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Qual o sentido?
AMBIGUIDADE - Também conhecida como anfibologia, ocorre quando uma
mensagem ganha mais de um significado, o que ocorre devido à disposição
inadequada das palavras em uma frase. Muitas vezes a ambiguidade pode ser
um recurso expressivo; em outras, um defeito de construção do texto. Como
recurso, é muito encontrada em textos publicitários e humorísticos. Vejamos um
exemplo usado em campanha governamental de conscientização sobre o uso
do cinto de segurança:
I. As ações lhe trouxeram grande fortuna. (As ações são atitudes ou aplicações
financeiras?)
II. Procurava balas perto de sua casa. (As balas são projéteis ou guloseimas?)
Caso a dupla interpretação não seja intencional, para evitá-la, faz-se necessário reconstruir
a frase a fim de que o vocábulo em questão alcance o entendimento desejado. Veja:
II. Procurava uma loja, perto de sua casa, que vendesse balas para sua aula de tiro ao alvo.
A ESTRUTURAL, que pode ocorrer pela má construção da frase, pelo mau uso dos
pronomes possessivos e de pronomes relativos, entre outros problemas:
I. Papai falou à secretária que mora neste bairro. (Papai mora neste bairro ou a
secretária?)
II. Encontrei Marcos e a namorada na rua. Informe-lhe que sua irmã estava chegando
do exterior. (Irmã de quem: de Marcos ou da namorada?)
Como resolver: “Papai, que mora neste bairro, falou com…” ou “A secretária que mora
neste bairro ouviu de papai…”
I. O ladrão roubou a casa de José com sua própria arma. (A arma era do José ou do
ladrão)
III. Conheci-o quando era sargento. (quando eu era ou quando ele era sargento?)
A DE ESCOPO. A ambiguidade decorre de uma estrutura, mas não, da estrutura
sintática, e, sim, da estrutura semântica da sentença, que gera duas interpretações: é
a maneira de organizar a relação de distribuição entre palavras que expressam uma
quantificação que gera ambiguidade. OU SEJA, a ambiguidade de escopo sempre
envolve ideia de distribuição coletiva ou individual.
I. Os alunos comeram seis sanduíches. (os alunos todos comeram um total de seis
sanduíches, ou cada aluno comeu seis sanduíches?)
Ou temos uma interpretação coletiva, em que a expressão “os alunos” tem como
alcance, ou ESCOPO, seis sanduíches, como um todo. Ou temos uma interpretação
distributiva, em que cada aluno tem seis sanduíches como ESCOPO.
O juiz declarou ter julgado o réu errado.
(O juiz fez um julgamento inadequado ou não era aquele o réu que deveria
ser julgado?)
Alguns casos de ambiguidade podem ser vistos a partir das seguintes situações:
1. Uso do sujeito após um verbo transitivo direto
Venceu o Brasil a Argentina. (não dá para saber quem venceu, se foi o Brasil ou a Argentina)
Após o leilão, a empresa francesa ficou com a empresa italiana. (não dá pra saber se a
empresa francesa ficou junto da empresa italiana ou se a empresa francesa comprou a
italiana)
Ambiguidade é um fenômeno comum em qualquer língua.