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Pedreiro revestidor

Formação continuada

Pedreiro revestidor
Formação continuada

Pedreiro revestidor
P

© SENAI - SP, 2006

Trabalho editorado pela Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”,


do Departamento Regional de São Paulo.

Coordenação geral Carlos Eduardo Cabanas

Organização do conteúdo José Carlos Rocha


Luiz Henrique Piovezan

Colaboração Edson Pedro Santana

Editoração Equipe de Material didático da


Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”

S47p SENAI - SP. P


Pedreiro
edreiro revestidor
revestidor.. São Paulo, 2006. 101p. il.
Formação continuada.

Apostila técnica.

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução desde que citada a fonte.

Escola SENAI “Orlando Laviero Ferraiuolo”


Rua Teixeira de Melo, 106 – Tatuapé – São Paulo - SP – CEP 03067-000
Tel.: (11) 2227 6900 – Fax.: (11) 295 2722
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www.sp.senai.br/construcaocivil
Sumário

Introdução .................................................................................... 5

Parte 1 – Revestimento de parede com argamassa............7

Camadas de revestimento com argamassa ........9


Materiais da argamassa de revestimento .........13
Equipamentos para revestimento
com argamassa ....................................................18
Preparar argamassa ............................................29
Chapiscar com colher ..........................................32
Taliscar paredes ...................................................35
Fazer mestra .........................................................38
Encher panos (emboço) ......................................40
Arrematar cantos externos ou arestas ...............44
Alisar com desempenadeira de
feltro ou esponja ..................................................45
Problemas do revestimento de argamassa .......46

Parte 2 – Revestimento de piso com argamassa ..............49

Equipamentos e ferramentas ............................51


Avaliação das condições da base .......................54
Preparo da base e definição dos níveis ...........57
Preparo da camada de aderência e
construção das mestras ......................................61
Aplicação da argamassa .....................................63
Acabamento superficial .....................................65

Parte 3 – Revestimento com placa cerâmica .....................69

História da cerâmica ............................................71


Propriedades da cerâmica ..................................74
Preparo da base ...................................................77
Especificação da placa cerâmica ........................80
Argamassa colante ..............................................88
Argamassa para rejuntamento ...........................89
Aplicação de placas retificadas ..........................90
Passo-a-passo do assentamento ........................93
Ferramentas .........................................................99
Equipamentos de segurança ............................100

Referências bibliográficas .................................................101

4
Introdução

Esta apostila refere-se ao curso Pedreiro revestidor que visa


proporcionar qualificação de nível básico a profissionais que
atuarão nas seguintes áreas: revestimentos argamassados,
cerâmicos e decorativos. Para isso serão utilizados vários
tipos de materiais, equipamentos, ferramentas e acessórios
de acordo com suas características e aplicações.

Esta apostila, para fins didáticos, será dividida em três


partes:
• Parte 1 – Revestimento de parede com argamassa;
• Parte 2 – Revestimento de piso com argamassa;
• Parte 3 – Revestimento com placa cerâmica.

5
Parte 1 – Revestimento de parede com argamassa

7
Camadas de revestimento
com argamassa

Os revestimentos com argamassa, geralmente conhecidos


como emboço e reboco, aplicam-se nas alvenarias tanto
externas como internas. As argamassas devem ser resis-
tentes aos choques, ter boa aparência e ser impermeáveis,
quando aplicadas no exterior.

Os revestimentos constam de uma ou duas camadas, confor-


me o acabamento que se deseje dar, além de uma camada
de espessura fina e rústica, conhecida como chapisco.

Chapisco

Aplica-se chapisco com a finalidade de deixar a superfície


mais áspera e serve como ancoragem para o revestimento
posterior, facilitando assim a aderência do emboço à super-
fície a ser revestida.

9
Há quatro tipos de chapiscos mais conhecidos:
• chapisco rolado;
• chapisco industrializado;
• chapisco convencional;
• chapisco com pedra britada.

Chapisco rolado

Esse tipo de chapisco é aplicado com rolo de textura e é


adicionado à argamassa um aditivo que tem por finalidade
a melhora da aderência.

Chapisco industrializado

Esse tipo de chapisco é usado geralmente em bases de


baixíssima absorção e é aplicado com rolo de textura e,
algumas vezes, com uma desempenadeira dentada.

Chapisco convencional

Pode ser aplicado, com uma colher de pedreiro, por lança-


mentos ou com o auxílio de uma peneira.

Chapisco com pedra britada

É usado em decoração de muros e paredes externas. A arga-


massa utilizada é constituída por areia, cimento, pedra britada
e água. Pode-se adicionar pequena quantidade de cal.

Os revestimentos com argamassas especiais, como fulget,


fulget
barra lustre, pedras calcárias, minerais, mármores, etc., de-
vem ser aplicados por pessoal especializado, com orientação
dos próprios fornecedores.

Emboço

O emboço também chamado reboco grosso, é diretamente


aplicado sobre o chapisco. Depois de pronto, o emboço

10
deve apresentar uma superfície plana e áspera para facilitar
a aderência do reboco quando ele for aplicado. O emboço
deve ser sarrafeado com régua.

Atualmente, pelo uso de argamassas industrializadas, o


emboço faz também o papel de reboco. Assim, o seu aca-
bamento pode ser feito com desempenadeira de feltro.

A argamassa do emboço pode ser simples, de areia e


cimento, ou mista, areia e cimento. Dá-se preferência às
argamassas industrializadas pela maior facilidade de uso
(trabalhabilidade), pela eliminação do reboco e, também,
pela qualidade dos materiais utilizados.

A espessura do emboço não deve ultrapassar 2,5cm em


áreas internas e 3,0cm em áreas externas, exceto em casos
especiais. A argamassa mista para o revestimento interno
deve ter o traço de 1:2:8. Para revestimento externo, deve
ter 1:2:6; isto quando não houver orientação de um enge-
nheiro responsável.

Reboco

É uma camada fina de argamassa, aplicada sobre o emboço


para dar melhor aspecto à superfície de revestimento: sua
espessura fica em torno de 5mm, daí também ser conhecida

11
como massa fina. Com o uso de argamassas industrializa-
das, esta camada é eliminada.

Veja a seguir o acabamento final de uma parede após as


três camadas do revestimento com argamassa.

chapisco emboço reboco

12
Materiais da argamassa
de revestimento

Cimento

É o aglomerante mais utilizado para a elaboração da arga-


massa de revestimento. Existem várias classes e vários tipos
de cimento, sendo mais utilizado o cimento portland.

O cimento é obtido da pedra calcária e outros ingredientes


em menor proporção, cozidos a alta temperatura e poste-
riormente moídos e depurados.

Quando misturado com água e outros agregados, endure-


ce, adquirindo grande resistência e coesão. Sua resistência
efetiva é alcançada após 28 dias de aplicado.
13
O cimento é geralmente encontrado em sacos de 50 ou 25kg
com exceção do CPV-ARI cujo conteúdo é de 40kg.

No armazenamento, os sacos não devem ser empilhados


em número superior a 10 por pilha, para evitar o excesso
de peso sobre o primeiro saco. Os sacos devem estar co-
bertos e protegidos da umidade, depositando-se os sacos
isolados do piso.

É conveniente empregar primeiro o cimento que possui


uma maior tempo de armazenamento, evitando que ele
envelheça formando torrões e perdendo a resistência.

As principais propriedades do cimento são:


• Pega: é o fenômeno de endurecimento. A pega de um bom
cimento não deve começar antes de uma hora e nem terminar
depois de dez horas. Este se inicia a partir do amassamento
com água. O tempo de pega é importante. O cimento que
endurece rapidamente não serve para serviços normais, a
não ser para trabalhos especiais. O cimento que endurece
muito devagar prejudica o andamento dos serviços;
• Estabilidade: é a propriedade que o cimento deve possuir de
resistir às forças que tentam destruí-lo, como, por exemplo,
os agentes atmosféricos. Um cimento pode ter inicialmente
uma resistência satisfatória, porém, pelo ataque dos gases
existentes na atmosfera, começa a desagregar-se mais tarde.
Neste caso, seria inútil e até perigoso o seu emprego;
• Resistência;
• Finura;
• Cor.
14
Cimento branco

É uma variedade de cimento portland, com a característica


especial de que sua cor é branca. É empregado em argamas-
sas especiais, para ornamentação, tais como: o grafite na
fabricação de ladrilhos de porcelana, cerâmica e outros.

O seu comportamento é similar ao do cimento portland,


mas exige cuidados especiais no preparo das argamassas,
utilizando recipientes limpos e areia bem lavada, a fim de
ser mantida a brancura do cimento.

Cal

A cal é um produto obtido através da calcinação de minerais


calcários a temperaturas elevadas.

A calcinação de pedras calcárias, convenientemente frag-


mentadas, é obtida a temperaturas entre 800 e 1000°C.
Assim as pedras perdem umidade e se decompõem, des-
prendendo gás carbônico (anidrido carbônico), reduzindo-se
a cal virgem ou viva (óxido de cálcio anidro). Em contato
com a água, a cal virgem aumenta de volume e se desagrega
e o produto resultante é a cal hidratada que é vendida em
sacos de 20kg.

O armazenamento da cal hidratada é simples. Constrói-se


um estrado de madeira acima do solo 10 a 30cm, em lugar
seco e fechado, devendo-se empilhar os sacos de maneira
uniforme e conveniente.

15
Areia

A areia é um agregado miúdo com o qual se fabricam ar-


gamassas de cal ou cimento.

A areia é encontrada nos rios e riachos e nas cavas. Exis-


tem areias artificiais que são o produto da desagregação
de rochas.

A principal razão do uso da areia na argamassa é que ela


impede a retração demasiada da argamassa e diminui con-
sideravelmente o gasto da cal. As partículas de cal aderem
mais aos grãos de areia do que entre si, por esta razão se diz
que a areia aumenta a resistência da argamassa de cal.

De todas as areias para o serviço de pedreiro a mais indica-


da é a dos rios e riachos. A areia das cavas contém muitas
impurezas e a do mar contém sal e outras substâncias que
provocam a desagregação das argamassas. Por esta razão
é condenável o seu uso para serviços na construção civil.

Toda a areia usada na obra deve ser pura e limpa. Não deve
conter impurezas, como argila, barro, sal, fragmentos de
madeira ou de tijolo, papel, etc. Existem vários processos
simples para limpar areia. Os mais usados são: lavagem,
secagem e peneiragem. Assim, consegue-se eliminar uma
grande parte de substâncias prejudiciais.

Existem processos simples para determinar a quantidade de


impurezas, como torrões e barro na areia. O método mais
usado na obra, apesar de ser muito empírico, consiste no se-
guinte: amassa-se um pouco de areia nas mãos e de acordo
com a quantidade de sujeira que fica entre estas, pode se dizer
se a areia é limpa, pouco ou muito suja.

A umidade na areia também deve ser considerada. Com 2%


de umidade possui 2 litros de água em 100 litros de areia.

O inchamento na areia é o aumento de seu volume devido a


uma película de umidade que cobre os grãos, impedindo-os
de se encostarem perfeitamente.

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A areia com 5% de umidade é a que apresenta o maior in-
chamento, que é de 30%.

Isto quer dizer que 100 litros de areia seca passam a ocupar
130 litros, quando a areia adquirir uma umidade de 5%.

A areia é vendida molhada, a base de m3. No peneiramento,


pode-se considerar uma perda de 5%, ou seja, de 5 litros
em cada 100 litros de areia peneirada.

Água para argamassas

A água destinada à formação de argamassa deve ser limpa,


pura e ter a temperatura conveniente, pois as águas muito
frias ou muito quentes retardam ou aceleram a pega. Deve
estar isenta de impurezas como sais, ácidos e graxas.

Os cloretos e os sulfatos de metais ferrosos retardam e os


carbonetos alcalinos aceleram a pega.

As melhores águas são as de chuva, de fonte e de rios; ás


águas de poço são boas quando isentas de sais.

Não é fácil determinar a quantidade de água que se neces-


sita para uma determinada argamassa ou concreto, pois os
aglomerantes requerem uma parte dela, geralmente 250
litros por tonelada, e o agregado requer outra que a absor-
verá diversamente, conforme a natureza e as dimensões de
seus componentes.

É necessário não esquecer que a água deve ser a estritamen-


te necessária, pois, quando em excesso, deixa, ao evaporar-
se, cavidades que são prejudiciais. E quando insuficiente,
prejudica a pega.

O teor de água para argamassa determina-se experimen-


talmente, fixando-o de acordo com a natureza do trabalho
a executar.

17
Equipamentos para
revestimento com argamassa

Colher de pedreiro

É uma ferramenta, usada pelo pedreiro, que consiste em


uma folha de aço de forma triangular ou trapezoidal; com um
pescoço de ferro que termina em um cabo de madeira.

virola ou anel

cabo
folha de aço

pescoço de ferro

A colher de pedreiro é usada na construção de paredes,


pisos, revestimentos etc. quanto ao comprimento, expresso
em polegadas, vai de 1” até 10”.

De acordo com a sua forma, possui um nome particular:

• ponta redonda; • ponta quadrada; • ponta triangular.

18
Variando entre si pela espessura da folha, pela posição do
pescoço e pelo formato do cabo.

Desempenadeira de madeira

É uma ferramenta de madeira fina, de formato retangular,


com uma asa ou cabo colocado em uma de suas faces, a
qual é fixada por meio de tarugos ou pregos.

Desempenadeira com cabo duplo “T”.

Desempenadeira com cabo de uma peça.

É utilizada para depositar porções de massa que posterior-


mente são lançadas, com auxílio da colher, nas superfícies
a serem revestidas. É empregada também para estender e
desempenar os revestimentos das paredes, pisos e tetos.

O seu tamanho está relacionado com o tipo de trabalho a


ser realizado.

19
Garlopa de pedreiro

É uma ferramenta similar a desempenadeira, porém mais


comprida e mais estreita utilizada para arrematar cantos
inteiros e as arestas nos trabalhos de revestimentos com
massa fina e outros similares.

Garlopa grande.

Garlopa pequena.

O tamanho usual varia entre 40 e 60cm de comprimento e


8 e 10cm de largura. Em determinados trabalhos e espaços
pequenos, utiliza-se a de menor dimensão.

Desempenadeira de esponja

É uma desempenadeira de madeira, idêntica à comum, que


possui uma placa de esponja ou feltro presa na madeira. É
utilizada para obter superfícies com um acabamento gra-
nular fino.

madeira metal ou plástico


cabo

base de esponja
20
Desempenadeira de aço

É uma ferramenta de metal, constituída de uma folha de


aço fino e maleável, geralmente de forma retangular, presa
a um cabo de madeira ou plástico.

Utilizada para estender, assentar e alisar materiais de grânu-


los finos, nos revestimentos de paredes, pisos, tetos, etc.

Nos trabalhos de pedreiro, geralmente é empregada a de


12cm x 25cm, mas são utilizadas diversas dimensões e for-
mas, de acordo com as características do trabalho.

21
As desempenadeiras especiais mais utilizadas são as de
perfilar cantos internos, cantos vivos externos, cantos ar-
redondados.

Perfilar cantos internos.

Perfilar cantos vivos externos.

22
Desempenadeira dentada

A desempenadeira dentada é utilizada para espalhar de-


terminados materiais com espessura uniforme. É utilizada
principalmente no assentamento de cerâmica com arga-
massa colante.

Precauções:
• É necessário, manter a ferramenta sempre limpa e engra-
xada, principalmente quando se trabalha com gesso ou
para guardá-la por longo tempo.
• Não se deve golpear os materiais com a lâmina, o que
provoca o aparecimento de dentes ou irregularidades.
• Com o uso constante, as bordas da folha ficam cortantes.
Deve-se cuidar para que não firam as mãos.

Metro articulado

É uma escala de madeira ou de alumínio tendo uma face


graduada em centímetros e a outra em polegadas.

Face graduada em polegada. Face graduada em centímetro.

23
Leitura das escalas

Na escala em centímetros do metro articulado, cujas refe-


rências são numeradas (1,2,3,4,…), cada centímetro está
dividido em 10 partes que se chamam milímetros (mm).

1 2 3 4 5 6 7 8 9

5mm

1cm = 10mm

A figura abaixo mostra detalhes ampliados da divisão do


metro articulado em polegadas, com subdivisões em meios;
quartos, oitavos e dezesseis avos.

1/16”

4/16” 8/16” 12/16” 16/16”


1/4” 1/2” 3/4”
2/16” 6/16” 10/16” 14/16”
1/8” 3/8” 5/8” 7/8”

Para medir um comprimento faz-se coincidir o zero da escala


que, no caso, é o topo do metro articulado, com uma das
extremidades do comprimento a medir.

O traço da escala que coincidir com a outra extremidade do


comprimento indicará a medida procurada.

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Trena

É constituída de uma caixa metálica ou de plástico e uma


fita métrica de 1 a 5m; que é enrolado no interior da caixa.

caixa ou estojo

cinta metálica

Devido ao tamanho, podem ser levadas dentro do bolso, e


alguns portadores usam uma peça para prendê-las ao cinto.

Para a sua conservação é necessário evitar que terra ou


areia penetrem no estojo.

Nas medidas longas, como marcação de terrenos, empre-


gam-se as trenas maiores, que podem medir 10, 20, 30 ou
mais metros, construídas de uma cinta de aço ou de tela es-
pecial e um estojo metálico; de plástico ou de couro. A cinta
enrola-se no interior da caixa por meio de uma manívela.

25
Peneiras

São ferramentas utilizadas na construção civil para sele-


cionar grãos de areia necessários a serviços como reboco,
assentamento de azulejos, etc. São constituídas de uma rede
de malhas de aço com diversas aberturas. No mercado são
adquiridas com malhas grossas, médias e finas, de acordo
com o vão da malha que varia de 0,3 a 2,0mm.

Ciranda

É uma ferramenta com a mesma função da peneira; confec-


cionada na própria obra, com armação de madeira (sarrafo
de pinho) e uma tela de malhas de aço. A areia é selecionada
e arremessada a pá, na parte superior da ciranda, com isso
sofre um deslizamento sobre a tela que fica ligeiramente
inclinada. As telas mais utilizadas são as de 1 e 1,5cm .
1,0
0

0,3
0

0,70

26
Martelo

É uma ferramenta de precisão de uso muito freqüente nas


obras. Sua aplicação mais conhecida é de pregar, isto é,
fazer introduzir o prego na madeira.

Além dessa utilidade, dependendo do tipo, pode servir de


alavanca para despregar, ou seja, retirar o prego da madeira,
bater direta ou indiretamente nas peças em montagem ou
cortar tijolos.

O martelo compõe-se de duas partes principais: corpo de aço;


de formato especial e de cabo de madeira. Os mais usados
em construção civil são os de (unha) e os de (corte), também
chamados de martelo de carpinteiro e martelo de pedreiro.

corpo unhas (orelhas)

cabo

face (pancada)
Martelo de unha.

Martelo de pedreiro.
27
Os pesos desses martelos variam de 300 a 400 gramas.

Características das partes do martelo:


• Face de choque, também chamada de “pancada”, ligeira-
mente abaulada.
• Unha, também chamada de “orelha”, serve para arrancar
o prego.
• Corte para cortar tijolos e paredes.
• Cabeça, unha e cortes são temperados e revendidos para
aumentar a dureza e a resistência.
• Cabo de madeira sem defeito e de boa qualidade. As espé-
cies mais indicadas para a confecção de cabos são: jatobá,
guatambu, guarantã e outros equivalentes.
• O estreitamento do cabo próximo ao martelo aumenta a
flexibilidade e ajuda o golpe, pois age como amortecedor
e diminui a fadiga do punho do operador.
• Comprimento do cabo: 30 a 35cm.
• O engastamento do cabo no olhal é garantido por uma
cunha de ferro, cravada no extremo. Esta cunha pressiona
as fibras da madeira dentro do olhal.

Modo de usar o martelo

A precisão do golpe é a condição essencial. Não se deve


empregar força, a fim de evitar rápida fadiga.

A energia do golpe é aproveitada quando se segura o mar-


telo pela extremidade do cabo.

área de empunhar o martelo

A figura acima mostra a área de empunhar o martelo, pois


tem-se maior alavanca e a parte do cabo que sobra atrás da
mão, forma um efeito de gangorra que diminui a sua ação
do na outra extremidade.
28
Preparar argamassa

O preparo da argamassa consiste em misturar cal, cimento,


areia, água e aditivos em determinadas porções, utilizan-
do-se pá e enxada. A argamassa de acordo com o traço e
a consistência, é usada para ligar tijolos, revestir paredes,
pisos e tetos.

1 A escolha do tipo de areia e do 3 Misture a areia e o aglomerante,


traço deve estar de acordo com o usando pá ou enxada, até obter
trabalho a executar. uma coloração uniforme.

2 Deposite e espalhe o aglomerante


sobre a areia conforme o traço. Ao
espalhar o aglomerante deve-se
fazê-lo com cuidado, evitando o
levantamento de pó.

29
4 Faça uma cavidade no centro do
monte do material misturado.

5 Adicione água e misture. A água


deve ser adicionada aos poucos,
até que a massa fique firme e com
uma consistência plástica adequa-
da ao trabalho.

30
6 A argamassa, quando depositada no caixote, deve ser
amolecida com freqüência usando-se colher de pedreiro.

As argamassas podem ser também preparadas em


betoneiras e em misturadores mecânicos.

31
Chapiscar com colher

É uma operação executada pelo pedreiro nos trabalhos de


revestimento. Consiste em aplicar uma camada de argamas-
sa grossa e encharcada nas superfícies que serão revestidas,
obtendo-se assim uma superfície rugosa, que contribuirá
para uma melhor aderência dos demais revestimentos que
posteriormente serão aplicados.

Chapiscar diretamente do caixão

Este processo geralmente é utilizado para chapiscar desde


a altura do piso de trabalho até a cinta do operador.

32
1 Umedeça a parede sem encharcá- A distância para lançar a argamas-
la. As paredes serão molhadas para sa na parede deverá ser de 25cm.
retirar a poeira e evitar a absorção Ao lançar a argamassa, é necessá-
da água da argamassa. rio levantar a colher, evitando que
bata contra a parede.
2 Coloque o caixote de argamassa à
sua direita. Para chapiscar para o lado esquerdo
do pedreiro, é necessário colocar o
3 Pegue a argamassa do caixote. É caixote desse lado. A argamassa
necessário pegar a argamassa com retirada é lançada com a colher.
a colher e dirigi-la para a parede,
inclinando-se a ferramenta de tal
forma que a argamassa não caia.

Chapiscar utilizando a
desempenadeira

Este processo é aplicado para revestir a


parte alta das paredes e para os tetos.

1 Pegue com uma das mãos a desem-


4 Aplique argamassa na parede de penadeira, com a parte plana para
tal forma que fique espalhada. cima e aproxime-a do caixote.

33
2 Coloque argamassa na desempe-
nadeira com auxílio da colher.

3 Pegue a argamassa da desempe-


nadeira com a colher.

4 Aplique na parede de tal forma que


fique espalhada.

34
Taliscar paredes

É um processo executado pelo pedreiro 2 Deve-se fazer um exame rápido, a


nos trabalhos de emboço, realizado fim de verificar se toda a parede
para o revestimento de paredes, tetos, está aprumada e plana.
colunas, etc. Consiste em colocar, se-
guindo uma técnica, pontos (taliscas)
de referência que estabeleçam o corre-
to alinhamento e a verticalidade (pru-
mo) da superfície que será revestida.

3 Pregue dois pregos, um em cada


canto superior da parede chapiscada.
1 Selecione as taliscas necessárias. O Estique uma linha, prendendo-a
número de taliscas é determinado nos dois pregos. A linha deve ser
em função da área da superfície. bem esticada.

35
Deve-se afastar a linha de 1,5cm a 4 Coloque a primeira talisca.
2cm do chapisco, o que significa
que teremos de 1,5cm a 2cm de Coloque um pouco de argamassa
espessura para a argamassa. em um dos cantos superiores da
parede. A quantidade de argamas-
sa deve ser suficiente para que a
talisca, depois de colocada, fique
tangenciando a linha.

Posicione a talisca com as mãos,


pressionando-a sobre a argamassa
em movimentos de vaivém, até
alinhá-la.

A linha superior deve estar a cerca


de 1,80m do piso e a inferior a cer-
ca de 0,30m do piso. A aresta superior da talisca deve
acompanhar a linha a 1mm de
A linha superior e inferior devem distância.
estar aprumadas.
A talisca deve ficar a cerca de 15cm
do canto formado com a parede
vizinha.
1,80m
0,30m

36
5 Coloque a segunda talisca no canto Coloque a segunda talisca inferior
superior oposto da mesma parede no canto oposto ao da primeira.
da primeira talisca.

6 Coloque a talisca ou as taliscas in-


termediárias. A distância entre duas 1ª talisca superior 2ª talisca superior
taliscas consecutivas não deve ser
superior a 1,50m.

Consideramos linha superior ou


canto superior, a linha que fica a
1,80m acima do piso em que o
operário está pisando, a fim de que 1ª talisca inferior 2ª talisca inferior

ele possa alcançá-la.


Coloque a talisca ou as taliscas
7 Coloque as taliscas inferiores. intermediárias, conforme o caso.

Coloque a primeira talisca inferior Observação:


em um dos cantos da parede e na Deve-se colocar a talisca ou as
mesma vertical da superior corres- taliscas intermediárias inferiores
pondente. na mesma vertical ou nas mesmas
verticais das taliscas intermediá-
rias superiores.

8 Retire a linha.

37
Fazer mestra

No procedimento para emboçar as Observações:


superfícies, a segunda etapa consiste • além do movimento do braço,
em estabelecer as mestras que serão deve-se fazer um rápido movi-
as guias do emboço. É um processo mento com o pulso, auxiliando o
executado pelo pedreiro, em todos os arremesso, a fim de que a arga-
casos de revestimento e compreende massa se prenda à parede;
a ação de chapear ou regularizar a ar- • a argamassa deve formar uma
gamassa, no espaço definido pelas ta- primeira camada entre duas ta-
liscas (pontos) verticais estabelecidas, liscas seguidas e ultrapassá-las
criando uma faixa com as condições em mais de 30 ou 40cm.
que se queiram dar ao emboço.

1 Encha de argamassa o local da


mestra.

Jogue a segunda camada de arga-


massa sobre a primeira, enchendo
a faixa mestra, para facear com as
Torne a argamassa bem plástica e taliscas.
homogênea, misturando-a com a
colher. Caso seja preciso, coloca-se Observações:
água na massa, mexendo-a com a • caso não atinja a face das taliscas,
colher. aplica-se a terceira camada sobre
a segunda;
Jogue com firmeza, seguidamen- • nunca se enche de um só vez toda
te, porções de massa retiradas do a espessura da faixa mestra a fim
caixote com a colher. de que a ela não se solte.
38
2 Sarrafeie a faixa mestra com a ré- Observações:
gua, fazendo sempre movimentos • deve-se esfregar a régua sempre
de vaivém. apoiada nas taliscas;
• é preciso inclinar ligeiramente a
régua para que a aresta remova
melhor o excesso de argamassa.

3 Preencha os locais rebaixados da


mestra, não atingidos pela régua,
com argamassa.

Observações:
• a régua deve tocar todas as super-
fícies da faixa mestra;
• a largura da mestra é aproxima-
damente igual ao comprimento
das taliscas, que geralmente são
de 10cm a 15cm.

4 Deposite o excesso de argamassa,


retirado com a régua, no caixote de
argamassa.

Observação:
Deve-se remover a argamassa, ras-
pando-a com a colher.

39
Encher panos (emboço)

É uma operação realizada com freqüên- lecer a argamassa com a colher,


cia pelo pedreiro, bem como pelo estu- colocando água, se necessário.
cador, quando precisa revestir parede
ou teto. 3 Coloque na desempenadeira uma
porção da argamassa do caixote.
Consiste em apanhar com a colher a Deve-se apanhar a argamassa com
argamassa da desempenadeira e jogá- a colher, usando a mão direita,
la sobre a superfície chapiscada, entre enquanto a esquerda segura a de-
as mestras da parede ou do teto, em sempenadeira. Para os canhotos,
camadas sucessivas, até atingir o pau deve-se utilizar a mão esquerda para
das mestras, sarrafeando a seguir, com apanhar a argamassa e a direita para
régua apoiada nas mestras, em movi- segurar a desempenadeira.
mento de vaivém.

1 Molhe a superfície a encher, com


auxílio de pequena lata ou broxa.
Quando houver muita absorção, a
parede deve ser umedecida com o
auxílio de mangueira. 4 Encha o pano.

2 Dê a plasticidade necessária à arga- Recolha com a colher uma porção


massa a ser usada. Deve-se amo- de argamassa da desempenadeira.
40
Jogue porções sucessivas de arga- 5 Passe a régua (sarrafeie) sempre
massa sobre a superfície a encher apoiada nas mestras, imprimindo-
entre as faixas mestras. lhe movimento de vaivém.

Observações: Observação: Tratando-se de parede,


• Deve-se colocar uma primeira ca- sarrafeia-se de baixo para cima.
mada de argamassa na superfície
delimitada pelas mestras.
• Jogue outras porções de arga-
massa sobre a primeira, forman-
do uma segunda camada.
• É necessário trabalhar mais de
um pano, para que haja tempo
da argamassa secar, antes de
receber nova camada.
• Jogue porções quantas vezes fo-
rem necessárias, até a argamassa
atingir a face da mestra.
6 Retire as taliscas com a ponta da
colher, à medida que for aprontan-
do cada mestra.

41
7 Preencha os locais do pano, onde 8 Emboce o canto externo, se neces-
a argamassa não atingiu o plano sário.
da superfície das mestras.
Fixe uma régua na vertical.

Observações:
• Deve-se voltar a sarrafear o pano
ou raspar com a borda da colher
(se o retoque for pequeno);
• O pano está pronto quando a
régua, apoiando-se nas mestras,
ajusta-se a todos os pontos de
toda a superfície, em qualquer
direção em que for colocada.
• A superfície emboçada deverá
ficar uniforme e rústica.

42
Observações:
• A régua é fixada com auxílio de
guanchos de ferro.
• Nos cantos, as réguas-guias têm
a função de mestras.

Aplique argamassa entre a régua


e a mestra.

9 Sarrafeie sobre a régua e a mestra.

Observação:
Não se deve retirar a régua até que
o emboço segure o suficiente, evi-
tando que o canto se danifique.

43
Arrematar cantos externos
ou arestas

1 Desempene, com a desempenadeira


estreita, de cima para baixo e vice-
versa, em uma das faces do canto,
umedecendo, se necessário.

Observação: É necessário evitar


que a aresta desalinhe.

2 Aplique argamassa fina, onde hou-


ver falta de material.

3 Desempene novamente, se neces-


sário.

4 Desempene com a desempenadei-


ra estreita, retirando as rebarbas e
regularizando o canto.

44
Alisar com desempenadeira
de feltro ou esponja

É obter um acabamento granulado fino,


com o desempenamento da superfície,
mediante o auxílio da desempenadeira
de feltro. Freqüentemente o pedreiro
realiza este trabalho sobre os revesti-
mentos finos de paredes e tetos.

1 Coloque a desempenadeira den-


tro de um balde de água, a fim de
que o feltro ou a esponja fiquem
elásticos. Na falta da desempena-
deira com esponja, a substituição
é possível utilizando-se uma placa
de esponja plana.

2 Verifique as condições de umidade


e a consistência da superfície a ser
acabada. No caso de superfície
com argamassa mole (excessiva-
mente plástica), a desempenadeira
remove a pasta; no caso de arga-
massa dura, a desempenadeira
remove os grânulos.

3 Inicie o alisamento em um dos extre-


mos, aplicando a desempenadeira
no sentido do comprimento, numa
faixa curta. Nas paredes, o alisamen-
to é feito de cima para baixo.

Não se deve aplicar a desempena-


deira nas superfícies já acabadas,
pois isso retira os grânulos.

45
Problemas do revestimento
de argamassa

Durante muito tempo, admitia-se que o edifício era previsto


para durar indefinidamente, sem qualquer tipo de reparo. A
ocorrência cada vez maior de problemas mostrou que, de
fato, essa idéia não correspondia à realidade. O problema
acontece quando o desempenho do produto ultrapassa seu
limite mínimo de desempenho desejado.

No caso dos revestimentos de argamassa, as falhas mais


freqüentes são:
• fissuração e descolamento da pintura;
• formação de manchas de umidade, com desenvolvimento
de bolor;
• descolamento da argamassa de revestimento da alvenaria;
• fissuração da superfície do revestimento;
• formação de vesículas na superfície do revestimento, cau-
sando o descolamento da pintura;
• descolamento entre o reboco e o emboço.

Existe, ainda, o problema das trincas nos edifícios, que


podem ser sinais do comprometimento da segurança da
estrutura e do desempenho da vedação quanto à estan-
queidade, durabilidade e isolação acústica, além de causar
apreensão aos usuários.

As origens de problemas no revestimento de argamassa de


fachada podem estar associada às fases de projeto, execu-
ção e utilização do revestimento ao longo do tempo.

Com relação à fase de projeto, os problemas podem ocorrer


devido a:
• ausência de projeto do revestimento ou pela má concepção;

46
• detalhes insuficientes ou deficientes dos elementos cons-
trutivos;
• seleção inadequada dos materiais ou das técnicas cons-
trutivas, visando apenas diminuir os custos e tempo, não
levando em consideração a qualidade do revestimento.

Durante a fase de execução, os problemas podem ocorrer


devido a:
• não conformidade entre o projetado e o executado;
• alterações inadequadas das especificações de projeto;
• má qualidade dos materiais;
• técnicas inadequadas de produção e controle da argamassa
e do revestimento;
• mão-de-obra inadequada;
• atuação de agentes, não previstos, no edifício.

Com relação à fase de utilização, os problemas podem ser


devidos à remodelação e ou alteração mal estudadas, à
degradação dos materiais por má utilização dos usuários,
ausência ou insuficiência de manutenção.

Todos esses fatores influenciam as propriedades do re-


vestimento de argamassa, afetando seu desempenho ao
longo da vida útil esperada. Assim, é necessário considerar
a definição de:
• argamassa;
• espessuras das camadas do revestimento;
• detalhes construtivos;
• procedimentos de execução e controle para minimizar a
ocorrência de problemas no revestimento de argamassa.

47
48
Parte 2 – Revestimento de piso com argamassa

49
Equipamentos e ferramentas

Antes das atividades de execução do contrapiso, deve-se


providenciar os equipamentos e ferramentas necessários.
A falta de equipamentos em condições adequadas pode re-
sultar serviços mal executados e com baixa produtividade,
caindo qualidade e eficiência do produto.

Veja a seguir os principais equipamentos e ferramentas


usados para limpeza, preparo da base e execução do con-
trapiso:
• vanga ou ponteira;
• picão;
• marreta;
• vassoura de cerdas duras (do tipo piaçaba);
• broxa e mangueira ou baldes, para transporte d’água;
• nível de mangueira ou aparelho de nível;
• colher de pedreiro 9”;
• balde plástico de 20 litros;
• vassoura de cerdas duras, (do tipo piaçaba) e broxa;
• pá ou enxada;
• metro articulado;
• soquete com base de 30 x 30cm e aproximadamente 7kg
de peso, fixada a uma das extremidades de um pontalete
de 1,50m de altura;
• réguas metálicas;
• desempenadeiras de madeira e de aço lisa.

51
caixa para massa

colher de pedreiro

desempenadeira

desempenadeira de aço

mangueira

marreta

balde

broxa

talhadeira

52
vassoura de cerdas duras
enxada réguas metálicas

martelo de pedreiro

vangas ou ponteiras

barbante

nível

peneira metro articulado


53
Avaliação das condições
da base

O desenvolvimento do projeto do contrapiso deve conside-


rar as condições ideais da base, ou seja, que ela tenha sido
executada em nível e que apresente condições superficiais
(planeza e regularidade) adequadas ao recebimento do
contrapiso projetado.

A realidade da construção no país tem mostrado que essas


condições nem sempre são obtidas. Neste caso é necessá-
rio refazer o projeto considerando-se as reais condições de
execução da laje.

A avaliação das condições de execução da laje constitui, en-


tão, instrumento para a redefinição do projeto de contrapiso,
de modo que ele não seja apenas simbólico como ocorre
na maioria das vezes com projetos de diversos subsistemas
do edifício.

Para a avaliação, o projeto do contrapiso deve especificar:


• nível de referência da laje;
• os pontos cujos níveis devem ser verificados, num mínimo de
quatro para cada ambiente. Esse número pode ser superior
em função das dimensões e formato do ambiente. Os pontos
de verificação devem coincidir com os de assentamento das
taliscas a fim de facilitar o seu posterior nivelamento.

O ponto definido como origem deverá receber nível zero,


comparando-se, a partir dele, os demais pontos a serem
verificados. O ponto de origem deve ser identificado em
cada um dos pavimentos, pois a definição dos níveis será
feita a partir dele.

Os locais de verificação dos níveis deve estar limpos e isen-


tos de quaisquer obstáculos, partículas soltas ou detritos
de argamassa para que o nível determinado corresponda
realmente ao nível da laje acabada.
54
Os equipamentos ideais para a verificação dos níveis da laje
são os aparelhos a leiser, nem sempre acessíveis à maioria
das construtoras.

55
O aparelho de nível, de simples cons- tando algumas dificuldades, como:
trução, permite verificar os níveis com • necessidade de dois operários, os
precisão milimétrica utilizando-se um quais muitas vezes têm dificuldades
único operário. Seu princípio de fun- para se comunicar;
cionamento consiste em posicionar a • necessidade de transferir o nível para
haste, à qual estão acopladas a man- vários pontos das paredes para poste-
gueira de nível e a escala móvel, sobre rior medição da distância com a laje;
o ponto origem, fazendo coincidir o • imprecisão na leitura e ainda, difi-
“zero” da escala com o nível indicado culdade de verificação dos níveis em
pela mangueira. pontos no meio da laje, por estarem
distantes das paredes para onde o
nível comumente é transferido.

No entanto, estas dificuldades não


podem inviabilizar a atividade de veri-
ficação dos níveis e conseqüentemente
de reprojeto, que é o elemento funda-
mental para o controle das atividades e
a garantia de que o produto executado
é o efetivamente projetado.

A partir daí, a haste pode ser trans-


ferida para qualquer ponto cujo nível
deva ser verificado, observando-se o
deslocamento da água na escala, o qual
indica o desnível do ponto em relação
à origem.

Na verificação dos níveis pode-se utili-


zar o nível de mangueira. Entretanto, o
uso deste nível não é funcional, acarre-

56
Preparo da base e definição
dos níveis

Com o projeto redefinido, devem ser marcados, em todos os


ambientes, os níveis do contrapiso acabado. Antes da demar-
cação dos níveis e conseqüente assentamento das taliscas,
os ambientes devem ser completamente limpos, retirando-se
entulhos, restos de argamassa ou outros materiais aderidos à
base, podendo-se utilizar para isto o picão, a vanga ou ponteira
e a marreta.

Além disto, a base deve estar isenta de pó e de outras par-


tículas soltas, que podem ser eliminadas varrendo-se com
vassoura dura (do tipo piaçaba). Quando existir óleo, gra-
xa, cola, tinta ou produtos químicos na superfície da base,
deve-se providenciar sua completa remoção.

Veja a seguir os procedimentos de limpeza da base:


• remova detritos aderidos à laje utilizando uma vanga ou
ponteira;

57
• remova detritos aderidos à laje; se as taliscas nas posições previamente
definidas no projeto (ou reprojeto).

As taliscas são feitas com cacos de la-


drilho ou de azulejo, por apresentarem
espessura reduzida.

As taliscas devem ser assentadas ao


longo do perímetro do ambiente em
que será executado o contrapiso, obe-
• remova o entulho e as partículas decendo à disposição de projeto, o qual
soltas, o material pulverulento com deverá considerar a distância máxima
vassoura dura. de 3,0m entre elas. Neste caso, a ré-
gua disponível para o sarrafeamento
deve ter comprimento suficiente para
alcançar as duas taliscas; caso contrá-
rio, o espaçamento será limitado pelo
comprimento da régua.

Se as dimensões do ambiente forem


maiores que os limites anteriores,
deve-se assentar taliscas ao longo da
linha média do comprimento ou largu-
ra do ambiente.

Os pontos onde serão assentadas as


taliscas devem ser devidamente limpos
e previamente umedecidos, polvilhan-
Após a completa limpeza do local, os do-se cimento para a formação de uma
níveis do contrapiso devem ser transfe- nata, a fim de garantir a aderência da
ridos, a partir do ponto-origem que cons- argamassa de assentamento das talis-
titui o nível de referência, utilizando-se cas à base, pois ela ficará incorporada
preferencialmente o aparelho de nível, ou ao contrapiso na sua execução. Este
ainda, o nível de mangueira, assentando- procedimento impede que, acidental-
58
mente, as taliscas sejam deslocadas de A argamassa para o assentamento
sua posição original, o que implicaria das taliscas deverá ter características
refazer o serviço de nivelamento. idênticas às que serão empregadas no
contrapiso, ou seja, a mesma compo-
Veja a seguir os procedimentos de sição, dosagem e umidade.
preparo da base para assentamento
das taliscas: O assentamento das taliscas deve ser
• limpeza dos locais onde serão assenta- feito, de preferência, com antecedência
das as taliscas, utilizando-se broxa; mínima de dois dias à execução do con-
trapiso. Desta forma será possível treinar
uma ou mais equipes para desenvolver
esta função específica, proporcionando
maior produtividade e permitindo que
a qualidade de execução do serviço
vá melhorando com o tempo uma vez
que as equipes vão se especializando.
Além disso, com este procedimento, é
possível controlar níveis das taliscas,
minimizando a possibilidade de erros no
nivelamento do contrapiso.

Para assentamento das taliscas com


aparelho de nível, basta que se conhe-
ça a espessura do contrapiso, previa-
• polvilhamento de cimento no local a mente definida, executando-a sobre a
ser assentada a talisca, previamente laje, com o auxílio da escala móvel. O
umedecido para a formação da nata assentamento com este aparelho per-
de cimento. mite precisão milimétrica na espessura
do contrapiso.

Se não se dispuser deste aparelho, o


assentamento da talisca pode ser feito
da maneira tradicional. Inicialmente,
deve-se tomar o nível de referência da
laje no ponto origem, transferindo-o
para a parede do cômodo onde serão
assentadas as taliscas, com o nível de
mangueira.

Neste caso, são necessários dois operá-


rios. A partir da referência da parede, de-
fine-se o nível das taliscas utilizando-se
um metro articulado. Deve-se definir, no

59
projeto, a espessura e a cota do contrapi- Após o assentamento das taliscas, o local
so em função da referência adotada. deverá ser limpo, retirando-se os resí-
duos e, em seguida, deve-se impedir o
Veja a seguir a transferência do nível trânsito de pessoas e equipamentos pelo
de referência da laje no ponto origem, local a fim de evitar danos e sujeira na
para a parede do cômodo onde serão base, antes da execução do contrapiso.
assentadas as taliscas.

60
Preparo da camada de aderência
e construção das mestras

Considera-se, nesta fase, que a marcação de nível e o talis-


camento tenham sido executados.

Se já foi feita a limpeza do local, não se faz necessário cuida-


do algum. Entretanto, quando a base se apresentar suja por
materiais pulverulentos, restos de argamassas ou quaisquer
outros resíduos, os procedimentos de limpeza anteriormen-
te recomendados devem ser postos em prática.

Com a superfície completamente limpa, a base deve ser


molhada (lavada) com água em abundância conforme ilus-
tra a figura, de preferência, no dia anterior ao da aplicação
da argamassa, removendo-se o excesso de água antes da
execução do contrapiso.

Retirado o excesso de água, inicia-se o preparo da camada


de aderência entre o contrapiso e a
base. A execução desta camada con-
siste no polvilhamento de cimento.

O cimento deve ser aplicado numa


quantidade aproximada de 0,5kg/m2
de superfície, sendo imediatamente
espalhado com vassoura, criando uma
fina película de ligação entre a base e a
argamassa semi-seca a ser aplicada.

O preparo da camada de aderência


deve ser realizado por partes para que
a nata de cimento não se endureça
antes do lançamento da argamassa de
contrapiso. Assim, este procedimento
deve ter início nos locais de execução
das mestras, tendo continuidade após
estarem prontas.
61
A execução das mestras deve ocorrer 4 As faixas assim executadas consti-
imediatamente antes do lançamento tuem as mestras que irão auxiliar
da argamassa para a execução do con- no nivelamento do contrapiso de
trapiso como um todo, não sendo ne- todo o ambiente.
cessário nem recomendado sua prévia
execução, em função das características
da argamassa utilizada. A seqüência de
procedimentos recomendados para a
sua execução é descrita a seguir:

1 Após o preparo da camada de ade-


rência, preencher com argamassa,
uma faixa no alinhamento das talis-
cas. A argamassa deve se sobrepor
ao nível das taliscas.

2 Deve-se compactar, com energia, a ca-


mada de argamassa contra a base.

3 Apoiando-se a régua de alumínio so-


bre as taliscas deve-se ir “cortando”
a argamassa excedente de modo a
obter toda a faixa de argamassa no
mesmo nível das taliscas.

5 Com as mestras executadas, as


taliscas devem ser retiradas, pre-
enchendo-se com argamassa o
espaço deixado, nivelando-o com
régua metálica, dando prossegui-
mento à aplicação da argamassa
de contrapiso.
62
Aplicação da argamassa

Com as mestras e a camada de ade- pois o adequado desempenho do


rência executadas, deve-se aplicar a contrapiso aderido está relacionado
argamassa de contrapiso na superfície tanto com a correta execução da pon-
restante, observando-se os seguintes te de aderência entre o contrapiso e
procedimentos: a base como com a enérgica com-
pactação da camada que permite a
1 Lançar a argamassa sobre a base eliminação dos vazios da argamassa,
de modo que ao ser espalhada, proporcionando maior compacidade
com enxada, sobreponha o nível e, conseqüentemente, maior resis-
das mestras, quando a espessura tência a esforços mecânicos.
total do contrapiso não ultrapassar
50mm; caso contrário, o espalha-
mento da argamassa deverá ser
feito em duas ou mais operações
consecutivas, intercaladas pela
compactação da primeira camada,
conforme os procedimentos reco-
mendados na seqüência.

3 Se após a compactação, a camada


ficar abaixo do nível das mestras,
deve-se acrescentar mais argamas-
sa, compactando novamente.
2 Uma vez espalhada, a argamassa
deve ser compactada com energia,

63
4 Terminada a etapa anterior, inicia-se o sarrafeamento de
toda a superfície empregando-se régua metálica, a qual
deve ser apoiada sobre as mestras e em movimentos de
vaivém. Deve-se “cortar” a superfície da argamassa até que
seja atingido o nível das mestras em toda a superfície.

64
Acabamento superficial

Assim como as características da base afetam o comporta-


mento final do contrapiso, suas características superficiais
afetam o do revestimento de piso.

A superfície do contrapiso pode receber diferentes acaba-


mentos, que podem variar em função das características dos
revestimentos a serem empregados e também em função
do trânsito a que ficarão submetidos antes de receberem
o revestimento.

Após o sarrafeamento com a régua metálica, o acabamento


superficial mais utilizado é o desempenado, comumente
obtido pela regularização da superfície empregando-se uma
desempenadeira de madeira que é passada em movimentos
circulares, removendo-se pequenas irregularidades deixa-
das pelo sarrafeamento. Em função da umidade de aplicação
da argamassa e do tempo decorrido entre a sua aplicação
e o desempeno, pode ser necessário borrifar água sobre a
superfície para facilitar esta operação.

65
O acabamento desempenado com conjunto com o acabamento desempe-
madeira é indicado nos casos em que nado ou com o alisado, a partir destes
o contrapiso irá receber revestimen- procedimentos:
tos fixados com dispositivos ou com
argamassa adesiva, pois a fixação do 1 Imediatamente após o sarrafea-
revestimento com estas técnicas é mento da superfície com régua
compatível com a textura superficial metálica, deve-se polvilhar cimen-
própria deste tipo de acabamento, to em quantidade aproximada de
que é tão mais rugosa quanto maior a 0,5kg/m2.
granulometria do agregado, pois esta
argamassa contém pouca pasta.

Quando os revestimentos são fixados


com adesivos à base de resinas (colas
de modo geral), cuja espessura de
aplicação é reduzida (cerca de 1,0mm),
recomenda-se a execução do acaba-
mento denominado alisado.

Esse acabamento é feito posteriormente


ao desempeno com madeira, empregan-
do-se uma desempenadeira de aço ou
colher de pedreiro com movimentos em
uma única direção, alisando a superfície.
Também neste caso é usual borrifar água
para facilitar a operação.

Este desempeno provoca o afloramento 2 Feito o polvilhamento, deve-se


da nata de cimento presente na argamas- iniciar o desempeno utilizando a
sa, colaborando para um acabamento desempenadeira de madeira. Nos
superficial liso, de menor porosidade e casos em que a superfície apresen-
mais resistente. tar-se muito seca, recomenda-se
borrifar água a fim de facilitar a
Independente destes dois tipos de operação de desempeno. Utili-
acabamentos, pode-se ter o acaba- zando-se a desempenadeira em
mento denominado reforçado. Este movimentos circulares, o cimento
acabamento deve ser utilizado quando polvilhado sobre a superfície vai
o contrapiso ficar exposto por longo se misturando à camada superfi-
período ou mesmo quando for executa- cial da argamassa, constituindo
do antes dos revestimentos de parede, uma fina camada (2 a 4mm) com
proporcionando uma superfície com elevada resistência mecânica. O
maior resistência mecânica. acabamento pode ser finalizado
aqui, constituindo o denominado
Esse acabamento pode ser obtido em desempenado reforçado, indicado
66
para as mesmas situações que o de contrapisos interiores ao edifício,
desempenado comum, anterior- estando, portanto, protegidos das
mente abordado. ações agressivas do meio ambiente;
• o contrapiso deverá ser isolado do
trânsito de pessoas e equipamento
durante um período mínimo de três
dias, sendo que, decorrido este prazo,
o contrapiso poderá receber trânsito
de pessoas, não sendo porém desejá-
vel. O trânsito de equipamentos deve
ser evitado a fim de se preservar sua
regularidade superficial;
• deve-se respeitar um prazo de, no
mínimo, 28 dias para a secagem do
contrapiso, antes da colocação dos
3 Nos casos em que se quiser uma revestimentos, notadamente quando
superfície mais lisa pode-se fazer o estes forem sucetíveis à umidade.
alisado reforçado, obtido pela pas-
sagem da desempenadeira de aço
após o desempeno com madeira,
como no alisado comum.

Ao fazer o acabamento superficial


do contrapiso, independente do
seu tipo, deve-se ter o cuidado de
iniciá-lo pelo lado oposto ao da pa-
rede que contém a porta e planejar
a execução de modo a terminá-la
na porta. Evita-se assim, caminhar
sobre a argamassa fresca, sendo
que o deslocamento do operário
sobre a argamassa sarrafeada,
quando necessário, deve ser feito
sobre pranchas.

Cuidados após a execução do


contrapiso

Finalizado o acabamento superficial


do contrapiso, recomendam-se, alguns
cuidados, apresentados a seguir:
• a cura poderá ser feita sob as condi-
ções ambientes, uma vez que se trata
67
Parte 3 – Revestimento com placa cerâmica

69
História da cerâmica

A origem da cerâmica é imprecisa por- vra grega keramus que era um bairro de
que compreende um vastíssimo grupo Atenas. Os gregos também decoraram
de produtos nascidos com a civilização sua cerâmica com cenas da vida coti-
primitiva. Pode-se definir a cerâmica diana, de onde conhecemos detalhes de
como produzida com uma pasta, cujo sua história. A cerâmica grega foi levada
ingrediente principal é a argila, suces- juntamente com a cultura e a civilização
sivamente secada e queimada a alta para Roma e Alexandria.
temperatura, que confere ao material
resistência e dureza. O revestimento
cerâmico é um produto muito antigo.
O primeiro exemplo de seu uso para
colorir e decorar superfícies data da ci-
vilização babilônica, isto é, do século 6
a.C. Através dos tempos, a tecnologia de
fabricação foi gradativamente ampliada
e aperfeiçoada. Por muitos séculos o
revestimento cerâmico foi sinônimo de
produto luxuoso, usado no piso e parede
das casas de pessoas ricas.

Os chineses descobriram uma argila


branca que queimava. Chamaram-na
de “kao-lin”. Misturaram a ela um fun- Cerâmica grega.
dente e descobriram a porcelana, uma
massa de absorção zero. Na Babilônia, Com a queda do Império romano,
tabuletas de cerâmica eram usadas inicia-se o esplendor dos árabes. A
como material de escrita. Também introdução da álgebra na Europa pelos
existiam belos murais de revestimento árabes foi um passo grandioso que
cerâmico esmaltado. Os gregos usa- antecedeu ao grande desenvolvimento
vam ânforas de cerâmica para trans- da ciência ocidental. Os árabes tinham
portar o azeite produzido nas oliveiras paixão por azulejos, que na Europa
do mar Egeu. ainda não existia; a palavra “azulejo”
vem de um termo árabe, que significa
A nossa palavra cerâmica deriva da pala- “pedra cintilante”.
71
Os árabes decoravam seus palácios e Nesta mesma época Portugal se torna
mesquitas com mosaicos coloridos, fei- então uma grande potência naval, es-
tos com pequenos azulejos, nem sempre palhando o seu domínio por várias colô-
quadrados. No século VIII, os árabes nias. Quando Napoleão invadiu Portugal,
entraram na península ibérica, trazendo a corte portuguesa foi obrigada a vir para
sua paixão pela decoração cerâmica. O o Brasil. Isto originou a importação de
palácio Alhambra de Granada, na Espa- objetos da elite portuguesa, incluindo
nha, palácio e fortaleza dos reis mouros azulejos portugueses. Até hoje os anti-
erigido no século XIV, é um exemplo gos azulejos portugueses podem ser ad-
do esplendor das Mil e Uma Noites de mirados nas igrejas da Bahia. O seu uso
Bagdá. Durante os séculos XV e XVI nas fachadas foi disseminado porque as
acontece o Renascimento na Europa e, tintas não resistiam à insolação forte e à
com a renovação das artes, a cerâmica maresia das cidades litorâneas por onde
também experimenta uma renovação. a colonização se iniciou.
Surgem os primeiros centros ceramistas
europeus fora de Atenas.

Azulejos portugueses.

A produção de cerâmica, que sempre


havia sido artesanal, adapta-se aos
conceitos de fabricação em série trazi-
dos pela Revolução industrial. Surgem
então no início do século XX, os primei-
ros fornos contínuos, os fornos túneis
com carrinhos. A industrialização levou
a cerâmica a setores onde nunca tinha
entrado: das louças de mesa da elite
para a higiene das louças sanitárias. Os
Detalhes da arquitetura do Palácio Alhambra
de Granada.
72
pequenos painéis de azulejo em volta o forno de rolos monoestrato (sem
do lavabo foram ampliados para a al- material portante), utilizado para a
tura de 1,50m e depois até o teto. produção de cerâmica do tipo mono-
queima grés prensada. O consumo de
A linha esmaltadeira dos anos 50, dá pisos avançam do uso residencial para
início à fabricação em série na indústria o uso comercial.
cerâmica, com uma linha contínua de
fabricação não artesanal que vai desde Por volta de 1985 a Espanha assume a
a matéria prima até o produto acabado. liderança mundial no setor de mono-
Neste século, especialmente após a queima porosa, acontece também o
Segunda guerra mundial, a produção desenvolvimento de parcerias entre as
de cerâmica apresentou um desenvol- universidades e as indústrias e surge
vimento industrial considerável com o um grande centro de pesquisa (AICE).
advento das técnicas de produção.
No Brasil, surge em 1993 o CCB (Cen-
A possibilidade de produzir em es- tro Cerâmico do Brasil) – Instituto da
cala industrial baixou os preços e Qualidade do Revestimento Cerâmico,
tornou-os acessíveis a grande parte fundado pela ANFACER – Associação
da população. Nacional do Fabricantes de Cerâmica
para Revestimento, que inicia os seus
Na fase inicial deste período, os revesti- ensaios em 1994 e começa a certificar
mentos cerâmicos foram usados princi- as empresas em 1995.
palmente para satisfazer necessidades
funcionais, tais como higiene e facilida- O Brasil foi o primeiro país do mundo
de de limpeza e, desse modo, empre- a adotar a norma ISO 10545 como sua
gados em banheiros e cozinhas. própria. Define-se revestimento cerâ-
mico como um elemento eterno que
A indústria cerâmica evoluiu ra- faz parte do corpo da edificação.
pidamente, desenvolvendo novos
materiais que ampliaram considera-
velmente as opções e tipos de reves-
timento disponíveis.

Como resultado, a cerâmica gradual-


mente passou a ser uma opção para
outros ambientes domésticos, como
salas de estar, hall de entrada e quartos
de dormir, bem como um material a ser
usado em ambientes públicos e indus-
triais , em áreas interna e externa.

No início dos anos 70 é desenvolvido

73
Propriedades da cerâmica

A estética não deve ser o único parâme- Quanto ao desempenho técnico, o


tro para a escolha de um revestimento principal fator de classificação é o
cerâmico. É necessário verificar o am- coeficiente de absorção de água, resis-
biente onde este revestimento será tência à abrasão e resistência mecânica
utilizado, as solicitações as quais ele adequada ao uso pretendido.
será submetido, etc.

A regra geral é que o produto deve aten- Métodos de fabricação


der às exigências mecânicas, químicas
e higroscópicas correspondente ao Em relação à tecnologia produtiva, são
ambiente onde este revestimento será distinguidas a:
utilizado, não existe um único produto • via seca;
capaz de atender a todos os tipos de uso • via úmida;
em todos os ambientes possíveis. Os • massa vermelha ou branca;
esforços mecânicos é a capacidade da • esmaltadas ou não esmaltadas;
placa cerâmica atender às solicitações • prensadas e extrudadas;
de modo adequado, isto é, envolvendo • queima.
placa, argamassa, o rejunte e as juntas.
Outro tipo são os esforços superficiais Via seca
que se referem à solicitação mecânica
de carregamento na superfície da placa, A argila e as outras matérias-primas
seja no piso ou na parede. são preparadas para a conformação
com sua umidade natural, isto é, aquela
Há também as solicitações químicas com que foram extraídas da jazida.
evidentes em locais agressivos, como
indústrias, cozinhas industriais e ou- Via úmida
tros. As tensões higrotérmicas, por
sua vez, estão ligadas à exposição da A argila e as demais matérias-primas
superfície revestida ao intemperismo são diluídas em água para serem mo-
e à variação de temperatura. ídas e misturadas. Essa mistura, cha-
mada de barbotina, é armazenada em
Antes de tudo é importante sabermos grandes tanques e, depois, segue para
como estas placas podem ser classi- um equipamento conhecido como ato-
ficadas de acordo com o método de mizador. Nele a água é retirada, através
fabricação. da injeção de gases quentes a elevada
74
pressão, na medida em que a umidade ciais, é possível obter efeitos de relevo
é extraída, o material vai ficando pronto para fins decorativos ou construtivos.
para a conformação.
Em temos técnicos, a prensagem está
A escolha de um destes processos pro- associada a características de resis-
dutivos é baseada em critérios técnicos tência mecânica. Quanto ao pó não é
e de custo de fabricação. uniformemente distribuído nas fôrmas,
a densidade da placa não é igual em to-
Massa vermelha ou branca dos os pontos. Nas regiões onde menos
material foi depositado, a densidade é
A cor da massa não interfere na qua- menor, comprometendo a resistência
lidade do material, segundo pesquisa- mecânica da placa. Existe atualmente al-
dores e técnicos, a cor é apenas uma guns estudos em andamento para sanar
conseqüência do tipo de argila dispo- este problema de resistência mecânica
nível no local, sendo assim é possível das placas prensadas.
encontrar placas com qualidade em
qualquer uma das cores do biscoito. Na extrusão, o material é conformado
num equipamento chamado de ex-
Esmaltada ou não esmaltada trusora e conhecido, no setor, como
maromba. A máquina é semelhante a
Uma peça é considerada esmaltada um grande moedor de carne, onde uma
quando ela recebe um material vítreo rosca sem-fim empurra o material em
(esmalte), que serve tanto para proteger direção à saída, onde uma peça (a boqui-
o material, como contribui para sua co- lha) começa a lhe dar forma. O material
loração e efeitos de decoração. Do ponto sai da maromba num fluxo contínuo,
de vista técnico, as principais característi- como um grande “macarrão” de argila.
cas associada ao esmalte são: resistência Nesse momento, a placa possui apenas
à abrasão, resistência à mancha, à greta- duas dimensões: largura e espessura.
gem (resultado de tensões entre a base O comprimento da peça será dado pelo
da placa e a camada de esmalte, gerada cortador, geralmente uma máquina do-
pela EPU (expansão por umidade) ou tada de um fio de aço, que corta o filete
pela dilatação térmica. de argila extrudado pela maromba, na
dimensão desejada. Com o tempo, as
Prensada ou extrudada peças da boquilha se desgastam e este
desgaste responde por uma das princi-
A fabricação de uma peça prensada é pais questões técnicas relacionadas a
feita da seguinte forma: ela é conforma- esse método de conformação: a variação
da em prensas de grande tonelagem, dimensional. Já existem na indústria
no qual fôrmas apropriadas recebem a cerâmica boquilhas mais resistente, a
argila na forma de pó. Na prensagem fim de reduzir este desgaste. Também
a placa já adquire todas as dimensões procuram-se usar argilas mais plásticas,
finais (comprimento, largura e espes- que deslizam melhor pela boquilha e a
sura). Além disso, com estampos espe- corroem menos.

75
O reconhecimento de uma peça extru-
dada é fácil pois o seu tardoz apresenta
ranhuras paralelas. Numa placa prensa-
da, o tardoz apresenta outros desenhos,
como linhas diagonais convergentes.

Queima

Esta classificação refere-se ao tipo de


tratamento térmico que a placa rece-
beu, sendo separada por monoqueima,
biqueima e monoporosa.

Na monoqueima, a placa cerâmica passa


uma única vez pelo forno, onde a base
de argila e o esmalte são queimados ao
mesmo tempo. Neste processo, além
da vitrificação e estabilização das cores,
acontece também a sinterização do corpo
cerâmico, simultaneamente à vitrificação
do esmalte, provendo fortes ligações
entre a base cerâmica e a decoração. A
temperatura no processo da monoquei-
ma é de aproximadamente 1 100 graus
Celsius. Quando o biscoito é queimado
para em seguida, receber a decoração e
a esmaltação, retornando ao forno para
sinterizar o esmalte, o processo é cha-
mado de biqueima. A temperatura neste
caso fica geralmente igual ou maior que
1 100 graus Celsius. Por último existe a
monoporosa, um material produzido por
monoqueima, mas destinado, sobretudo,
ao revestimento de paredes.

Todas estas informações são impor-


tantes para termos parâmetros para
especificar os materiais que deverão
fazer parte de uma construção e, con-
seqüentemente, isto irá criar condições
para que tenhamos revestimentos
com condições de resistir melhor aos
ataques das intempéries e conseqüen-
temente ter uma vida útil maior.
76
Preparo da base

A base é a área preparada para receber Como fazer as juntas de


o revestimento cerâmico. As bases dessolidarização
podem ser em alvenaria de blocos de
concreto, alvenaria de blocos sílico- Como já vimos, as juntas são indispen-
calcário, em blocos de concreto celular, sáveis para evitar o destacamento das
emboço e contrapiso. placas e devem ser feitas sempre.

As bases devem estar limpas, sem: alvenaria


poeiras, graxas, gorduras, tintas, óleos,
ou qualquer material que prejudique revestimento + argamassa colante
a aderência. No caso de regularização
do contrapiso ou emboço, devem estar junta de
prontas a mais de 14 dias. dessolidarização

No caso das paredes, elas devem estar


com o emboço, totalmente curada. Você
deve observar que o emboço esteja bem junta de
nivelado e com o prumo correto. movimentação

No caso de pisos, eles devem estar to-


emboço
talmente curados e com os caimentos
para os ralos já definidos.
base

Juntas
Se não existirem as juntas, devem ser
As construções sofrem muito com o feitas nos seguintes locais:
frio, o calor, a umidade e o sol, etc. • no encontro do piso com as paredes;
• em volta de colunas e vigas;
Pode-se dizer, em linguagem popular, • no encontro com outros materiais
que, devido aos fatores acima, as cons- (pedra, madeira, etc.);
truções “trabalham”. Elas aumentam • no encontro das paredes com o teto;
e diminuem de tamanho (dilatam e • no encontro entre paredes.
contraem) de tempos em tempos.

77
Material de preenchimento:
• aglomerado de madeira;
• borracha alveolar;
• manta de algodão;
• isopor;
• cortiça.

Tabela – Distribuição das juntas

Tipo de base de assentamento Dimensão sem juntas de movimentação

parede residencial 2,70m (altura) x 5,25m (comprimento)

parede de edifício (com ambas as faces internas) 2,70m (altura) x 5,25m (comprimento)

parede de edifício (com face externa) 2,70m (altura) x 3,10m (comprimento)

pisos internos 6,10m x 6,10m

Juntas estruturais emboço da parede. Estes cortes fracio-


nam, ou seja, dividem a parede e con-
trapiso em partes menores e diminuem
São juntas existentes na estrutura de os problemas de destacamento.
concreto de obras maiores. É fácil de
identificar: é um corte que atravessa toda O corte pode ser feito com uma serra
a alvenaria (parede, piso e teto), separan- mármore, usada pelos assentadores
do a obra em duas ou mais partes. para fazer recortes.

Dimensões do corte
Estas juntas servem para absorver os
largura profundidade
movimentos da estrutura da obra.
mínimo de 6mm até atingir a alvenaria

Elas devem ser mantidas livres em to-


das as camadas do assentamento.
Rugosidade da base
As juntas estruturais são feitas na
construção da obra. Não é necessário A superfície da base deve ser rugosa
fazê-las no assentamento. Apenas para aumentar a aderência da arga-
mantê-las livres. massa de assentamento. Por isso, na
hora de sua execução, é bom usar uma
régua para sarrafear.
Juntas de movimentação
Se a base estiver pronta e for muito
São as juntas de expansão e retração. lisa, devem ser apicoadas com uma
talhadeira, para ficar mais rugosa, e
São cortes feitos na argamassa de ni- logo após fazer a regularização com
velamento do contrapiso e no reboco/ areia, cimento e algum aditivo para
78
melhorar a aderência da argamassa de
regularização.

Limpeza da base

Também para garantir a aderência da


argamassa, devem ser retiradas todas
as sujeiras da base: pó, areia, gordura,
limo, bolor, restos de tinta, eflorescên-
cia e outras.

Como limpar

tipo de sujeira limpar com

pó, areia escova de piaçava ou de aço

restos de
talhadeira e espátula
argamassa

graxa, gordura detergentes, água e escova

ácido muriático
eflorescência
(diluído 10 vezes em água)

bolor e limo raspagem e escovação com água

Observação: antes de utilizar qualquer


produto químico na limpeza, molhar
bem a base com água. Isso evitará que
a alvenaria absorva estes produtos que
podem danificá-la.

Qualidade de base antiga

O estado geral da parede e contrapiso


deve ser avaliado.

Partes soltas e de má qualidade devem


ser substituídas e uma limpeza rigoro-
sa deve ser realizada.

79
Especificação da placa cerâmica

Classificação das placas Características técnicas


cerâmicas para revestimentos das placas cerâmicas para
revestimentos
As placas cerâmicas para revestimen-
tos podem ser classificadas, dependen- Um bom conhecimento das caracte-
do de sua superfície, em esmaltadas ou rísticas técnicas das placas cerâmicas,
não esmaltadas. Dentro dessa divisão, destinadas a pisos e/ou paredes, é de
elas ainda podem ser extrudadas ou fundamental importância para que se
prensadas, de acordo com o processo possa especificar e assentar o produto
de conformação. corretamente.

Podem ainda ser classificadas, em fun- As informações a seguir são relaciona-


ção do tipo de tratamento térmico, em bi- das às características mais importantes
queima, monoqueima e monoporosa. e servem de ferramenta para avaliar os
diversos tipos de produtos disponíveis
Além dessa subdivisão, estritamente no mercado.
ligada ao processo de produção utili-
zado, as placas cerâmicas para reves-
timentos são classificadas, de acordo Absorção de água
com sua características de absorção
de água, mediante uma denominação Muitas da características das placas ce-
tipológica de uso comercial: râmicas dependem da sua porosidade,
• porcelanatos ..... baixa absorção e resis- razão pela qual foi escolhida a absorção
tência mecânica alta; de água, expressa em porcentagem,
• grês..................... baixa absorção e resis- como um dos parâmetros de classifi-
tência mecânica alta; cação nas normas mundiais.
• semi-grês ........... média absorção e
resistência mecânica Absorção de água é a capacidade da
média; placa de absorver água. A absorção
• semi-porosos .... alta absorção e re- de água influi diretamente em pro-
sistência mecânica priedades, como resistência mecânica
baixa; e resistência ao gelo, entre outras. As
• porosos .............. alta absorção e re- normas brasileiras e internacionais
sistência mecânica
baixa.
80
determinam grupos de absorção para
facilitar a recomendação de uso.

Normas:
• ISO 13.006 – Especificação;
• ISO 10.545 – Ensaio;
• NBR 13.816, 13.817 e 13.818 (Abr. 1997).

Tabela – Grupos de absorção de água.

Produto ISO 13006 Absorção (%) Grupo

porcelanato Bla 0 a 0,5 quase nula

grês Blb 0,5 a 3 baixa

semi-grês Blla 3a6 média

semi-poroso Bllb 6 a 10 média alta

poroso BLLL 10 a 20 alta

Atenção: nesta classificação, a letra mai- serão utilizados num mesmo ambiente
úscula (B) significa que o produto é pren- são do mesmo tamanho.
sado. O numeral romano (I,II,III) seguido
pela letra minúscula (a, b), determina o
grupo de absorção de água. Resistências mecânicas

A resistência mecânica das placas cerâ-


Características dimensionais micas depende da sua espessura e da
absorção de água, sendo tanto maior
As Normas técnicas controlam as to- quanto mais baixa a absorção.
lerâncias das dimensões (tamanho),
medidos e agrupados em faixas cha- Característica muito importante, no
madas bitola. caso dos pisos, para locais como ga-
ragens e outros que receberão cargas/
Fornecem também os limites máximos veículos pesados.
para o esquadro, curvatura, empena-
mento e variação de espessura das Resistência ao impacto
placas cerâmicas para revestimentos.
Como o próprio nome diz, é a capacida-
O processo de produção apresenta va- de da placa receber impactos, como no
riações de tamanho (dimensão) das pla- caso da queda de objetos pontiagudos
cas. Durante a queima, a mais de 1000 e/ou pesados.
graus celsius, a argila e o esmalte têm
uma grande alteração químico/físico Resistência à compressão
que geram estas pequenas variações.
Por isto é muito importante verificar se De forma geral, podemos dizer que ma-
todas as embalagens de produtos que teriais de baixa porosidade apresentam
81
boa resistência à compressão, desde que bem assentados e
não esquecendo das diferentes espessuras das placas.

Resistência à flexão

Existem dois tipos:


• intrínseca ao material, é chamada módulo de resistência
à flexão;
• é carga de ruptura da placa, que depende da resistência
intrínseca da material e da espessura da placa.

Resistência à abrasão

A resistência à abrasão representa a oposição ao desgaste


superficial do esmalte das placas cerâmicas, causado pelo
movimento de pessoas e/ou objetos, inerente, portanto,
somente aos pisos.

Existem dois métodos de avaliação da resistência à abrasão:


• superficial: para produtos esmaltados;
• profunda: para não esmaltados.

Para produtos esmaltados, o método PEI (Instituto de Es-


maltes para Porcelana) prevê a utilização de um aparelho
que provoca a abrasão superficial por meio de esferas de
aço e materiais abrasivos.

O assentador deve estar atento à classe de abrasão dos pi-


sos que está assentando e comparar com às necessidades
do ambiente.

Para tanto vamos apresentar a tabela do PEI associada ao


provável local de uso.

Tabela – PEI associado ao provável local de uso.

PEI Tráfego Prováveis locais de uso

0 – paredes (desaconselhável para piso)

1 baixo banheiros residenciais, quartos de dormir, etc.

2 médio cômodos sem portas para exterior e banheiros

3 médio alto cozinhas, corredores, halls e sacadas residenciais e quintais

4 alto residências, garagens, lojas, bares, bancos, restaurantes, hospitais, hotéis e escritórios

5 altíssimo residências, áreas públicas, shoppings, aeroportos, padarias e fast-foot

82
Para não-esmaltados é medido o volu- O dano provocado pelo gelo deve-se ao
me de material removido em profun- fato de a água congelada nos poros da
didade da placa, quando submetido à placa cerâmica aumentar de volume e,
ação de um disco rotativo e um mate- conseqüentemente, danificá-la.
rial abrasivo específico.
Os materiais com baixa absorção de
Resistência à gretagem água são mais resistentes ao gelo e,
portanto, mais adequados aos ambien-
O termo “gretagem” refere-se às fis- tes acima citados.
suras, como um fio de cabelo sobre a
superfície esmaltada. O formato dessas Resistência ao ataque químico
fissuras é geralmente circular, espiral e às manchas
ou como uma teia de aranha.
É a capacidade que a superfície da placa
A tendência à gretagem é medida em la- tem de não alterar sua aparência quando
boratório, submetendo a placa cerâmica em contato com determinados produtos
a uma pressão de vapor de 5atm (Atmos- químicos ou agentes manchantes.
feras) por um período de duas horas.
O resultado do teste permite alocar o
Este processo acelerado reproduz a produto em uma classe de resistência
EPU (Expansão por Umidade) que a para cada agente manchante ou para
placa sofrerá ao longo dos anos, depois cada produto químico especificado na
de assentada. norma.

A EPU é a maior responsável pelo As classes, em ordem decrescente de


aparecimento de gretagem em placas resistência, são as seguintes:
cerâmicas após o assentamento. • Química:
classe A ... ótima resistência a produtos
Resistência ao choque térmico químicos.
classe B ...ligeira alteração de aspecto.
Característica que indica se a placa classe C ...alteração de aspecto bem
cerâmica para revestimento é capaz de definida.
resistir às variações bruscas de tempe- • Mancha:
ratura sem apresentar danos. classe 5 ... máxima facilidade de remo-
ção de mancha.
Resistência ao congelamento classe 4 ... mancha removível com pro-
duto de limpeza fraco.
É uma característica importante em classe 3 ...mancha removível com pro-
placas cerâmicas destinadas a terra- duto de limpeza forte.
ços, fachadas e sacadas em cidades classe 2 ...mancha removível com áci-
de clima frio e em câmaras frigoríficas do clorídrico/acetona.
(locais sujeitos a temperaturas inferio- classe 1 ... impossibilidade de remoção
res a zero grau Celsius). da mancha.

83
Dilatação As informações sobre os tamanhos
das juntas podem ser encontradas nas
A dilatação pode ser de dois tipos: embalagens (caixas) e/ou folhetos dos
• reversíveis – por variação de tempe- fabricantes.
ratura;
• irreversíveis – pela expansão por umi- A seguir informaremos sobre as finali-
dade (EPU). dades das juntas;
• corrigir pequenas diferenças de bito-
Ambas precisam ser absorvidas pelas la, melhorando o alinhamento;
juntas largas e com rejuntamento fle- • permitir que o conjunto se movimente
xíveis. nas dilatações e/ou contrações;
• fazer as trocas das placas, sem correr
Dilatação térmica o riso de quebra das restantes.

Esta dilatação é medida com um apare- As formas de assentamento podem ser


lho de precisão e o resultado significa o classificadas das seguintes maneiras:
valor em Micra por metro por grau centí-
grado que o material aumenta por metro
do tamanho inicial, quando aquecido até
determinada temperatura.

Dilatação pela EPU

Este fator é crítico em ambientes úmi-


dos, tais como piscinas, fachadas, sau-
nas e estações de metrô. A EPU pode
ser uma das causas do estufamento e
da gretagem.

Esta EPU é medida e expressa em mm/ Junta, falsiada ou amarrada.


m e deve ser muito baixa, quando a
moagem, a queima e a formulação da
placa cerâmica estão bem feitas.

Juntas de assentamento ou
juntas de colocação

São espaçamentos (frestas), regulares


entre placas cerâmicas.

Toda placa cerâmica destinada a pisos


ou paredes necessita de juntas.
Dama.
84
Sistema de revestimento de
pisos e paredes

O revestimento de um piso ou de uma


parede deve ser tratado como um siste-
ma composto por camadas de diversos
materiais, como argamassa de assenta-
mento, placa cerâmica (piso ou azulejo)
e argamassa para rejuntamento.

Escama de peixe.

Junta a prumo ou reticulada.

 alvenaria
 emboço
 argamassa colante
 placa cerâmica
 rejuntamento

Diagonal.

85
Como escolher os produtos

Escolha produtos que atendam as nor-


mas técnicas e sigam as informações
fornecidas pelos fabricantes nos catá-
logos e embalagens, lembrando que:
• no local de assentamento: piso x pa-
rede; ambiente externo x interno; área
seca x úmida; condições especiais
como piscinas, saunas, fachadas, etc.
• as condições de aplicação: residên-
cia – área social x íntima; comercial
– tráfego médio x alto; temperado x
frio intenso.

Antiderrapante
(coeficiente de atrito)

Quanto mais áspero e rugoso o piso


for, maior é a resistência ao escorre-
gamento e maior o seu coeficiente de
atrito. Segundo as normas, um piso é
considerado antiderrapante quando o
coeficiente for maior do que 0,4.

Usos especiais

Características das placas cerâmicas Fachada Piscina Piso comercial

grupo de absorção de água Bla/Blb/Blla Bla/Blb/Blla/Bllb/Blll Bla/Blb/Blla/Bllb

resistência a abrasão (PEI) 0a5 0a5 5

espessura (mm) — — > 7,5

coeficiente de atrito (antiderrapante) — — > 0,4

resistência a manchas 4 ou 5 4 ou 5 4 ou 5

resistência a ataques químicos A ou B A ou B A ou B

argamassa colante ACII/ACIII/ACIIIE específica ACII/ACIII específica ACII/ACIII/ACIIIE específica

argamassa para rejuntamento utilize produtos industrializados

Observações:
• Para produtos especiais como o grês • No caso de produtos extrudados (não-
porcelanato, tanto em paredes como prensados), o método para verificar a
em pisos internos ou externos, deve- resistência à abrasão é o de abrasão
se utilizar a argamassa colante especí- profunda, e não o método PEI.
fica e a argamassa para rejuntamento
deve ser flexível.
86
Ambientes residenciais
Ambientes residenciais

Áreas internas Áreas externas

paredes pisos paredes pisos


Características das placas cerâmicas
cozinha, quarto, cozinha, quarto,
todas todas
sala e banheiro sala e banheiro

Bla Bla
Bllb Bla Blla Bllb Bla Blla
grupo de absorção de água Blb Blba
Blll Blb Bllb Blll Blb Bllb
Blla Blla
3a5
resistência a abrasão (PEI) 0a5 2a5 0a5 4a5
1a5

espessura (mm) — — — >7,5

coeficiente de atrito (antiderrapante) — — — >0,4

resistência a manchas 4 ou 5

resistência a ataques químicos A ou B

ACI ACIII ACI ACIII ACII ACII


argamassa colante ACIIIE ACIIIE
ACII ACIIIE ACII ACIIIE ACII ACIII

argamassa para rejuntamento utilize produtos industrializados

Observações:
• no caso do porcelanato, pastilhas ou
placas cerâmicas de baixa absorção,
grupos Bla a Blb, é necessário o uso
de argamassa colante específica.
• em aplicações específicas como pis-
cinas, saunas, churrasqueiras, etc.,
consulte um profissional especializa-
do e/ou fabricantes.
• em regiões muito frias, as placas ce-
râmicas para áreas externas devem
se dos grupos Bla e Blb.

87
Argamassa colante

A argamassa colante industrializada é ACIIIE


um produto prático, seguro, constante
e por isso muito superior à argamassa É indicada para condições de altas
preparada na obra. exigências, com tempo em aberto es-
tendido.

Tipos de argamassa Específica

Para cada local de uso existe um tipo É indicada para todos os locais espe-
de argamassa: ACI, ACII, ACIII, ACIIIE ciais como saunas, piscinas, estufas
e Específica. etc. ou para revestimentos especiais.

ACI

Argamassa com características de


resistência às solicitações mecânicas
típicas de revestimentos internos, com
exceção daqueles aplicados em áreas
especiais como saunas, churrasquei-
ras, estufas e outros.

ACII

É indicada para uso em ambientes


externos.

Possui propriedades que diminuem a


interferência de temperatura e umida-
de típicas do trabalho ao ar livre.

ACIII

É indicada para condições de altas


exigências.

88
Argamassa para rejuntamento

Material industrializado, cuja finalidade


é preencher as juntas de assentamento
entre placas cerâmicas e dar acaba-
mento ao sistema de revestimento
cerâmico.

Principais características:
• baixa permeabilidade;
• estabilidade de cor;
• capacidade de absorver deforma-
ções;
• limpabilidade;
• após o término do trabalho de as-
sentamento, deve-se aguardar um
período de 72 horas para começar
o rejuntamento, utilizando rejuntes
industrializados.

Observe sempre as recomenda-


ções do fabricante.

Limpeza

Após terminar o rejuntamento, deve-se


esperar por um período que varia de
acordo com cada tipo de rejunte (con-
sultar fabricante), para depois começar
a limpeza do excesso de rejunte da
supefície das placas cerâmicas.

89
Aplicação de placas retificadas

Preparação dos revestimentos 14081), ou ainda argamassa aditivada


do tipo ACII, desde que apresentem as
1 Para salientar ainda mais os de- seguintes características mecânicas:
senhos dos “veios das pedras” • módulo de deformação entre 1000 a
destas placas, escolher junto com 3000MPa;
o cliente o desenho que melhor • resistência ao arrancamento maior ou
atender às suas expectativas. igual a 1,0MPa aos 28 dias.

2 A parte de trás das placas (tardoz) Para que tenhamos uma parede e piso
deve ser limpa antes do assenta- perfeitos, devem-se seguir os seguin-
mento: tes passos:
• retirar os pontos de parafina colo-
cados para proteção das placas. 1 Instalar uma boa iluminação no
• com uma broxa ou pano úmido, ambiente de trabalho para ter um
limpar o excesso de pó branco acabamento perfeito:
protetor (engobe) para facilitar a • nivelamento de cantos;
aderência da argamassa. • alinhamento;
• distribuição de cores;
Recomendamos que sempre se utilize ar- • visão dos pequenos defeitos.
gamassas industrializadas próprias para
o assentamento de placas cerâmicas. 2 Planejar a melhor distribuição das
placas, listelos, filetes e louças
Misturas “caseiras” nem sempre são “desenhando” a parede no chão.
apropriadas para este tipo de serviço,
podendo ocasionar destacamentos no Os recortes das placas devem ficar
futuro. na base da parede, fazendo depois
os devidos ajustes com o piso.
As argamassas devem ter qualidade
comprovada, produzidas conforme as 3 Iniciar o assentamento de baixo
Normas NBR 14081. para cima a partir da segunda fiada.
Apoiar sobre uma régua de madeira
Para maior aderência das placas, usar nivelada. Fazer a primeira fiada por
argamassa aditivada do tipo AC III (NBR último, fazendo os devidos acertos
com o piso (placa recortada).

90
4 Umedecer levemente a parede Limpeza e cuidados de peças
respingando água com o auxílio retificadas
de uma broxa. Isto melhorará a
aderência
Limpeza durante a assentamento
5 Espalhar a argamassa colante na
base, formando cordões. Para retirar restos de argamassa e ou-
tras sujeira, basta passar uma esponja
úmida. Pode-se também utilizar pro-
A desempenadeira dentada deve dutos próprios para este fim, ou seja,
ser nova e com os dentes de 8mm produtos para limpeza de rejuntes.
para que a quantidade de arga-
massa depositada seja suficiente. Limpeza após o assentamento
Quanto mais na vertical estiver a
desempenadeira, mais argamassa O grés polido e retificado recebe na
vai ser depositada. Pelo contrário, fábrica uma camada de cera especial
quanto menos inclinada, menor a para proteger o seu brilho de danos na
quantidade depositada. hora do assentamento.

Esta cera só deve ser retirada no final


6 Posicionar as placas, batendo com da obra.
um martelo de borracha para es-
magar os cordões de argamassa e Quando tiver que realizar trabalhos
garantir a aderência. depois de assentado o piso (pinturas,
montagem dos móveis, etc.) usar siste-
Teste da qualidade da aderência: mas de proteção sobre o mesmo, como
papelão, plásticos, etc.
1 Arrancar uma placa recém-assen-
tada. O verso deve estar totalmen- A remoção da cera de fábrica deve ser
te preenchido com argamassa. executada com o auxílio de produtos
de uso doméstico, tais como álcool,
2 Pressionar os dedos sobre os cor- produtos para limpeza de vidro ou pro-
dões de argamassa. Ela deve vir dutos para limpeza de revestimentos
grudada neles. Caso contrário, a cerâmicos.
argamassa deve ser substituída.

7 Continuar o assentamento pelo Assentamento com juntas


processo descrito, posicionando
também listelos e filetes, conforme Se for difícil seguir as exigências cita-
projeto de paginação. das e os passos descritos, podem-se

91
assentar estas placas pelo sistema
convencional, tomando cuidados nos
seguintes detalhes:

1 Deixar juntas entre as peças de


acordo com a orientação do fabri-
cante da placa cerâmica.

Para melhor alinhamento, use es-


paçadores plásticos.

2 Aplicar argamassa colante indus-


trializada (interna, tipo AC I), no
verso da placa cerâmica e na pa-
rede ou piso (dupla colagem), de
forma que os cordões formados
fiquem em cruz, para um melhor
preenchimento da placa.

3 Bater com o martelo de borracha


sobre a placa, para esmagar os
cordões de argamassa.

4 Verificar o alinhamento, nivela-


mento e prumo após cada fiada
colocada.

5 Rejuntar após três dias, utilizando


rejunte industrializado, flexível e
impermeável, para junta fina, não
frisando (rebaixando) o rejunte.

Aplicar sobre o rejuntamento sela-


dor próprio para rejuntes.

6 Limpar o revestimento logo após


o rejuntamento, utilizando uma
esponja úmida e um pano seco.
Pode-se utilizar também produtos
próprios para este fim. Nunca uti-
lize ácidos (tipo ácido muriático).

92
Passo-a-passo do assentamento

Para o assentamento de revestimento 7 Some os itens: 3, 4, 5 e 6.


cerâmico, devem-se seguir os seguin-
tes passos: 8 Subtraia o item 7 do item 2.

1 Definir a altura da régua para iniciar 9 Coloque a régua na altura indicada


o assentamento. no item 8.

2 Tire os pontos de nível.

3 Meça o tamanho da placa cerâmica.

4 Defina a espessura da junta e mul-


tiplique por dois.

5 Meça a espessura do piso com a


argamassa colante.

6 Defina a espessura da regulariza-


ção, se houver.
93
10 Definir a localização dos recortes. 13 Usando uma régua, um esquadro,
algumas placas cerâmicas, um
lápis faça um gabarito para definir
estes recortes rapidamente e com
precisão.

14 Primeiro pegue algumas placas


cerâmicas e coloque em linha reta
no chão ou sobre uma bancada, e
separe estas placas com os espa-
çadores.

15 A seguir encoste a régua paralela-


mente às placas cerâmicas.

16 Transporte para a régua os pontos


do desenho formado pelas placas
cerâmicas e as juntas.

11 Os recortes devem ficar sempre


que possível em locais menos vi-
síveis.

12 Tenha um cuidado especial com


os vãos de portas e janelas para
que eles não venham a ficar com
recortes desproporcionais, pois a
beleza de um assentamento cerâ-
mico são os detalhes dos recortes
e requadrações.
94
17 Com o auxílio de um esquadro, 21 Confira o tamanho, tonalidade e
risque os pontos na régua e você quantidade dos materiais, para ver
terá um gabarito para ser usado se está de acordo com o especifi-
nas bases a ser revestidas, e este cado.
gabarito facilitará a definição dos
recortes.

22 Abra uma caixa e observe se as


placas formam algum tipo de
desenho, se formar um ou mais
desenho é importante combinar
com o cliente qual será usado.

23 Posicione as ferramentas e um
pouco do material a ser utilizado
18 Limpeza e organização. próximo do local de assentamento.

19 Antes de iniciar o assentamento 24 Confira o prumo, nível e alinha-


das placas, limpe o local de traba- mento das bases, antes de iniciar
lho, tire todas as partículas soltas, o assentamento.
graxas ou outros tipos de sujeira
que possa prejudicar a aderência
das placas.

20 Limpe o tardoz das placas para


tirar o engobe (pó branco que fica
grudado no tardoz das placas).

95
25 Coloque uma linha de prumo fa- para efetuar a mistura é necessário
ceando a primeira placa cerâmica acrescentar o pó à água.
a ser assentada e repita esta ope-
ração a aproximadamente a cada 29 Após o preparo, espere o descanso
dois metros lineares. da argamassa, e após este descanso
mexa novamente a argamassa.

30 Coloque um pouco de argamassa


na parte lisa da desempenadeira, a
seguir pressione a argamassa de en-
contro à base esparramando a arga-
massa de forma uniforme, com uma
espessura aproximada de 6mm.

26 Preparo e aplicação da argamassa


colante.

27 Com um caixote limpo prepare a 31 Passe o lado dentado da desem-


argamassa colante, respeitando a penadeira na base, deixando que
quantidade de água que deve vir os dentes da desempenadeira
especificada na embalagem do encostem levemente e de forma
produto. uniforme na base.

28 Se o preparo for manual acrescente


a água ao pó da argamassa, se for
usada alguma ferramenta elétrica
96
A Norma NBR 13.753 recomenda
o seguinte:

Área (S) da superfície da placa cerâmica (cm2) Formato dos dentes da desempenadeira (mm)

S menor de 400 quadrados 6 x 6 x 6

S entre 400 e 900 quadrados 8 x 8 x 8

S maior de 900 quadrados 8 x 8 x 8 recomenda-se usar cola no verso

Observação: Sempre que a desem- 34 Coloque os espaçadores entre as


penadeira dentada apresentar des- placas e faça os ajustes necessá-
gaste dos dentes superior a 1,0mm rios para que haja o alinhamento
esta deve ser substituída. das placas.

32 Assentando as placas cerâmicas.

33 Coloque algumas placas cerâmica


sobre a base onde foi aplicada a
argamassa, dando algumas ba-
tidas leves com o macete e mo-
vimentando levemente as placas
para que os cordões formados pela
argamassa sejam esparramados
no tardoz da placa.

35 Retire uma placa a cada três me-


tros quadrados aproximadamente
para ver se o tardoz realmente está
sendo totalmente ocupado pela
argamassa.

36 Fique atento com o tempo em aber-


to da argamassa colante, e com o
tempo de uso.

37 Mantenha sempre o local de traba-


lho e as placas cerâmicas limpas.

38 Confira o nível das placas cerâmi-


cas assentadas regularmente.
97
39 Confira sempre a data de validade
marcada na embalagem da arga-
massa.

40 Use equipamentos de proteção.

41 Troque qualquer placa assentada


com defeito de fabricação ou mão-
de-obra.

42 Adquira o hábito de fazer um con-


trato escrito sempre que for fazer
um serviço.

43 Cumpra as normas técnicas, pois


elas são a garantia de um trabalho
perfeito.

44 Leia sempre as informações es-


critas nas embalagens dos mate-
riais.

45 Não se conforme com o erro, bus-


que a melhoria contínua.

46 Nunca use bebidas alcoólicas du-


rante o expediente de trabalho.

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Ferramentas

Antes de se iniciar um assentamento  linha de nylon ou barbante.


devemos checar todas as ferramentas  prego de aço.
necessárias. Todo bom profissional de  desempenadeira dentada: 8mm e
assentamento deverá possuir todas as 6mm.
ferramentas, abaixo citadas, em boas  lápis de carpinteiro.
condições de uso para assim evitar perda  desempenadeira de borracha.
de tempo e desperdício de material.  esquadro.
 balde de plástico.
 cortador manual para placas cerâ-  espátula plástica.
micas.  recipiente plástico ou de metal.
 régua de pedreiro.  broxa.
 nível de mangueira.  vassoura.
 nível de bolha.  metro.
 prumo.  martelo.
 colher de pedreiro.  serra mármore.
 macete de borracha.  vassoura.
 ponteiro.

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Equipamentos de segurança

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Referências bibliográficas

ANFACER. Guia de assentamento de revestimento cerâmico.


São Paulo, 4ª ed.
CEUSA. Gres polido e retificado. Manual de assentamento.
4ª ed. 2002.
SENAI-SP & QUARTZOLIT. Cartilha de assentamento do
revestimento cerâmico com argamassa colante.
SENAI-SP. Assentador de placas cerâmicas. Por: Escola SENAI
“Orlando Laviero Ferraiuolo”. São Paulo, 2003, 42p.
SENAI-SP. DMD. Parede revestida com argamassa. São Pau-
lo, 1991. (Série metódica ocupacional, Pedreiro, 6).

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