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Conscientização do estado de União com Deus, Luz do Oriente , V.2 , p. 215-216, 3ª ed. TRECHOS
ENSINAMENTO NIVEL3 -EAD – CAPÍTULO 1- AULA 6
PESSOA SIMPÁTICA
Talvez não exista outra palavra que soe tão agradavelmente quanto simpatia.
Pensando bem, na vida, a simpatia é mais importante do que imaginamos, pois, não se
limitando ao destino do indivíduo, sua relação com a sociedade é grande. Por exemplo, se
alguém se sentir bem ao ter contato com uma pessoa simpática e se essa corrente for se
propagando continuamente, é óbvio que a sociedade se tornará bastante agradável. Por
conseguinte, situações abomináveis, principalmente o conflito e o crime, diminuiriam e,
espiritualmente, surgiria o Paraíso. Não existe outro meio melhor que este, pois não requer
dinheiro, não é trabalhoso e pode ser posto em prática imediatamente. Embora isso pareça
deveras fácil e simples de praticar, como todos sabem, na realidade, não é, já que não basta
que a simpatia seja apenas aparente.
A verdadeira simpatia aflora do interior; é indispensável, portanto, que a pessoa
seja sincera de coração, o que depende do sentimento. Em suma, o fundamental é o
espírito de amor altruísta.
A esse respeito, gostaria de escrever um pouco sobre a minha pessoa.
É estranho eu mesmo falar, mas, desde jovem, aonde quer que eu fosse, quase
nunca era odiado ou detestado. Pelo contrário, na maioria das vezes, era estimado e amado
pelas pessoas. Analisando a razão desse fato, concluí que possuo algo que me parece ser o
motivo: em qualquer circunstância, deixo meus interesses e satisfação pessoal em segundo
plano; procuro ter em mente apenas aquilo que satisfaz e deixa os outros felizes. Ajo assim,
não por razões morais ou religiosas, mas naturalmente. Ou seja, esta é a minha natureza.
Em outras palavras, é até um hobby para mim. Por essa razão, muitos dizem que possuo
uma personalidade privilegiada, e é possível que tenha mesmo. Depois que me tornei
religioso, obviamente essa característica se intensificou. Então, quando vejo uma pessoa
sofrendo por doença, não consigo ficar parado e impassível, e sinto vontade de curá-la a
qualquer custo. Ministro-lhe Johrei, ela é curada e fica feliz. Ao ver sua alegria, esta se
reflete em mim e eu me sinto feliz também.
Por ser assim, no passado, criei inúmeros problemas e sofri muito. Mesmo quando
percebia que não havia mais chance de cura e que deveria desistir logo, atendendo às
súplicas por parte da própria pessoa e sua família, eu cedia e, não pesando os prós e os
contras, persistia nas visitas, ainda que fossem em locais distantes. Gastava tempo e
dinheiro e, no final, o resultado não era bom. Desapontava a todos e, muitas vezes, recebia
queixas e era odiado. Sempre que isso ocorria, eu me censurava, achando que deveria
tornar-me menos sensível.
Minha personalidade me ajudou muito também na construção do protótipo do
Paraíso Terrestre e do Museu de Belas-Artes; portanto, creio que ela me tenha sido
atribuída por Deus. Por exemplo, quando estou diante de uma magnífica obra de arte ou
de uma paisagem maravilhosa, não vejo graça nenhuma em apreciá-las sozinho e até fico
incomodado. Nasce em mim, o desejo de mostrá-las e de entreter o maior número de
pessoas possível. Dessa forma, ao invés de desfrutar das mesmas sozinho, minha maior
satisfação é divertir e alegrar o próximo, o que também me traz alegria e prazer.
Jornal Eiko nº 257, 21 de abril de 1954
MINHA NATUREZA
Tempos atrás, escrevi um artigo intitulado “Eu, visto por mim mesmo”. Diferentemente
dele, que foi escrito de um ponto de vista objetivo, desta vez, pretendo descrever,
subjetivamente, meu estado de espírito tal como ele é.
Atualmente, creio que não existe uma pessoa tão feliz quanto eu, e minha gratidão a
Deus é constante e profunda. Qual será a causa da minha felicidade? De fato, eu não sou uma
pessoa comum, sobretudo porque Deus me atribuiu uma grandiosa missão, e esforço-me dia
e noite para cumpri-la. Todos os membros da Igreja sabem que, através dela, um incontável
número de pessoas está sendo salvo. Todavia, existe um segredo da felicidade que é fácil de
ser praticado por qualquer pessoa, ou melhor, por quem não tem uma missão especial como
eu. Primeiramente, desejo abrir meu coração, mostrando aquilo que é uma tônica em meu
íntimo.
Desde jovem gosto de dar alegria ao próximo, a ponto de isso se tornar quase um hobby
para mim. Sempre estou pensando no que devo fazer para tornar as pessoas felizes. Por
exemplo, quando acordo pela manhã, minha primeira preocupação é saber o estado de ânimo
dos meus familiares. Se houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto bem. Na
sociedade, ocorre justamente o contrário: os familiares é que se preocupam com o estado de
ânimo do chefe da casa. Como procedo de forma oposta, acho isso estranho e até fico um
pouco triste. Portanto, para mim, é muito penoso escutar xingamentos, gritos de raiva,
reclamações e lamentações. Também me é difícil ouvir repetidas vezes um mesmo assunto.
Sou sempre pacífico, feliz e abomino o apego. Esta é a minha natureza.
O resultado do que acabo de expor é um dos fatores determinantes da minha
felicidade. Por esse motivo, eu sempre afirmo: “Se não fizermos a felicidade do próximo, não
poderemos ser felizes.” Acredito que meu maior objetivo – o Paraíso Terrestre –, estará
concretizado quando meu estado de espírito encontrar ressonância e expansão no coração de
todos os homens.
Sinto-me constrangido por este artigo parecer um autoelogio, mas, se depois de sua
leitura, ele puder levar algum benefício às pessoas, ficarei satisfeito.
30 de janeiro de 1950
Minha Natureza, Alicerce do Paraíso,V.1, p. 175-176, 6ª ed.