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ENSINAMENTO NIVEL3 EAD CAPÍTULO 1 – AULA 6

O DEUS-HOMEM ESTÁ AQUI


No dia 4 de outubro de 1952, Tsuneatsu, vice-diretor do Jornal Yomiuri, conversou com
o Fundador, em Hakone:
- Apenas o senhor possui essa bola de luz?
- Exatamente.
- Sendo assim, caso daqui a uns cem anos o senhor venha a partir para o Mundo
Espiritual, ela passará a não existir...
- Pelo contrário. Eu irradiaria a luz do Mundo Espiritual. E seria melhor ainda, pois o
corpo físico atrapalha.
Assim, nesse diálogo, o Mestre disse claramente que, embora viesse a ascender,
continuaria a enviar luz aos fiéis, e até com mais intensidade.
Entre as muitas caligrafias feitas pelo Fundador há uma com os dizeres “ Eien Seimei”
(Vida Eterna), os quais significam que, após o término da vida terrena, o espírito continua
a viver no Mundo Espiritual. E nessa caligrafia estava contida sua plena determinação e seu
desejo ardente de salvar o mundo quando dizia: “Quero salvar o maior número possível de
pessoas.”. Ora, desde a sua Ascenção até o presente, sucessivos milagres vieram
acontecendo como antes. Além disso, de vários pontos do mundo, ouvem-se vozes de
alegria daqueles que foram salvos. Esse fato, mais do que tudo, é uma confirmação do que
o Mestre disse, ou seja, que no Mundo Espiritual, onde está vivendo, ele continua
realizando a Obra Divina.
Com o passar do tempo, o Fundador foi se conscientizando cada vez mais, de sua
relação íntima e inseparável com Deus. Em 1926, como já dissemos, Kanzeon Bossatsu
atuou sobre ele e comunicou-lhe todos os mistérios. Através dessas revelações , o
Fundador soube que, no seu ventre, havia uma bola de luz que lhe fora atribuída pelo
Criador. Na época, já ciente da sua união com Deus, ele disse: “É realmente misterioso. Eu
não passo de um boneco movido por um manejador de marionetes. E não é só. A partir
daquele época, eu entendi diversas coisas que até aí não entendia. No início, essa
compreensão era limitada mas, com o passar dos anos, foi se tornando maior. Tempos
atrás, ouvi dizer que o conhecimento adquirido através de estudos, chama-se inteligência
humana, e o conhecimento adquirido sem aprendizado, Inteligência Divina. Achei então,
que se tratava disso, com certeza: da Inteligência Divina. Assim que me deparo com algo,
logo sei as causas e as consequências. Não há nem tempo para pensar. O interessante,
porém, é que isso só acontece com as coisas necessárias. Recebo várias perguntas dos fiéis
e as respostas logo me vêm à boca. Nessas horas, acho engraçado, porque aprendo com
minhas próprias palavras..” Em outra oportunidade, o Fundador disse: “ Meu corpo é usado
livremente por Deus. Ele salva a todos utilizando-me como seu instrumento.”
Em 1950, durante a perseguição religiosa que sofreu, o Fundador viveu um
importante acontecimento através do qual consolidou ainda mais seu estado de união com
Deus. Eis como ele se refere ao fato:
“Quero falar sobre minha pessoa no presente. Já falei a respeito da misteriosa Ação
Divina ocorrida quando eu estava preso, durante o “Caso Shizuoka”. A partir de então, já
não precisei mais perguntar tudo a Deus, como vinha fazendo até ali, pois uma vez que o
Espírito Divino estava em meu corpo, a distância que havia entre Deus e o ser humano
desapareceu por completo, e eu atingi o estado de união com Ele. Ou seja, uma vez que eu
sou Deus e homem, o que eu realizo é diretamente feito por Deus.”
Em diversas oportunidades, o Fundador referiu-se ao seu estado de união com
Deus, inclusive num poema:
“Fico a pensar em mim,
Que sou homem sem ser homem
Que sou Deus sem ser Deus.”
Nessas condições, o poder do Mestre manifestava-se também, claramente, nos
protetores que escrevia. No caso do protetor com a palavra Hikari, a pessoa que levava
aquele protetor pendurado no pescoço, era agraciada com o poder de salvar milhares de
criaturas, tirando-as do sofrimento e encaminhando-as para a felicidade.
Mas isso não acontecia apenas com os protetores. O fundador escreveu: “
Possuindo um poder tão grande como este, não há nada que eu não possa entender. Como
os fiéis bem o sabem, nunca fiquei em apuros para responder a qualquer pergunta, fosse
qual fosse. É freqüente pessoas que moram longe e estão sofrendo com alguma doença, me
pedirem graças através de telegramas e as receberem com essa simples atitude. Isto
acontece porque, quando tomo conhecimento do telegrama, em poucos instantes, uma
parte da minha luz se subdivide e chega a essa pessoa. Através do elo espiritual que nos
liga, ela recebe a graça. A luz se multiplica milhares e milhares de vezes, sendo irradiada
para qualquer lugar, por mais distante que seja. Falando de forma mais compreensível, o
que irradia de mim, em suma, é uma bomba de luz. Obviamente a diferença entre a minha
e a bomba comum é que esta mata, e a minha vivifica as pessoas; a comum é limitada, e a
minha, ilimitada.”
Há inúmeros exemplos de pessoas que, em situações de emergência, como
acidentes de trânsito ou incêndio, diziam, em pensamento:“ Meishu-Sama, proteja -me,
por favor”, e se livravam do perigo, salvando suas vidas. Cada um desses exemplos
concretos prova que o Fundador vivia em estado de união com Deus, constituindo, de fato,
um milagre da presença do Deus-homem.

O Deus-homem está aqui, Luz do Oriente, V. 3, p.249-252, 3ª ed - TRECHOS


ENSINAMENTO NIVEL3 -EAD – CAPÍTULO 1- AULA 6

CONSCIENTIZAÇÃO DO ESTADO DE UNIÃO COM DEUS

No período em que o Fundador esteve preso na penitenciária de Shuzuoka,


aconteceu um fato muito importante para a Obra Divina. O sinal desse fato ocorreu no dia
13 de junho, quando ele ainda estava na Delegacia Regional de Ilara. Na manhã desse dia,
o Fundador começou a sentir dor de barriga, a qual foi se intensificando e, à tarde, tornou-
se insuportável. Ele ministrou Johrei em si mesmo e com isso a dor amenizou um pouco,
mas continuou até a manhã do dia 14. Achando estranho, ele perguntou a Deus o que
aquilo significava e recebeu a seguinte resposta: “Isso deve-se à Grande Providência e não
pode ser evitado. Portanto, aguente um pouco”. Naquele momento, o Fundador se deu
conta de que o dia seguinte seria 15 de junho, data em que recebera a Revelação Divina no
topo do Monte Nokoguiri, em 1931, no Estado de Tiba, quando fora dado o primeiro passo
da transição da Era da Noite para a Era do Dia no Mundo Espiritual.
Além disso, no mesmo dia 14, o Fundador teve um sonho maravilhoso. Sonhou que
no cume do Monte Fuji, todo coberto de neve, havia um grande prédio que parecia um
palácio. Ele entrou nesse prédio, mas, quando estava para apreciar a magnífica paisagem
de neve, despertou. Desde os tempos antigos, todos gostam de sonhar com o Fuji, com
águia e com berinjela, pois isso era considerado boa sorte. Assim, embora estivesse na
prisão, o Fundador sentiu que algo bom iria acontecer e esqueceu-se da dor de barriga.
“Não há dúvidas de que meu ventre está sendo purificado para providenciar o progresso da
Obra Divina”, pensou ele. Com essa convicção, ficou aguardando ansioso.
Chegou o dia 15 de junho. À medida que a consciência do Fundador foi se abrindo,
um pensamento começou a tomar forma definida. Relacionava-se à misteriosa Bola de Luz
que havia em seu ventre de cuja existência ele se conscientizara em 1926, pela Revelação
Divina. Posteriormente, ele esclarecera que essa Bola de Luz era a fonte da Luz da Salvação.
Mais de vinte anos depois, no dia 15 de junho de 1950, o Fundador apreendeu que o
Espírito do Supremo Deus havia se assentado nela.
Até essa época de perseguição religiosa, o Fundador viera desenvolvendo a
atividade de salvação de acordo com a Orientação de Deus. Entretanto, após o fato
misterioso ocorrido quando ele estava preso, houve uma grande mudança na sua
qualificação Divina. Assim, a Bola de Luz, ganhando maior plenitude, passou a manifestar
uma força ainda maior que até então. Ao mesmo tempo, a relação entre Deus e ele tornou-
se mais direta e inseparável: Deus passou a manejá-lo livremente. Por isso tudo aquilo que
se realiza de acordo com a orientação do Fundador , é, em suma, a Vontade de Deus, Sua
Providência. Depois desse acontecimento, ele tomou profunda consciência de que atingira
o estado de união com Deus.
Assim, esse fato de extrema importância dentro da Providência Divina aconteceu
secretamente, dentro da prisão, quando não havia nenhum discípulo sequer ao lado do
mestre.

Conscientização do estado de União com Deus, Luz do Oriente , V.2 , p. 215-216, 3ª ed. TRECHOS
ENSINAMENTO NIVEL3 -EAD – CAPÍTULO 1- AULA 6

PESSOA SIMPÁTICA

Talvez não exista outra palavra que soe tão agradavelmente quanto simpatia.
Pensando bem, na vida, a simpatia é mais importante do que imaginamos, pois, não se
limitando ao destino do indivíduo, sua relação com a sociedade é grande. Por exemplo, se
alguém se sentir bem ao ter contato com uma pessoa simpática e se essa corrente for se
propagando continuamente, é óbvio que a sociedade se tornará bastante agradável. Por
conseguinte, situações abomináveis, principalmente o conflito e o crime, diminuiriam e,
espiritualmente, surgiria o Paraíso. Não existe outro meio melhor que este, pois não requer
dinheiro, não é trabalhoso e pode ser posto em prática imediatamente. Embora isso pareça
deveras fácil e simples de praticar, como todos sabem, na realidade, não é, já que não basta
que a simpatia seja apenas aparente.
A verdadeira simpatia aflora do interior; é indispensável, portanto, que a pessoa
seja sincera de coração, o que depende do sentimento. Em suma, o fundamental é o
espírito de amor altruísta.
A esse respeito, gostaria de escrever um pouco sobre a minha pessoa.
É estranho eu mesmo falar, mas, desde jovem, aonde quer que eu fosse, quase
nunca era odiado ou detestado. Pelo contrário, na maioria das vezes, era estimado e amado
pelas pessoas. Analisando a razão desse fato, concluí que possuo algo que me parece ser o
motivo: em qualquer circunstância, deixo meus interesses e satisfação pessoal em segundo
plano; procuro ter em mente apenas aquilo que satisfaz e deixa os outros felizes. Ajo assim,
não por razões morais ou religiosas, mas naturalmente. Ou seja, esta é a minha natureza.
Em outras palavras, é até um hobby para mim. Por essa razão, muitos dizem que possuo
uma personalidade privilegiada, e é possível que tenha mesmo. Depois que me tornei
religioso, obviamente essa característica se intensificou. Então, quando vejo uma pessoa
sofrendo por doença, não consigo ficar parado e impassível, e sinto vontade de curá-la a
qualquer custo. Ministro-lhe Johrei, ela é curada e fica feliz. Ao ver sua alegria, esta se
reflete em mim e eu me sinto feliz também.
Por ser assim, no passado, criei inúmeros problemas e sofri muito. Mesmo quando
percebia que não havia mais chance de cura e que deveria desistir logo, atendendo às
súplicas por parte da própria pessoa e sua família, eu cedia e, não pesando os prós e os
contras, persistia nas visitas, ainda que fossem em locais distantes. Gastava tempo e
dinheiro e, no final, o resultado não era bom. Desapontava a todos e, muitas vezes, recebia
queixas e era odiado. Sempre que isso ocorria, eu me censurava, achando que deveria
tornar-me menos sensível.
Minha personalidade me ajudou muito também na construção do protótipo do
Paraíso Terrestre e do Museu de Belas-Artes; portanto, creio que ela me tenha sido
atribuída por Deus. Por exemplo, quando estou diante de uma magnífica obra de arte ou
de uma paisagem maravilhosa, não vejo graça nenhuma em apreciá-las sozinho e até fico
incomodado. Nasce em mim, o desejo de mostrá-las e de entreter o maior número de
pessoas possível. Dessa forma, ao invés de desfrutar das mesmas sozinho, minha maior
satisfação é divertir e alegrar o próximo, o que também me traz alegria e prazer.
Jornal Eiko nº 257, 21 de abril de 1954

Pessoa simpática, Alicerce do Paraíso, V.4, p.89, 6ª ed.


ENSINAMENTOS – NIVEL 3 EAD – CAPÍTULO 1 – AULA 6

MINHA NATUREZA

Tempos atrás, escrevi um artigo intitulado “Eu, visto por mim mesmo”. Diferentemente
dele, que foi escrito de um ponto de vista objetivo, desta vez, pretendo descrever,
subjetivamente, meu estado de espírito tal como ele é.
Atualmente, creio que não existe uma pessoa tão feliz quanto eu, e minha gratidão a
Deus é constante e profunda. Qual será a causa da minha felicidade? De fato, eu não sou uma
pessoa comum, sobretudo porque Deus me atribuiu uma grandiosa missão, e esforço-me dia
e noite para cumpri-la. Todos os membros da Igreja sabem que, através dela, um incontável
número de pessoas está sendo salvo. Todavia, existe um segredo da felicidade que é fácil de
ser praticado por qualquer pessoa, ou melhor, por quem não tem uma missão especial como
eu. Primeiramente, desejo abrir meu coração, mostrando aquilo que é uma tônica em meu
íntimo.
Desde jovem gosto de dar alegria ao próximo, a ponto de isso se tornar quase um hobby
para mim. Sempre estou pensando no que devo fazer para tornar as pessoas felizes. Por
exemplo, quando acordo pela manhã, minha primeira preocupação é saber o estado de ânimo
dos meus familiares. Se houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto bem. Na
sociedade, ocorre justamente o contrário: os familiares é que se preocupam com o estado de
ânimo do chefe da casa. Como procedo de forma oposta, acho isso estranho e até fico um
pouco triste. Portanto, para mim, é muito penoso escutar xingamentos, gritos de raiva,
reclamações e lamentações. Também me é difícil ouvir repetidas vezes um mesmo assunto.
Sou sempre pacífico, feliz e abomino o apego. Esta é a minha natureza.
O resultado do que acabo de expor é um dos fatores determinantes da minha
felicidade. Por esse motivo, eu sempre afirmo: “Se não fizermos a felicidade do próximo, não
poderemos ser felizes.” Acredito que meu maior objetivo – o Paraíso Terrestre –, estará
concretizado quando meu estado de espírito encontrar ressonância e expansão no coração de
todos os homens.
Sinto-me constrangido por este artigo parecer um autoelogio, mas, se depois de sua
leitura, ele puder levar algum benefício às pessoas, ficarei satisfeito.

30 de janeiro de 1950
Minha Natureza, Alicerce do Paraíso,V.1, p. 175-176, 6ª ed.

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