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Estudos Medievais da
Literatura Portuguesa

Professora Caroline Abrante

 Estudos Medievais da Literatura Portuguesa

CONTEXTO HISTÓRICO:

Literatura Medieval se refere ao conjunto de obras que foram escritas no período da Idade Média. Isto é,
toda produção escrita desde o século V até o final do século XVI, no início do Renascimento.

Esse foi um período que surgiu a concepção do Teocentrismo, Deus o centro do mundo, assim os
escritos da literatura medieval são primordialmente com temas religiosos, mas também escritos com
temáticas históricas e amorosas.

Contudo, vale ressaltar que esse período estabelecido da literatura medieval não é precisamente exato,
mas uma forma de estipular o período em que se deu a literatura medieval.

Além disso, os escritos da literatura medieval ficavam restritos à nobreza e aos integrantes do clero,
como: o bispo, o arcebispo e o papa e os monges. Isto porque o restante da população, a maioria, não
era alfabetizado.
 ESTUDOS MEDIEVAIS DA LITERATURA PORTUGUESA

A Idade Média foi um período bem longo que se iniciou com a queda do Império Romano, no século V,
com o Renascimento Florentino e terminou no fim do século XVI, com a tomada de Constantinopla pelos
turcos.

O período foi marcado pela sociedade ruralista e autossuficiente com o sistema feudal, onde havia
senhores de terras e seus vassalos com um grande poder da Igreja sobre a vida das pessoas.

A Idade Média foi dividida em:

• Baixa Idade Média: esse período vai do século V até o século IX, marcado pela estrutura do feudalismo,
pela expansão dos francos e do Islamismo, assim como o aparecimento da Igreja Medieval, do Império
Bizantino e do Sacro Império.
• Alta Idade Média: esse período vai do século X até o século XV, marcado pela crise do sistema feudal,
pela expansão do cristianismo, renascimento urbano e comercial, as cruzadas e pela formação das
monarquias nacionais.
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AUTORES DA ÉPOCA:
A maioria dos escritos da literatura
medieval são de autores anônimos,
contudo alguns escritores foram
identificados nesse período. São eles:

• Dante Alighieri
• Giovanni Boccaccio
• Santo Agostinho
• São Tomás de Aquino
• Pedro Abelardo
• Geoffrey Chaucer
• Boecio
• Paio Soares de Taveirós
A LITERATURA MEDIEVAL
E SUAS CARACTERÍSTICAS
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• Temáticas religiosa em relação a vida dos santos, a existência de Deus, as interpretações da vida
cotidiana sob o aspecto religioso, a moral cristã, trechos da bíblia sagrada, alma humana, etc. Além
disso, a influência da Igreja em todos os aspectos da vida das pessoas.

• Escritos eram feitos em pergaminhos e no idioma latim.

• Influência da filosofia grega, como Platão e Aristóteles.

• A exaltação do herói, ou seja, escritos sobre os atos de heroísmo nas guerras e nas batalhas. Isto
porque, a partir do século XII, muitas batalhas foram travadas, como As Cruzadas e o Ciclo Arturiano,
com Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

• Confecção de escritos à mão que depois eram reproduzidos pelos monges, chamando de copista.
• Ilustrações desenhados nas margens das folhas, ou seja, ilustrações com iluminuras.
LITERATURA MEDIEVAL: TROVADORISMO

O primeiro movimento literário da Língua

Portuguesa, o Trovadorismo prevaleceu na Idade
Média. Surgiu na região da Provença Francesa, no
século XII, para posteriormente se espalhar pela
Europa.
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O Trovadorismo português teve início com a publicação da Canção

Ribeirinhas, de Paio Soares de Taveirós. Recebendo esse nome,
exatamente porque o trovador era o principal personagem de Paio
Soares de Taveirós.

Geralmente cantada, pois a escrita era pouco difundida, os jograis e as

cantigas eram feitas oralmente, sendo acompanhadas por músicas com
instrumentos como o alaúde, a viola e a flauta.

Havia dois formatos de escrito no Trovadorismo, a poesia trovadoresca

e a prosa trovadoresca.
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Poesia trovadoresca

A poesia era dividida em dois tipos: lírica e satírica. A lírica se refere às

cantigas com temas amorosos entre homem e mulher ou apenas amigos.
Exemplo: Cantiga de amor e Cantiga de Amigo.

A cantiga de amor tem como características:

• Quem escreve é o namorado, o homem;

• Fala sempre masculina;
• Trata da mulher sempre por “minha senhora”, “formosa”, “minha pastora”;
• Distancia-se da cantiga de amigos, pelo sentimento de amor;
• Sempre há a presença da natureza por meio do sol, flores e pássaros.
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A cantiga de amigo tem como características:

• Autor se disfarça de mulher para queixar-se;

• Fala sempre feminina;
• A palavra “amigo” sempre está presente;
• Presença de refrão (repetição de versos);
• Inspirada na vida rural, normalmente trata da vida doméstica;
• Destinada ao canto e dança.
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A poesia satírica se refere a temas do que é profano e das

críticas sociais. Exemplo: Cantigas do maldizer (escárnio).

A cantiga do escárnio tem como características:

• Humorismo, por meio da ironia;

• A acusação de alguém diretamente;
• A exploração do ridículo;
• A adoção ao escândalo e a briga;
• Linguagem obscena.
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Prosa trovadoresca

A prosa trovadoresca era dividida em:

• Novelas de Cavalaria: também chamado de “romances de cavalaria”, se

trata de textos que contavam a história de feitos dos cavaleiros
medievais.
• Crônicões: crônicas contemporâneas da história medieval na
cronologia do tempo. Crônicas de valor histórico.
• Hagiografias: eram as biografias que contavam as histórias de vida de
santos.
• Nobiliários: escritor relacionados a histórias genealógicas dos nobres
medievais, também chamado de “livros de linhagem”.
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Literatura Medieval: Humanismo

O Humanismo compreende o período de transição entre o Trovadorismo e movimento do

Classicismo. Ou seja, não se trata de um movimento literário, mas de uma fase transitória.

Esse período se iniciou quando houve a nomeação de Fernão Lopes como cronista-mor da
"Torre do Tombo", em 1418, e terminou em 1527, com a volta do poeta Sá de Miranda da
Itália.

Com o Humanismo, finaliza-se o período da cultura medieval e inicia-se o período da

cultura clássica, com o teatro popular, a poesia palaciana e a prosa historiográfica.

Gil Vicente é o destaque dos escritos do Humanismo com o teatro popular, conhecido
como Teatro Vicentino, assim como Fernão Lopes com a prosa historiográfica, e a poesias
palacianas encenadas nos palácios.