Sendo que o trabalho visa desenrolar em torno da interdisciplinaridade, pluridisciplinaridade e


transversalidade, no sistema educativo, é necessário que perceba até que ponto estes podem ser
úteis e proveitosos na vida dos alunos. Tendo como exemplo a transversalidade, que visa
construir aprendizagem sobre a realidade, as questões da vida real ou seja, aprender na realidade
e da realidade. O mesmo pode ocorrer com as outras tendências pedagógicas já acima
mencionadas (interdisciplinaridade e pluridisciplinaridade. A interdisciplinaridade por exemplo,
não se distancia lá muito da transversalidade, uma vez que também pode trazer experiências
colhidas na vida social, assim sendo, de outras áreas de saberes.

Regina Haydt (2006, p.13), A pedagogia é o estudo sistemático da educação. É a reflexão sobre
as doutrinas e os sistemas de educação. A Didática é uma seção ou ramo específico de Pedagogia
e se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para o conhecimento. Enquanto a
Pedagogia pode ser conceituada como a ciência e a arte da educação, a Didática é definida como
a ciência e a arte do ensino. Por esta razão, a ditatica vem nos ajudar na compreensão destas
tendências.

Na dimensão do espaço escolar, em que o ensino formal se institucionaliza, o papel do professor


ganhou um destaque fundamental devido à função que ele exerce nesse contexto. É importante
esclarecer que a prática do professor em sala de aula se respalda em concepções teóricas de
ensino aprendizagem e, no nosso caso, também de língua e de linguagem. Na verdade, toda e
qualquer prática docente é reveladora de uma determinada opção teórico metodológica. Ou seja,
o como ensinar, o como fazer é sempre antecedido por uma reflexão teórica mais complexa que
justifica e fundamenta as tomadas de decisão do professor. Por essa razão, faz se necessário
conhecer os modelos teóricos de ensino aprendizagem para que possamos identificar nossa
prática pedagógica nessas filiações teóricas.

Objectivos

 Gerais:
 Compreender a interdisciplinaridade;
 Adquirir conhecimentos ligados a pluridisciplinaridade
 Compreender a transversalidade.
 Específicos:
 Analisar a interdisciplinaridade nas escolas,
 Caracterizar a interdisciplinaridade;
 Diferenciar a pluridisciplinaridade da interdisciplinaridade;
 Conceptualizar a interdisciplinaridade, a pluridisciplinaridade e transversalidade.
SAMBUKA

Novos enfoques didácticos

Segundo VIEGAS et al, os recursos de ensino devem ser utilizados pelo professor de forma
consciente e intencional, enfatizando não só a acção docente, mas também a participação dos
alunos. Não podem ter um fim em si mesmos, mas possibilitar diferentes intermediações entre o
professor, o aluno e o conhecimento.

Kenski vai mais longe afirmando que:

Os alunos, inclusive nos cursos de formação de professores, estão


habituados basicamente a um regime disciplinar de estudos por meio de
textos escritos. Formam-se professores sem um conhecimento mais
aprofundado sobre a utilização e manipulação de tecnologias educacionais
e sentem-se inseguros para utilizá-los em suas aulas. (2005, p. 136).

Vejamos, portanto que o estudo destes novos enfoques didáticos como anteriormente dizia, vem
a constituir uma valia na vida do professor, seja ele em actividade como também em formação, e
não só constitui uma valia ao professor, mas também, directamente ao nosso alvo (o aluno), que
sai ganhando de forma significativa.

As vezes nos deparamos com certas questões como: porque estudar a disciplina X, se não tem
nada a ver como oque faço, ou pretendo fazer? Esta questão e levantada, não só pelos alunos do
ensino gerar, como também pelos estudantes universitários. Por exemplo: no nosso curso de
português já tivemos cadeiras como: Psicologia, Antropologia, Necessidades Educativas
Especiais, entre outras, que não numa primeira impressão não tem a ver com o português, como
tal… mas com o tempo foi possível descobrir que sendo professores devemos, não só nos
dotarmos de conhecimentos didáticos ou pedagógicos, como também de outras áreas de saberes
como é caso das áreas supra citadas.

Prado, 2005, p.55, vem a sustentar esta visão quando afirma que:
O envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é fundamental.
Para isso, a escola deve propiciar ao aluno encontrar sentido e
funcionalidade naquilo que constitui o foco dos estudos em cada situação
da sala de aula. De igual maneira, propiciar a observação e a interpretação
dos aspectos da natureza, sociais e humanos, instigando a curiosidade do
aluno para compreender a relação entre os factores que podem intervir nos
fenómenos e o desenvolvimento humano. Essa forma de aprender
contextualizada é que permite ao aluno relacionar aspectos presentes da
vida pessoal, social e cultural, mobilizando as competências cognitivas e
emocionais já adquiridas para novas possibilidades de reconstrução do
conhecimento.

No caso de antropologia e psicologia, por exemplo, sendo um professor devo minimamente ter
conhecimentos ligados com conhecimentos socioculturais e psicológicos/individuais,
respectivamente, uma vez que serei sujeito a trabalhar com pessoas de outras regiões, o
consequentemente de culturas diferentes da minha e até pessoas de comportamento
extremamente diferente.

A pergunta sobre contextualização tem a intenção de chamar a atenção para o assunto. Observa-
se que a contextualização de conteúdos escolares como metodologia de trabalho, transformada
em ferramenta de uso pedagógico, permanente, provocará o envolvimento de todos os atores nos
processo de aprendizagem.

Mayer 2014 afirma:

Entende-se que ao saber onde aplicar determinado conteúdo, ou observar


onde ele aparece no quotidiano da vida de cada aluno, entendendo sua
aplicabilidade prática, observando a teoria aplicada na prática quotidiana,
poderá despertar neste aluno um interesse maior por aquele conteúdo.
A interdisciplinaridade

PINTO 2019 diz que é importante observarmos que as disciplinas foram divididas por áreas, bem
provavelmente com a intenção de estabelecer uma organização escolar e uma funcionalidade
maior, porém, todas as disciplinas se inter-relacionam, é importante lembrar que na prática o
conhecimento não está dividido nem dissociado. A interdisciplinaridade é a ferramenta que une
todos os conhecimentos. Sendo assim, não há disciplina, ou matéria, mais, nem menos
importante, pois uma depende da outra para haja a compreensão e a possibilidade de se construir
o conhecimento, observamos que compreender isso, faz com que a interdisciplinaridade exista de
verdade em todos os planos de aula e nos projectos escolares.

Indispensável ao avanço da educação, especialmente ao relacionarmos os conhecimentos do


currículo obrigatório ao pensamento crítico, a interdisciplinaridade figura como um dos
principais mecanismos para que o aluno consiga fazer uma relação entre as matérias e perceber
como os conhecimentos são interdependentes. Por isso, um dos caminhos mais oportunos para
trabalhar a interdisciplinaridade é relacionar os conteúdos a situações reais. Por meio de eixos
temáticos delimitados, é possível englobar as diferentes áreas do conhecimento em prol de
soluções para desafios propostos, o que também vai ao encontro dos objectivos das metodologias
activas de aprendizagem. Com essa sistematização, conteúdos que seriam oferecidos da maneira
convencional passam a ser trabalhados de forma conjunta de acordo com os aspectos de cada
disciplina.

Em um exemplo prático, se o tema for “poluição”, em vez de apenas focar nos conceitos básicos
dentro de Biologia ou Ciências, é possível reunir uma série de disciplinas a partir de um
problema central.

Digamos que a escola fique em uma cidade portuária. É possível incluir nos estudos o histórico
de poluição das águas, os agentes químicos que costumam ser despejados, a verba pública
destinada ao saneamento e como ela é distribuída, além de serem propostas soluções para a
diminuição do problema.

Você consegue ver quantas disciplinas podem ser envolvidas? Ciências, História, Geografia,
Matemática, Química, Português… tudo vai depender da abrangência do tema.
HARTMANN acrescenta esta ideia quando diz que a interdisciplinaridade é uma condição
necessária para o estudo dos fenómenos sociais, económicos, culturais e científicos atuais e reais,
complexos por natureza, pois uma visão disciplinar pode descrever e explicar apenas
parcialmente os eventos. Ela deve surgir do contexto e da realidade social e cultural associada
aos problemas locais e atuais. A contextualização é um recurso para o estudo desses fenómenos,
pois pressupõe que todo conhecimento envolve uma relação entre uma situação real e concreta
(objecto) e quem a vivencia (sujeito), evocando dimensões presentes na vida Pessoal, social e
cultural. Pressupõe ainda que temas práticos e éticos do mundo contemporâneo sejam
reconhecidos e discutidos pelas ciências naturais e sociais. Esses temas podem ser de âmbito
geral ou fazer parte do universo particular de uma certa escola, região ou comunidade.

Apartir destas ideias podemos ter a mínima ideia do que seria a interdisciplinaridade. JAPIASSU
(1992) apresenta o conceito de interdisciplinaridade como uma

[...] interação entre duas ou mais disciplinas, podendo ir da simples


comunicação das idéias até a integração mútua dos conceitos, da
epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos
dados e da organização da pesquisa. É imprescindível a
complementaridade dos métodos, dos conceitos, das estruturas e dos
axiomas sobre as quais se fundam as diversas práticas científicas.
Diríamos que o objetivo utópico do interdisciplinar é a unidade do saber
(p. 88).

Enquanto isso, Nicolescu diz que afirma que respeito à transferência de métodos de uma
disciplina à outra. Podemos distinguir três graus de interdisciplinaridade:

a) Um grau de aplicação. Por exemplo, quando os métodos da física nuclear são


transferidos para a medicina, resultam no aparecimento de novos tratamentos de câncer;
b) Um grau epistemológico. Por exemplo, transferindo os métodos da lógica formal para a
área do direito geral, geram análises interessantes de epistemologia do direito;
c) Um grau de geração de novas disciplinas. Por exemplo, quando métodos da matemática
foram transferidos para a física geraram a física matemática e, quando transferidos para
os fenómenos meteorológicos ou para os processos do mercado de acções, geraram a
teoria do caos; transferindo métodos da física de partículas para a astrofísica, produziu-se
a cosmologia quântica e, transferindo métodos computacionais para a arte, obteve-se a
arte computacional.

BONATTO et al define a interdisciplinaridade é uma temática que é compreendida como uma


forma de trabalhar em sala de aula, no qual se propõe um tema com abordagens em diferentes
disciplinas. É compreender, entender as partes de ligação entre as diferentes áreas de
conhecimento, unindo-se para transpor algo inovador, abrir sabedorias, resgatar possibilidades e
ultrapassar o pensar fragmentado. É a busca constante de investigação, na tentativa de superação
do saber.

A importância da interdisciplinaridade no conhecimento escolar

Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou


saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema ou
compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista. “A interdisciplinaridade
tem uma função instrumental. Trata-se de recorrer a um saber diretamente útil e utilizável para
resolver às questões e aos problemas sociais contemporâneos (Parâmetros Curriculares Nacionais
- Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002, p. 34)”.

A interdisciplinaridade serve como um principal complemento no conhecimento escolar


transmitindo como uma nova dinâmica na metodologia aplicada. Esse conceito fica mais claro
quando se considera realmente de que todo conhecimento mantêm um dialogo permanente com
outros conhecimentos que pode ser de questionamento, de confirmação e de aplicação. Segundo
os Parâmetros Curriculares.

(...) É importante enfatizar que a interdisciplinaridade supõe um eixo


integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de
investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido ela deve partir da
necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar,
compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina
isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários. Explicação,
compreensão, intervenção são processos que requerem um conhecimento
que vai alem da descrição da realidade mobiliza competências cognitivas
para deduzir, tirar inferências ou fazer previsões a partir do fato observado
(Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002,
p. 88 e 89).

A interdisciplinaridade tem o objectivo de promover a integração dos conteúdos de diferentes


disciplinas. Uma prática educacional que procura fazer com que as áreas do conhecimento se
complementem de forma que os conteúdos das disciplinas sirvam de apoio ao aprendizado umas
das outras. E tem por objectivo tornar o conhecimento mais significativo, mais amplo e mais útil
ao aluno.

LUSDIA

Pluridisciplinaridade

Termo que se refere à justaposição de diversas disciplinas situadas geralmente ao mesmo nível
hierárquico e agrupadas de modo a fazer aparecer as relações existentes entre elas.

A pluridisciplinaridade difere-se da multidisciplinaridade porque, a segunda se caracteriza por


uma superposição de disciplinas que não estabelecem relação aparente, e a primeira consiste na
superposição de disciplinas cujo objecto é correlato, em outras palavras, sugere a possibilidade
da ocorrência de relação entre elas.

A pluridisciplinaridade diz respeito ao estudo de um objecto de uma única e mesma disciplina


efetuada por diversas disciplinas ao mesmo tempo. Carlos (1995) afirma que a
pluridisciplinaridade avança do nível da multidisciplinidade, pois pode ser observado algum tipo
de interacção entre os conhecimentos das diferentes disciplinas.

Para o autor, nesta perspectiva, em cada uma das disciplinas ainda não existe nenhum tipo de
coordenação proveniente de um nível hierarquicamente superior, mas uma espécie de ligação
entre os domínios disciplinares indicando a existência de alguma cooperação e ênfase à relação
entre tais conhecimentos. A ideia de pluridisciplinaridade, segundo Menezes (2010), tem origem
na tentativa de estabelecer relação entre as disciplinas que, dessa forma, receberam um nome
específico de acordo com a quantidade da integração existente entre elas. Essa relação seria uma
tentativa de acabar com a visão de que a disciplina seria um tipo de saber específico que possui
um objeto determinado e reconhecido, sem correlação entre si, constituindo-se em subdivisões
do conhecimento. E posteriormente, essa tentativa de estabelecer relações entre as disciplinas é
que daria origem à chamada interdisciplinaridade. Dessa forma, as disciplinas estabelecem
relação entre o conhecimento de sua área com o de outras, mas esses conhecimentos não se
reúnem com o intuito de esclarecer alguma questão maior. Eles servem apenas para esclarecer
melhor o próprio conhecimento da disciplina.

ZEKA

Pluridisciplinaridade vs Interdisciplinaridade

Plurisciplinaridade é um sistema de um só nível e de objectivos múltiplos; cooperação mas sem


coordenação; há troca entre elas, ainda que não seja organizada; propõe estudar o mesmo objecto
em várias disciplinas ao mesmo tempo. Sua finalidade ainda é “multidisciplinar”. E na
Multidisciplinaridade, mais de uma disciplina; aparentemente, não tem relação uma com a
outra;  cada disciplina permanece com sua metodologia própria; não há um resultado integrado.
Segundo Piaget, é quando a solução de um problema requer a obtenção de informações de  uma
ou mais ciências ou sectores do conhecimento sem que as disciplinas evocadas sejam alteadas ou
enriquecidas.

Multidisciplinaridade corresponde à abordagem de um mesmo assunto por várias disciplinas,


sendo que cada disciplina tem como objectivo garantir o conteúdo disciplinar. Outro factor
importante é que existe cooperação, mas não coordenação.

Não há comunicação entre os professores, não há o compartilhamento de uma mesma aula, os


alunos aprendem conteúdos separados. (FONTANA, 11)

Já na Interdisciplinaridade há Intercâmbio mútuo e interacção de diversos conhecimentos de


forma recíproca e coordenada; perspectiva metodológica comum a todos; integrar os resultados;
permanecem os interesses próprios de cada disciplina, porém, buscam soluções dos seus próprios
problemas através da articulação com as outras disciplinas.

Interdisciplinaridade é o trabalho colectivo entre diversas disciplinas com o objectivo de


desenvolver vários conteúdos ao tratar do mesmo assunto. Assim, cada disciplina demonstra
como a prática científica possibilita uma compreensão mais complexa de determinado assunto.

KEMS

Transversalidade

O conceito de transversalidade, nesse aspecto, refere-se à metodologia que organiza e promove


conceitos, atitudes e procedimentos. O construtivismo e o sócio-construtivismo vêm sendo um
suporte teórico-epistemológico adequado para esse desenvolvimento, já que consideram a
contextualização, a problematização, a ação, a historicidade dos sujeitos e a atividade e
interatividade entre eles. Assim, a escola promove a transversalidade dos temas em seu currículo
por meio de atividades diversas, vivenciadas, experienciadas e avaliadas durante a aprendizagem.
(GÓMEZ, 2009, p6)

A transversalidade diz respeito à possibilidade de se instituir, na prática educativa, uma analogia


entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as
questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). A escola vista por esse enfoque,
deve possuir uma visão mais ampla, acabando com a fragmentação do conhecimento, pois
somente assim se apossará de uma cultura interdisciplinar. A transversalidade e a
interdisciplinaridade são modos de trabalhar o conhecimento que buscam reintegração de
procedimentos académicos, que ficaram isolados uns dos outros pelo método disciplinar.
Necessário se torna uma visão mais adequada e abrangente da realidade, que muitas vezes se nos
apresenta de maneira fragmentada. Através dessa ênfase poderemos intervir na realidade para
transformá-la.

GARCIA acrescenta dizendo que Como os temas transversais não constituem uma disciplina,
seus objectivos e conteúdos devem estar inseridos em diferentes momentos de cada uma das
disciplinas. Vão sendo trabalhados em uma e em outra, de diferentes modos.
Quando nos referimos aos temas transversais os colocamos como um eixo unificador da acção
educativa, em torno do qual organizam-se as disciplinas.

A abordagem dos temas transversais deve se orientar pelos processos de vivência da sociedade,
pelas comunidades, alunos e educadores em seu dia-a-dia. Os objectivos e conteúdos dos temas
transversais devem estar inseridos em diferentes cenários de cada uma das disciplinas.
Considera-se a transversalidade como o modo apropriado para a acção pedagógica destes temas.
A transversalidade só tem significado dentro de uma compreensão interdisciplinar do
conhecimento, sendo uma proposta didática que possibilita o tratamento de conteúdos de forma
integrada em todas as áreas do conhecimento. A transversalidade e interdisciplinaridade têm
como eixo educativo a proposta de uma educação comprometida com a cidadania, conforme
defendem os Parâmetros Curriculares.

DELCIO

Aplicação dos temas transversais no dia-a-dia dos estudantes

Os temas transversais na educação não estão relacionados a nenhuma disciplina específica, como
mencionamos no início. Sendo assim, não há uma forma considerada correta de aplicar esse
conceito no dia-a-dia dos estudantes.

Porém, podemos dizer que esse trabalho acontece por meio de uma parceria entre a família e a
escola. Isso ocorre porque vários conceitos e valores propostos pelos temas transversais devem
ser repassados para as crianças em casa, antes mesmo do ingresso na Educação Infantil.

Claro que esse é um processo inicial, e somente com o desenvolvimento do aluno e o reforço
contínuo desses conceitos é que o jovem conseguirá internalizá-los, fazendo parte do seu perfil
como cidadão. Essa parceria, porém, deve se estender durante toda a formação do aluno, sendo
essencial para que o aprendizado seja significativo.

Por exemplo: o tema relacionado a orientação sexual deve ser abordado na escola e em casa
pelos pais, sempre com informações que são importantes para cada faixa etária. Repassar a
responsabilidade de trabalhar os temas transversais somente para uma das instituições, família ou
escola, dificilmente levará a uma aprendizagem realmente significativa.

SOPHIA, diz que a escola é o espaço em que os temas transversais são representados pelos
valores repassados pelas famílias, que serão ampliados dentro de um contexto educacional e
social, e o papel dos professores e alunos também precisa passar por uma transformação.

O estudante tem como incumbência trabalhar, fazer pesquisas, relatórios e observações. O


professor, por sua vez, deve actuar como orientador e conselheiro, utilizando os temas
transversais para tratar de problemas sociais atuais, reavivando as potencialidades de cada um e
dando aos estudantes o estímulo para ampliarem o olhar sobre diversas questões, sempre com
respeito e tolerância às diferenças.
Conclusão

O saber, no caso o saber científico, no entendimento de Charlot (1979), só é cultural na medida


em que aparece como criação humana e social. Isso quer dizer que o saber não poderia ser
ensinado sem que, ao mesmo tempo, se ressaltassem sua significação humana e social e seu
modo de elaboração humano e social. (FRANCISCHETT 2013)

Quanto a interdisciplinaridade, chegamos a conclusão de que todos saem a ganhar,


primeiramente pelo conhecimento recuperar sua totalidade e complexidade; os professores pela
necessidade de melhorarem sua interacção com os colegas e repesar da sua prática docente; os
alunos por estarem em contacto com o trabalho em grupo, tendo o ensino voltado para
compreensão do mundo que os cerca; por fim a escola, que tem sua proposta pedagógica
reflectida a todos instante e ganham como grandes parceiros a comunidade, porque o
entendimento do mundo que está inserido os alunos, partem do principio de se ouvir também a
comunidade.
Referencias

CUNHA, Maria Isabel da. Os conhecimentos curriculares e do ensino. In: VEIGA, Ilma P. A.
(org.). Lições de didática. Campinas, SP: Papirus, 2006, p. 57-74.

KENSKI, V. M. O ensino e os recursos didáticos em uma sociedade cheia de tecnologias. In:


VEIGA, I. P. A. (org.). Didática: o ensino e suas relações. 9. ed. Campinas, SP: Papirus, 2005, p.
127-147.
MAYER, Mário Augusto os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor
de produções didático-pedagógica, Paraná,2014

FRANCISCHETT, Mafalda Nesi alguns enfoques didáticos da formação do professor de


geografia, pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2013.

PINTO, Diego de Oliveira, pedagogia, Em https://blog.lyceum.com.br/interdisciplinaridade-em-


sala-de-aula/

HARTMANN, Ângela Maria, Desafios e Possibilidades de Interdisciplinaridade no Ensino


Médio, 2007

JAPIASSU, H. A atitude interdisciplinar no sistema de ensino. Revista Tempo Brasileiro.

Rio de Janeiro: nº 108, p. 83-94, jan.-mar. 1992.

NICOLESCU, Basarab, A evolução transdisciplinar da Universidade, Condição para o


Desenvolvimento Sustentável,1997, fonte:http//perso.dubinternet.fr/nicol/ciret/)

FONTANA, Silene, Dimensões do Processo Ensino Aprendizagem na Educação Superior,


acessível no site ″passei directo″. Pelo https://www.passeidireto.com/arquivo/59924064/tema-05
pluridisciplinaridade.

GARCIA, Lenise Aparecida Martins, Transversalidade e Interdisciplinaridade, disponível em


http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Formação%20Continuada/Artigos
%20Diversos/garcia-transversalidade-print.pdf
SOPHIA, Em gestão escolar, actualizada em 29 Agosto, 2018, acessível em
https://www.sophia.com.br/blog/gestao-escolar/saiba-qual-e-o-papel-dos-temas-transversais-na-
educacao

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