Regina Haydt (2006, p.13), A pedagogia é o estudo sistemático da educação. É a reflexão sobre
as doutrinas e os sistemas de educação. A Didática é uma seção ou ramo específico de Pedagogia
e se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para o conhecimento. Enquanto a
Pedagogia pode ser conceituada como a ciência e a arte da educação, a Didática é definida como
a ciência e a arte do ensino. Por esta razão, a ditatica vem nos ajudar na compreensão destas
tendências.
Objectivos
Gerais:
Compreender a interdisciplinaridade;
Adquirir conhecimentos ligados a pluridisciplinaridade
Compreender a transversalidade.
Específicos:
Analisar a interdisciplinaridade nas escolas,
Caracterizar a interdisciplinaridade;
Diferenciar a pluridisciplinaridade da interdisciplinaridade;
Conceptualizar a interdisciplinaridade, a pluridisciplinaridade e transversalidade.
SAMBUKA
Segundo VIEGAS et al, os recursos de ensino devem ser utilizados pelo professor de forma
consciente e intencional, enfatizando não só a acção docente, mas também a participação dos
alunos. Não podem ter um fim em si mesmos, mas possibilitar diferentes intermediações entre o
professor, o aluno e o conhecimento.
Vejamos, portanto que o estudo destes novos enfoques didáticos como anteriormente dizia, vem
a constituir uma valia na vida do professor, seja ele em actividade como também em formação, e
não só constitui uma valia ao professor, mas também, directamente ao nosso alvo (o aluno), que
sai ganhando de forma significativa.
As vezes nos deparamos com certas questões como: porque estudar a disciplina X, se não tem
nada a ver como oque faço, ou pretendo fazer? Esta questão e levantada, não só pelos alunos do
ensino gerar, como também pelos estudantes universitários. Por exemplo: no nosso curso de
português já tivemos cadeiras como: Psicologia, Antropologia, Necessidades Educativas
Especiais, entre outras, que não numa primeira impressão não tem a ver com o português, como
tal… mas com o tempo foi possível descobrir que sendo professores devemos, não só nos
dotarmos de conhecimentos didáticos ou pedagógicos, como também de outras áreas de saberes
como é caso das áreas supra citadas.
Prado, 2005, p.55, vem a sustentar esta visão quando afirma que:
O envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é fundamental.
Para isso, a escola deve propiciar ao aluno encontrar sentido e
funcionalidade naquilo que constitui o foco dos estudos em cada situação
da sala de aula. De igual maneira, propiciar a observação e a interpretação
dos aspectos da natureza, sociais e humanos, instigando a curiosidade do
aluno para compreender a relação entre os factores que podem intervir nos
fenómenos e o desenvolvimento humano. Essa forma de aprender
contextualizada é que permite ao aluno relacionar aspectos presentes da
vida pessoal, social e cultural, mobilizando as competências cognitivas e
emocionais já adquiridas para novas possibilidades de reconstrução do
conhecimento.
No caso de antropologia e psicologia, por exemplo, sendo um professor devo minimamente ter
conhecimentos ligados com conhecimentos socioculturais e psicológicos/individuais,
respectivamente, uma vez que serei sujeito a trabalhar com pessoas de outras regiões, o
consequentemente de culturas diferentes da minha e até pessoas de comportamento
extremamente diferente.
A pergunta sobre contextualização tem a intenção de chamar a atenção para o assunto. Observa-
se que a contextualização de conteúdos escolares como metodologia de trabalho, transformada
em ferramenta de uso pedagógico, permanente, provocará o envolvimento de todos os atores nos
processo de aprendizagem.
PINTO 2019 diz que é importante observarmos que as disciplinas foram divididas por áreas, bem
provavelmente com a intenção de estabelecer uma organização escolar e uma funcionalidade
maior, porém, todas as disciplinas se inter-relacionam, é importante lembrar que na prática o
conhecimento não está dividido nem dissociado. A interdisciplinaridade é a ferramenta que une
todos os conhecimentos. Sendo assim, não há disciplina, ou matéria, mais, nem menos
importante, pois uma depende da outra para haja a compreensão e a possibilidade de se construir
o conhecimento, observamos que compreender isso, faz com que a interdisciplinaridade exista de
verdade em todos os planos de aula e nos projectos escolares.
Em um exemplo prático, se o tema for “poluição”, em vez de apenas focar nos conceitos básicos
dentro de Biologia ou Ciências, é possível reunir uma série de disciplinas a partir de um
problema central.
Digamos que a escola fique em uma cidade portuária. É possível incluir nos estudos o histórico
de poluição das águas, os agentes químicos que costumam ser despejados, a verba pública
destinada ao saneamento e como ela é distribuída, além de serem propostas soluções para a
diminuição do problema.
Você consegue ver quantas disciplinas podem ser envolvidas? Ciências, História, Geografia,
Matemática, Química, Português… tudo vai depender da abrangência do tema.
HARTMANN acrescenta esta ideia quando diz que a interdisciplinaridade é uma condição
necessária para o estudo dos fenómenos sociais, económicos, culturais e científicos atuais e reais,
complexos por natureza, pois uma visão disciplinar pode descrever e explicar apenas
parcialmente os eventos. Ela deve surgir do contexto e da realidade social e cultural associada
aos problemas locais e atuais. A contextualização é um recurso para o estudo desses fenómenos,
pois pressupõe que todo conhecimento envolve uma relação entre uma situação real e concreta
(objecto) e quem a vivencia (sujeito), evocando dimensões presentes na vida Pessoal, social e
cultural. Pressupõe ainda que temas práticos e éticos do mundo contemporâneo sejam
reconhecidos e discutidos pelas ciências naturais e sociais. Esses temas podem ser de âmbito
geral ou fazer parte do universo particular de uma certa escola, região ou comunidade.
Apartir destas ideias podemos ter a mínima ideia do que seria a interdisciplinaridade. JAPIASSU
(1992) apresenta o conceito de interdisciplinaridade como uma
Enquanto isso, Nicolescu diz que afirma que respeito à transferência de métodos de uma
disciplina à outra. Podemos distinguir três graus de interdisciplinaridade:
LUSDIA
Pluridisciplinaridade
Termo que se refere à justaposição de diversas disciplinas situadas geralmente ao mesmo nível
hierárquico e agrupadas de modo a fazer aparecer as relações existentes entre elas.
Para o autor, nesta perspectiva, em cada uma das disciplinas ainda não existe nenhum tipo de
coordenação proveniente de um nível hierarquicamente superior, mas uma espécie de ligação
entre os domínios disciplinares indicando a existência de alguma cooperação e ênfase à relação
entre tais conhecimentos. A ideia de pluridisciplinaridade, segundo Menezes (2010), tem origem
na tentativa de estabelecer relação entre as disciplinas que, dessa forma, receberam um nome
específico de acordo com a quantidade da integração existente entre elas. Essa relação seria uma
tentativa de acabar com a visão de que a disciplina seria um tipo de saber específico que possui
um objeto determinado e reconhecido, sem correlação entre si, constituindo-se em subdivisões
do conhecimento. E posteriormente, essa tentativa de estabelecer relações entre as disciplinas é
que daria origem à chamada interdisciplinaridade. Dessa forma, as disciplinas estabelecem
relação entre o conhecimento de sua área com o de outras, mas esses conhecimentos não se
reúnem com o intuito de esclarecer alguma questão maior. Eles servem apenas para esclarecer
melhor o próprio conhecimento da disciplina.
ZEKA
Pluridisciplinaridade vs Interdisciplinaridade
KEMS
Transversalidade
GARCIA acrescenta dizendo que Como os temas transversais não constituem uma disciplina,
seus objectivos e conteúdos devem estar inseridos em diferentes momentos de cada uma das
disciplinas. Vão sendo trabalhados em uma e em outra, de diferentes modos.
Quando nos referimos aos temas transversais os colocamos como um eixo unificador da acção
educativa, em torno do qual organizam-se as disciplinas.
A abordagem dos temas transversais deve se orientar pelos processos de vivência da sociedade,
pelas comunidades, alunos e educadores em seu dia-a-dia. Os objectivos e conteúdos dos temas
transversais devem estar inseridos em diferentes cenários de cada uma das disciplinas.
Considera-se a transversalidade como o modo apropriado para a acção pedagógica destes temas.
A transversalidade só tem significado dentro de uma compreensão interdisciplinar do
conhecimento, sendo uma proposta didática que possibilita o tratamento de conteúdos de forma
integrada em todas as áreas do conhecimento. A transversalidade e interdisciplinaridade têm
como eixo educativo a proposta de uma educação comprometida com a cidadania, conforme
defendem os Parâmetros Curriculares.
DELCIO
Os temas transversais na educação não estão relacionados a nenhuma disciplina específica, como
mencionamos no início. Sendo assim, não há uma forma considerada correta de aplicar esse
conceito no dia-a-dia dos estudantes.
Porém, podemos dizer que esse trabalho acontece por meio de uma parceria entre a família e a
escola. Isso ocorre porque vários conceitos e valores propostos pelos temas transversais devem
ser repassados para as crianças em casa, antes mesmo do ingresso na Educação Infantil.
Claro que esse é um processo inicial, e somente com o desenvolvimento do aluno e o reforço
contínuo desses conceitos é que o jovem conseguirá internalizá-los, fazendo parte do seu perfil
como cidadão. Essa parceria, porém, deve se estender durante toda a formação do aluno, sendo
essencial para que o aprendizado seja significativo.
Por exemplo: o tema relacionado a orientação sexual deve ser abordado na escola e em casa
pelos pais, sempre com informações que são importantes para cada faixa etária. Repassar a
responsabilidade de trabalhar os temas transversais somente para uma das instituições, família ou
escola, dificilmente levará a uma aprendizagem realmente significativa.
SOPHIA, diz que a escola é o espaço em que os temas transversais são representados pelos
valores repassados pelas famílias, que serão ampliados dentro de um contexto educacional e
social, e o papel dos professores e alunos também precisa passar por uma transformação.
CUNHA, Maria Isabel da. Os conhecimentos curriculares e do ensino. In: VEIGA, Ilma P. A.
(org.). Lições de didática. Campinas, SP: Papirus, 2006, p. 57-74.