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Estellito Rangel Junior


Jéferson M. de Oliveira
Marcelo Zenderski
Marcus Possi
Sandro Cerentini

Resolução 1000 – ANEEL


Abordagem Inicial

1ª Edição

Rio de Janeiro
2022

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 3


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Resolução 1000 – ANEEL : Abordagem Inicial


Copyright © 2022 Marcus Possi.
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Editor: Marcus Possi


Diagramação: Marcus Possi

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Aos Autores e, Àqueles que registraram esse material por ocasião do Workshop realizado em março
de 2022 – com apoio do CREA-RJ, ficam informados e declaram estar cientes de: estarem autorizados
a imprimir seu conteúdo para fins de uso particular em até e não mais que duas vias; e respeitar os
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a marcus.possi@mpossi.eng.br para fins de registros e direitos com a resposta específica e afirma-
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“cortesia”.

Ficha Catalográfica

Possi, Marcus; Junior, Estellito; de Oliveira , e outros

Resolução 1000 – ANEEL : Abordagem Inicial

Rio de Janeiro: Marcus Possi


Rio de Janeiro: Editora Ecthos, 2022-03-20
Resolução 1000 – ANEEL : Abordagem Inicial
I – Título
ISBN:  978-65-00-42037-1  ebook CDD: 620

Marcus Possi.
Rua Myrthes Wenzel 59 C2, Freguesia JPA
Rio de Janeiro – Brasil – CEP: 22763-250
Tel: (21) 98181-1400
http://www.mpossi.eng.br
marcus.possi@mpossi.eng.br
©Ecthos –

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Prefácio
Em janeiro de 2022, entrou em vigor a Resolução nº 1000 da ANEEL, a qual tem por
objetivo de consolidar em um único documento, mais de 60 resoluções e desejos do setor, den-
tre elas a Resolução nº 414.

Embora havendo processo transparente de consulta pública, voto e debates, muitos


profissionais mencionaram ter sido surpreendidos, e por este motivo, mostrou-se necessária a
divulgação por parte do Conselho por meio de debates foram promovidos ainda no mês de
março sobre esse tema, com o objetivo de trazer especialistas e profissionais ao fórum. Com a
realização de um workshop de 4 (quatro) dias, sob um tema provocativo: “QUEM GANHOU E
QUEM PERDEU”. O evento realizado pelo Crea-RJ foi conduzido pelos engenheiros Estelito Ran-
gel Junior e Marcus Possi, engenheiros eletricista atuantes na área de normas técnicas e no
mercado, extrapolou seu propósito, permitindo a consolidação do conhecimento e das experi-
ências abordadas, nessa publicação.

Longe de ser a palavra final no tema, ou de ter esgotado esse assunto, mais de 12 te-
mas foram selecionados. Na época, o tema reuniu desde peritos judiciais, até projetistas e
montadores, identificados para discussões posteriores.

Esse material, aqui apresentado em formato eletrônico, além de ser um excelente e-


book para consultas e sanar dúvidas é inclusive um portal de discussões e debates dinâmicos
que permite que o leitor não apenas leia a matéria, mas também acesse os colaboradores;
naveguem em documentos, converse com autores e outros, em um grupo controlado de men-
sagens instantâneas.

Iniciativas como essa mostram que o conhecimento, que vem do aprendizado individual
é potencializado com a partilha e com enriquecimento pelo coletivo. Com os recursos digitais
disponíveis e com os dispositivos de comunicação online e instantâneos, com certeza trará re-
sultados muito bons, não apenas para a engenharia, mas para a segurança da sociedade,

Recomendo a leitura e divulgação.

Luiz Antonio Cosenza - Eng, Eletricista e Seg. Trabalho,


Presidente do CREA-R/ 2018/2020 e 2021/2023
Conselheiro do Clube de Engenharia

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Motivação
Os profissionais que participaram da montagem desse material, ti-
veram razões para fazê-lo por aqui as primeiras impressões dos
colaboradores.

Marcelo Zenderski

“Ao estar em vigor a nova RESOLUÇÃO NORMATIVA ANEEL Nº 1.000, DE 7 DE DEZEMBRO DE


2021, estabelecendo regras de Prestação de Serviço Público de Distribuição de Energia Elé-
trica e revogando as Resoluções Normativas ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010; nº
470, de 13 de dezembro de 2011; nº 901, de 8 de dezembro de 2020, para Empreendedores
e profissionais ligados ao ramo da energia elétrica, abre o sinal de nos atualizarmos e através
de discussões construtivas nos iterarmos de todos os aspectos agora mandatários de nossas
atividades. Como se trata de nova Resolução, nos debruçamos a entender o que de fato, em super-
ficial e profundidade, mudou; e principalmente, ressaltar os aspectos que fazem parte hoje do mercado que cada
vez vem se abrindo para à competitividade e garantias de desempenho. Neste ínterim fizemos os comparativos
das seções e aspectos desde o início de um pedido a concessionária até sua finalização, com o consumidor sendo
um recebedor de energia elétrica. Possíveis ramificações no contexto macro desta ideia não foram tratadas a
fundo, já que o foco principal foi verificar o que mudou, o grau da mudança e seus efeitos, positivos ou negativos.
Para tanto foi feito este pequeno trabalho.”

Marcus Possi

“Fiquei muito impressionado ao verificar que uma resolução de tanta importância,


entrasse em vigor no final do mês de dezembro do ano de 2021, sendo a sua divulga-
ção iniciada apenas em janeiro de 2022. Principalmente por se propor a consolidar ou
eliminar mais de 60 documentos reguladores. Trabalhando com perícia judicial, eu tive
o cuidado de procurar os pontos mais comuns que aparecem nas disputas, e que trazem
por vezes confusão ao juízo - quando não assistindo pelo técnico que também entende as
entrelinhas da regulamentação e do negócio da distribuidora. Logo fiquei sabendo dessa diferença, busquei
identificar outras, e assim através da promoção de um workshop com o apoio do CREA-RJ, Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia, trabalhei buscar do melhor entendimento, com o mote: quem ganhou e quem
perdeu com tudo isso.”

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Jéferson M. de Oliveira

Jéferson Matheus de Oliveira é Engenheiro Eletricista e sócio-fundador da Laplace


Consultoria e Perícias Elétricas LTDA. “A nova resolução normativa nº 1000/2021 da
ANEEL foi editada em substituição à REN 414/2010 e consolidou outras 60 normas
anteriormente publicadas pela agência reguladora, as quais foram revogadas. Traba-
lhei durante quase 14 anos na Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica
(CEEE-D), tendo utilizado com frequência a REN 414/2010 (Condições Gerais de Fornecimento de Energia
Elétrica), um dos principais documentos norteadores das ações de uma distribuidora de energia, além de
tratar dos direitos e deveres que os consumidores devem conhecer para utilizar os serviços corretamente e
acompanhar a qualidade entregue por sua distribuidora. Atualmente, atuando com consultoria e perícias
judiciais e extrajudiciais, sigo utilizando a nova resolução 1000 como um dos principais documentos de con-
sulta em minhas atividades profissionais. Ao ler a nova resolução e compará-la com a anterior, constatei
que ocorreram diversas alterações significativas, as quais devem ser assimiladas e adotadas pelas conces-
sionárias, consumidores e os profissionais que dela fazem uso. Procurei avaliar criteriosamente os aspectos
que julguei serem mais importantes, trazendo-os para o debate e dando minha singela contribuição para
este trabalho”

Estellito Rangel Junior

Estellito Rangel Junior é engenheiro eletricista, com especialização em Sistemas de


Potência, presidente da Seção Rio de Janeiro da Associação Brasileira de Engenhei-
ros Eletricistas - ABEE-RJ, e participa deste workshop trazendo algumas das preocu-
pações destes profissionais legalmente habilitados. Os membros da entidade analisa-
ram o texto proposto para a Resolução 1000 e, por terem encontrado vários pontos “trans-
lúcidos”, decidiram participar ativamente da Consulta Pública 18/2021 da ANEEL, com sugestões e críticas
tendo como ênfase a melhoria tecnológica das instalações das distribuidoras, que resultasse em melhores
resultados operacionais e maior segurança para a população, contribuindo para diminuir os tristes índices
de acidentes fatais nas redes de distribuição de energia elétrica em nosso país.”

Sandro Donato Pavanatto Cerentini

“Quando a deterioração e a degradação do meio do ambiente começam a ter in-


fluência nas condições climáticas. E cada vez aumenta mais a ocorrência de tempes-
tades que ocasionam danos à rede elétrica de distribuição. E temos falta de energia
por tempos mais prolongados. E não conseguimos nem abrir uma solicitação de reparo ou ter informação
do prazo de retorno. O que a nova resolução da ANEEL, que regula a prestação de serviços de distribuição,
traz de novo sobre essas situações desse iminente cenário de caos? Quais as melhorias propostas no novo
regramento? Quais as lacunas deixadas e onde a nova lei é omissa? Devemos fazer estas perguntas e buscar
soluções juntamente com as entidades responsáveis. E buscar soluções e respostas para as perguntas e os
problemas coletivos de engenharia é o que estou fazendo como conselheiro do CREA-RS.”

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As sessões de trabalho
Esse material foi produzido ao partir de uma ideia inicial, da montagem de
uma estrutura de apoio escrita para a consulta e referência dos profissio-
nais, e também como uma fonte de consulta para trabalhos com todos. esse
tipo de desenvolvimento. Hoje é possível, graças a tecnologia da informa-
ção, e os meios que ela dispõe, contar com o Conselho Regional de Enge-
nharia e Agronomia do Rio de Janeiro, para promover um workshop online,
de 4 dias, e cada seção com 2 horas de duração; numa uma dinâmica
única, que permiti a apresentação, debate, e consolidação de ideias, fo-
mentando os profissionais, na busca do entendimento da revogação da Re-
solução 414 da ANEEL, e da consequente Resolução substituta.

Seção 1 – 7 de março de 2022 Seção 2 – 10 de março de 2022

Seção 3 – 14 de março de 2022 Seção 4 – 17 de março de 2022

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Introdução
As mudanças acontecem e com elas, quase sempre, as resistên-
cias naturais da sua aceitação. Trataremos aqui apenas os moti-
vos dessas resistências, ainda que apenas no campo conceitual
e opinativo, visto que a resolução 1000, já está aprovada e em
vigor. Neste trabalho propomos analisar as novas definições, as
novas condições, e os novos termos, para assim entender o novo
conceito de regulamentação que a ANEEL - Agência Nacional de
Energia Elétrica, regulamentador do setor elétrico, desenvolveu e
aplicou com o tema: “ ... consolida as principais regras da Agência
para a prestação do serviço público de distribuição de energia elé-
trica. Tudo em um só lugar, para facilitar! ... ” .
O trabalho não pretende escrutinar toda a regulamentação, ou
exaurir toda a sua extensão e seus artigos, porém com a colabo-
ração de todos que participaram do workshop iniciado em 7 de
março de 2022, realizado durante 2 semanas por promoção do
CREA-RJ, pretende apresentar os pontos principais mais contras-
tantes, com as suas vantagens e desvantagens aos atores envol-
vidos, para adoção imediata, e reflexão dos profissionais.
O trabalho conduzido, é apresentando a seguir, inicialmente uma
“timeline” - linha do tempo, onde é possível verificar as atitudes da
comunicação da existência ao mercado, dessa nova resolução, e
os comentários que foram apresentados nessa época por setores
e profissionais. O dia 7 de março, perfaz praticamente 90 dias do
conhecimento da existência da resolução 1000, daí a simplicidade
dessas avalições, por conta dessa “novidade”.
Seguido pela apresentação de um breve histórico da consulta pú-
blica realizada, dos seus participantes, e de alguns pontos em
destaque, é possível perceber a intensidade e a qualidade da par-
ticipação dos profissionais e dos setores do mercado na elabora-
ção e crítica desta vez resolução, o que foi aproveitado desse es-
forço.
Por fim, a apresentação da sua estruturas, e de uma possível cor-
relação e pertinência com a resolução 414 anterior, permite o co-
mentário pontual de alguns de seus itens, através de anexos ao
material. Esses comentários foram apresentados e debatidos

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durante esse evento realizado, lembrando que na época, esse foi


feito por meio de plenárias e assembleias virtuais, e podem ser
conferidos nos vídeos gravados, em nosso canal dispostos no
anexo desse material.
Esta Resolução está em vigor desde 3 de janeiro de 2022.

Revogados(as)
Na sua proposta de significação e consolidação em um único documento das diretri-
zes principais, fomos informados pelo Art. 677, que foram revogados os seguintes
documentos:
I - Resolução nº 145, de 12 de abril de 2001;
II - Resolução Normativa ANEEL nº 229, de 8 de agosto de 2006;
III - Resolução Normativa ANEEL nº 244, de 19 de dezembro de 2006;
IV - Resolução Normativa ANEEL nº 359, de 14 de abril de 2009;
V - artigos 1º a 16 da Resolução Normativa ANEEL nº 376, de 25 de agosto
de 2009;
VI - Resolução Normativa ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010;
VII - Resolução Normativa ANEEL nº 418, de 23 de novembro de 2010;
VIII - Resolução Normativa ANEEL nº 419, de 30 de novembro de 2010;
IX - Resolução Normativa ANEEL nº 431, de 29 de março de 2011;
X - Resolução Normativa ANEEL nº 436, de 24 de maio de 2011;
XI - Resolução Normativa ANEEL nº 448, de 6 de setembro de 2011;
XII - Resolução Normativa ANEEL nº 449, de 20 de setembro de 2011;
XIII - Resolução Normativa ANEEL nº 464, de 22 de novembro de 2011;
XIV - Resolução Normativa ANEEL nº 470, de 13 de dezembro de 2011;
XV - artigos 5º a 19 da Resolução Normativa ANEEL nº 472, de 24 de janeiro
de 2012;
XVI - Resolução Normativa ANEEL nº 473, de 24 de janeiro de 2012;
XVII - Resolução Normativa ANEEL nº 479, de 3 de abril de 2012;
XVIII - artigos 4º, 5º, 13-A e 14 da Resolução Normativa ANEEL nº 482, de
17 de abril de 2012;
XIX - Resolução Normativa ANEEL nº 493, de 5 de junho de 2012;
XX - Resolução Normativa ANEEL nº 497, de 26 de junho de 2012;
XXI - Resolução Normativa ANEEL nº 506, de 4 de setembro de 2012;
XXII - Resolução Normativa ANEEL nº 516, de 11 de dezembro de 2012;
XXIII - Resolução Normativa ANEEL nº 547, de 16 de abril de 2013;
XXIV - Resolução Normativa ANEEL nº 563, de 9 de julho de 2013;
XXV - Resolução Normativa ANEEL nº 569, de 23 de julho de 2013;
XXVI - Resolução Normativa ANEEL nº 581, de 11 de outubro de 2013;
XXVII - Resolução Normativa ANEEL nº 587, de 10 de dezembro de 2013;

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XXVIII - Resolução Normativa ANEEL nº 593, de 17 de dezembro de 2013;


XXIX - Resolução Normativa ANEEL nº 610, de 1º de abril de 2014;
XXX - Resolução Normativa ANEEL nº 620, de 22 de julho de 2014;
XXXI - Resolução Normativa ANEEL nº 626, de 30 de setembro de 2014;
XXXII - Resolução Normativa ANEEL nº 629, de 21 de outubro de 2014;
XXXIII - Resolução Normativa ANEEL nº 657, de 14 de abril de 2015;
XXXIV - Resolução Normativa ANEEL nº 663, de 2 de junho de 2015;
XXXV - Resolução Normativa ANEEL nº 670, de 14 de julho de 2015;
XXXVI - Resolução Normativa ANEEL nº 671, de 14 de julho de 2015;
XXXVII - Resolução Normativa ANEEL nº 694, de 15 de dezembro de 2015;
XXXVIII - Resolução Normativa ANEEL nº 714, de 10 de maio de 2016;
XXXIX - Resolução Normativa ANEEL nº 717, de 10 de maio de 2016;
XL - Resolução Normativa ANEEL nº 724, de 31 de maio de 2016;
XLI - Resolução Normativa ANEEL nº 725, de 7 de junho de 2016;
XLII - Resolução Normativa ANEEL nº 733, de 6 setembro de 2016;
XLIII - Resolução Normativa ANEEL nº 741, de 8 de novembro de 2016;
XLIV - Resolução Normativa ANEEL nº 742, de 16 de novembro de 2016;
XLV - Resolução Normativa ANEEL nº 768, de 23 de maio de 2017;
XLVI - Resolução Normativa ANEEL nº 771, de 6 de junho de 2017;
XLVII - Resolução Normativa ANEEL nº 775, de 27 de junho de 2017;
LII - Resolução Normativa ANEEL nº 819, de 19 de junho de 2018;
LIII - Resolução Normativa ANEEL nº 823, de 10 de julho de 2018;
LIV - Resolução Normativa ANEEL nº 854, de 13 de agosto de 2019;
LV - Resolução Normativa ANEEL nº 863, de 10 de dezembro de 2019;
LVI - Resolução Normativa ANEEL nº 868, de 17 de dezembro de 2019;
LVII - Resolução Normativa ANEEL nº 888, de 30 de junho de 2020;
LVIII - Resolução Normativa ANEEL nº 889, de 30 de junho de 2020;
LIX - Resolução Normativa ANEEL nº 901, de 8 de dezembro de 2020;
LX - Resolução Normativa ANEEL nº 928, de 26 de março de 2021;
LXI - Resolução Normativa ANEEL nº 932, de 27 de abril de 2021;
LXII - Resolução Autorizativa nº 10.031, de 25 de maio de 2021;
LXIII - Resolução Normativa ANEEL nº 936, de 15 de junho de 2021; e
LXIV - Resolução Normativa ANEEL nº 953, de 30 de novembro de 2021.

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A vigorar

Certas definições e alterações de sistema, demanda um tempo e preparo para serem


implementados sendo assim um prazo de carência para algumas das novas obriga-
ções a serem atendidas pelas distribuidoras devem ser consideradas, e elas são lis-
tadas a seguir conforme apresentado ao público.

Nessa mesma época de divulgação é importante destacar aqui alguns pontos positi-
vos para o consumidor foram levantados na divulgação e anúncio da nova resolução,
em destaque aqui:

✓ a devolução em dobro no caso de cobrança indevida por parte da distribuidora;


✓ um período de até cinco anos para ressarcimento de danos a equipamentos
elétricos;
✓ a redução dos prazos para execução de obras de conexão com a rede; e
✓ a compensação monetária em caso de descumprimento de prazos regulados
ou suspensão indevida.

Começa a valer em: 01/04/2022

Ressarcimento de danos a equipamentos: O consu-


midor terá até cinco anos para pedir à distribuidora o
ressarcimento por equipamentos danificados devido
a falhas no fornecimento de energia. Agora o consu-
midor pode consertar o equipamento, por sua conta e
risco e sem autorização, antes do término do prazo
definido para verificação dos equipamentos pela dis-
tribuidora. E caso o consumidor faça o pedido em até
90 dias, seguirá um rito simplificado para obter seu
ressarcimento.

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Começa a valer em: 01/04/2022

Mudança para imóvel com a conta de luz atrasada:


Se o ocupante anterior de um imóvel deixou contas
de luz em atraso, a distribuidora de energia elétrica
não pode cobrar o valor do novo ocupante como con-
dição para transferir a titularidade, nem exigir que ele
assine qualquer documento se responsabilizando
pela quitação. A dívida pertence ao titular da conta em
atraso (no caso, ao antigo morador) e não ao imóvel,
portanto o novo titular no mesmo imóvel não tem nada
a ver com ela. Essa já era a regra da ANEEL e agora
ela ficou mais explícita.

Começa a valer em: 01/04/2022 1

Simplificação de prazos para conexão à rede: em fun-


ção da publicação da Lei nº 14.195, de 26 de agosto
de 2021, que trata da política da Modernização do
Ambiente de Negócios no Brasil e contém um capítulo
sobre a obtenção de eletricidade, a nova norma esta-
beleceu um rito específico que prevê a conexão em
45 dias para unidades consumidoras do Grupo A, com
potência contratada de até 140 kVA, em área urbana,
distância até 150 metros da rede e onde não haja a
necessidade de obras de ampliação, de reforço ou de
melhoria no sistema de distribuição.

1
para os municípios do Rio de Janeiro e São Paulo; 01/01/2023 para outras capitais; e 01/01/2024 para demais municípios

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Começa a valer em: 01/04/2022. 2

Devolução de cobrança feita pela distribuidora indevi-


damente: A norma estabelece que, se a distribuidora
cobrar um valor a maior do consumidor de forma in-
devida, deverá devolvê-lo em dobro. A devolução não
será em dobro, ou seja, será no mesmo valor pago,
se a cobrança indevida tiver ocorrido por responsabi-
lidade exclusiva do consumidor ou de terceiros não
relacionados à distribuidora. E caso a distribuidora
faça a devolução de forma simples, terá que funda-
mentar sua decisão por escrito.

Começa a valer em: 01/04/2022

Conexão gratuita de comunidades indígenas/quilom-


bolas: Reconhecido o direito ao atendimento gratuito
nessas comunidades com fundamento na Constitui-
ção Federal de 1988.

Começa a valer em: 01/04/2022

Redução de juros na quitação antecipada de débitos:


Trata-se do direito à quitação antecipada do débito
(ex. parcelamento), total ou parcialmente, mediante
redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
Ele já existe no Código de Defesa do Consumidor (Lei
8.078/1990) e é reforçado pela Resolução 1.000.

2
Será atualizada pelo IPCA a partir de 01/07/2022.

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Começa a valer em: 01/04/2022

Vedação de corte da energia nos finais de semana e


feriados: A distribuidora não pode mais suspender o
fornecimento de energia por falta de pagamento na
sexta-feira, no sábado ou no domingo, bem como em
feriado ou véspera de feriado. Esse direito é garantido
pela Lei nº 14.015/2020.

Começa a valer em: 01/04/2022

Distribuidora deverá avisar quando começa o corte de


energia: A emprega fica obrigada a comunicar ao con-
sumidor o dia inicial da suspensão de fornecimento.
Esse direito é garantido pela Lei nº 14.015/2020.

Começa a valer em: 01/01/2023

Pagamento de compensações financeiras por des-


cumprimento de prazos: O valor da compensação a
ser paga aos consumidores, caso haja violação dos
prazos estabelecidos nas regras, sofreu um aumento.
A ideia é desincentivar a violação dos prazos e uma
vez violado, que as distribuidoras o regularizem o
mais rapidamente possível.

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Começa a valer em: 01/07/2022 3

Atendimento ao consumidor: A Resolução 1.000 abre


novas possibilidades de atendimento, incluindo vide-
ochamada nos postos presenciais, internet, chat, e-
mail e reclamação na plataforma Consumidor.gov do
Ministério da Justiça, cuja adesão será obrigatória
para todas as distribuidoras. A geração de protocolo
será obrigatória em todos os canais de atendimento.
Em caso de autoatendimento, todos os serviços ofe-
recidos serão gratuitos. Na ligação telefônica, a distri-
buidora não pode finalizar a chamada antes de con-
cluir o atendimento.

3
para questões relacionadas ao protocolo por meio eletrônico; 01/01/2023 para novas formas de atendimento, novo tempo de
espera para atendimento no posto de atendimento presencial, retorno da ligação em caso de descontinuidade da chamada, da
gravação eletrônica das chamadas, da disponibilização do atendimento pela Internet, da solução no primeiro contato; 01/07/2023
para integração dos canais disponibilizados pela distribuidora; e 01/04/2022 para as demais regras.

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Timeline – linha do tempo


Por conta da apresentação do novo produto: “Resolução 1000 de
7 de dezembro de 2021, a programou a comunicação e a sua en-
trada em vigor através dos meios de comunicação. O material a
seguir se apresenta como uma interface de fácil acesso às fontes,
e mostra através do tempo, as atitudes que foram tomadas pela
agência, e os meios que foram utilizados para essa comunicação.
Deve ser observado que o lançamento se deu pelo Dário Oficial
da União, por mídias em áudio, e clips de vídeos, que foram vei-
culados, além das páginas de informação do próprio site da
ANEEL.

Governo Outros

1 2
07-12-2021 07-12-2021

3 4 A
22-12-2021
20-12-2021 20-12-2021

5 B
03-01-2022
03-01-2022

6 C
09-01-2022
05-01-2022

7
21-01-2022

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 21


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1 - Publicação: 07/12/2021 Resolução 1000 da ANEEL consolida direitos e deveres dos consumidores de energia -A
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL aprovou nesta terça-feira (7/12) a Resolução Normativa 1000/2021,
que reúne em uma só norma o conteúdo dos regulamentos anteriores da Agência relacionados aos direitos e deveres
dos consumidores de energia.

A Resolução 1000 substitui a Resolução 414/2010, que era a referência quanto ao atendimento dos consumidores, e
agrega ainda o conteúdo da Resolução 470/2011 (ouvidorias das distribuidoras), da Resolução 547/2013 (bandeiras
tarifárias), da Resolução 733/2016 (Tarifa Branca) e da Resolução 819/2018 (recarga de veículos elétricos), entre
outros. Com a publicação da consolidação, 61 resoluções normativas da Agência serão totalmente revogadas e três
terão revogação parcial.

“O texto que hoje estamos deliberando é infinitamente mais claro, objetivo, direto e simples que aqueles que o prece-
deram”, adianta o diretor-relator do tema, Sandoval Feitosa. “Essas características tornam o regulamento mais aces-
sível à população em geral, que conseguirá facilmente interpretar os critérios da ANEEL. Ela também facilitará a fisca-
lização e contribuirá para que o setor se desenvolva de maneira mais organizada.”

2 –DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 20/12/2021 | Edição: 238 | Seção: 1 | Página: 206 - Órgão: Ministério de Minas
e Energia/Agência Nacional de Energia Elétrica

RESOLUÇÃO NORMATIVA ANEEL Nº 1.000, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2021

Estabelece as Regras de Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica;


revoga as Resoluções Normativas ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010; nº 470, de 13 de
dezembro de 2011; nº 901, de 8 de dezembro de 2020 e dá outras providências.

3- A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL publicou nesta segunda-feira (20/12) a Resolução Normativa n°
1.000/2021, que consolida as principais regras da Agência para a prestação do serviço público de distribuição de
energia elétrica, onde estão dispostos os direitos e deveres dos consumidores. Tudo em um só lugar, para facilitar! A
nova norma agrega os atos normativos relativos aos direitos e deveres do consumidor e dos demais usuários do serviço
público de distribuição energia elétrica. Ela é, portanto, um dos regulamentos mais importantes da ANEEL, pois define
de maneira mais simples e objetiva as responsabilidades dos agentes e os procedimentos a serem seguidos pelos
consumidores para que o acesso universal ao serviço de energia elétrica esteja disponível com qualidade e eficiência.

4 - Agência Nacional de Energia Elétrica 17,4 mil inscritos


A ANEEL publicou a Resolução Normativa n° 1.000/2021, que consolida as principais regras
da Agência para a prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica. Tudo em
um só lugar, para facilitar!

5 - A ANEEL lançou, nesta segunda-feira (03/01), o vigésimo terceiro episódio do seu podcast ANEELcast. A nova
edição conta com as participações do diretor da ANEEL, Sandoval Feitosa, do Superintendente Adjunto da Superin-
tendência de Regulação da Distribuição, Hugo Lamin, e da especialista em Regulação da Superintendência de Re-
gulação da Distribuição, Nara de Souza, conversando sobre a nova Resolução Normativa 1.000/2021 da ANEEL,
que consolida todos os direitos e deveres dos consumidores de energia elétrica em um só documento, com uma
linguagem clara e objetiva.

A nova norma substitui a REN 414/2010 e, mediante a sua publicação, 61 resoluções foram revogadas e três outras
foram revogadas parcialmente.

6 - Com a publicação do texto consolidado da Resolução nº 1.000, 61 resoluções da ANEEL


foram totalmente revogadas e outras três terão revogação parcial. O diretor da ANEEL, San-
doval Feitosa, explica que a Resolução nº 1.000 atende às determinações do Decreto nº
10.139/2019, que visa a consolidar e simplificar atos normativos. Ele afirma também que o
resultado final da resolução é um "divisor de águas" e "um grande marco" na trajetória já inici-
ada pela ANEEL de prestar mais respeito aos consumidores, distribuidores e sociedade de
modo geral, e de buscar o seu engajamento.

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"Nossa principal motivação [para publicar a Resolução nº 1.000] foi facilitar a vida do consumi-
dor de energia elétrica, agrupando e simplificando todos os seus direitos e deveres em um
único documento de acesso simples, rápido e, principalmente, descomplicado", explica.

7 - Episode Description
O tema do ANEELcast de hoje é a Segurança de Barragens. A fim de garantir a Segurança das Barragens, a ANEEL
monitora preventiva e regularmente as barragens destinadas à produção de energia elétrica.

Para falar sobre o tema e esclarecer a atuação da Agência, hoje vamos conversar com o Diretor da ANEEL, Hélvio
Guerra, e com o Superintendente Gentil Sá, da Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração.

A – ENERGIA HOJE - Resolução 1.000: sua evolução e necessidade de compreensão e


atuação pela sociedade. Há uma necessidade grande e premente de se aprofundar nestes
regulamentos, para evitar que a “indústria da irregularidade” continue criando teses, aprovei-
tando brechas e conseguindo julgados que em nada contribuem para o consumidor honesto

B– I.S.BRASIL - em 03 de Janeiro de 2022 - Confira algumas das principais alterações: - A devolução em dobro
no caso de cobrança indevida por parte da distribuidora; - Um período de até cinco anos para ressarcimento de
danos a equipamentos elétricos; - A redução dos prazos para execução de obras de conexão com a rede; - A
compensação monetária em caso de descumprimento de prazos regulados ou suspensão indevida.

C – AQUI ACONTECE - 09 Janeiro 2022 - Com a publicação do texto consolidado da Reso-


lução nº 1.000, 61 resoluções da ANEEL foram totalmente revogadas e outras três terão revo-
gação parcial. O diretor da ANEEL, Sandoval Feitosa, explica que a Resolução nº 1.000 atende
às determinações do Decreto nº 10.139/2019, que visa a consolidar e simplificar atos normati-
vos.

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Consulta pública
Como preve o ritual, as alterações de normas, regulamentações,
e eventualmente algumas leis; considerando que essas mudan-
ças são sempre para melhor, e nesse caso aqui, sempre aten-
dendo a finalidade da agência nacional de energia elétrica, as
ideias são submetidas a consulta pública de modo a permitir a
manifestação, sugestão, e alteração de conteúdo adequando às
expectativas do mercado. Seu enunciado, após promulgada e em
vigor, mostrou que a revogação se fez basicamente sobre a as
Resoluções
Normativas ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010; nº 470, de
13 de dezembro de 2011; e nº 901, de 8 de dezembro de 2020. A
primeira estabelecia as regras quanto a concessionária e o con-
sumidor de energia elétrica (414);a segunda era relativa aos ser-
viços de ouvidoria e atendimento aos consumidores (470), e a ter-
ceira é relativa à pesquisa e cadastros (901). Substituiu também
Resolução Normativa ANEEL nº 376 de 25/08/2009, que estabe-
lecia condições de contratação de energia elétrica, no âmbito do
Sistema Interligado Nacional - SIN, por Consumidor Livre; a REN
506/2012 que definia os modelos condições de atendimento de
energia elétrica para comunidades isoladas; a REN 506/2012 que
regulava o acesso ao sistema de distribuição; a REN 547/2013 e
REN 733/2016, que dava os procedimentos comerciais e a apli-
cação para as Bandeiras Tarifárias; a REN 581/2013, que regu-
lava a Prestação de atividades acessórias pelas distribuidoras;
REN 610/2014 que defina as modalidades de pré-pagamento e
pós-pagamento eletrônico; a REN 733/2016 que regulava a apli-
cação da modalidade tarifária horária branca; e a REN 819/2018
que regulava a recarga de veículos elétricos.

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As estruturas resolução anterior e resolução nova

nota 4

nota 5

A “nova” Resolução 1000 de 2021, estruturada a direita para fazer frente a estrutura
da “antiga” Resolução 414 de 2010, é composta basicamente por 3 títulos, e cada
título detalhada em seus capítulos. Vamos apresentar os títulos da nova resolução,
contendo uma breve descrição do conteúdo dos seus capítulos. O objetivo não é fazer
um tratado, ou um estudo completo e definitivo da Resolução 1000 de 2021, mas
levantar alguns pontos que, a partir de efetivação e entrada em vigor da sua proposta,
trazem alguma contribuição ou ruído para os envolvidos. O Título 1 – parte Geral,
parece estar mais sujeito a análise das correlações a Resolução 414 de 2010, por
isso o foco maior dado nesse trabalho.

4
REN ANEEL 414, de 23.11.2010
5
REN ANEEL 1000, de 07.12.2021

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TÍTULO 1 - PARTE GERAL

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CAPÍTULO 1 - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS - artigos 1 a 14


Neste capítulo a resolução se preocupa em trazer definições para
entendimento do seu público-alvo, a quem se destina e a quem
participa dessa relação comercial. Resume basicamente o enten-
dimento desta resolução, assim como dá as definições essenciais
para projetos e desembaraços jurídicos eventuais.
Possuindo 44 definições, a “nova” Resolução 1000 de 2021, con-
trasta com a sua anterior correspondente 414, que admitiu e pro-
moveu, como definições necessárias e suficientes, um conjunto
composto de 84 itens. Pode parecer ao leitor, que o dados da
frase anterior estão invertidos, mas os dados estão corretos. Es-
pera-se sempre que numa proposta de melhoria ou evolução, haja
mais assertividade, objetividade, correções, ou ainda precisão,
nas definições promovidas, mas quase sempre, um aumento de
itens de definições, por conta da experiência adquirida ao longo
do tempo, quer nas análises técnicas, quer por conta de movimen-
tos judiciais. A redução do número de definições e dos termos de
uso, não parece ser um ponto forte, seja para “projetos”, seja para
os entendimentos técnico/jurídicos necessários.
Neste capítulo ainda podem ser identificados os principais direitos
e deveres dos consumidores e da concessionária, na prestação
dos serviços e nas suas contrapartidas pelos consumidores.

Anexo 01 – “Definições novas ou estranhas” by Marcus Possi – Eng. Eletricista

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CAPÍTULO 2 - DA CONEXÃO – artigos 15 a 122


Nesse capítulo é abordado o tema “conexão”, os parâmetros de
tensão de alimentação da unidade consumidora, o detalhamento
do “ponto de conexão”6 – que substitui o entendimento de
“ponto de entrega”7 anterior. Aborda as instalações do consumi-
dor e suas características, como simples e compartilhada, tipos
de padrão de entrada, dos critérios para aprovação de projeto,
sua estimativa de custos previstos de responsabilidade da con-
cessionária, dos prazos para atendimento para estudos e projetos
necessários para o atendimento ao consumidor de responsabili-
dade da concessionária, dos critérios de escolha de soluções para
atendimento e sua forma de aprovação. Apresenta os entendi-
mentos da execução das obras de responsabilidade da concessi-
onária e do consumidor, das práticas de vistoria e da forma de
instalação do sistema de medição, e seus custos.

6
XXXV - ponto de conexão: conjunto de materiais e equipamentos que se destina a estabelecer a conexão entre as instalações
da distribuidora e do consumidor e demais usuários; (Redação dada pela REN ANEEL 1000, de 07.12.2021)
7
Art. 14. O ponto de entrega é a conexão do sistema elétrico da distribuidora com a unidade consumidora e situa-se no limite da
via pública com a propriedade onde esteja localizada a unidade consumidora, exceto quando: (Redação dada pela REN ANEEL
414, de 23.11.2010)

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CAPÍTULO 3 - DOS CONTRATOS - DISPOSIÇÕES GERAIS - artigos 123 a 144

Esse capítulo se preocupa com a definição e as disposições dos


contratos de fornecimento de energia elétrica: grupo B, grupo A,
e demais usuários, da alteração de titularidade e do encerramento
contratual.

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CAPÍTULO 4 - DO CONTRATO DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO – artigos


145 a 158

Prevê as regras do uso do sistema de distribuição a partir dos


contratos celebrados, as datas de faturamento, a modalidade ta-
rifária, a tributação e os parâmetros de horários especiais. Regula
e identifica o ponto de conexão no sistema de medição, e os pa-
râmetros elétricos. Regula as alterações contratuais.

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CAPÍTULO 5 - DA COMPRA DE ENERGIA - artigos 159 a 172

Esse capítulo discorre sobre a compra da energia pelos grupos B


e A, sendo o último, na condição de contratação regulada ou con-
tratação livre. Regula também o enquadramento dos consumido-
res livres, do contrato de compra de energia regulada, do consu-
midor parcialmente livre, e da migração dos consumidores.

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CAPÍTULO 6 - DAS TARIFAS, CLASSES E DOS BENEFÍCIOS TARIFÁRIOS - - arti-


gos 173 a 210

Esse capítulo é afeto às tarifas, classe e benefícios tarifários, com


as formas de seu cálculo, da classificação das unidades consumi-
doras, seus benefícios, às abordagens de classes: industriais, co-
merciais e outras.

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CAPÍTULO 7 - DAS MODALIDADES TARIFÁRIAS – artigo 211 a 227

Esse capítulo se refere às modalidades tarifárias: convencional,


dos horários especiais, e outras.

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CAPÍTULO 8 - DA MEDIÇÃO PARA FATURAMENTO – artigo 228 a 257

Este capítulo se dedica a definir a responsabilidade da concessi-


onaria: pela operação, pela manutenção e pelo custeio do sistema
de medição, na sua relação concessionária/consumidor. Define
também, as responsabilidades do consumidor em relação aos da-
nos causados aos equipamentos ou sistema elétrico da distribui-
dora, além de deixar claro a custódia dos equipamentos forneci-
dos. Regula a possibilidade da concessionária aplicar medição
extra e externa a seu critério. É previsto também a inclusão de
medição totalizadora, a critério da concessionária, para seus con-
troles, a inspeção dos seus sistemas de medição, e o modo de
proceder para com os consumidores, em caso de agendamento
de serviços. Define também os critérios de inspeção do sistema
de medição, e a regulamentação do TOI – Termo de Ocorrência
e Inspeção8 - regido agora pelo artigo 591. Define também os cri-
térios de comportamento na relação concessionária/consumidor,
para caso em defeito no sistema de medição, dando os critérios
de compensação de faturamento.

8
Art. 590. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua
fiel caracterização, compondo um conjunto de evidências por meio dos seguintes procedimentos: I - emitir o Termo de Ocorrência
e Inspeção - TOI, em formulário próprio, elaborado conforme instruções da ANEEL; (Redação dada pela REN ANEEL 1000, de
07.12.2021)

Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua
fiel caracterização e apuração do consumo não faturado ou faturado a menor.
§ 1o A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de eventual irregularidade por meio dos seguintes
procedimentos: I – emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário próprio, elaborado conforme Anexo V desta
Resolução (Redação dada pela REN ANEEL 414, de 23.11.2010)

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CAPÍTULO 9 - DA LEITURA - artigo 258 a 280

Nesse capítulo a resolução define como é a leitura dos valores de


consumo, sendo esse o tema principal dessa seção, assim como
sua regulamentação e procedimento de cálculos. É regulado os
termos do período de leitura para grupo A e B, o regulamento de
autoleitura é implementado, o conceito de leitura plurimensal é
apresentado assim como a caracterização do impedimento para
acesso de leitura, e seus ciclos de faturamento. É determinado o
período de 3 ciclos consecutivos para na suspensão do forneci-
mento de energia por conta de impedimento de acesso9.

9
Art. 87. § 2o A partir do quarto ciclo de faturamento, persistindo o impedimento de acesso, a distribuidora deve faturar exclusi-
vamente o custo de disponibilidade ou a demanda contratada, conforme o caso ... (Redação dada pela REN ANEEL 414, de
23.11.2010)

f) Art. 278. Nos ciclos de faturamento em que ocorrer impedimento de acesso para fins de leitura, a distribuidora deve: IV -
comunicar ao consumidor: a possibilidade de suspensão do fornecimento de energia elétrica a partir do terceiro ciclo consecutivo
de impedimento de acesso; e ... (Redação dada pela REN ANEEL 1000, de 07.12.2021)

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CAPÍTULO 10 - DO FATURAMENTO - artigo 281 a 326

Nesse capítulo são reguladas as condições de faturamento do


consumo de energia, abordando o faturamento do grupo B, e de-
finindo os níveis de custo de disponibilidade do sistema elétrico,
em 3 níveis: monofásico, bifásico, e trifásico. Define também o
conceito de compensação de perdas técnicas, das bandeiras ta-
rifárias, e dos períodos a título de testes e ajustes de sistemas. É
também regulado o faturamento por estimativa, considerando a
carga instalada, o período de utilização, e a aplicação de fatores
carga e demanda. Regula as considerações para faturamento em
caso de situação de emergência, da ausência do medidor, e do
caso de suspensão do fornecimento, ou de faturamento incorreto.

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CAPÍTULO 11 - DA FATURA E DO PAGAMENTO – artigo 327 a 342

Versa sobre a fatura de energia elétrica, seu conteúdo e forma,


parâmetros, discriminação de impostos e tributos, a forma de en-
trega ao consumidor, das condições de vencimento para paga-
mento das formas de pagamento das providências em caso de
duplicidade de pagamento.

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CAPÍTULO 12 - DO INADIMPLEMENTO – artigo 344 a 349

Esse capítulo prima por apresentar as regras que incluem: multas


e tributos extras nas faturas de energia por inadimplente mento,
as parcelas do débito do consumidor, e das restrições que o con-
sumidor passa a ter por conta de não honrar seus compromissos.
Define o prazo de cobrança de faturas em atraso em até 60 meses
ou 5 anos.

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CAPÍTULO 13 - DA SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO – artigo 350 a 369

Nesse capítulo estão descritas as regras para a suspensão do


fornecimento, utilizando com cuidados as palavras deve e pode.
A concessionária deve interromper se encontrar conexões clan-
destinas que permitam a utilização de energia elétrica de forma
indevida; a concessionária deve interromper o fornecimento de
energia, se constatar fornecimento de energia para outros; a con-
cessionária deve suspender o fornecimento, se houver risco imi-
nente e danos, às pessoas, bens, ou ao funcionamento do sis-
tema elétrico. Deve haver notificação antes da suspensão de
energia pela concessionária, que pode suspender esse forneci-
mento, para fins de manutenção própria, pelo não pagamento de
serviços, por não pagamento de prejuízos ao sistema da conces-
sionária causada pelo consumidor. Fica claro a proibição de corte
de energia em datas que não estejam compreendidas no intervalo
de segunda à quinta, ou em vésperas de feriados, ou nos feriados,
e se acontecer, deverá ser sempre no horário comercial regula-
mentado. A concessionaria deve também notificar previamente
sobre a suspensão, o consumidor. Fica também regulamentado o
prazo de religação do consumidor, em caso de suspensão inde-
vida, nas diversas localidades classificadas para as instalações.
São descritas as regras e penalidades quanto da ocorrência da
religação pelo consumidor à revelia da concessionária. Regula a
emissão de emissão de um TOI, e dos custos percentuais admi-
nistrativos – que podem chegar à ordem de 50%.

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CAPÍTULO 14 - DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR E DEMAIS


USUÁRIOS – artigo 370 a 432

Neste capítulo é discutida a forma de atendimento ao consumidor,


aos envolvidos no processo de distribuição de energia, incluiu na
plataforma um acesso de comunicações às plataformas mantidas
pelo Ministério da Justiça. Deixa claro também, que a concessio-
nária com mais de 60.000 unidades podem interromper o forneci-
mento de serviços comerciais fora do horário comercial ou do ca-
lendário comercial. Regula as obrigações de existência de postos
de atendimento presencial aos consumidores, assim também os
seus horários de atendimento ao público.

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CAPÍTULO 15 - DA QUALIDADE DO SERVIÇO artigo 433 a 449

Neste capítulo é apresentado e discutido a qualidade dos serviços


prestados pela distribuidora, falando de critérios de classificação e
avaliação de serviços. Define que os consumidores têm que rece-
ber mensalmente, os indicadores individuais de desempenho da
concessionária, quanto a qualidade do fornecimento de tensão, em
função do módulo 8 do PRODIST.

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TÍTULO 2 - PARTE ESPECIAL

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CAPÍTULO 1 - DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA – artigos 450 a 477

Esse título regula o fornecimento de energia elétrica para o ser-


viço público de iluminação pública, de responsabilidade do poder
público municipal, ou a quem tenha sido delegado a fornecer tal
tipo de serviço, ou as vias internas de condomínios. Define as res-
ponsabilidades, os pontos de conexão, os cadastros dos pontos
conectados, a medição e faturamento, e as formas de contrato e
faturamento.

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CAPÍTULO 2 - DOS EMPREENDIMENTOS DE MÚLTIPLAS UNIDADES – artigos 478


a 493

Esse título regula o fornecimento de energia elétrica para o Múlti-


plas Unidades Consumidoras observando que essas podem ser
do tipo residência, comercial e industrial. Regula as responsabili-
dades das obras necessárias para o atendimento em diversos ca-
sos.

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CAPÍTULO 3 - DA CONEXÃO TEMPORÁRIA – artigos 494 a 514

Esse título regula as conexões temporárias. Art. 495. A conexão


temporária pode ser entendida como atendimento a eventos tais
como festividades, circos, parques de diversões, e exposições;
canteiros de obras; testes ou energização de equipamentos; pre-
via de futuras conexões permanentes atendidas de forma anteci-
pada; situações emergenciais; e assentamento informal. Regula
os contratos e seus prazos; as obras para a conexão de energia;
da medição e faturamento da energia fornecida; e das regras de
atendimento para assentamentos desando avaliação de riscos e
capacidade local do sistema.

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CAPÍTULO DO ATENDIMENTO POR SISTEMAS ISOLADOS – artigos 515 a 549

Esse título regula as condições de atendimento para um sistema


isolado, quer esteja em condição remota ou por conta de condi-
ções restritas ambientais. o sistema isolado pode ser entendido
como um microssistema ou sistemas individuais; regula também
as condições de vistoria e de conexão ao sistema elétrico local; a
medição, a leitura e o faturamento; a possibilidade do forneci-
mento em período reduzido; e os níveis de atenção em regime
permanente.

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CAPÍTULO DAS INSTALAÇÕES DE RECARGA DE VEÍCULOS ELÉTRICOS – arti-


gos 550 a 560

Esse título regula as condições de atendimento para sistemas ins-


talações que prevejam a recarga de veículos elétricos, seja por
conexão nova, ou alteração do nível de potência e tensão. regula
a instalação da estação de recarga; os equipamentos utilizados
para essa atividade funcionamento da estação; e a sua prestação
de serviços.

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CAPÍTULO 6 - DO PRÉ-PAGAMENTO E PÓS-PAGAMENTO ELETRÔNICO DE


ENERGIA ELÉTRICA – artigos 561 a 588

Esse título regula as condições de fornecimento de energia atra-


vés dos modos de pagamento pré e pós-pagos. regula a condição
da operadora decidir implantar a modalidade do sistema pré ou
pós-pago para os consumidores do grupo B. Regula a forma de
conduzir a estrutura de venda arrecadação e a tarifação; a forma
de cobrança desses serviços e da definição da tecnologia a ser
utilizada nas modalidades de pagamento existentes; a suspensão
do fornecimento de energia; as regras de recuperação de con-
sumo; e as responsabilidades.

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CAPÍTULO 7 - DOS PROCEDIMENTOS IRREGULARES – artigos 589 a 598

Esse título regula as condições dos procedimentos irregulares en-


contrados para fins de recuperação de receita. lá regula o proce-
dimento de identificação da irregularidade, da emissão de docu-
mentação pertinente – TOI; a pesquisa do histórico de consumo;
e a condição técnica dos equipamentos a serem utilizados. Re-
gula o tempo para apuração da receita a ser recuperada; e dos
limites de cobrança dos custos administrativos da forma de cál-
culo da compensação da receita devido à dívida por conta da ir-
regularidade.

Anexo 02 – “Recuperação das Irregularidades” by Marcus Possi – Eng. Eletri-


cista

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CAPÍTULO 8 - DO RESSARCIMENTO DE DANOS ELÉTRICOS – artigos 599 a 621

Esse título regula as ao procedimento de reparação dos casos de


dano elétrico causado a equipamentos de consumidores do grupo
B. Regula as condições para a solicitação do ressarcimento; os
procedimentos para o pedido pelo consumidor; e as responsabili-
dades das partes.

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CAPÍTULO 9 - DOS SERVIÇOS E ATIVIDADES ACESSÓRIAS – artigos 622 a 647

Esse título regula quais serviços podem ser cobrados ao consu-


midor: vistoria da unidade, expressão do sistema de medição, ve-
rificação do nível de atenção formas de religação o caráter normal
ou de urgência, emissão de segunda via de faturas, desligamen-
tos programados, religação programada comissionamento de
obras, deslocamento ou remoção de postes, deslocamento ou re-
moção de rede, enquanto a regularização para o acesso de leitura
promover agendamento específico, e implantação de sistema es-
pecífico. engula também os valores para a cobrança dos serviços.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 52


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CAPÍTULO 10 -DAS REDES PARTICULARES – artigos 648 a 655

Esse título regula os serviços de incorporação de redes particula-


res ao seu sistema, os procedimentos para a incorporação, e os
procedimentos para requerimento de autorização.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 53


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Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 54


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TÍTULO 3 - DISPOSIÇÕES
FINAIS E TRANSITÓRIAS

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 55


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SECAO I - Da Contagem dos Prazos – artigos 656

Essa seção regula a Contagem dos prazos, e as referências ne-


cessárias para sua disposição.

SECAO I - Do Tratamento de Valores – artigos 657

Essa seção regula a não a forma de arredondamento das grande-


zas elétricas monetárias.

SECAO III - Da Capitalização dos Juros – artigos 658

Essa seção define que a capitalização de juros seja feita na forma


simples.

SECAO IV - Do Cadastro – artigos 659

Essa seção regula a forma de manutenção e organização do ca-


dastro.

SECAO V - Do Calendário – artigos 660

Essa seção regula a forma de atualização para a leitura dos me-


didores, apresentação em vencimento de fatura, e suspensão de
fornecimento.

SEÇÃO VI - Das Penalidades – artigos 661 a 678

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 56


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Essa seção regula as penalidades para o descumprimento dá re-


solução, e se utiliza da resolução normativa 846 de 11/06/2019.
SEÇÃO VII - Disposições Transitórias

SEÇÃO VIII - Disposições Finais

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 57


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Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 58


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Anexo 01 – “Definições novas ou estranhas”


Marcus Possi – Eng. Eletricista

Breve introdução:

O termo “ponto de entrega” desaparece e dá lugar ao “ponto de conexão”.


Sendo uma relação entre o cliente e o fornecedor, e sendo o produto a energia
elétrica, a nova definição proposta para esse ponto “entrega”, dá uma entendi-
mento maior de limites e de compromisso, tornando-o difuso. Outros termos
são abordados na análise a seguir e mostram o meu entendimento das possí-
veis consequências, no dia a dia, dos profissionais que prestam serviços técni-
cos.

Desenvolvimento:

Na RES 414 temos 39 menções ao termo “ponto de entrega”, enquanto na RES


1000 temos 61 menções ao seu termo substituto: “ponto de conexão”. A análise
é feita tomando como base a RES 414 uma vez seus hábitos de consumo,
entendimentos e valor semântico do termo em questão “ponto de entrega” já
se consolidaram, e provavelmente, suas substituições não deveriam mudar o
conhecimento já adquirido, salvo motivo forte e de maior valor.

Partindo da definição original de “ponto de entrega”, no Art. 14 da RES 414,


lemos: “o ponto de entrega é a conexão do sistema elétrico da distribuidora
com a unidade consumidora e situa-se no limite da via pública com a proprie-
dade onde esteja localizada a unidade consumidora, ...”, é possível entender
que esse ponto está no limite ou dentro da propriedade do consumidor – único
local onde ele possui direito e recursos para ser o responsável pela guarda e
manutenção de responsabilidades sobre o sistema elétrico. A via pública não
é de sua responsabilidade, mas daqueles que dela se utilizam como concessi-
onários, ou poder público.

A definição do novo termo, “ponto de conexão”, dada pelo Art. 2, na RES


1000, em seu item XXXV diz: “ponto de conexão: conjunto de materiais e equi-
pamentos que se destina a estabelecer a conexão entre as instalações da dis-
tribuidora e do consumidor e demais usuários”. Entendo que o conceito e apli-
cação do termo “Ponto” na engenharia elétrica se restringe a um elemento ge-
ográfico singular e não plural, a inclusão de da palavra conjunto, descaracteriza
o termo. As instalações da distribuidora são de sua responsabilidade, assim
como os materiais escolhidos e seus equipamentos, e por vezes está distante
dos limites da propriedade do usuário com a via pública.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 59


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Isso fica muito fácil de entender quando analisamos os sistemas de medição


mais antigos, onde o medidor de energia estava fixado dentro do imóvel, ou
nos seus limites de propriedade – divisa com as via pública e com os sistemas
de medição mais atuais, onde o medidor fica localizado em caixa centralizador
no alto de um poste próximo ao consumidor.

Vale a leitura do Art. 25, na RES 1000 – na sua redação: Art. 25. O ponto de conexão
localiza-se no limite da via pública com o imóvel onde estejam localizadas as instalações, exceto
se tratar de: I - situação em que exista imóvel de terceiros, em área urbana, entre a via pública e o
imóvel em que esteja localizada a unidade consumidora, caso em que o ponto de conexão se
situará no limite da via pública com o primeiro imóvel

Ar. 26. A distribuidora deve adotar as providências para viabilizar a conexão, operar e manter o
seu sistema elétrico até o ponto de conexão, caracterizado como o limite de sua responsabilidade,
observadas as condições estabelecidas nesta Resolução

As fotos a seguir ilustram à esquerda medidor na divisa do imóvel do consumi-


dor e, à direita muito distante. Isso por opção da concessionária.

foto 1 foto 2

Outro ponto a considerar nessa análise é a definição de unidade consumidora.


Na RES 414 - Art. 2 – LXXXV, entendemos essa unidade como: “conjunto com-
posto por instalações, ramal de entrada, equipamentos elétricos, condutores e
acessórios, incluída a subestação, quando do fornecimento em tensão

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 60


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primária, caracterizado pelo recebimento de energia elétrica em apenas um


ponto de entrega, com medição individualizada, correspondente a um único
consumidor e localizado em uma mesma propriedade ou em propriedades con-
tíguas ...”. A definição do termo, na RES 1000, dada pelo Art. 2, item L diz:
“conjunto composto por instalações, ramal de entrada, equipamentos elétricos,
condutores, acessórios ...”. Ainda que sendo de mesma descrição e de respon-
sabilidade do consumidor, o elemento “Ramal de Ligação” nos faz pensar e
detalhar a seguir.

As definições dadas para o “Ramal de Entrada” – “conjunto de condutores e


acessórios instalados pelo consumidor entre o ponto xxxx e a medição ou a
proteção de suas instalações”, não foi alterada a menos do termo proposto
“ponto de conexão”. Sendo esse o ponto aqui em discussão.

Pela nova redação dada pela RES 1000, ao “Ramal de Ligação”, de respon-
sabilidade da concessionaria-distribuidora, no Art. 2, item XLII - ramal de en-
trada, passa a se chamar de: “Ramal de Conexão: conjunto de condutores e
acessórios instalados pela distribuidora entre o ponto de derivação de sua rede
e o ponto de conexão”, no lugar da definição anterior: RES 414, Art. 2, item
LXIII: “ conjunto de condutores e acessórios instalados pela distribuidora entre
o ponto de derivação de sua rede e o ponto de entrega”.

Dessa forma colocada a nova redação, as definições e responsabilidades, po-


dem ser entendidas trazendo um possível entendimento, de que o consumidor
teve suas responsabilidades sobre o sistema de suprimento de energia de sua
residência, estendida de um ponto, para um trecho. Isso não afeta aos consu-
midores que são abastecidos pelo sistema antigo (foto 1 anterior), mas sim
para aqueles que são afetos aos medidores mais modernos e eletrônicos (foto
2). Coloca a possibilidade de que, em pleitos jurídicos, o condutor que liga as
instalações da distribuidora – poste, ao consumidor – proteção geral, e que
deriva do sistema de medição da distribuidora – no caso de medições centrali-
zadas e remotas, seja de responsabilidade legal do consumidor.

A figura a seguir – figura 01, mostra a diferença entre “ponto de entrega” – RES
414, e “ponto de conexão” – RES 1000, de acordo com a redação dada às duas
regulamentações.

figura 01

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 61


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Isso pode agravado se analisado especificamente o texto que altera a condi-


ção de cobranças pelos serviços. Além da suposta responsabilidade esten-
dida do consumidor, acrescenta-se a anotação de que a regulamentação dis-
põe para “Medição Externa” na RES 1000 em seu Art. 242: “A distribuidora
pode instalar sistema de medição externa, a seu critério, sendo responsável
pelos custos de instalação. Parágrafo único. Para unidade consumidora do
grupo B, as perdas técnicas ocorridas no ramal utilizado para medição
externa devem ser compensadas, conforme metodologia estabelecida no
PRODIST.” Os custos da escolha da forma de medição mais interessante a
distribuidora, são repassadas para o consumidor.

Quando se analisa a RES 414, ainda no seu Art. 2 – item XLIX: “medição
externa: aquela cujos equipamentos são instalados em postes ou outras es-
truturas de propriedade da distribuidora, situados em vias, logradouros públi-
cos ou compartimentos subterrâneos”; no Art. 81: “É de responsabilidade da
distribuidora a manutenção do sistema de medição externa, inclusive os equi-
pamentos, caixas, quadros, painéis, condutores, ramal de ligação e demais
partes ou acessórios necessários à medição de consumo de energia elétrica
ativa e reativa excedente.”; e no Art. 167, que diz: “O consumidor é respon-
sável: Parágrafo único. A responsabilidade por danos causados aos equipa-
mentos de medição externa não pode ser atribuída ao consumidor, salvo nos
casos de ação comprovada que lhe possa ser imputada.”. Encontra-se assim,
um reforço daquilo que foi mencionado anteriormente: uma mudança de pos-
tura da agência – ANEEL, quanto a inclusão do consumidor nos compromis-
sos anteriormente delegados, e de responsabilidade e custo exclusivos da
distribuidora.

A consulta realizada no anexo VI - Anexo VI da Nota Técnica n° 0130/2021-


SRD/SMA/ANEEL de 25/11/202110, e VII - da Nota Técnica n° 0130/2021-
SRD/SMA/ANEEL de 25/11/202111, não evidenciou nenhum apontamento com
a preocupação dada por este profissional.

10RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DA SEGUNDA FASE DA CONSULTA PÚBLICA CP 18/2021


Agenda Regulatória 2021-2022 - Atividade 11 (DIS21-11) - Processo: 48500.005218/2020-06
Período de Contribuição: 19/08/2021 a 4/10/2021
PARTE 1 – CONTRIBUIÇÕES PARA O SEGUINTE DOCUMENTO:
a) ANEXO I – minuta de REN “Direitos do consumidor e do usuário do serviço público de distribuição de energia elétrica”
11
RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DA SEGUNDA CONSULTA PÚBLICA CP 18/2021
Agenda Regulatória 2021-2022 - Atividade 11 (DIS21-11) - Processo: 48500.005218/2020-06
Período de Contribuição: 19/08/2021 a 4/10/2021

PARTE 2 – CONTRIBUIÇÕES PARA OS SEGUINTES DOCUMENTOS:


a) ANEXO II - Módulo 3 PRODIST
b) ANEXO III - Minuta de REH - Instruções Modelo TOI
c) ANEXO IV - Minuta de REH - Instruções Tipologia
d) ANEXO V - Minuta de REN - Transferência IP
e) ANEXO VI - Minuta de Portaria - Delegação Instruções e Modelos
f) RELATÓRIO de AIR n° 0001/2021-SRD/SMA/ANEEL

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 62


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Conclusão pessoal:

Com a simples substituição de um termos consagrado e um uso por outro, e


por conta de ajustes de entendimento de “Ponto”, posso afirmar: Os custos,
e os problemas, da escolha da forma de medição de energia, que são mais
convenientes à distribuidora, estão sendo agora repassadas para o consumi-
dor.

Essa mudança coloca a possibilidade de que, em pleitos jurídicos, o condutor


que liga as instalações da distribuidoras – poste, ao consumidor – proteção
geral, e que deriva do sistema de medição da distribuidora – no caso de me-
dições centralizadas e remotas, passe a ser de responsabilidade legal do
consumidor.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 63


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Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 64


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Anexo 02 – “Recuperação das Irregularidades”


Marcus Possi – Eng. Eletricista

Breve introdução:

As definições, assim como as regras de cálculo da recuperação da energia


perdida por conta de irregularidades, foram alteradas na sua redação. A recu-
peração referente às cargas que estão fora da propriedade do imóvel do con-
sumidor, e que não são de sua responsabilidade, agora, por ausência de reda-
ção, poderia ser considerada como devida e justa , em desacordo com o código
de defesa do consumidor, para energia cobrada e faturada por deficiências no
sistema de medição da concessionária.

Desenvolvimento:

Um tema recorrente em perícias judiciais, é o cálculo da recuperação da ener-


gia perdida por conta de irregularidades encontradas nas instalações. A ener-
gia que supostamente foi fornecida par o consumidor e não foi faturada, quer
por fraude provocada pelo consumidor, ou por problemas no sistema da medi-
ção da distribuidora, é um elemento sensível.

Na RES 414 tínhamos um conjunto de artigos da classe 130, que norteavam


esses cálculos. Eles são encontrados agora nos artigos da classe 595. Ambos
apresentam cinco critérios para a apuração dessa energia não efetivamente
faturada. Apurar por medição independente durante 30 dias; utilizar o fator de
correção por conta do erro apurado no medidor em uso; utilizar a média dos 3
maiores valores dos ultimos12 ciclos, a contar para trás da data da irregulari-
dade; utilizar o consumo calculado pelas cargas elétricas desviadas, seu tempo
médio e frequência de sua utilização; e utilizar os valores máximos, dentre os
ocorridos nos 3 ciclos imediatamente após a retirada da irregularidade.

Foram colocadas a seguir lado a lado a redação das duas resoluções para
facilitar sua leitura e comparação – assim como um terceira coluna que aponta
para possíveis diferenças em apoio a análise.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 65


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Uma tabela comparativa para leitura mediata:

RES 414 RES 1000 Diferenças


Art. 130. Comprovado o Art. 595. Comprovado o
procedimento irregular, procedimento irregular, a
para proceder à recupera- distribuidora deve apurar a
ção da receita, a distribui- receita a ser recuperada
dora deve apurar as dife- calculando a diferença en-
renças entre os valores tre os valores faturados e
efetivamente faturados e aqueles apurados, por
aqueles meio de um dos critérios a ---
apurados por meio de um seguir, aplicáveis de forma
dos critérios descritos sucessiva:
nos incisos a seguir, aplicá-
veis de forma sucessiva,
sem prejuízo do disposto
nos arts. 13112 e 17013:

I – utilização do consumo I - utilização do consumo “caracterização e apuração do con-


sumo não faturado ou faturado a me-
apurado por medição fisca- apurado por medição fisca-
nor, conjunto de evidências para a
lizadora, proporcionalizado lizadora, proporcionalizado caracterização de eventual irregulari-
em 30 dias, desde que utili- em 30 (trinta) dade por meio de medição fiscaliza-
zada para caracterização dias, desde que utilizada dora, com registros de fornecimento
em memória de massa de, no mí-
da irregularidade, segundo para caracterização da irre-
nimo, 15 (quinze) dias consecutivos;
gularidade, conforme art. e recursos visuais, tais como fotogra-
59015 fias e vídeos”

12
Art. 131. Nos casos de recuperação da receita, a distribuidora pode cobrar, adicionalmente, o custo administrativo incorrido
com a realização de inspeção in loco, segundo o grupo tarifário e o tipo de fornecimento da unidade consumidora, conforme
valores estabelecidos em resolução específica.

Parágrafo único. Este procedimento somente se aplica aos casos em que o consumidor for responsável pela custódia
dos equipamentos de medição da distribuidora, conforme disposto no inciso IV e parágrafo único do art. 167, ou nos
demais casos, quando a responsabilidade for comprovadamente a ele atribuída
13
Art. 170. A distribuidora deve suspender imediatamente o fornecimento quando for constatada deficiência técnica ou de segu-
rança na unidade consumidora que caracterize risco iminente de danos a pessoas, bens ou ao funcionamento do sistema elétrico.

§ 1º Incorrem na hipótese prevista no caput.


I - o descumprimento do disposto no art. 165, quando caracterizado que o aumento de carga ou de geração
prejudica o atendimento a outras unidades consumidoras; e (Redação dada pela REN ANEEL 479, de
03.04.2012)
II - a prática dos procedimentos descritos no art. 129, quando não seja possível a verificação e regularização
imediata do padrão técnico e de segurança pertinente.
§ 2o Nas hipóteses de que tratam os incisos I e II do § 1o, a distribuidora deve informar o motivo da suspensão ao
consumidor, de forma escrita, específica e com entrega comprovada, sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 173
15
Art. 590. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua
fiel caracterização, compondo um conjunto de evidências por meio dos seguintes procedimentos:
I - emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção - TOI, em formulário próprio, elaborado conforme instruções da ANEEL;
II - solicitar a verificação ou a perícia metrológica, a seu critério ou quando requerida pelo consumidor;
III - elaborar relatório de avaliação técnica quando constatada a violação do medidor ou demais equipamentos de
medição, contendo as informações técnicas e a descrição das condições físicas de suas partes, peças e dispositivos,
exceto quando for solicitada a perícia metrológica do inciso II;
IV - avaliar o histórico de consumo e das grandezas elétricas; e
V - implementar, quando julgar necessário:
a) medição fiscalizadora, com registros em memória de massa de pelo menos 15 (quinze) dias consecutivos;
b) recursos visuais, tais como fotografias e vídeos.
§ 1º A medição fiscalizadora, calibrada conforme padrão do INMETRO ou órgão metrológico delegado, pode
permanecer instalada no circuito da medição de faturamento da unidade consumidora, com o objetivo de
comparação das grandezas elétricas medidas, pelo tempo que a distribuidora julgar necessário.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 66


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a alínea “a” do inciso V do contra


“caracterização, compondo um con-
§ 1º do art. 12914 junto de evidências por meio do
Termo de Ocorrência e Inspeção -
TOI, em formulário próprio, elabo-
rado conforme instruções da ANEEL;
com solicitação de verificação ou pe-
rícia metrológica, um relatório de
avaliação técnica se constatada a vi-
olação do medidor ou demais equi-
pamentos de medição, com avalia-
ção do histórico de consumo e das
grandezas elétricas, implementando
medição fiscalizadora, com registros
em memória de massa de pelo me-
nos 15 (quinze) dias consecutivos;
sem obrigatoriedade das fotografias
e vídeos.
II – aplicação do fator de II - aplicação do fator de cor-
correção obtido por meio de reção obtido por meio de
aferição do erro de medição inspeção do medidor e
causado pelo emprego de apuração do erro de medi-
procedimentos irregulares, ção causado pelo emprego
---
desde que os selos e lacres, de procedimentos irregula-
a tampa e a base do medi- res, desde que os selos, os
dor estejam intactos; lacres, a tampa e a base do
medidor estejam intactos;

III – utilização da média dos III - utilização da média dos


3 (três) maiores valores dis- três maiores valores dispo-
poníveis de consumo de níveis de consumo de ener-
energia elétrica, proporcio- gia elétrica, proporcionaliza-
nalizados em 30 dias, e de dos em 30 (trinta) dias, e de
demanda de potências ati- demanda de potências ati-
vas e reativas excedentes, vas e reativas excedentes, ---
ocorridos em até 12 (doze) ocorridos em até 12 (doze)
ciclos completos de medi- ciclos completos de medi-
ção regular, imediatamente ção regular imediatamente
anteriores ao início da irre- anteriores ao início da irre-
gularidade; gularidade;

IV – determinação dos con- IV - determinação dos con-


---
sumos de energia elétrica e sumos de energia elétrica e
das demandas de potências das demandas de potências

§ 2º Enquadra-se como procedimento irregular o aumento de carga à revelia da distribuidora que cause
defeito no sistema de medição, o que deve ser comprovado pela distribuidora.
§ 3º Em caso de defeito na medição sem comprovação do procedimento irregular ou do aumento de carga à
revelia, a distribuidora deve proceder conforme Seção V do Capítulo VIII do Título I, não se aplicando o
disposto neste Capítulo
14 Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua

fiel caracterização e apuração do consumo não faturado


ou faturado a menor.
§ 1o A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de eventual irregularidade por meio dos
seguintes procedimentos:
...
V – implementar, quando julgar necessário, os seguintes procedimentos:
a) medição fiscalizadora, com registros de fornecimento em memória de massa de, no
mínimo, 15 (quinze) dias consecutivos; e

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 67


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ativas e reativas exceden- ativas e reativas exceden-


tes, por meio da carga des- tes por meio da carga desvi-
viada, quando identificada, ada, quando identificada, ou
ou por meio da carga insta- por meio da carga instalada,
lada, verificada no momento verificada na constatação
da constatação da irregula- da irregularidade; ou
ridade, aplicando-se para a
classe residencial o tempo sendo...
médio e a frequência de uti-
lização de cada carga; e, § 3º No caso do inciso IV,
para as demais classes, os aplica-se para a classe resi-
fatores de carga e de de- dencial o tempo médio e a
manda, obtidos a partir de frequência de utilização de
outras unidades consumi- cada carga, e, para as de-
doras com atividades simi- mais classes, os fatores de
lares; ou carga e de demanda obti-
dos a partir de outras unida-
des consumidoras com ati-
vidades similares.

V – utilização dos valores V - utilização dos valores


máximos de consumo de máximos de consumo de
energia elétrica, proporcio- energia elétrica, proporcio-
nalizado em 30 (trinta) dias, nalizado em 30 (trinta) dias,
e das demandas de potên- e das demandas de potên-
cia ativa e reativa exceden- cia ativa e reativa exce- ---
tes, dentre os ocorridos nos dente, dentre os ocorridos
3 (três) ciclos imediata- nos 3 (três) ciclos imediata-
mente posteriores à regula- mente posteriores à regula-
rização da medição. rização da medição.

Parágrafo único. Se o histó- § 1º Caso a distribuidora ve-


rico de consumo ou de- rifique, nos 36 (trinta e seis)
manda de potência ativa da ciclos completos de fatura-
unidade consumidora variar, mento anteriores à data do
a cada 12 (doze) ciclos com- início da irregularidade, va-
pletos de faturamento, em lor menor ou igual a 40%
valor igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) para a
(quarenta por cento) para a relação entre a soma dos 4
relação entre a soma dos 4 (quatro) menores e a soma
(quatro) menores e a soma dos 4 (quatro) maiores valo-
dos 4 (quatro) maiores con- res de consumo ou de de- ---
sumos de energia elétrica manda de energia elétrica
ativa, nos 36 (trinta e seis) ci- ativa, deve considerar essa
clos completos de fatura- condição para a recupera-
mento anteriores à data do ção da receita.
início da irregularidade, a uti-
lização dos critérios de apu-
ração para recuperação da
receita deve levar em consi-
deração tal condição.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 68


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§ 2º Deve ser considerada Há de se notar o conceito de ramal


de conexão por conta das defini-
como carga desviada a
ções apresentadas na RES 1000.
soma das potências nomi-
nais dos equipamentos elé- A mudança de referência para o
tricos conectados na rede antigo “ponto de entrega” pode dar
entendimento que devem ser inclu-
elétrica, no ramal de cone-
ídas cargas estranhas ao consumi-
xão ou no ramal de entrada dor nos condutores que saem do
da unidade consumidora, poste – medidor eletrônico centra-
nos quais a energia elétrica lizado em caixa metálica no alto do
poste próximo à divisa do imóvel,
consumida não é medida.
que não é de responsabilidade ou
de cuidados de manutenção e vis-
toria dele, acrescentando mais car-
gas, e de hábitos e valores não
passiveis de consideração e cálcu-
los.

Art. 132. O período de dura- Art. 596. Para apuração da


ção, para fins de recupera- receita a ser recuperada, o
ção da receita, no caso da período de duração da irre-
prática comprovada de pro- gularidade deve ser deter-
cedimentos irregulares ou minado tecnicamente ou
de deficiência de medição pela análise do histórico dos
decorrente de aumento de consumos de energia elé-
carga à revelia, deve ser de- trica e demanda de potên- ---
terminado tecnicamente ou cia, respeitados os limites
pela análise do histórico dos instituídos neste artigo.
consumos de energia elé-
trica e demanda de potên-
cia, respeitados os limites
instituídos neste artigo.

§ 1o Na impossibilidade de § 1º Na impossibilidade da
a distribuidora identificar o distribuidora identificar o pe-
período de duração da ríodo de duração da irregu-
irregularidade, mediante a laridade mediante a utiliza-
utilização dos critérios cita- ção dos critérios dispostos
dos no caput, o período de no caput, o período de co- ---
cobrança fica limitado a 6 brança fica limitado aos 6
(seis) ciclos, imediatamente (seis) ciclos imediatamente
anteriores à constatação da anteriores à constatação da
irregularidade. irregularidade.

§ 2o A retroatividade de § 2º A retroatividade de apli-


aplicação da recuperação cação da recuperação da
da receita disposta no caput receita disposta no caput
ficará estrita à última inspe- fica restrita à última inspe-
ção nos equipamentos de ção nos equipamentos de
medição da distribuidora, medição da distribuidora, ---
não considerados o proce- não considerados o proce-
dimento de leitura regular dimento de leitura regular
ou outros serviços comerci- ou outros serviços comerci-
ais e emergenciais. ais e emergenciais.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 69


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§ 3o No caso de medição § 3oNo caso de medição


agrupada, não se considera agrupada, não se considera
restrição, para apuração restrição para apuração das
das diferenças não fatura- diferenças não faturadas a
das, a intervenção da distri- intervenção da distribuidora
---
buidora realizada em equi- realizada em equipamento
pamento distinto daquele no distinto daquele no qual se
qual se constatou a irregula- constatou a irregularidade.
ridade.

§ 4o Comprovado, pela dis- § 4º Caso se comprove que


tribuidora ou pelo consumi- o início da irregularidade
dor, que o início da irregula- ocorreu em período não
ridade ocorreu em período atribuível ao atual titular da
não atribuível ao atual titular unidade consumidora, a
da unidade consumidora, a este somente devem ser fa-
este somente devem ser fa- turadas as diferenças apu-
turadas as diferenças apu- radas no período de sua ti-
radas no período sob sua tularidade, sem a cobrança
responsabilidade, sem apli- do custo administrativo do ---
cação do disposto no art. art. 597, exceto nos casos
131, exceto quando ocorre- de sucessão dispostos no §
rem, cumulativamente, as 1º do art. 346.
situações previstas nos inci- § 5º O prazo de cobrança
sos I e II do § 1º do art. 128. retroativa é de até 36 (trinta
§ 5o O prazo máximo de co- e seis) meses.
brança retroativa é de 36
(trinta e seis) meses.

Art. 128. Quando houver dé- Art. 346. Quando o consu-


bitos decorrentes da presta- midor e demais usuários so-
ção do serviço público de licitarem os serviços dispos-
energia elétrica, a distribui- tos nesta Resolução, a
dora pode condicionar à qui- exemplo de conexão nova,
tação dos referidos débitos: alteração de titularidade, re-
---
ligação, aumento de carga e
a contratação de forneci-
mentos especiais, a distri-
buidora não pode exigir ou
condicionar a execução:

I – a ligação ou alteração da I - ao pagamento de débito


titularidade solicitadas por não autorizado pelo consu-
quem tenha débitos no midor e demais usuários ou
mesmo ou em outro local de de débito de titularidade de
sua área de concessão; e terceiros;

II – a religação, aumento de II - à assinatura de qualquer


carga, a contratação de for- termo em que o consumidor
necimentos especiais ou de e demais usuários assu-
---
serviços, quando solicitados mam a responsabilidade
por consumidor que possua por débito de titularidade de
débito com a distribuidora na terceiros, a exemplo de

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 70


Versão Final ©JUN-2022

unidade consumidora para a termo de aceite, de assun-


qual está sendo solicitado o ção, de responsabilidade ou
serviço. de confissão de dívida; ou

§ 1o A distribuidora não pode


condicionar os atendimentos
previstos nos incisos I e II ao
pagamento de débito não au-
torizado pelo consumidor ou
de débito pendente em nome
de terceiros, exceto quando
ocorrerem, cumulativamente,
as seguintes situações:
I – a distribuidora comprovar
a aquisição por parte de pes-
soa jurídica, à exceção das
pessoas jurídicas de direito
público e demais excludentes
definidas na legislação apli-
cável, por qualquer título, de
fundo de comércio ou esta-
belecimento comercial, in-
dustrial ou profissional; e

II – continuidade na explora- III - à transferência em sis-


ção da mesma atividade eco- tema de débitos de titulari-
nômica, sob a mesma ou ou- dade de terceiros para o ti-
tra razão social, firma ou tular ou novo titular das ins-
nome individual, independen- talações.
temente da classificação da § 1º O disposto no caput
unidade consumidora. não se aplica se satisfeitas
§ 2º O prazo máximo de co- as duas condições a seguir:
brança de faturas em atraso I - a distribuidora comprovar
é de 60 (sessenta) meses a aquisição, por qualquer tí-
§ 3º A distribuidora deve en- tulo, de fundo de comércio
viar mensalmente à ANEEL, ou estabelecimento comer-
até o último dia útil do se- cial, industrial ou profissio-
gundo mês subsequente ao nal, feita por pessoa jurí-
mês de referência, o relatório dica, à exceção das pes-
---
de acompanhamento soas jurídicas de direito pú-
blico e demais excludentes
definidas na legislação apli-
cável; e
II - houver continuidade na
exploração da atividade
econômica, com a mesma
ou outra razão social, firma
ou nome individual, inde-
pendentemente da classifi-
cação da unidade consumi-
dora e demais instalações.
§ 2º Na conexão nova ou al-
teração da titularidade, a
distribuidora pode exigir o

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 71


Versão Final ©JUN-2022

pagamento de débitos que


sejam do novo titular em ou-
tra instalação na área de
atuação da distribuidora.
§ 3º Na religação, aumento
de carga, contratação de
fornecimentos especiais ou
de serviços, a distribuidora
pode exigir o pagamento de
débitos que sejam do titular
na instalação para a qual
está sendo solicitado o ser-
viço.
§ 4º O disposto no § 3º não
se aplica para os serviços
de inspeção do sistema de
medição, emissão de se-
gunda via de fatura, disponi-
bilização dos dados de me-
dição e de regularização de
impedimento de acesso
para fins de leitura.
§ 5º Caso realize a co-
brança não permitida neste
artigo, a distribuidora deve
devolver em dobro o valor
pago em excesso pelo con-
sumidor e demais usuários,
acrescido de correção mo-
netária e juros e calculado
conforme § 2º do art. 323.

Até onde pode ser observado não há alteração significativa na forma do cálculo
da recuperação, a menos das cargas que estão fora da propriedade do imóvel
do consumidor, agora inclusas, por causa da definição do ponto de conexão.
Há de se verificar também, que na resolução anterior não existe a forma de
obrigações de devolução, em acordo com o código de defesa do consumidor,
e agora apenas para alguns pontos da resolução, existe a referência do paga-
mento em dobro de cobranças indevidas. não há referência de pagamento em
dobro para energia cobrada e faturada por deficiência do sistema de medição
da concessionária.

A consulta realizada no anexo VI - Anexo VI da Nota Técnica n° 0130/2021-


SRD/SMA/ANEEL de 25/11/2021, e VII - da Nota Técnica n° 0130/2021-
SRD/SMA/ANEEL de 25/11/2021, já referenciadas, não evidenciou nenhum
apontamento com a preocupação dada por este profissional.

Conclusão pessoal:

Com a simples substituição de um termos consagrado e um uso, e por conta


de ajustes de entendimento de “Ponto de conexão”, posso afirmar: os cálculos

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 72


Versão Final ©JUN-2022

e considerações das cargas a serem incluídas para recuperação de consumo


por irregularidades, agora consideram cargas fora da propriedade do autor con-
sumidor, levando a responsabilidade da vistoria e da manutenção do sistema
de distribuição para o consumidor.

Coloca a possibilidade de que, em pleitos jurídicos, o condutor que liga as ins-


talações da distribuidoras – poste, ao consumidor – proteção geral, e que de-
riva do sistema de medição da distribuidora – se no caso de medições centra-
lizadas e remotas, seja de responsabilidade legal do consumidor.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 73


Versão Final ©JUN-2022

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 74


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 03 – “Utilização das normas”


Estellito Rangel Jr.– Eng. Eletricista

Introdução

As normas técnicas da ABNT são consideradas voluntárias; porém, quando


citadas em documentos legais, passam a ser consideradas compulsórias.

Como exemplos de documentos legais, temos:

LEI Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 – “Código de Defesa do


Consumidor”.

NR-10 – Norma Regulamentadora no 10 – de 7 de dezembro de 2004


- “Estabelece os requisitos e condições mínimas que objetivam a im-
plementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que, direta
ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com
eletricidade”. Com base nestas diretrizes, trazemos para debate, o
artigo 29 da Resolução 1000.

Desenvolvimento

Temos no CAPÍTULO II - DA CONEXÃO, na Seção IV, artigo 29 da Resolução


1000, o seguinte texto:

“Art. 29. O consumidor e demais usuários devem observar em suas


instalações as normas e padrões da distribuidora, as normas da As-
sociação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e as normas dos ór-
gãos oficiais competentes, naquilo que for aplicável e não contrariar
à regulação da ANEEL.

Foram atribuídas aqui algumas “obrigações” ao consumidor, haja vista o cará-


ter impositivo do verbo “dever”:

- Inclui “demais usuários” como corresponsáveis;


- Ressalta o atendimento às “normas e padrões da distribui-
dora”, o que, via de regra, já é observado pela concessionária
ao apreciar o projeto, antes da concessão da ligação;
- Ressalta o atendimento às “normas da ABNT”;
- Ressalta o atendimento às normas “dos órgãos oficiais com-
petentes”, sem identificá-los;
- Ressalta que “desde que não contrarie a regulação da
ANEEL”.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 75


Versão Final ©JUN-2022

O texto, aparentemente, leva o consumidor a ficar em dúvida quanto ao que


deve cumprir, pois:

- Como “órgãos competentes”, ele não vê outro além da própria conces-


sionária, que será a responsável por conceder a ligação;
- Tendo seu projeto aprovado pela concessionária, entende-se que as
normas ABNT e os padrões da concessionária estão atendidos, o que
dispensaria o consumidor de conhecer a regulação da ANEEL, criada
em dezembro de 1997 tendo como principais atribuições: regular a ge-
ração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.
Desta forma, a colocação em destaque “desde que não contrarie a regu-
lação da ANEEL”, entende-se que tenha sido incluída como um “guarda-
chuva preventivo” visando futuras aplicações e tecnologias de instala-
ções elétricas, como ocorreu recentemente na autogeração de energia
elétrica, quando houve um aumento expressivo das instalações fotovol-
taicas residenciais.

Conclusão pessoal

O artigo 29 faz referência a documentos que não são de uso costumeiro dos
consumidores, como “as regulações da ANEEL”, e a entidades “indetermina-
das” (“órgãos competentes”), o que pode criar atritos com a concessionária,
uma vez que tais requisitos criam uma “zona cinzenta” no relacionamento do
consumidor com a concessionária.

Estes atritos seriam evitados resumindo-se os requisitos às normas


ABNT e aos padrões da concessionária.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 76


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 04 – “Segurança das instalações das distribuidoras”


Estellito Rangel Jr.– Eng. Eletricista

Introdução

Os dados divulgados no Anuário Estatístico Abracopel relativos aos acidentes


ocorridos na rede aérea, apenas no primeiro semestre de 2021, são preocu-
pantes porque já tinham ultrapassado as ocorrências dos dois anos anteriores,
como mostrado na Figura 1.

Figura 1: Acidentes na rede aérea e em moradias, 2021

Ressalte-se que as redes aéreas, geralmente energizadas em 13,2 kV, são


construídas em cabos nus de alumínio, podendo ter na parte central um fio ou
cabo de aço galvanizado.

Esta é a forma construtiva mais barata, além do que não possui um esquema
de proteção elétrica que vise a segurança da população, por exemplo, contra
o rompimento de cabo energizado na via pública.

(ver https://blogdogusmao.com.br/2022/03/01/exclusivo-deus-me-deu-uma-
segunda-chance-desabafa-mulher-que-quase-morreu-eletrocutada-dentro-do-
carro-no-pontal/)

A comunidade técnica tem se preocupado com a “omissão” dos regulamentos


da ANEEL que não estabelecem regras para garantir efetiva segurança às pes-
soas nas proximidades dos sistemas de distribuição elétrica, sejam aéreos ou
subterrâneos.

Com base nestas informações, trazemos para debate, no CAPÍTULO I - DAS


DISPOSIÇÕES GERAIS, a Seção II-Das Definições, da Resolução 1000.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 77


Versão Final ©JUN-2022

Desenvolvimento

Na seção das definições da Resolução 1000, na fase da Consulta Técnica, a


ABEE-RJ (Associação Brasileira dos Engenheiros Eletricistas, Rio de Janeiro),
emitiu a seguinte sugestão:

“Acrescentar “§ 4 - Segurança é a condição de fornecimento


caracterizada dentro dos padrões fixados pela ANEEL e sem
registros de eventos que tenham provocado prejuízos materiais
a terceiros, ferimentos ou mortes a pessoas estranhas ao
corpo de empregados – próprios ou terceirizados – das
distribuidoras”.

A justificativa dada pela ABEE-RJ foi:

“Este documento trata extensamente de “faturamento”,


“modalidades tarifárias”, mas nada menciona sobre os requisitos
de segurança que a rede da concessionária deve cumprir, o
que é questionável”

A ANEEL não aceitou a sugestão, e deu a seguinte justificativa:

“A redação do art. 4º apenas reproduz o disposto no art. 6º da Lei nº


8.987/1995. O Módulo 1 do PRODIST (CP52/2021) já contém definições rela-
cionadas ao tema “segurança”.

Vejamos então quais definições relativas à segurança do sistema elétrico estão


no Módulo 1 do Prodist:

157. Esquema de Controle de Segurança – ECS: sistema


especial de proteção que objetiva, a partir da detecção de
contingências múltiplas nos sistemas, realizar uma ação
automática para evitar a propagação de distúrbios.

321. Segurança operativa: refere-se à capacidade do sistema de


distribuição de média e alta tensão em suportar distúrbios
iminentes (contingências) sem interrupção do atendimento ao
consumidor.

341. Sistemas Especiais de Proteção – SEP: sistema que, a


partir da detecção de uma condição anormal de operação ou de
contingências múltiplas, realiza ações automáticas para
preservar a integridade do sistema, dos equipamentos ou
das linhas de transmissão. O SEP engloba os Esquemas de
Controle de Emergência – ECE e os Esquemas de Controle de
Segurança – ECS

Cabe esclarecer o que significa “contingência” em sistemas de distribuição,


conforme o Prodist Módulo 1:

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 78


Versão Final ©JUN-2022

87. Contingência: perda de equipamentos ou instalações que


provoca, ou não, violação dos limites operativos ou corte de
carga.

Especialmente nos sistemas de distribuição subterrâneos, topologia reticulada,


tem sido declarado pelas distribuidoras que ele “suporta” duas ou três “contin-
gências”, como por exemplo, um curto-circuito em um dos cabos, e os consu-
midores não sofrem interrupção do fornecimento.

Isto porque os demais cabos em anel passam a suprir os consumidores assu-


mindo a carga do cabo defeituoso e que “saiu do sistema”. Porém, tal “conti-
nuidade operacional”, é mantida ao preço da sobrecarga nos demais cabos
elétricos que passaram a assumir a carga.

E a sobrecarga danifica o isolamento dos cabos elétricos até que a distribuidora


promova o reparo, o que pode demorar meses.

E os danos no isolamento elétrico dos cabos nas redes subterrâneas não só


os colocam em risco de novos curtos-circuitos, bem como liberam gases infla-
máveis, criando condições de incêndios e explosões, que já vitimaram cente-
nas de pessoas e provocaram perdas materiais.

(ver http://portalclubedeengenharia.org.br/2014/05/13/olhar-atento-sobre-o-
sistema-eletrico-subterraneo/)

Também cabe destacar que a definição 341 do Módulo 1 do Prodist tem o foco
“na integridade do sistema, dos equipamentos ou das linhas de transmissão”,
e não das pessoas!

Conclusão pessoal

A ausência da definição do que seja um “sistema seguro”, limita a avaliação


das distribuidoras aos índices DEC e FEC, os quais apenas apontam a quanti-
dade e a duração dos eventos de interrupção de fornecimento, e não servem
para apontar um sistema como seguro à população.

A recusa da ANEEL à sugestão de ser incluída a definição do que seja um


sistema seguro na Resolução 1000, usando como argumento que “já existia
uma referência no Prodist”, foi equivocada, e manteve a população refém da
política das distribuidoras em construir sistemas baratos, e sem implementa-
rem dispositivos de segurança que evitariam as centenas de vítimas nas la-
mentáveis ocorrências nas redes de distribuição aéreas e subterrâneas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 79


Versão Final ©JUN-2022

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 80


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 05 – “Participação financeira do consumidor”


Estellito Rangel Jr.– Eng. Eletricista

Introdução

As Resoluções Normativas nº 482/2012 e 687/2015 da ANEEL, permitiram que


o consumidor produzisse sua própria energia elétrica e fornecesse o excedente
para a rede de distribuição de sua localidade a partir de fontes renováveis, mo-
dalidade conhecida como “geração distribuída (GD)”.

O Sistema de Compensação de Energia Elétrica permitiu que o consumidor


instalasse pequenos geradores, como painéis fotovoltaicos, e permutasse
energia com a distribuidora, para reduzir sua fatura de energia elétrica.

Também ocorreu o surgimento da “geração compartilhada”, quando consumi-


dores com geração própria fazem a partilha de energia de micro ou minigera-
ção com um grupo de pessoas, podendo até determinar o percentual de ener-
gia que seria destinado a cada unidade, desde que estivessem na mesma área
de concessão.

O prazo de validade dos créditos (energia a mais que a unidade consumidora


gerou) foi atribuída como de 60 meses, sendo que poderiam também ser usa-
dos para abater o consumo de unidades consumidoras do mesmo titular, em
outro local.

Não havia uma “migração”, ou seja, a segurança no abastecimento de energia


permaneceria sendo fornecida pela concessionária.

Com base nestas premissas, trazemos para o debate, os artigos 106, 107 e
108 da Resolução 1000.

Desenvolvimento

Temos no CAPÍTULO II - DA CONEXÃO, na Seção XVII - Das Obras com


Participação Financeira da Resolução 1000, os textos seguintes:

“Art. 106. Devem ser calculados o encargo de responsabilidade da distribui-


dora e a participação

financeira do consumidor nas seguintes situações:

….

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 81


Versão Final ©JUN-2022

Parágrafo único. A distribuidora deve custear as melhorias ou reforços no


sistema de distribuição decorrentes da injeção de energia por unidade consu-
midora com microgeração distribuída, não havendo participação financeira do
consumidor, exceto para o caso de geração compartilhada.

Art. 107. O pagamento da participação financeira pode ser parcelado no


caso de solicitação do consumidor e aprovação da distribuidora, mediante
formalização por meio de contrato ou outro instrumento.

Art. 108. A participação financeira do consumidor é a diferença positiva en-


tre o orçamento da obra de mínimo custo global, proporcionalizado nos ter-
mos deste artigo, e o encargo de responsabilidade da distribuidora.

Conclusão pessoal

Os artigos 106, 107 e 108, aparentemente, colocam um custo extra


ao consumidor de geração compartilhada, o que não é contemplado na gera-
ção distribuída individual.

A geração compartilhada – modalidade que pode beneficiar especialmente os


pequenos consumidores – ficou sujeita ao “bom humor” da concessionária,
que pode aprovar ou não o parcelamento dos tais “custos”, bem como, pode
dificultar a solicitação do consumidor se ela passar a apresentar um “custo
global” alto, cujas bases não estão claramente definidas na Resolução 1000.

A geração compartilhada também gera valor para os investidores,


contribui para a geração de energia limpa, preserva o meio ambiente, e por-
tanto, deveria receber também grandes estímulos por parte dos órgãos gover-
namentais, como por exemplo, evitando-se impor o pagamento pelo consumi-
dor de “custos” relativos a sistemas de distribuição que já estão amortizados
há décadas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 82


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 06 – “Direitos e deveres da concessionária”


Estellito Rangel Jr.– Eng. Eletricista

Introdução

A Resolução Normativa 1000 da ANEEL manteve na Seção III - Dos Principais


Direitos e Deveres, em seu Art. 3º, § 1º que os principais direitos e deveres do
consumidor responsável por unidade consumidora do Grupo B estão no Anexo
I.

O Anexo I trata-se do modelo de CONTRATO DE ADESÃO - GRUPO B, CON-


TRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO DE DISTRIBUIÇAO DE
ENERGIA ELÉTRICA, onde consta em sua CLÁUSULA QUINTA: DOS DEVE-
RES DO CONSUMIDOR:

5.1.3. manter a adequação técnica e a segurança das instalações elétricas da


unidade consumidora, de acordo com as normas oficiais brasileiras;

e na

CLÁUSULA SEXTA: DA INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO

6.1. A DISTRIBUIDORA pode suspender o fornecimento de energia elétrica,


sem aviso prévio ao CONSUMIDOR, quando for constatado:

6.1.1. deficiência técnica ou de segurança em instalações da unidade con-


sumidora, que causem risco iminente de danos a pessoas, bens ou ao sistema
elétrico;

Com base nestas disposições, trazemos para o debate, o artigo 3 da Resolução


1000.

Desenvolvimento

Apesar de termos notado no “Art. 29. O consumidor e demais usuários devem


observar em suas instalações as normas e padrões da distribuidora, as nor-
mas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e as normas
dos órgãos oficiais competentes, naquilo que for aplicável e não contrariar à
regulação da ANEEL.”, verificamos que não foi incluída na Resolução 1000 a
exigência que as instalações da distribuidora também atendam às normas da
ABNT.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 83


Versão Final ©JUN-2022

No caso da NBR 5410 (norma sobre as instalações de baixa tensão), consta


no item 1.3:

1.3 Esta Norma não se aplica a:

….

f) redes públicas de distribuição de energia elétrica;

e na NBR 14039 (norma que abrange as instalações de geração, distribuição


e utilização de energia elétrica, com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2 kV, à
frequência industrial, visando manter a segurança e continuidade do serviço),
consta:

1.8 Esta Norma não se aplica:

a) às instalações elétricas de concessionários dos serviços de geração, trans-


missão e distribuição de energia elétrica, no exercício de suas funções em ser-
viço de utilidade pública;

Desta forma, entende-se que as distribuidoras estão isentas de seguir as nor-


mas ABNT, podendo construir redes de distribuição com proteções deficientes,
de menor custo, sem qualquer compromisso de garantir a segurança necessá-
ria para proteger a população.

Conclusão pessoal

A Resolução 1000 deveria incluir o atendimento às normas ABNT nas


instalações das distribuidoras, uma vez que aqueles documentos normativos
ABNT as excluíram do atendimento, provavelmente, por influência política.

Da mesma forma, a ANEEL deveria estabelecer prazos para adequa-


ção das instalações atuais, e as devidas sanções – a exemplo do item 6.1,
onde a DISTRIBUIDORA pode suspender o fornecimento de energia elétrica,
sem aviso prévio ao CONSUMIDOR, se sua instalação não oferecer a “segu-
rança”, que em princípio, deve estar baseada nos requisitos nas normas ABNT.

Entendemos estar caracterizado o cenário “dois pesos e duas medi-


das”, que tem sido responsável pela ocorrência

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 84


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 07 – “Dos Estudos e Projeto da Distribuidora ”


Marcelo Zenderski – Eng. Eletricista

Breve introdução:

Análise da fase de projeto elétrico para um consumidor e usuários, levanta-


mento de custos de implantação e dinâmica de aprovação junto à Distribuidora.

Desenvolvimento:

Para início de qualquer pedido de fornecimento de energia elétrica à um con-


sumidor (subintende-se também, qualquer alteração em uma instalação exis-
tente), por parte do interessado, aqui chamado consumidor, tem-se que fazer
um pedido formal a distribuidora local de energia.

Para efeito de esclarecimento, considera-se consumidor e usuários onde está


sendo o ponto de conexão , de onde se diversifica para mais de um usuário;
quando se caracteriza uma medição que ser individual ou agrupada.(armário)

RES 1000 RES. 414 DIFERENÇAS


Art. 70. A distribuidora deve Do Orçamento e das Obras para Temos uma diminuição de prazo
fornecer protocolo ao consumidor Viabilização do Fornecimento para a Distribuidora
e demais usuários quando Art. 32. receber, protocolar e encaminhar
receber solicitação de orçamento A distribuidora tem o prazo de 30 ao solicitante informações sobre o
estimado ou de orçamento prévio. (trinta) dias, contados da data da seu pedido.
Parágrafo único. A distribuidora solicitação de que trata o art. 27 16,
pode recusar o pedido se não para elaborar os estudos, Temos uma comunicação sendo
forem apresentadas, no ato, as orçamentos, projetos e informar ao feita de forma obrigatória com o
informações de responsabilidade interessado, por escrito, quando: consumidor e de forma digital,
do consumidor e demais usuários. ….. sendo o consumidor indicador de
§4o O prazo de que trata o caput qual o canal digital deseja receber
Art. 71. A distribuidora tem o prazo pode ser suspenso no caso do a comunicação.
de até 5 dias úteis, contados a interessado não
partir da solicitação, para apresentar as informações sob Temos a obrigação da
verificar a entrega das sua responsabilidade ou não Distribuidora
informações e documentos forem obtidas pela distribuidora as de fornecer orçamento prévio das
necessários e adotar uma das informações ou autorizações da obras, se solicitada e num prazo
seguintes providências: autoridade competente, desde que determinado. Item importante para
estritamente necessárias à a avaliação do cliente que irá

16 Art. 27. Efetivada a solicitação do interessado de fornecimento inicial, aumento ou redução de carga, alteração do nível de
tensão, entre outras, a distribuidora deve cientificá-lo quanto

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 85


Versão Final ©JUN-2022

I - comunicar ao consumidor e realização dos estudos, projeto e realizar a obra usar em seu
demais usuários o recebimento da orçamento, devendo o interessado planejamento financeiro.
solicitação e a próxima ser comunicado previamente à
etapa; ou suspensão e o prazo ser As diretrizes para o
II - indeferir a solicitação e continuado imediatamente após relacionamento entre consumidor
comunicar ao consumidor e sanadas as pendências. e demais usuários e as
demais usuários as não distribuidoras, relacionadas às
conformidades. etapas de Orçamento Estimado e
Art. 77. A distribuidora deve Orçamento Prévio, estão descritas
entregar o orçamento estimado ou na Res. 1000 como:
o orçamento prévio por Seção VIII Do Orçamento
escrito, pelo canal indicado pelo Estimado – Art. 56 até Art.62
consumidor e demais usuários na
solicitação, sendo permitido o Seção IX Do Orçamento
envio Prévio – Art. 63 até Art. 69
por meio eletrônico.
Art. 78. A distribuidora deve Quanto ao cronograma físico
disponibilizar ao consumidor e financeiro, ele não foi retirado,
demais usuários, sempre que sendo tratado na Seção IX - Do
solicitado, os estudos que Orçamento Prévio da RES.1000 -
fundamentaram a alternativa pg. 30. art. 69 alínea b)
escolhida no orçamento estimado
ou no O orçamento prévio ficou com
orçamento prévio, em até 10 dias procedimentos claros de seu
úteis. conteúdo e obrigações mínimas.
Conforme o Art. 69. pg. 30 desta
Res.1000. Que podemos destacar:
I - havendo necessidade de obras
de responsabilidade da
distribuidora para a conexão: II -
as alternativas avaliadas para
conexão e as estimativas de
custos e justificativas; III -
informações sobre as
características do sistema de
distribuição e do ponto de
conexão;

Ficou definido o conteúdo mínimo


do que deve conter o Orçamento
Prévio, contendo neste o crono-
grama físico-financeiro para a
execução, com prazo de conclu-
são das obras e informações das
situações que podem suspender
este prazo.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 86


Versão Final ©JUN-2022

Conclusão pessoal:

Nos itens apresentado e confrontados entra as duas resoluções podemos ve-


rificar que a Distribuidora passou a ter que operar de forma mais transparente
e clara, com prazos e informações mais precisas, devendo se enquadrar num
trabalho mais eficiente e profissional em face do consumidor, definido o conte-
údo do Orçamento Prévio.

Caberá a ANEEL ter um rígido controle para que todas as fases cobradas à
seja rigorosamente cumpridas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 87


Versão Final ©JUN-2022

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 88


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 08 – “Critério de Mínimo Custo Global”

Marcelo Zenderski – Eng. Eletricista

Breve introdução:

Análise da fase de projeto elétrico para um consumidor e usuários, levanta-


mento de custos de implantação e dinâmica de aprovação junto à .Distribuidora

Desenvolvimento:

A necessidade de se saber o Custo Global dos serviços a serem praticados é


ponto fundamental para o investidor, que no caso é o solicitante à Distribuidora
de uma alteração ou novo ramal de alimentação elétrica.

RES 1000 RES. 414 DIFERENÇAS


Art. 79. O critério de mínimo custo Art. 43. O critério de mínimo custo global
global é caracterizado pela A participação financeira do ficou mais claro e consagrado
seleção, dentre as alternativas consumidor é a diferença positiva como uma diretriz para a tomada
viáveis, da que tenha o menor entre o custo da obra de decisão da Distribuidora
somatório dos seguintes custos: proporcionalizado nos termos na avaliação da solicitação feita
I - instalações de conexão, deste artigo e o encargo de pelo consumidor.
transformação e redes de responsabilidade da distribuidora.
responsabilidade do consumidor e § 1o O custo da obra deve Ficou definido critérios a serem
demais usuários; considerar os critérios de mínimo seguidos para o levantamento do
II - obras no sistema elétrico de dimensionamento técnico custo mínimo. (critérios de obra;
distribuição e de transmissão; possível e menor custo global, critério elétricos; critérios
III - perdas elétricas no sistema observadas as normas e padrões comerciais), sendo a avaliação
elétrico; a que se referem a alínea “a” do final como o somatório de menor
inciso I do art. 2720 e os padrões de custos dos itens a serem
qualidade da prestação do serviço avaliados.
e de investimento prudente

20 I – obrigatoriedade, quando couber, de: (Redação dada pela REN ANEEL 670 de 14.07.2015)
a) observância, na unidade consumidora, das normas e padrões disponibilizados pela distribuidora, assim como daquelas
expedidas pelos órgãos oficiais competentes, naquilo que couber e não dispuser contrariamente à regulamentação da ANEEL;

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 89


Versão Final ©JUN-2022

IV - incorporação de instalações definidos pela ANEEL. Ficou estabelecido o tempo


de outros consumidores e demais previsto na avaliação da
usuários; e Art. 53. alternativa de custo apresentada.
V - remanejamento de instalações A distribuidora pode atender, a Este tempo será o mesmo
da distribuidora ou de terceiros. título precário, unidades considerado no cálculo da
§ 1o As alternativas avaliadas consumidoras participação financeira do
devem considerar o horizonte de localizadas em outra área de consumidor-solicitante.
planejamento de 10 anos para concessão ou permissão, desde
conexões em tensão maior ou que se cumpram as condições a Caso a alternativa apresentada
igual a 69 kV e de 5 anos para as seguir: pelo consumidor não seja a
demais. I – o atendimento seja justificado mesma apresentada pela
§ 2o É vedado à distribuidora técnica e economicamente; Distribuidora ; a Distribuidora deve
incluir nas alternativas avaliadas II – a decisão econômica se seguir a solicitação do consumidor,
obras no sistema elétrico de fundamente no critério do menor desde que seja tecnicamente
distribuição que não sejam custo global; viável. Devendo informar ao
necessárias para a realização da consumidor a impossibilidade do
conexão. atendimento e apresentando
alternativa.
Art. 80. A aplicação do critério de
mínimo custo global pode indicar
ponto de conexão diferente do
existente para instalações já
conectadas, inclusive em nível de
tensão distinto.
Art. 81. No caso da alternativa
selecionada pelo critério de
mínimo custo global indicar a
conexão em instalações de outro
agente, consumidor ou de demais
usuários, a distribuidora deve,
observadas as disposições desta
Resolução:
I - adotar as providências de sua
responsabilidade; e
II - informar ao consumidor e
demais usuários sobre os
procedimentos que devem ser
adotados.
Art. 82. Caso as condições
solicitadas pelo consumidor e
demais usuários sejam diferentes
das
selecionadas na alternativa de
mínimo custo global, a
distribuidora deve:
I - para unidade consumidora:
a) se houver viabilidade técnica
para o atendimento solicitado:
manter as condições requeridas
pelo consumidor, observado o art.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 90


Versão Final ©JUN-2022

9817; ou b) se não houver


viabilidade técnica para o
atendimento solicitado:
apresentar a alternativa de
mínimo custo global considerando
as condições de definição da
tensão e do ponto de conexão do
art. 2318 e do art. 2519;
II - demais usuários: informar no
orçamento prévio a
impossibilidade do atendimento
solicitado, apresentando a
alternativa de mínimo custo
global.

Conclusão pessoal:

A avaliação do solicitado à Distribuidora ficou mais flexível e permite ao con-


sumidor-solicitante ter suas demandas atendidas, mesmo que sejam de custo
maior.

Isto contribui para uma clareza e dinamismo no processo de avaliação com a


participação do consumidor na tomada da decisão.

Caberá a ANEEL ter um rígido controle para que todas as fases cobradas à
Distribuidora seja rigorosamente cumpridas.

17 Art. 98. O consumidor e demais usuários, observados os critérios de gratuidade dispostos no art. 104 e no art. 105 e as
obras de responsabilidade exclusiva, são responsáveis pelos seguintes custos:
I - instalações internas, exceto no caso do padrão gratuito disposto no art. 49;
II - instalações de interesse restrito, caso aplicável;
II - instalações do ponto de conexão; e
IV - participação financeira nas obras de responsabilidade da distribuidora, calculada conforme art. 108.
18 Art. 23. A distribuidora deve definir o grupo e o nível de tensão de conexão ao sistema elétrico, observados os critérios a
seguir:
I - para unidade consumidora:
a) Grupo B, com tensão menor que 2,3 kV em rede aérea: se a carga e a potência de geração instalada na unidade consumi-
dora forem iguais ou menores que 75 kW;
b) Grupo B, com tensão menor que 2,3 kV em sistema subterrâneo: até o limite de potência instalada, conforme padrão de
atendimento da distribuidora, observado o direito de opção para o subgrupo AS do Grupo A disposto no § 3o;
c) Grupo A, com tensão maior ou igual a 2,3 kV e menor que 69 kV: se a carga ou a potência instalada de geração na unidade
consumidora forem maiores que 75 kW e a maior demanda a ser contratada for menor ou igual a 2.500 kW; e
19 Art. 25. O ponto de conexão localiza-se no limite da via pública com o imóvel onde estejam localizadas as instalações, ex-
ceto se tratar de:
I - situação em que exista imóvel de terceiros, em área urbana, entre a via pública e o imóvel
em que esteja localizada a unidade consumidora, caso em que o ponto de conexão se situará no limite da via pública com o
primeiro imóvel;
II - unidade consumidora do Grupo B em área rural, caso em que o ponto de conexão se situará no local de consumo, inclusive
se localizado dentro do imóvel do consumidor;

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 91


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 09 – “Da Aprovação do Orçamento Prévio ”

Marcelo Zenderski – Eng. Eletricista

Breve introdução:

Ter um orçamento prévio aprovado é um ponto positivo para qualquer empre-


endimento e serve de parâmetro para uma obra bem executada.

Desenvolvimento:

O orçamento passa a ser a peça-chave para a tomada de decisão de muitos


investimentos. Com o orçamento prévio, dado pela Distribuidora, pode o em-
preendedor (Consumidor) ter mais certeza da conclusão de prazos e metas
futuras de todo o Empreendimento.

RES 1000 RES. 414 DIFERENÇAS


Art. 83. O consumidor e demais Art. 32. Houve uma reestruturação na
usuários devem aprovar o A distribuidora tem o prazo de 30 forma de relacionamento com o
orçamento prévio e autorizar a (trinta) dias, contados da data da consumidor e demais usuários.
execução das obras pela solicitação de que trata o art. 27,
distribuidora nos seguintes prazos: para elaborar os estudos, Os prazos foram redistribuídos em
I - 10 dias úteis: no caso de orçamentos, projetos e informar ao categorias. (atendimento gratuito;
atendimento gratuito ou que não interessado, por escrito, quando: orçamento prévio.).
tenha participação financeira; e I – inexistir rede de distribuição que
II - no prazo de validade do possibilite o pronto atendimento da O orçamento e a análise de
orçamento prévio da distribuidora: unidade projetos foram tratados de forma
nas demais situações. consumidora; diferente permitindo que possam
§ 1o A distribuidora deve II – a rede necessitar de reforma andar e serem resolvidos de forma
estabelecer o prazo de validade do ou ampliação; mais rápida e paralela.
orçamento prévio, contado de §4o O prazo de que trata o caput
seu recebimento pelo consumidor pode ser suspenso no caso do A figura do contrato assinado com
e demais usuários, e que deve ser interessado não apresentar as o consumidor garante mais
de pelo menos 10 dias úteis, informações sob sua segurança jurídica e prazos a
exceto se prazo maior for disposto responsabilidade ou não forem serem cumpridos. O orçamento
na regulação. obtidas pela distribuidora as possui uma garantia de validade
§ 2o A validade do orçamento informações ou autorizações da mínima.
prévio se prorroga pelo período autoridade competente, desde que
estabelecido para assinatura estritamente necessárias à

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 92


Versão Final ©JUN-2022

dos contratos. realização dos estudos, projeto e O andar do processo corre menos
§ 3o No caso do inciso I do caput, orçamento, devendo o interessado risco de ser suspenso.
a não manifestação até o término ser comunicado previamente à
do prazo caracteriza a suspensão e o prazo ser A distribuidora e o consumidor e
concordância do consumidor e continuado imediatamente após demais usuários ficam obrigados a
demais usuários com o orçamento sanadas as pendências. cumprir o orçamento prévio
prévio recebido. § 2o Salvo estipulação de prazo aprovado e que somente poderá
§ 4o A devolução dos contratos maior pela distribuidora, o ser alterado com o acorde de
assinados e o pagamento da orçamento informado terá todos.
participação financeira validade de 10 (dez) dias, contado
caracterizam a aprovação do de seu recebimento pelo A não assinatura ou não
orçamento prévio e a autorização consumidor. cumprimentos de prazos podem
para execução das obras. § 3o O pagamento da participação invalidar o orçamento prévio.
§ 5o A distribuidora e o consumidor financeira do consumidor
e demais usuários devem cumprir caracteriza a opção pela execução Serviços de terceiros estão fora do
o orçamento prévio da obra conforme o orçamento e o orçamento e ficam fora do
aprovado, que somente pode ser cronograma acordados com a pagamento pelo consumidor e
alterado mediante acordo entre as distribuidora. demais usuários. Qualquer
partes. eventualidade que não pode ser
§ 6o O consumidor e demais prevista no orçamento ficará a
usuários não respondem por cargo da Distribuidora somente,
custos ou acréscimos decorrentes que foi a gerado do orçamento
da contratação de serviços de
terceiros não previstos no A Distribuidora tem prazo de 05
orçamento prévio. dias para entregar o contrato ao
§ 7o O orçamento prévio perderá a consumidor, após aprovação do
validade nos casos de: orçamento prévio.
I - não aprovação nos prazos
estabelecidos; O consumidor tem prazo de 30
II - não pagamento da participação dias do recebimento, para
financeira nas condições proceder a assinatura e
estabelecidas pela distribuidora; pagamento, no caso aplicável; ou
ou pactuar este pagamento.
III - não devolução dos contratos
assinados no prazo. O consumidor após aprovarem o
Art. 84. No prazo de até 5 dias orçamento prévio podem
úteis após a aprovação do formalizar a distribuidora a opção
orçamento prévio, a distribuidora de antecipação da obras de
deve entregar ao consumidor e responsabilidade da distribuidora.
demais usuários os contratos e, Podem escolher entre (1)- aporte
caso aplicável, o documento ou de recursos em parte ou todo. (2)-
meio de pagamento. execução da obra.
Art. 85. O consumidor e demais
usuários têm o prazo de até 30 A Distribuidora tem prazo de 05
dias, contados a partir do dias para informar se é possível a
recebimento dos contratos e, caso antecipação solicitada por aporte,
aplicável, do documento ou meio justificando a sua impossibilidade.
de pagamento, para: Como também o procedimento de
I - devolver para a distribuidora os execução da obra (plano de obra)
contratos e demais documentos e a metodologia de restituição do
assinados; aporte combinado.
II - pagar os custos de participação
financeira de sua

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 93


Versão Final ©JUN-2022

responsabilidade, ou pactuar com No caso da opção de execução da


a distribuidora como será realizado obra pelo consumidor e usuários, a
o pagamento, caso aplicável; e Distribuidora deverá num prazo de
III - apresentar à distribuidora a 10 dias úteis, após a confirmação
documentação e as informações da opção, passar toda a
requeridas nos Procedimentos de documentação, normas e
Comercialização da CCEE, no especificações da obra;
caso de opção pelo ACL. comunicando que a obra será
Art. 86. O consumidor e demais fiscalizada pela Distribuidora antes
usuários, ao aprovarem o de seu aceite. Tanto
orçamento prévio, podem procedimentos de execução como
formalizar à distribuidora sua custos serão auditados pela
opção pela antecipação da Distribuidora antes do aceita da
execução das obras de obra.
responsabilidade da distribuidora,
por meio de uma das seguintes
alternativas: Todos os detalhes da execução da
I - aporte de recursos, em parte ou obra farão parte de um contrato,
no todo; ou incluso com os itens combinados
II - execução da obra. para a restituição dos valores de
§ 1o A distribuidora deve informar, custos devidamente comprovados.
no prazo de até 5 dias úteis, O que caracteriza uma auditagem
considerando a opção do por parte da fiscalização da
consumidor e demais usuários: Distribuidora da obra feito pelo
I - se é possível a antecipação pelo consumidor. (no caso deste opção
aporte de recursos e como deve ter sido aceita.)
ser realizado o pagamento,
justificando em caso de
impossibilidade; ou
II - o procedimento para execução
da obra e a metodologia de
restituição.
§ 2o No caso de opção pela
execução da obra, a distribuidora
deve adotar as seguintes
providências no prazo de até 10
dias úteis, contados da informação
do §1o:
I - disponibilizar gratuitamente ao
consumidor e demais usuários:
a) o projeto elaborado no
orçamento prévio, informando que
eventual alteração deve ser
submetida à aprovação da
distribuidora, conforme prazos e
condições dispostos no art. 50 e
seguintes;
b) normas, os padrões técnicos e
demais informações técnicas
pertinentes; e
c) especificações técnicas de
materiais e equipamentos;

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 94


Versão Final ©JUN-2022

II - informar os requisitos de
segurança e proteção;
III - informar que as licenças,
autorizações, desapropriações e
instituições de servidão
administrativa serão de
responsabilidade da distribuidora,
conforme art. 87;
IV - informar que a obra deve ser
fiscalizada antes do seu
recebimento;
V - orientar quanto ao
cumprimento de exigências
estabelecidas e alertar que a não
conformidade com as normas e os
padrões da distribuidora implica a
recusa do recebimento das obras
e a impossibilidade da conexão; e
VI - informar a relação de
documentos necessários para a
incorporação da obra e
comprovação dos custos pelo
consumidor e demais usuários.
§ 3o A distribuidora deve formalizar
a opção do consumidor e demais
usuários pela
antecipação das obras por meio da
assinatura de um contrato que,
além das cláusulas essenciais,
detalhe as condições e valores da
restituição.

Conclusão pessoal:

Fica claro verificar que todo o procedimento adotado agora passa a ser trans-
parente e deixando ambas as partes em igual condição de colocar e justificar
as suas posições.

Cada fase e responsabilidade foi definida dentro de uma sequência de priori-


dades e dentro de uma cronologia possível e exequível.

O consumidor e usuários ficaram com uma segurança maior na execução de


um empreendimento.

Caberá a ANEEL ter um rígido controle para que todas as fases cobradas à
Distribuidora seja rigorosamente cumpridas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 95


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Anexo 10 – “ Execução das Obras”

Marcelo Zenderski – Eng. Eletricista

Breve introdução:

A obra em andamento com prazo e custos controlados.

Desenvolvimento:

A execução das obras irá requerer uma interação com o poder público local e
a obtenção de aprovações e licenças pertinentes.

RES 1000 RES. 414 DIFERENÇAS


Art. 87. A distribuidora deve obter Art. 34. A distribuidora tem os Ficou claro que a interação com o
as licenças, autorizações ou prazos máximos a seguir poder público para legalização da
aprovações da autoridade estabelecidos para conclusão das obra é obrigação da distribuidora,
competente, além de adotar obras de atendimento da incluindo os custos decorrente.
providências necessárias para solicitação do interessado,
desapropriação ou instituição de contados a partir da opção do Os prazos de conclusão da obras
servidão administrativa interessado prevista no art. 3321 e não sofreu alteração significativa
necessárias para execução das observado o disposto no art. 3522: quanto as suas classificações
obras de sua responsabilidade. I – 60 (sessenta) dias, quando numa ordem de tempo de
Art. 88. A distribuidora deve tratar-se exclusivamente de obras execução pelo tipos de serviços.
concluir as obras de conexão nos na rede de distribuição aérea de
seguintes prazos: tensão secundária, incluindo a Usou-se mais uma divisão dos
prazos com base em níveis de

21 Art. 33. A partir do recebimento das informações de que trata o art. 32, o interessado pode optar entre aceitar os prazos e
condições estipulados pela distribuidora; solicitar antecipação no atendimento mediante aporte de recursos ou executar a obra
diretamente
22 Art. 35. Os prazos estabelecidos ou pactuados, para início e conclusão das obras a cargo da distribuidora, devem ser sus-
pensos, quando:
I – o interessado não apresentar as informações ou não tiver executado as obras sob sua responsabilidade, desde que tais
obras inviabilizem a execução das obras pela distribuidora; (Redação dada pela REN ANEEL 670 de 14.07.2015)
II – cumpridas todas as exigências legais, não for obtida licença, autorização ou aprovação de autoridade competente;
III – não for obtida a servidão de passagem ou via de acesso necessária à execução dos trabalhos; ou
IV – em casos fortuitos ou de força maior.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 96


Versão Final ©JUN-2022

I - até 60 dias: no caso de instalação ou substituição de posto tensão considerados nos tipos de
satisfeitos, de forma conjunta, os de transformação; serviços solicitados.
seguintes requisitos: II – 120 (cento e vinte) dias,
a) conexão em tensão menor que quando tratar-se de obras com Completou-se na divisão de
2,3 kV; e dimensão de até 1 (um) quilômetro duração de 120 dias a chamada
b) obras para conexão na rede de distribuição aérea de para “obras com dimensão de até
contemplando a ampliação, tensão primária, incluindo nesta 1 (um) quilômetro.”, incluindo-se a
reforço ou melhoria na rede de distância a complementação de complementação de fases e obras
distribuição aérea em tensão até fases na rede existente e, se for o do inciso I. Isto veio a completar
2,3 kV, incluindo as obras de caso, as obras do inciso I. com obras que seriam executadas
instalação ou substituição de posto §1o Demais situações não de forma conjunta e em 60 dias.
de transformação, ainda que abrangidas nos incisos I e II, bem
necessária a substituição de poste como as obras de que Todos os itens que não foram
ou estruturas de rede em tensão tratam os artigos 4423, 4724, 4825 e tratados como não abrangidas nos
maior ou igual a 2,3 kV; 10226, devem ser executadas de incisos I ou II podem ser vistos
II - até 120 dias: no caso de acordo com o cronograma da como de carácter operacional da
satisfeitos, de forma conjunta, os distribuidora, observados, quando Distribuidora, não tendo grande
seguintes requisitos: houver, prazos específicos impacto em empreendimentos
a) conexão em tensão menor que estabelecidos na legislação novos ou expansões de redes
2,3 kV ou em tensão maior ou igual vigente existentes. Sendo tratados como
a 2,3 kV e menor que dentro do cronograma da
69kV; distribuidora.
b) obras para conexão
contemplando a ampliação, Estes itens considerados
reforço ou melhoria com dimensão operacionais foram tratados agora
de até um quilômetro na rede de com um prazo de 365 dias.
distribuição aérea de tensão maior
ou igual a 2,3 kV, incluindo nesta A contagem dos prazos está
distância a complementação de atrelada a aprovação do
fases na rede existente e, se for o Orçamento Prévio; ou assinatura
caso, as obras do inciso I; e do contrato entre Distribuidora e
c) não envolver a realização de consumidor.
obras em tensão maior ou igual a
69kV; O pagamento parcelado da
participação financeira não afeta

23 Art. 44. É de responsabilidade exclusiva do interessado o custeio das obras realizadas a seu pedido nos seguintes casos:
I – extensão de rede de reserva;
II – melhoria de qualidade ou continuidade do fornecimento em níveis superiores aos
fixados pela ANEEL, ou em condições especiais não exigidas pelas disposições regulamentares
vigentes, na mesma tensão do fornecimento ou com mudança de tensão.
E outros.
24 Art. 47. A distribuidora é responsável pelos investimentos necessários e pela construção das redes e instalações de distri-
buição de energia elétrica para o atendimento das
unidades consumidoras situadas em empreendimentos habitacionais para fins urbanos de interesse social e na regularização
fundiário de interesse social, que estejam em conformidade com a legislação aplicável.
25 Art. 48. A distribuidora não é responsável pelos investimentos necessários para a construção das obras de infraestrutura
básica das redes de distribuição de energia elétrica destinadas à regularização fundiária de interesse específico e ao atendi-
mento dos empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras não enquadrados no art. 47.
26 Art. 102. Os serviços cobráveis, realizados mediante solicitação do consumidor, são os seguintes:
I – vistoria de unidade consumidora; II – aferição de medidor; III – verificação de nível de tensão; IV – religação normal; V –
religação de urgência; VI – emissão de segunda via de fatura; VII – emissão de segunda via da declaração de quitação anual
de débitos; VIII – disponibilização dos dados de medição armazenados em memória de massa; IX – desligamento programado;
X – religação programada; XI – fornecimento de pulsos de potência e sincronismo para unidade consumidora do grupo A; XII –
comissionamento de obra; XIII – deslocamento ou remoção de poste; e XIV – deslocamento ou remoção de rede;

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 97


Versão Final ©JUN-2022

III - até 365 dias: no caso de os prazos de conclusão da obra


satisfeitos, de forma conjunta, os firmado em contrato.
seguintes requisitos:
a) conexão em tensão menor que
69kV, não contemplada nos
incisos I e II; e
b) não envolver a realização de
obras em tensão maior ou igual a
69kV.
§ 1o Demais situações não
abrangidas nos incisos I, II e III
devem ser executadas de acordo
com o cronograma da
distribuidora, observados os
prazos específicos estabelecidos
na regulação e na legislação.
§ 2o A contagem dos prazos
disposta neste artigo deve ser
realizada a partir da:
I - aprovação do orçamento prévio,
nos casos de atendimento gratuito
do Grupo B, em que
não exista necessidade de
devolução do contrato assinado;
ou
II - devolução dos contratos
assinados pelo consumidor e
demais usuários e, caso aplicável,
pagamento dos custos constantes
do orçamento prévio.
§ 3o Nos casos de pagamento
parcelado de participação
financeira, os prazos de conclusão
das
obras devem ser cumpridos
independentemente do prazo de
parcelamento acordado.

Conclusão pessoal:

Não houve mudança substancial em prazos e classificação de execução de


obras, porém, as faixas de conclusão das obras ficaram amplas para contem-
plarem a maioria dos pedidos dentro de 60 ou 120 dias. (com distância de até
1km.)

Caberá a ANEEL ter um rígido controle para que todos os prazos cobrados à
Distribuidora sejam rigorosamente cumpridas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 98


Versão Final ©JUN-2022

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 99


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Anexo 11 – “Vistoria e instalação da Medição ”

Marcelo Zenderski – Eng. Eletricista

Breve introdução:

Análise da fase de projeto elétrico para um consumidor e usuários, levanta-


mento de custos de implantação e dinâmica de aprovação junto à Distribuidora

Desenvolvimento:

No acompanhamento da Obra e seu aceite, temos os passos de vistoria a ser


executado de forma sistemática e eficiente pela Distribuidora

RES 1000 RES. 414 DIFERENÇAS


Art. 91. A distribuidora deve Art. 30. Foram desdobrados os prazos de
realizar a vistoria e a instalação A vistoria da unidade consumidora vistoria, em 05, 10 e 15 dias úteis;
dos equipamentos de medição deve ser efetuada em até 3 (três) classificados conforme as tensões
nas instalações do consumidor e dias úteis na área urbana e 5 de conexão do usuário.
demais usuários nos seguintes (cinco) dias úteis na área rural,
prazos: contados da data da solicitação do A vistoria passou a ser também a
I - em até 5 dias úteis: para interessado de que trata o art. 27 oportunidade de ser realizados
conexão em tensão menor que 2,3 ou do pedido de nova vistoria, ensaios e testes dos equipamentos
kV; observado o disposto na alínea “i” e sistemas das conexões ,que
II - em até 10 dias úteis: para do inciso II do art. 27. ficarão a cargo da Distribuidora.
conexão em tensão maior ou igual § 1o Ocorrendo reprovação das
a 2,3 kV e menor que 69 kV; instalações de entrada de energia Pode-se com isso concluir que
e elétrica, a distribuidora todos os ensaios e parâmetros a
III - em até 15 dias úteis: para deve informar ao interessado, por verificados serão determinados
conexão em tensão maior que 69 escrito, em até 3 (três) dias úteis, o pela Distribuidora dentro de suas
kV. respectivo motivo e as necessidades.
Parágrafo único. A contagem dos providências corretivas Será emitido relatório de vistoria
prazos dispostos nos incisos do necessárias. com inclusão dos teste
caput inicia automaticamente no executados, conforme o caso;

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 100


Versão Final ©JUN-2022

primeiro dia útil subsequente a § 2o Na hipótese do § 1o , a relação de pendências que tenham


partir da: distribuidora deve realizar nova sido verificadas e o “conforme
I - conclusão da análise pela vistoria e efetuar a ligação construído” da instalação, com
distribuidora que indicar que não da unidade consumidora nos seus devidos desenhos e plantas.
são necessárias obras para prazos estabelecidos no art. 3130,
realização da conexão em tensão caso sanados todos os motivos da Caso tenha ocorrido reprovação da
até 2,3 kV, conforme art. 6427; reprovação em vistoria anterior, obra, num prazo de 03 dias úteis,
II - devolução dos contratos observados os prazos do caput, será emitido um relatório com as
assinados quando não forem após solicitação do interessado. pendencias e motivos da
necessárias obras para realização § 3o Durante o prazo de vistoria, a reprovação e orientações para sua
da conexão em tensão maior ou distribuidora deve averiguar a correção.
igual que 2,3 kV; existência de rede de
III - conclusão da obra pela distribuição que possibilite o pronto Após resolvida as pendencias do
distribuidora para atendimento ao atendimento da unidade Relatório de Vistoria, o consumidor
pedido de conexão, conforme consumidora. deverá pedir nova vistoria; isto
art. 8828, ou do comissionamento § 4o Nos casos onde for ocorrerá sem custo extras.
da obra executada pelo necessária a execução de obras
consumidor e demais usuários, para o atendimento da É permitido a Distribuidora oferecer
conforme art. 11229; ou solicitação, nos termos do art. 3231, procedimentos de vistoria que
o prazo de vistoria começa a ser sejam eletrônicos, sem a presença
contado a partir do primeiro dia útil física. Entende-se que estes

27 Art. 64. A distribuidora deve elaborar e fornecer gratuitamente ao consumidor e demais usuários o orçamento prévio, com
as condições, custos e prazos para a conexão ao sistema de distribuição,
28 Art. 88. A distribuidora deve concluir as obras de conexão nos seguintes prazos:
I - até 60 dias: no caso de satisfeitos, de forma conjunta, os seguintes requisitos:
a) conexão em tensão menor que 2,3 kV; e
b) obras para conexão contemplando a ampliação, reforço ou melhoria na rede de distribuição
aérea em tensão até 2,3 kV, incluindo as obras de instalação ou substituição de posto de transformação, ainda que necessária
a substituição de poste ou estruturas de rede em tensão maior ou igual a 2,3 kV;
II - até 120 dias: no caso de satisfeitos, de forma conjunta, os seguintes requisitos:
29 Art. 112. A distribuidora tem o prazo de até 30 dias para informar ao consumidor e demais usuários o resultado do comissio-
namento das obras executadas após a solicitação, indicando as eventuais ressalvas e, ocorrendo reprovação, os motivos e as
providências corretivas necessárias.
§ 1o O prazo do comissionamento será de 10 dias úteis se ficar caracterizado que a distribuidora não informou previamente os
motivos de reprovação existentes no comissionamento anterior.
§ 2o O consumidor e demais usuários devem solicitar novo comissionamento em caso de reprovação.
§ 3o A distribuidora pode cobrar os comissionamentos realizados após o primeiro, conforme valor homologado pela ANEEL,
exceto se ficar caracterizado que a distribuidora não informou previamente todos os motivos da reprovação no comissiona-
mento anterior.
a) conexão em tensão menor que 2,3 kV ou em tensão maior ou igual a 2,3 kV e menor que 69kV;
b) obras para conexão contemplando a ampliação, reforço ou melhoria com dimensão de até um quilômetro na rede de distri-
buição aérea de tensão maior ou igual a 2,3 kV, incluindo nesta distância a complementação de fases na rede existente e, se
for o caso, as obras do inciso I; e
c) não envolver a realização de obras em tensão maior ou igual a 69kV; III - até 365 dias: no caso de satisfeitos, de forma con-
junta, os seguintes requisitos:
a) conexão em tensão menor que 69kV, não contemplada nos incisos I e II; e
b) não envolver a realização de obras em tensão maior ou igual a 69kV.
30 Art. 31. A ligação da unidade consumidora ou adequação da ligação existente deve ser efetuada de acordo com os prazos
máximos a seguir fixados: (Redação dada pela REN ANEEL 670 de 14.07.2015)
I – 2 (dois) dias úteis para unidade consumidora do grupo B, localizada em área urbana;
II – 5 (cinco) dias úteis para unidade consumidora do grupo B, localizada em área rural; e
III – 7 (sete) dias úteis para unidade consumidora do grupo A.
Parágrafo único. Os prazos fixados neste artigo devem ser contados a partir da data da aprovação das instalações e do cum-
primento das demais condições regulamentares pertinentes.
31 Art. 32. A distribuidora tem o prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da solicitação de que trata o art. 27, para elaborar
os estudos, orçamentos, projetos e informar ao interessado, por escrito, quando:
I – inexistir rede de distribuição que possibilite o pronto atendimento da unidade consumidora;
II – a rede necessitar de reforma ou ampliação;

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 101


Versão Final ©JUN-2022

IV - nova solicitação da vistoria em subsequente ao da conclusão da procedimentos poderão incluir o


caso de reprovação de vistoria obra pela distribuidora ou do uso de câmeras e drones que
anterior. recebimento da obra executada ficarão a cargo do consumidor.
Art. 92. Na vistoria a distribuidora pelo interessado.
deve realizar, caso necessário, os
ensaios e testes dos
equipamentos e sistemas das
instalações de conexão.
Art. 93. O relatório de vistoria deve
conter, caso aplicável:
I - a descrição das características
finais das instalações de conexão;
II - os resultados dos ensaios e
testes realizados nas instalações
de conexão e em suas
instalações internas;
III - os resultados dos ensaios e
testes realizados nos
equipamentos corretivos, se
empregados
para atenuar distúrbios;
IV - a relação de eventuais
pendências; e
V - os desenhos do ponto de
conexão, conforme construído.
Art. 94. Ocorrendo reprovação das
instalações de entrada de energia
elétrica na vistoria, a distribuidora
deve disponibilizar ao consumidor
e demais usuários, em até 3 dias
úteis após a conclusão do
procedimento, o relatório de
vistoria, com os motivos e as
providências corretivas
necessárias.
§ 1o Após resolvidas as
pendências detectadas no
relatório de vistoria, o consumidor
e demais usuários devem
formalizar nova solicitação de
vistoria à distribuidora.
§ 2o A distribuidora pode reprovar
a vistoria caso o projeto das
instalações de entrada de
energia não tenha sido aprovado,
desde que:
I - a exigência de aprovação prévia
esteja estabelecida na norma
técnica da distribuidora;
II - o consumidor e demais
usuários tenham sido informados
no orçamento prévio; e

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 102


Versão Final ©JUN-2022

III - a distribuidora não esteja com


a análise do projeto atrasada.
Art. 95. A distribuidora pode
oferecer ao consumidor e demais
usuários, de forma gratuita,
procedimento de vistoria das
instalações de entrada por meio
eletrônico, em substituição da
vistoria realizada no local.

Conclusão pessoal:

Fica claro a necessidade do consumidor adequar-se sempre aos padrões e


normas vigentes ( tanto da Distribuidora como dos órgãos normativos perti-
nentes).

É de suma importância que a concessionário forneça todos os casos e situa-


ções das obras, de forma padronizada, com especificações técnicas exequí-
veis aos consumidor.

A existência de vistoria e de um Relatório de Vistoria garante um documento


importante para a qualidade de toda a instalação e segurança de equipamentos
e pessoas.

O Relatório de Vistoria com todos os parâmetros da instalações será um docu-


mentos a ser anexados ao “book” de entrega de obras como elemento a ser
verificado futuramente em caso de verificação de irregularidades de funciona-
mento das instalações.

A Norma de Desempenho no modo como a conhecemos hoje foi publicada


pela ABNT em 19 de fevereiro de 2013 por meio do texto da NBR 15575. Foi
nomeada “Edificações habitacionais – Desempenho” e entrou em vigor em
julho do mesmo ano.

Somente em julho de 2013, depois de mudanças e novos pedidos de melho-


rias, as regras começaram a ser aplicadas. A partir dessa data, todos os proje-
tos protocolados deveram seguir as exigências de desempenho da NBR 15575.

Por meio da Lei 8.078/Art. 39, consta no Código de Defesa do Consumidor de


1990 que:

“é vedado colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviço em


desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técni-
cas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Nor-
malização e Qualidade Industrial (Conmetro)”

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 103


Versão Final ©JUN-2022

temos também: Por meio da Lei 8.078 / Art. 39 do CDC de 1990, fica estabele-
cido:

"É vedado colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviço em


desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técni-
cas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Nor-
malização e Qualidade Industrial (Conmetro)."

Para o Artigo Completo ver:

https://www.sienge.com.br/norma-de-desempenho/

Caberá a ANEEL ter um rígido controle para que todas as fases da vistoria à
Distribuidora seja rigorosamente cumpridas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 104


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 12 – “Dos Custos de Conexão”

Marcelo Zenderski – Eng. Eletricista

Breve introdução:

Análise da fase de projeto elétrico para um consumidor e usuários, levanta-


mento de custos de implantação e dinâmica de aprovação junto à Distribuidora

Desenvolvimento:

A dinâmica dos custo dependerá fundamentalmente do orçamento prévio a ser


apresentado pela Distribuidora e seu aprove por parte do consumidor e demais
usuários, caracterizando o aceite e início das obras.

RES 1000 RES. 414 DIFERENÇAS


Art. 98. O consumidor e demais Art. 27-A. No atendimento de Ficou bem definido e separado os
usuários, observados os critérios domicílios rurais com ligações custo nas instalações internas;
de gratuidade dispostos no monofásicas ou bifásicas, deve ficar sempre bem claro, em
art. 104 32e no art. 10533 e as obras a instalação do padrão de entrada, projeto, onde será o ponto de
de responsabilidade exclusiva, são ramal de conexão e instalações conexão, sendo daí contado o
responsáveis pelos seguintes internas da unidade consumidora início da instalação interna do
custos: deve ser realizada pela consumidor, razão do custo a ser
distribuidora, sem ônus ao assumido por ele.
interessado, com recursos da
Conta de Desenvolvimento

32 Art. 104. O consumidor, com fundamento na Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, tem direito à conexão gratuita de sua
unidade consumidora ao sistema de distribuição de energia elétrica, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes cri-
térios:
I - enquadramento no grupo B, com tensão de conexão menor que 2,3 kV;
II - carga instalada na unidade consumidora menor ou igual a 50kW;
III - não exista outra unidade consumidora com fornecimento de energia na propriedade; e
IV - obras para viabilizar a conexão contemplando:
33 Art. 105. A distribuidora deve atender, gratuitamente, à solicitação de aumento de carga de
unidade consumidora do grupo B, desde que:
I - a carga instalada após o aumento não ultrapasse 50 kW; e
II - não seja necessário acrescer fases em rede de tensão maior ou igual a 2,3 kV.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 105


Versão Final ©JUN-2022

I - instalações internas, exceto no Energético - CDE, a título de Não aparece mais a ideia de
caso do padrão gratuito disposto subvenção econômica, concessões de gratuidade e do
no art. 4934; fundo de subvenção econômica.
II - instalações de interesse Do Custo de Disponibilidade
restrito, caso aplicável; Art. 98. Aparece a ideia de aumento de
II - instalações do ponto de O custo de disponibilidade do qualidade do sistema e custos
conexão; e sistema elétrico, aplicável ao diretos associados a esta
IV - participação financeira nas faturamento mensal de melhoria. Devendo ser alvo de
obras de responsabilidade da consumidor responsável por ressarcimento por parte da
distribuidora, calculada conforme unidade consumidora do grupo B, Distribuidora, conforme o caso.
art. 108.35 é o valor em moeda corrente
§ 1o A cobrança pela participação equivalente a: …... Fica descrito os custos que a
financeira do inciso IV não se Distribuidora pode incluir e quais
aplica para central geradora, Art. 99. não pode incluir no seu orçamento,
importador e exportador de Quando da suspensão de garantindo grau de transparência
energia e na conexão de outra fornecimento, a distribuidora deve maior.
distribuidora. efetuar a cobrança de acordo com
§ 2o No caso de conexão de o seguinte critério: (Redação dada Fica definido quais as diferenças
unidade consumidora, a existência pela REN ANEEL 479, de positivas que o consumidor tem
de viabilidade técnica para 03.04.2012) que pagar a Distribuidora e em
conexão no ponto e/ou na tensão I – para unidades consumidoras que condições.
de conexão indicados pelo faturadas com tarifas do grupo B: o
consumidor não implica cobrança maior valor entre o custo de Fica definido quais custos
de custos adicionais em relação às disponibilidade e o consumo de adicionais imprevisto, que a
demais alternativas avaliadas pela energia elétrica, apenas nos ciclos Distribuidora tem que incluir no
distribuidora, ainda que resulte em de faturamento em que ocorrer a seu orçamento, ou assumi-los, no
níveis de qualidade superiores. suspensão ou a religação da caso de seu aparecimento. Sem
§ 3o O consumidor e demais unidade consumidora; e (Redação onerar o consumidor.
usuários são responsáveis pelos dada pela REN ANEEL
custos para atendimento de 479, de 03.04.2012) Fica definido os custos que a
solicitação de mudança do nível de II – para unidades consumidoras Distribuidora não pode cobrar e
tensão ou da localização do ponto faturadas com tarifas do grupo A: a quando / quanto deverá ressarcir
de conexão sem que haja aumento demanda contratada enquanto em caso de cobrança indevida, no
da demanda contratada ou da vigente a relação contratual, caso específico de instalação de
potência injetada. observadas as demais condições unidade geradora para conexão de
§ 4o A distribuidora não pode estabelecidas unidade consumidora ou para
incluir no orçamento emitido ao nesta Resolução. expansão do sistema para
consumidor e demais usuários: atendimento de mercado.
I - custos de administração, de
gerenciamento, de engenharia, de Deixa claro que no caso de
elaboração de projetos, de cobrança indevida a Distribuidora
topografia, ambientais, de deverá pagar em dobro e corrigido
desapropriação, de instituição de o seu erro de cobrança.
servidão, de comissionamento, de

34 Art. 49. O consumidor, com fundamento no Decreto no 7.520, de 8 de julho de 2011, tem direito à instalação gratuita do
padrão de entrada, do ramal de conexão e das instalações internas da unidade consumidora, desde que pertença a um dos
seguintes grupos:
I - escolas públicas e postos de saúde públicos localizados no meio rural; ou
II - domicílios rurais com ligações monofásicas ou bifásicas, destinados a famílias de baixa renda e que atendam as seguintes
condições:
a) o consumidor deve pertencer a uma família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚ-
nico;
35 Art. 108. A participação financeira do consumidor é a diferença positiva entre o orçamento da obra de mínimo custo global,
proporcionalizado nos termos deste artigo, e o encargo de responsabilidade da distribuidora.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 106


Versão Final ©JUN-2022

fiscalização ou quaisquer custos


técnicos e administrativos na O tratamento dado ao custo de dis-
execução de obras de sua ponibilidade na RES1000 é visto
responsabilidade,
no Art. 291, que é aqui tratado na
inclusive na forma de percentual
em relação aos custos de material RES 414 no Art. 98. O mesmo
e de mão de obra do orçamento ocorre ao custo de Suspensão de
elaborado; Fornecimento na RES1000 visto
II - custos tratados pela no Art. 322, que é aqui tratado na
metodologia de custos RES 414 no Art. 99. Ambos ilus-
operacionais regulatórios definida tram custos passíveis de serem
nos Procedimentos de Regulação cobrados ao consumidor além do
Tarifária – PRORET; custo de conexão assunto deste
III - custos de inteira anexo. Na RES1000, os custos
responsabilidade da distribuidora; são tratados de forma mais setori-
IV - implantação de equipamentos
zada.
de manobra automática em sua
rede, que tenham o objetivo de
permitir a realização de manobras
e transferências de carga; e
V - implantação de circuito duplo,
segunda rede com fins de
operação ou rede reserva, exceto
nos seguintes casos:
a) opção do consumidor e demais
usuários por níveis superiores de
qualidade;
b) implantação de remanejamento
automático de carga; e
c) fornecimento a partir de sistema
subterrâneo em que o segundo
ramal é característica do
sistema.
§ 5o Nos casos da alínea “c” do
inciso V do § 4o, os custos do
segundo ramal devem compor o
valor da obra para fins do cálculo
da participação financeira do
consumidor ou dos demais
usuários.
Art. 99. O consumidor e demais
usuários devem pagar à
distribuidora a diferença de preço
do sistema de medição e os custos
de adaptação da rede no caso de:
I - opção por conexão bifásica ou
trifásica em tensão menor que 2,3
kV; e
II - a carga instalada ou potência
requerida for menor que a
estabelecida nas normas da
distribuidora para esse tipo de
conexão.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 107


Versão Final ©JUN-2022

Art. 100. A distribuidora deve


assumir os custos adicionais caso
opte pela realização de obras
com dimensões maiores do que as
necessárias para a conexão, ou
que garantam níveis superiores de
qualidade em relação aos
especificados na regulação.
Art. 101. A distribuidora deve
incluir em seu orçamento os
custos de remanejamento ou
substituição de instalações
existentes, inclusive de terceiros.
Art. 102. Na utilização de
instalações de uso restrito de
central geradora para a conexão
de unidade consumidora ou para
expansão do sistema para
atendimento de mercado, a
distribuidora deve:
I - incorporar as instalações até o
seu correspondente novo ponto de
conexão;
II - ressarcir os proprietários das
instalações em até 180 dias,
contados a partir da conexão,
pelo Valor de Mercado em Uso –
VMU, conforme regulação da
ANEEL, exceto se a transferência
das instalações ocorrer por meio
de instrumento de doação para a
distribuidora; e
III - realocar e adequar os sistemas
de medição e de proteção.
§ 1o A distribuidora não pode
cobrar por estudos, fiscalização ou
vistoria para a realização da
incorporação.
§ 2o A incorporação de instalações
de central geradora vinculadas ao
PROINFA para conexão de
unidade consumidora ou
expansão do mercado deve ser
não onerosa para a distribuidora,
não gerando direito à indenização
aos proprietários das instalações.
§ 3o A central geradora afetada
pela incorporação das instalações
de interesse restrito deve
solicitar à ANEEL a retificação de
seu ato de outorga, encaminhando
o documento elaborado pela

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 108


Versão Final ©JUN-2022

distribuidora que justifique a


necessidade de incorporação.
Art. 103. Caso cobre pela conexão
sem observar o disposto nesta
Resolução, a distribuidora
deve devolver em dobro o valor
pago em excesso pelo consumidor
e demais usuários, acrescido de
correção monetária e juros e
calculado conforme § 2o do art.
323.

Conclusão pessoal:

Nos caso de cobrança foi alinhado para uma situação de mercado aberto de
livre competição, deixando regras claras de atuação de ambas as partes.

Ficou mais detalhado os casos e suas atuações conforme suas finalidades,


onde pode-se cobrar e onde deve-se indenizar, prevendo também caso de
abuso ou cobranças indevidas.

Custos de Disponibilidade e Custo de Suspensão de Fornecimento, foram tra-


tados de forma setorizada, em seções específicas.

Caberá a ANEEL ter um rígido controle para que todas as fases cobradas à
Distribuidora seja rigorosamente cumpridas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 109


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 13– “Participação Financeira”

Marcelo Zenderski – Eng. Eletricista

Breve introdução:

A participação financeira por parte do consumidor tem sempre um objetivo da


melhor e mais rápido conseguir ter o seu pedido atendido. É um ponto de en-
trada do consumidor no processo gestor do projeto elétrico que fará parte do
seu projeto de empreendedor. (A Obra).

Desenvolvimento:

São metodologias de cálculo que permitem de forma racional, chegar-se a um


valor que será a base para o pagamento ou recebimento de recursos que farão
parte do empreendimento como um todo.

RES 1000 RES. 414 DIFERENÇAS


Art. 106. Devem ser calculados o Art. 42. Houve o acréscimo do consumidor
encargo de responsabilidade da Para o atendimento às que tenha microgeração ou
distribuidora e a participação solicitações de aumento de carga minigeração para o cálculo ser
financeira do consumidor nas ou conexão de unidade realizado pela Distribuidora
seguintes situações: consumidora que não se de sua participação financeira.
I - conexão ou alteração de enquadrem nas situações
conexão de unidade consumidora previstas nos arts. 40, 41 e 44, Toda a definição de participação
que não se enquadre nos critérios deve ser calculado o encargo de financeira e metodologia de
de gratuidade dispostos no art. 104 responsabilidade da distribuidora, cálculo não foi alterada
e no art. 105, inclusive com assim como a eventual
microgeração ou minigeração participação financeira do Fica claro que a consumidora deve
distribuída; consumidor, conforme disposições proporcionalizar os itens de seus
II - conexão ou aumento de contidas nesta Resolução, orçamento para o consumidor,
potência de disponibilizada em garantindo um cálculo balanceado
sistemas de microgeração ou Art. 43. A participação financeira da participação financeira.
minigeração distribuída em do consumidor é a diferença
unidade consumidora existente; positiva entre o custo da obra
III - obras que não sejam de proporcionalizado nos termos
responsabilidade exclusiva da deste artigo e o encargo de
distribuidora; e responsabilidade da distribuidora.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 110


Versão Final ©JUN-2022

IV - obras que não sejam de § 5o O encargo de


responsabilidade exclusiva do responsabilidade da distribuidora,
consumidor. denominado ERD, é determinado
Parágrafo único. A distribuidora pela seguinte equação:
deve custear as melhorias ou
reforços no sistema de distribuição ERD = encargo de
decorrentes exclusivamente da responsabilidade
conexão de microgeração ERD = DEMANDAERD × K
distribuída, não havendo responsabilidade da distribuidora;
participação financeira do DEMANDAERD = demanda a ser
consumidor, exceto para o caso de atendida ou acrescida para o
geração compartilhada. cálculo do ERD, em quilowatt
Art. 108. A participação financeira (kW);
do consumidor é a diferença K = fator de cálculo do ERD
positiva entre o orçamento
da obra de mínimo custo global, etc.………...
proporcionalizado nos termos
deste artigo, e o encargo de
responsabilidade da distribuidora.
§ 1o A distribuidora deve
proporcionalizar individualmente
os itens do orçamento da obra de
mínimo custo global que impliquem
reserva de capacidade no sistema,
como condutores, transformadores
de força/distribuição, reguladores
de tensão, bancos de capacitores e
reatores, transformadores de
corrente, chaves e elementos de
manobra, dentre outros,
observadas as seguintes
condições:
I - a proporcionalização deve ser
realizada considerando a relação
entre a demanda a ser
atendida ou acrescida e a
demanda disponibilizada pelo item
do orçamento; e
II - a proporcionalização não se
aplica a mão de obra e a materiais,
serviços e instalações não
relacionados com a
disponibilização de reserva de
capacidade ao sistema, tais como
estruturas, postes e torres.
§ 2o O orçamento não pode conter
os itens dispostos no § 4o do art.
98.

Art. 109. O encargo de


responsabilidade da distribuidora é
determinado pela seguinte
equação:

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 111


Versão Final ©JUN-2022

em que:
ERD = encargo de
responsabilidade
ERD = DEMANDAERD × K
responsabilidade da distribuidora;
DEMANDAERD = demanda a ser
atendida ou acrescida para o
cálculo do ERD, em quilowatt
(kW);

K = fator de cálculo do ERD,


calculado pela seguinte equação:
TUSD Fio BFP = a parcela da TUSD
no posto tarifário fora de ponta,
composta pelos custos
regulatórios decorrentes do uso
dos ativos da distribuidora, que
remunera o investimento, o custo
de operação e manutenção e a
depreciação dos ativos, em Reais
por quilowatt (R$/kW);
α = relação entre os custos de
operação e manutenção,
vinculados à prestação do serviço
de distribuição de energia elétrica,
como pessoal, material, serviços
de terceiros e outras despesas, e
os custos gerenciáveis totais da
distribuidora – Parcela B, definidos
na última revisão tarifária; e
FRC = o fator de recuperação do
capital que traz a valor presente a
receita uniforme prevista,
sendo obtido pela equação:

em que:
WACC = custo médio ponderado
do capital definido na última
revisão tarifária da
distribuidora, antes dos impostos;
n = o período de vida útil, em anos,
associado à taxa de depreciação
percentual anual “d”

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 112


Versão Final ©JUN-2022

definida na última revisão tarifária,


sendo obtido pela equação:

Conclusão pessoal:

Houve adequação da realidade atual de geração por parte do consumidor e


seus impactos na rede da distribuidora; como contrabalançar itens de melho-
rias de forma que a participação financeira possa ser calculada de maneira
justa, sistemática e racional. O formulário empregado para o cálculo não foi
alterado.

Caberá a ANEEL ter um rígido controle para que todas as fases cobradas à
Distribuidora seja rigorosamente cumpridas.

– “Ressarcimento de Danos Elétricos”

Jéferson Matheus de Oliveira – Eng. Eletricista

Introdução

O tema ressarcimento de danos é recorrente nas perícias judiciais. Muitas ve-


zes o consumidor reclama na justiça sem antes fazer qualquer tipo de pedido
administrativo na concessionária. Isso acontece com frequência, principal-
mente nos casos em que o cliente tem uma apólice de seguros e a seguradora
efetua o pagamento da indenização e, posteriormente, aciona a distribuidora
judicialmente.

A REN 1000/2021 da ANEEL fez algumas alterações significativas no capítulo


que trata do ressarcimento de danos elétricos em equipamentos. A seguir abor-
daremos o tema com mais detalhes.

Desenvolvimento

A principal alteração da nova resolução é que o consumidor passa a ter 5 anos


de prazo para ingressar pedido administrativo de ressarcimento de danos na
concessionária (na REN 414/2010 o prazo era de 90 dias). Esse prazo é

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 113


Versão Final ©JUN-2022

relativo à data do evento na rede da distribuidora, que teria ocasionado o dano


ao equipamento reclamado.

Outra mudança importante é que, agora, o cliente pode consertar o equipa-


mento, por sua conta e risco, sem autorização da distribuidora. No entanto, o
consumidor deve apresentar à concessionária: a) a nota fiscal do conserto, in-
dicando a data de realização do serviço e descrevendo o equipamento conser-
tado; b) o laudo emitido por profissional qualificado; c) dois orçamentos deta-
lhados; e c) as peças danificadas e substituídas.

A terceira grande mudança é que, caso o consumidor faça o pedido em até 90


dias, seguirá um rito simplificado para obter o ressarcimento. Neste caso, é
vedado à distribuidora exigir alguns documentos que são necessários para os
casos de pedido após 90 dias da ocorrência do dano, com destaque para o
laudo emitido por profissional qualificado, quando o equipamento já tiver sido
consertado.

Apresentamos uma tabela comparativa entre as duas resoluções, com uma


coluna apontando as principais diferenças entre os dois documentos.

RES 414 RES 1000 Diferenças


Art. 203. As disposições Art. 599 - O disposto neste
deste Capítulo se aplicam, Capítulo aplica-se, exclusi-
exclusivamente, aos casos vamente, aos casos de dano
de dano elétrico causado a elétrico causado a equipa- - Substituição do nível de
equipamento instalado na mento instalado em unidade tensão pela classificação
unidade consumidora aten- consumidora do grupo B. “grupo B”.
dida em tensão igual ou in-
ferior a 2,3 kV.

Art. 204 Art. 602. O consumidor tem - Prazo para solicitação


O consumidor tem até 90 até 5 (cinco) anos, a contar passa de 90 dias para 5 anos
(noventa) dias, a contar da da data provável da ocorrên- .
data provável da cia do dano elétrico no equi-
ocorrência do dano elétrico pamento, para solicitar o res- - Consumidor é obrigado a
no equipamento, para solici- sarcimento à distribuidora, comprovar a aquisição (pro-
tar o ressarcimento devendo informar, no mí- priedade) do equipamento
à distribuidora, devendo for- nimo, os seguintes itens: reclamado.
necer, no mínimo, os seguin-
tes elementos: I - unidade consumidora; - Cliente deve comprovar ou
II - data e horário prováveis declarar que o equipamento
I - data e horário prováveis da ocorrência do dano; estava conectado à instala-
da ocorrência do dano; III - relato do problema apre- ção interna da UC em que é
sentado pelo equipamento titular (dispensado se cons-
elétrico; tar na relação de carga do

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 114


Versão Final ©JUN-2022

II - informações que demons- IV - descrição e característi- cadastro do consumidor,


trem que o solicitante é o ti- cas gerais do equipamento desde que a última alteração
tular da unidade danificado, tais como marca seja anterior à data provável
consumidora, ou seu repre- e modelo; do evento), e que não houve
sentante legal; V - canal de contato de sua adulteração dos equipamen-
III - relato do problema apre- preferência, dentre os oferta- tos ou peças danificadas,
sentado pelo equipamento dos pela distribuidora; bem como das instalações
elétrico; e VI - nota fiscal ou outro do- elétricas da UC.
IV - descrição e característi- cumento que comprove a
cas gerais do equipamento aquisição do equipamento - Cliente deve apresentar
danificado, tais antes da data provável da dois orçamentos detalhados
como marca e modelo. ocorrência do dano elétrico; para conserto e um laudo
V – informação sobre o meio VII - comprovação ou de- emitido por profissional qua-
de comunicação de sua pre- claração, mediante Termo lificado, quando o equipa-
ferência, dentre de Compromisso e Respon- mento já tiver sido conser-
os ofertados pela distribui- sabilidade: tado.
dora. (Redação dada pela a) que o dano ocorreu
Resolução Normativa quando o equipamento es- - Em solicitações realizadas
ANEEL nº 499, de tava conectado à instala- em até 90 dias, a distribui-
03.07.2012) ção interna da unidade dora não pode exigir os ele-
§ 1° A solicitação de ressar- consumidora em que é ti- mentos indicados nos inci-
cimento pode ser efetuada tular; e sos VI, VII e IX da REN
por meio de b) que não houve adultera- 1000/2021.
atendimento telefônico, dire- ção nos equipamentos ou
tamente nos postos de aten- peças danificadas, bem - Para pedidos realizados
dimento presencial, via inter- como nas instalações elé- após 90 dias da data prová-
net ou outros canais de co- tricas da unidade consumi- vel do evento, o consumidor
municação disponibilizados dora objeto do pedido de não pode informar mesma
pela distribuidora. ressarcimento; data e horário provável da
§ 2 ° Para cada solicitação VIII - dois orçamentos de- ocorrência de solicitação an-
de ressarcimento de danos talhados para conserto, terior que já tenha sido defe-
elétrico, a distribuidora quando o equipamento já rida pela concessionária
deve abrir um processo es- tiver sido consertado; e
pecífico, observando-se o IX - o laudo emitido por
disposto no profissional qualificado,
§ 3° do art. 145. quando o equipamento já
§ 3° A obrigação de ressarci- tiver sido consertado.
mento se restringe aos da- § 1º - Para solicitação de
nos elétricos ressarcimento feita em até
informados no momento da 90 (noventa) dias da data
solicitação, podendo o con- provável da ocorrência do
sumidor efetuar dano elétrico, é vedado à
novas solicitações de ressar- distribuidora exigir os ele-
cimento de danos oriundos mentos indicados nos inci-
de uma mesma sos VI, VII e IX do caput.
perturbação, desde que ob- § 2º - A distribuidora pode
servado o prazo previsto no dispensar a apresentação de
caput. nota fiscal ou outro docu-
“§ 4º A distribuidora, em ne- mento que comprove a aqui-
nhuma hipótese, pode ne- sição, de que trata o inciso VI
gar-se a receber do caput, nos casos em que
pedido de ressarcimento de o equipamento conste da re-
danos elétrico efetuado por lação de carga do cadastro
titular, ou representante do consumidor, desde que a

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 115


Versão Final ©JUN-2022

legal, de unidade consumi- última atualização da carga


dora citada no art. 203. tenha sido realizada antes
§ 5º A seu critério, a distribui- da data provável da ocorrên-
dora pode receber pedido de cia do dano.
ressarcimento § 3º - Podem ser objeto de
de dano elétrico efetuado por pedido de ressarcimento
representante sem procura- equipamentos alimentados
ção específica, por energia elétrica conecta-
devendo, nesses casos, o dos na unidade consumi-
ressarcimento ser efetuado dora, sendo vedada a exi-
diretamente ao titular gência de comprovação da
da unidade consumidora. propriedade do consumidor
§ 6º Podem ser objeto de pe- sobre o equipamento.
dido de ressarcimento quais- § 4º - No pedido de ressarci-
quer equipamentos mento feito com mais de 90
alimentados por energia elé- (noventa) dias da data pro-
trica conectados na unidade vável da ocorrência do dano
consumidora, elétrico, o consumidor não
sendo vedada a exigência de poderá informar mesma
comprovação da proprie- data e horário provável da
dade ocorrência de solicitação
do equipamento. anterior que já tenha sido
deferida pela distribuidora.

Art. 207 Art. 617 - A distribuidora


“A distribuidora deve infor- deve disponibilizar ao consu-
mar ao consumidor o resul- midor o resultado da análise
tado da solicitação da solicitação de ressarci-
de ressarcimento, por meio mento nos seguintes prazos,
de documento padronizado, contados da data da verifica-
disponibilizado ção no local ou, caso esta
em até 15 (quinze) dias pelo não tenha sido realizada, da
meio de comunicação esco- data da solicitação de res-
lhido, contados a sarcimento:
- Prazo de 30 dias para soli-
partir da data da verificação I - 15 (quinze) dias: para so-
citações realizadas após 90
ou, na falta desta, a partir da licitação de ressarcimento
dias da data provável da
data da solicitação feita em até 90 (noventa)
ocorrência.
de ressarcimento. dias da data provável da
ocorrência do dano elétrico;
ou
II - 30 (trinta) dias: para so-
licitação de ressarcimento
feita após mais de 90 (no-
venta) dias da data provável
da ocorrência do dano elé-
trico.

Art. 210 Art. 611 - Na análise do pe- - A concessionária pode in-


A distribuidora responde, in- dido de ressarcimento, a dis- deferir o pedido de ressarci-
dependentemente da exis- tribuidora deve investigar a mento se o consumidor pro-
tência de culpa, pelos existência do nexo de causa- videnciar o conserto antes
danos elétricos causados a lidade, que é a caracteriza- de ingressar o pedido de res-
equipamentos elétricos ins- ção do vínculo entre o sarcimento ou sem aguardar
talados em unidades o término do prazo para

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 116


Versão Final ©JUN-2022

consumidoras, nos termos evento causador e o dano re- verificação da distribuidora,


do caput do art. 203. clamado. e não entregar: a) a nota fis-
Parágrafo único. A distribui- § 1º - A distribuidora deve cal do conserto, indicando a
dora só pode eximir-se do considerar na análise os re- data de realização do serviço
dever de gistros de ocorrências na e descrevendo o equipa-
ressarcir, quando: sua rede e observar o Mó- mento consertado; b) o laudo
I - comprovar a inexistência dulo 9 do PRODIST. emitido por profissional qua-
de nexo causal, nos termos § 2º - O uso de transforma- lificado; c) dois orçamentos
do art. 205; dor depois do ponto de cone- detalhados; e
II - o consumidor providen- xão não descaracteriza o d) as peças danificadas e
ciar, por sua conta e risco, a nexo de causalidade, nem substituídas.
reparação do(s) elimina a obrigação de res-
equipamento(s) sem aguar- sarcir o dano reclamado.
dar o término do prazo para § 3º - Fica descaracterizado
a verificação, o nexo de causalidade
salvo nos casos em que hou- quando:
ver prévia autorização da I - não existir o equipamento
distribuidora; para o qual o dano foi recla-
mado; ou
II - o consumidor providen-
ciar a reparação do equipa-
mento previamente ao pe-
dido de ressarcimento ou
sem aguardar o término do
prazo para a verificação, e
não entregar à distribui-
dora:
a) a nota fiscal do con-
serto, indicando a data de
realização do serviço e
descrevendo o equipa-
mento consertado;
b) o laudo emitido por pro-
fissional qualificado;
c) dois orçamentos deta-
lhados; e
d) as peças danificadas e
substituídas.

Art. 208 Art. 618 - No caso de deferi-


“No caso de deferimento, a mento, a distribuidora deve
distribuidora deve efetuar o ressarcir em até 20 (vinte) - A distribuidora somente
ressarcimento dias, contados do venci- pode exigir a nota fiscal de
por meio do pagamento em mento do prazo disposto no conserto nos casos em que o
moeda corrente, conserto ou art. 617 ou da disponibiliza- equipamento tenha sido con-
substituição do ção do resultado da análise sertado previamente à solici-
equipamento danificado em ao consumidor, o que ocor- tação do ressarcimento ou
até 20 (vinte) dias, contados rer primeiro, por meio de: antes do término do prazo
do vencimento I - pagamento em moeda para verificação. Nos demais
do prazo disposto no art. 207 corrente; casos, a apresentação do or-
ou da resposta, o que ocor- II - conserto do equipamento çamento do conserto é sufi-
rer primeiro. danificado; ou ciente.
III - substituição do equipa-
mento danificado.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 117


Versão Final ©JUN-2022

§ 1º No caso do ressarci- § 1º - No caso do pagamento


mento na modalidade de pa- em moeda corrente, a distri-
gamento em moeda buidora deve observar as se-
corrente, o consumidor pode guintes condições:
optar por depósito em conta I - o pagamento pode ser
bancária, feito, a critério do consumi-
cheque nominal, ordem ban- dor, por meio de crédito na
cária ou crédito na próxima conta corrente indicada pelo
fatura. consumidor, cheque nomi-
§ 2º Somente podem ser de- nal, ordem de pagamento ou
duzidos do ressarcimento os crédito na próxima fatura;
débitos vencidos II - o valor do ressarcimento
do consumidor a favor da deve ser atualizado pelo Ín-
distribuidora que não sejam dice Nacional de Preços ao
objeto de Consumidor Amplo - IPCA,
contestação administrativa no período compreendido
ou judicial, ficando vedada a entre o segundo dia anterior
redução do valor ao vencimento do prazo dis-
do ressarcimento em função posto no caput e o segundo
da idade do equipamento.” dia anterior à data da dispo-
(Redação dada pela Resolu- nibilização do ressarci-
ção Normativa ANEEL nº mento;
499, de 03.07.2012) III - a distribuidora so-
“§ 3° O ressarcimento a ser mente pode exigir a nota
pago em moeda corrente fiscal de conserto nos ca-
deve ser atualizado sos em que o equipamento
pelo IGP-M, no período com- tenha sido consertado pre-
preendido entre o segundo viamente à solicitação do
dia anterior ressarcimento ou antes do
ao vencimento do prazo dis- término do prazo para veri-
posto no caput e o segundo ficação definido no art.
dia anterior à data 613, sendo suficiente, nos
da disponibilização do res- demais casos, a apresen-
sarcimento.” tação do orçamento do
(Redação dada pela Resolu- conserto;
ção Normativa ANEEL nº IV - a distribuidora não pode
479, de 03.04.2012) exigir a nota fiscal de com-
§ 4° No caso de conserto ou pra, sendo suficiente a apre-
substituição do equipamento sentação de levantamento
danificado, de preços de um equipa-
a distribuidora pode exigir do mento substituto;
consumidor a entrega das
peças danificadas
ou do equipamento substitu-
ído, na unidade consumidora
ou nas
oficinas credenciadas.
“§ 5º Não é considerado res-
sarcimento o conserto par-
cial do bem danificado,
de modo que este não re-
torne à condição anterior ao
dano, nem o

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 118


Versão Final ©JUN-2022

pagamento em moeda cor-


rente em valor inferior ao
conserto ou em valor
inferior ao de um equipa-
mento novo, quando o con-
serto for inviável.
§ 6º A distribuidora não pode
exigir a nota fiscal de con-
serto ou de compra
para efetuar o ressarcimento
em moeda corrente, sendo
suficiente a
apresentação do orçamento
do conserto ou levantamento
de preços de
um equipamento novo.
§ 7º O prazo a que se refere
o caput fica suspenso en-
quanto houver
pendência de responsabili-
dade do consumidor, caso
seja requisitada pela
distribuidora informação ne-
cessária ao ressarcimento,
observando-se as
condições previstas nos inci-
sos I e II do §1º do art. 207.”
(Redação dada pela Resolu-
ção Normativa ANEEL nº
499, de 03.07.2012)

Conclusão pessoal:

Após análise da nova resolução é possível constatar que ocorreram mudanças


significativas em relação ao documento anterior. Algumas alterações são be-
néficas ao consumidor, como por exemplo a ampliação de 90 dias para 5 anos
no prazo para solicitação administrativa de ressarcimento de danos em equi-
pamentos. Além disso, se o pedido for realizado em até 90 dias, o cliente é
beneficiado com um rito simplificado. Por outro lado, algumas condições po-
dem dificultar o ingresso da solicitação, tais como a exigência de nota fiscal ou
outro documento que comprove a aquisição do equipamento antes da data pro-
vável da ocorrência do dano elétrico.

Do ponto de vista da concessionária, pode ser prejudicial a possibilidade de o


consumidor providenciar o conserto do equipamento sem que haja a verifica-
ção (vistoria), mesmo que o consumidor tenha que apresentar nota fiscal do
conserto, laudo emitido por profissional qualificado, dois orçamentos detalha-
dos e as peças danificadas e substituídas. Em relação à REN 414/2010, a dis-
tribuidora perde a chance de verificar “In loco”, as condições do equipamento
reclamado. Infelizmente, sabe-se que existem oficinas de consertos de

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 119


Versão Final ©JUN-2022

equipamentos que não são idôneas. No ano de 2013, a Delegacia de Polícia


de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio de Serviços Delegados
(DRCP/DEIC) deflagrou, no Rio Grande do Sul, a “Operação Cartel”, cumprindo
16 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Alvorada, Viamão e Porto
Alegre. Havia um cartel de oficinas eletrônicas, que, em conjunto, facilitavam o
ressarcimento dos danos em avarias de equipamentos eletroeletrônicos de cli-
entes da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D).

No que tange ao tema Ressarcimento de Danos Elétricos é difícil definir quem


“ganhou” ou quem “perdeu” com a nova resolução. Contudo é nítido que a REN
1000/2021 amplia a tempestividade do pedido administrativo de ressarcimento
de danos elétricos. Cabe salientar que é necessário observar o que preconiza
o Módulo 9 do PRODIST (Ressarcimento de Danos Elétricos), o qual também
ganhou uma nova versão e é documento complementar da resolução 1000.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 120


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Anexo 15 – “Anotação de Responsabilidade Técnica”

Estellito Rangel Jr.– Eng. Eletricista

Introdução

A ART é o documento que define, para os efeitos legais, os responsáveis téc-


nicos pelo desenvolvimento de qualquer atividade técnica no âmbito das pro-
fissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea, como os tecnólogos e os enge-
nheiros eletricistas.

Desta forma, trazemos para debate, no CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES


GERAIS, a Seção IV -Das Instalações do Consumidor e Demais Usuários, ar-
tigo 29 da Resolução 1000.

Desenvolvimento

Na seção IV da Resolução 1000, na fase da Consulta Técnica, a ABEE-RJ


(Associação Brasileira dos Engenheiros Eletricistas, Rio de Janeiro), emitiu as
seguintes sugestões:
“Modificar o Art. 29 para: O projeto e a execução das instalações elé-
tricas internas do usuário devem possuir um responsável técnico, que
responderá administrativa, civil e criminalmente em caso de danos e
de acidentes decorrentes de eventuais erros”.
E,
“modificar o artigo 30 (ao invés de “É vedado à distribuidora”), para
“Cabe à distribuidora”:
I - exigir a apresentação de Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART)

Com a justificativa:
“A exigência de responsável técnico é prevista em dispositivos legais,
tanto leis como Normas Regulamentadoras, com a correspondente
ART recolhida no Conselho profissional. Os acidentes em eletricidade
são majoritariamente causados por imperícia, resultante de instalações
feitas por pessoas sem a devida habilitação LEGAL. E portanto, a exi-
gência de ART é fundamental para que seja comprovada a habilitação
legal do responsável técnico, evitando-se incêndios e perdas de vidas
humanas por instalações incorretas.”

A ANEEL não aceitou as sugestões, sob as seguintes justificativas:


Art 29: “Texto da minuta já prevê a observância da legislação especí-
fica”.
Art 30: “Parcialmente aceita. O Inciso I foi suprimido. A responsabili-
dade por fiscalizar o exercício da profissão é do respectivo Conselho
de Classe.”

Ressaltamos que a o texto proposto pela ANEEL para o art 30 (proibir a exi-
gência de ART), recebeu críticas também da ABRADEE, Amazonas, Cemig,

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 121


Versão Final ©JUN-2022

EDP, Enel Brasil, Grupo Energisa e Grupo Neoenergia, caracterizando, por-


tanto a inadequação da proposta.

Conclusão pessoal

A proposta original da ANEEL para o art. 30 (suprimir a exigência de ART),


causou estranheza, especialmente considerando-se LEI Nº 6.496, DE 07 DE
DEZEMBRO DE 1977) que dispõe:
“Art. 1º - Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou presta-
ção de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura
e à Agronomia fica sujeito à "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART). ”

Como ressaltou o Grupo Neoenergia na Consulta Pública, “é importante refor-


çar que os projetos são prestações de serviço de engenharia e a execução de
obras também, tempo em que a Distribuidora exige e garante confiabilidade em
intervenções a serem realizadas em seu ativo.
Além disto, este ponto é de extrema relevância pois a responsabilidade fiscali-
zatória é dos órgãos emissores, como por exemplo o CREA, porém não há
certeza sobre a exigência e fiscalização, em um país de dimensão territorial
como o Brasil. Neste sentido, é importante a manutenção da exigência para
garantir o padrão construtivo firme e seguro, que as anotações técnicas garan-
tem em eventuais problemas futuros.”

Entendo que a inclusão na Resolução 1000 da exigência da apresentação da


ART com o projeto apresentado à distribuidora é indispensável, uma vez que
algumas distribuidoras, apesar da Lei, comportam-se como registrado nos co-
mentários da Cemig na CP: “Atualmente, na Cemig D, essa exigência só é
aplicada para casos em que se vislumbra maior potencial de impacto no sis-
tema elétrico, o que corresponde a um percentual baixo das novas conexões.”

Na Resolução 1000 foi publicado no art. 33, a sugestão da ABEE-RJ na CP,


com pequena modificação:
Art. 33. O projeto e a execução das instalações elétricas internas do consumi-
dor e demais usuários devem possuir responsável técnico, caso exigível na
legislação específica, que responde administrativa, civil e criminalmente em
caso de danos e de acidentes decorrentes de eventuais erros.

Estranhamente, a ANEEL transferiu a exigência da ART para a “legislação es-


pecífica”, o que soa como paradoxo, pelo fato que cabe justamente à Agência,
emitir a “legislação específica” para o setor elétrico.
Nas instalações elétricas, um projeto incorreto não se limita a causar “peque-
nos impactos”, pois pelo efeito dominó, pode causar grandes incêndios e colo-
car vidas em risco!

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 122


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 16 – “As normas que a concessionária deve seguir”

Estellito Rangel Jr.– Eng. Eletricista

Introdução
As normas técnicas da ABNT são consideradas voluntárias; porém, quando
citadas em documentos legais, passam a ser consideradas compulsórias.

Durante a Consulta Pública 18/2021, a ABEE-RJ sugeriu incluir no Anexo 1 -


CONTRATO DE ADESÃO - GRUPO B, CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO PÚBLICO DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, que:

“Deve ser acrescentada uma cláusula sobre os deveres da distribui-


dora, incluindo-se que sua rede também esteja de acordo com as nor-
mas oficiais brasileiras.”

A justificativa foi que no Anexo I em sua cláusula quinta, consta


“5.1 É dever do consumidor
….
5.1.3 manter a adequação técnica e a segurança das instalações elé-
tricas da unidade consumidora, de acordo com as normas oficiais bra-
sileiras;”

e, como não há similar exigência para a concessionária, entendeu a ABEE-RJ


ter se apresentado uma relação desigual ao se exigir que o consumidor atenda
às normas, mas a concessionária, não.
A ANEEL informou que a sugestão “já estava prevista”.

Com base nestes pontos, trazemos para debate, a CLÁUSULA QUINTA: DOS
DEVERES DO CONSUMIDOR, do Anexo 1 da Resolução 1000.

Desenvolvimento

Uma das características das redes elétricas construídas pelas distribuidoras é


que elas vieram de projetos desenvolvidos no século passado em outros paí-
ses, porém hoje, não atendem aos requisitos das normas técnicas brasileiras.

A justificativa dada pela ANEEL para não incluir a sugestão da ABEE-RJ foi:

“Já Prevista
Obrigação já prevista nos Contratos de Concessão e de Permissão.”

Tomamos então, como exemplo, o Contrato de Concessão 001/96 da Light,


Rio de Janeiro – para geração, transmissão e distribuição de energia elétrica -
vigente até 4/6/2026, disponível em: https://www.ANEEL.gov.br/docu-
ments/10184//16598908//CGTD9601LIGHT.pdf

Neste contrato não foi encontrada a citação à “ABNT”. Na cláusula segunda –


Condições de Prestação dos Serviços – encontramos:

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 123


Versão Final ©JUN-2022

“… a CONCESSIONÁRIA observará as prescrições deste Contrato,


da legislação específica, das normas regulamentares e das instruções
e determinações do PODER CONCEDENTE. Para prestar o serviço,
no cumprimento das normas sobre confiabilidade, regularidade e qua-
lidade do serviço, a CONCESSIONÁRIA terá ampla liberdade na dire-
ção de seus negócios, investimentos, pessoal e tecnologia. A execução
deste Contrato pressupõe regularidade, continuidade, eficiência, segu-
rança, generalidade e cortesia na prestação dos serviços aos usuá-
rios.”

Desta forma, considerando-se que tanto a NBR 5410, quanto a NBR 14039
excluem as redes das concessionárias de seu campo de aplicação, bem como
no contrato está explícito que a concessionária deve atender às normas emiti-
das pelo “Poder Concedente” e terá ampla liberdade na escolha da tecnologia,
temos que as concessionárias estão legalmente isentas de seguirem as nor-
mas ABNT.

Como consequência, temos que:


a) As redes subterrâneas não possuem uma proteção adequada aos
cabos elétricos, sendo adotada a configuração “queima livre”, inaceitá-
vel para as instalações dos consumidores e principal responsável pelos
eventos de fumaça, fogo e explosões de bueiros, ao permitirem “con-
tingências” que na verdade são sobrecargas que extrapolam as espe-
cificações técnicas dos cabos, como mostrado em: http://bit.ly/2JgU-
tBW e http://bit.ly/2JFxP7F ;

b) As redes aéreas não possuem uma proteção adequada, pois as li-


nhas são mantidas energizadas em caso de rompimento de algum
cabo nú (sem isolamento), o que é responsável por centenas de mortes
todos os anos, como informado no site da ANEEL: http://bit.ly/2AK49RL

Conclusão pessoal

A Resolução 1000, aparentemente, adotou dois pesos e duas medidas com


relação às obrigações do consumidor e da concessionária, uma vez que no
CAPÍTULO II - DA CONEXÃO, na Seção IV, artigo 29 temos:

“Art. 29. O consumidor e demais usuários devem observar em suas


instalações as normas e padrões da distribuidora, as normas da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e as normas dos órgãos
oficiais competentes, naquilo que for aplicável e não contrariar à regu-
lação da ANEEL.”.

e não há similar exigência para a concessionária, nem na Resolução


1000, nem nos contratos celebrados com as distribuidoras.

Tendo em vista que já observamos em outro Anexo deste webinar a inexistên-


cia de critérios claros que definam o que é uma “rede segura para a população”,
os detalhes levantados neste Anexo do webinar deverão merecer especial
atenção dos peritos e dos auxiliares técnicos na análise de ocorrências apreci-
adas nos processos judiciais, bem como das entidades de defesa do consumi-
dor, quando referenciarem o atendimento dos serviços de distribuição de ener-
gia elétrica à Lei 8078/90.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 124


Versão Final ©JUN-2022

Anexo 17 – “Impactos na Microgeração Distribuída”

Estellito Rangel Jr.– Eng. Eletricista

Introdução

Micro e minigeração distribuída: A REN 1000 buscou aprimorar os procedimen-


tos e condições para a conexão das instalações do consumidor e demais usu-
ários, incluindo as unidades consumidoras com geração distribuída. Assim, é
esperado que as unidades consumidoras com geração distribuída se benefi-
ciem das novas regras de atendimento ao consumidor e de compensação em
caso de violação de prazo. Vale salientar que não houve mudanças nas regras
de participação financeira, e o sistema de compensação continua conforme
previsto na Resolução Normativa n° 482/2012, que continua em vigor, com mo-
dificações. Desta forma, trazemos para debate, no CAPÍTULO II – DA CONE-
XÃO, a Seção I -Das Disposições Gerais, o artigo 19 da Resolução 1000.

Desenvolvimento

O artigo 19 da REN 1000 estabelece que:


“Art. 19. A distribuidora deve tratar em suas normas técnicas da
conexão de microgeração e minigeração distribuída, observadas
as disposições do Módulo 3 do PRODIST e desta Resolução”.
Microgeração distribuída é referente a uma central geradora de energia elétrica
com potência instalada menor ou igual a 75 kW.
Dentre as disposições da REN 1000 destacamos:

Conexão
Foram introduzidas novas denominações:
– Solicitação de Orçamento Estimado é a nomenclatura da
antiga “Consulta de Acesso”, que gerará como resposta o
Orçamento Estimado (antiga “Informação de Acesso”).
– Solicitação de Orçamento Prévio é a nomenclatura para
“Solicitação de Acesso”, que gerará como resposta o Orçamento
Prévio (antigo “Parecer de Acesso”).
Para microgeração e minigeração distribuída, as Solicitações de Orçamento
Estimado e Prévio devem ser realizadas por meio do formulário padronizado
pela ANEEL (Art. 59 e 67).
Nota: começam a valer em 01/04/2022.

Prazos
Orçamento Estimado:
30 dias (para todos os interessados).
Orçamento Prévio:
Microgeração: 15 dias – sem obras; 30 dias – com obra.
Minigeração: 45 dias.
Vistoria e Instalação do Medidor:
Devem ocorrer no mesmo dia.
BT – 5 dias úteis; MT - 10 dias úteis

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 125


Versão Final ©JUN-2022

Características do Formulário Padrão


– Destacamos a exigência do responsável técnico (Art. 33) (Item 1 do
formulário).

Importante
Na seção VIII – Disposições Finais está ressaltado que a Resolução Normativa
ANEEL nº 482, de 17/4/2012, continua válida, porém com as alterações relaci-
onadas no Art. 672 da REN 1000.

Texto atual – REN 1000: 2021 Texto da REN 482: 2012


Como passou a ser: Como era:
"Art. 3º Na solicitação de fornecimento ini- Art. 3º As distribuidoras deverão adequar
cial ou aumento de potência disponibili- seus sistemas comerciais e elaborar ou revi-
zada de unidade consumidora com micro- sar normas técnicas para tratar do acesso de
geração ou minigeração distribuída apli- microgeração e minigeração distribuída, uti-
cam-se os procedimentos, prazos e condi- lizando como referência os Procedimentos
ções estabelecidos nas Regras de Presta- de Distribuição de Energia Elétrica no Sis-
ção do Serviço Público de Distribuição de tema Elétrico Nacional – PRODIST, as nor-
Energia Elétrica e no Módulo 3 do PRO- mas técnicas brasileiras e, de forma comple-
DIST." (NR) mentar, as normas internacionais.
Art. 7 - XIV – adicionalmente às Art. 7 - XIV - adicionalmente às informações
informações definidas na Resolução obrigatórias, a fatura dos consumidores que
Normativa nº 414, de 2010, a fatura dos possuem microgeração ou minigeração dis-
consumidores que possuem microgeração tribuída deve conter, a cada ciclo de fatura-
ou minigeração distribuída deve conter, a mento:
cada ciclo de faturamento:
Art. 7 - XVII - para as unidades Art. 7 - XVII - para as unidades consumidoras
consumidoras atendidas em tensão atendidas em tensão primária com
primária com equipamentos de medição equipamentos de medição instalados no
instalados no secundário dos secundário dos transformadores deve ser
transformadores deve ser deduzida a deduzida a perda por transformação da
perda por transformação da energia energia injetada por essa unidade

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 126


Versão Final ©JUN-2022

injetada por essa unidade consumidora, consumidora, nos termos do art. 94 da


conforme Regras de Prestação do Serviço Resolução Normativa nº 414, de 9 de
Público de Distribuição de Energia Elétrica; setembro de 2010;
Art. 7 - XIX - para unidades consumidoras Art 7 - XIX – para unidades consumidoras
classificados na subclasse residencial classificados na subclasse residencial baixa
baixa renda deve-se, primeiramente, renda deve-se, primeiramente, aplicar as re-
aplicar as regras de faturamento previstas gras de faturamento previstas neste artigo e,
neste artigo e, em seguida, conceder os em seguida, conceder os descontos con-
descontos conforme Regras de Prestação forme estabelecido na Resolução Normativa
do Serviço Público de Distribuição de nº 414, de 2010.
Energia Elétrica.
Art. 10. A distribuidora deverá iniciar o Art. 10. A distribuidora deverá adequar o sis-
sistema de compensação de energia tema de medição e iniciar o sistema de com-
elétrica após realizar a vistoria e instalar ou pensação de energia elétrica dentro do prazo
adequar o sistema de medição, conforme para aprovação do ponto de conexão, con-
procedimentos e prazos estabelecidos nas forme procedimentos e prazos estabelecidos
Regras de Prestação do Serviço Público na seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST.
de Distribuição de Energia Elétrica.
Art. 11. A distribuidora deve exigir do Art. 11. Aplica-se o estabelecido no caput e
consumidor o ressarcimento de no inciso II do art. 164 da Resolução Norma-
indenizações no caso de danos ao sistema tiva nº 414 de 9 de setembro de 2010, no
elétrico de distribuição e danos a caso de dano ao sistema elétrico de distribui-
equipamentos elétricos de outros ção comprovadamente ocasionado por mi-
consumidores comprovadamente crogeração ou minigeração distribuída in-
ocasionado por microgeração ou centivada.
minigeração distribuída, conforme Regras
de Prestação do Serviço Público de
Distribuição de Energia Elétrica
Art.12. A distribuidora deve suspender Art.12. Aplica-se o estabelecido no art. 170
imediatamente o fornecimento no caso de da Resolução Normativa nº 414, de 2010, no
o consumidor gerar energia elétrica na sua caso de o consumidor gerar energia elétrica
unidade consumidora sem observar as na sua unidade consumidora sem observar
normas e padrões da distribuidora local, as normas e padrões da distribuidora local.
conforme Regras de Prestação do Serviço
Público de Distribuição de Energia Elétrica
Art. 13-B Aplicam-se às unidades Art. 13-B Aplicam-se às unidades consumi-
consumidoras participantes do sistema de doras participantes do sistema de compen-
compensação de energia, de forma sação de energia, de forma complementar,
complementar, as disposições das Regras as disposições da Resolução Normativa nº
de Prestação do Serviço Público de 414, de 2010.
Distribuição de Energia Elétrica e do
PRODIST.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 127


Versão Final ©JUN-2022

Conclusão pessoal

Não houve mudanças significativas em relação à REN 482: 2012, mas cabe
notar que houve a retirada da referência às “as normas técnicas brasileiras e,
de forma complementar, as normas internacionais”, passando a vigorar as “Re-
gras de Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica” (art.
3), ou seja, o definido na REN 1000: 2021.
Como visto neste webinar, confirma-se a dissociação das distribuidoras com o
atendimento às normas técnicas brasileiras.
Lembrando que, sob o paradigma da “busca pela eficiência”, o modelo regula-
tório vigente submete as tarifas cobradas pelas distribuidoras ao modelo de
preço-teto, ou “price cap”. A regulação por preço-teto caracteriza-se como uma
regulação “ex ante”, porque a definição do preço ocorre na revisão tarifária pe-
riódica, antes que a empresa incorra efetivamente nos custos, a partir de uma
parametrização de custos eficientes. Além disso, a regulação por preço-teto
conta com o “Fator X”, por meio do qual se busca impor à concessionária o
compartilhamento de ganhos de produtividade com os usuários, em benefício
da modicidade tarifária. (GAMELL; PRADO, 2019, p. 255).
Este modelo, em linhas gerais, parte da formulação de uma estimativa prévia
do preço da tarifa, transferindo à concessionária o ônus da obtenção de lucro
por meio da redução dos seus próprios custos na prestação dos serviços, o
que então justifica, entre outros itens, a isenção em cumprir as normas técni-
cas, bem como a utilização de esquemas de proteção mínimos, que não res-
peitam os limites operacionais dos equipamentos, resultando em diversos
eventos de fogo e explosões, especialmente nos locais com redes subterrâ-
neas de distribuição, onde a concessionária adota a “queima livre”.
Ressalte-se que nas instalações elétricas, um projeto inadequado não se limita
a causar “pequenos impactos”, pois pelo efeito dominó, pode causar grandes
incêndios e colocar vidas em risco!

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 128


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Anexo 18 – “Faltas massivas de energia elétrica”

Sandro Donato Pavanatto Cerentini – Eng. Eletricista

Breve introdução:
Está se tornando cada vez mais frequente a ocorrência de tempestades
regionais que ocasionam a falta de energia elétrica com tempo de retorno que
ultrapassa os prazos preestabelecidos, aceitáveis e normalizados. Estes
eventos têm repercussão negativa em vários segmentos da sociedade e
trazem altos prejuízos para as comunidades e população em geral. Em
algumas situações, não é possível nem abrir uma solicitação de reparo, porque
os canais de atendimento estão lotados, e nem ter uma informação de quando
o fornecimento de energia elétrica será reestabelecido. A partir desse cenário,
vamos analisar as alterações regulatórias advindas da nova resolução (REN
1000/2021) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regra a
prestação de serviços públicos de distribuição de energia elétrica. Iremos
relacionar as melhorias nela propostas e apontar as lacunas deixadas, ou seja,
alguns pontos importantes que ela deixou de abordar.

Desenvolvimento:
As recentes mudanças climáticas, em grande parte ocasionadas por alterações
lesivas e danosas provocadas ao meio ambiente, têm trazido aumento de
temporais com impacto destrutivo nas redes de distribuição e estamos cada
vez mais sujeitos a faltas massivas de energia elétrica. Neste ano foi registrado
em várias regiões do país um considerável aumento da temperatura ambiente,
as chamadas ondas de calor, ocasionando ao final grandes tempestades,
chuvas e ventos fortes, e consequentes quedas de galhos de árvores e objetos
sobre as redes elétricas, além de alagamentos e quedas de postes. Estas
condições adversas fazem com que ocorra uma série de defeitos nas redes
elétricas e muitos clientes ficam sem o fornecimento de energia elétrica. Os
vários clientes afetados acabam ligando para abrir chamados, o que ocasiona
congestionamento dos sistemas de atendimento das concessionárias.
Visando melhorar este quadro e o atendimento a chamadas, a nova resolução
estabeleceu, além do atendimento presencial e telefônico, novas formas de
atendimento. Inclui videochamada nos postos presenciais, permite contato via
internet, chat e e-mail, e reclamação na plataforma consumidor.gov do
Ministério da Justiça, cuja adesão deverá ser obrigatória para todas as
distribuidoras, conforme “Capítulo XIV – Do serviço de atendimento ao
consumidor e demais usuários”. O prazo de adequação é até o final de 2022.
Como parte introdutória dessas mudanças, reportamos abaixo o artigo 370,
que estabelece as linhas gerais de como deve ser o atendimento.
--------------------------------------
Art. 370. A estrutura de atendimento da distribuidora deve:
I - ser adequada às necessidades do consumidor e demais usuários;
II - ser acessível e gratuita a todos os consumidores e demais usuários da
área de atuação da distribuidora; e
III - possibilitar ao consumidor e demais usuários a apresentação de todas as
suas demandas sem ter que se deslocar de seu município.
-----------------------------------------------

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 129


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É importante que a qualidade dos serviços de atendimento seja


acompanhada e fiscalizada, tanto pelos órgãos responsáveis, como pelos
próprios clientes. O desempenho e a qualidade do atendimento telefônico e
do tratamento das demandas, assim como os outros serviços de
atendimento, também estão regrados pela nova resolução, conforme do”
Capítulo XV – Da qualidade do serviço”. Os artigos 445 a 448 estão descritos
a seguir.

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Seção IV
Da Qualidade do Atendimento Telefônico
Art. 445. A qualidade do atendimento telefônico é mensurada pela ANEEL
por meio de indicadores coletivos relacionados ao nível de serviço, abandono
e chamadas ocupadas, estabelecidos no Módulo 8 do PRODIST.
Art. 446. Em caso de ultrapassagem dos limites anuais para os indicadores
de qualidade do atendimento telefônico definidos Módulo 8 do PRODIST, a
distribuidora pode ser submetida à fiscalização da ANEEL.
Seção V
Do Tratamento das Demandas
Art. 447. A qualidade do serviço prestado pela distribuidora é avaliada, quanto
ao tratamento das reclamações e das outras demandas, por indicadores
coletivos relacionados à duração e frequência das reclamações e relatórios
de acompanhamento, conforme disposições do Módulo 8 do PRODIST.
Art. 448. Em caso de ultrapassagem dos limites anuais estabelecidos para o
tratamento das reclamações, a distribuidora pode ser submetida à
fiscalização da ANEEL.
Parágrafo único. A solução da reclamação também é avaliada
individualmente mediante a verificação do cumprimento dos prazos, sendo
que em caso de violação o consumidor tem o direito de receber uma
compensação em sua fatura.
------------------------------------------------------

Além da necessidade de termos eficiência na efetivação dos registros de


nossas solicitações de reparo e que as respostas a nossos pedidos de
informações ocorram em tempo hábil e satisfatório, temos ainda mais um efeito
complicador nas situações de tempestade. Nestas ocorrências, as redes são
danificadas de forma mais acentuada e generalizada, ocorrendo uma demora
maior na recuperação das redes, ultrapassando os prazos normalizados, e
clientes ficando por vários dias sem fornecimento de eletricidade. O prazo
normal de retorno para uma rede urbana é de 3 horas e para uma rede rural é
de 6 horas. Em caso de temporal, o prazo normal de retorno para uma rede
urbana é de 24 horas e para uma rede rural é de 48 horas. Dessa forma, além
dos transtornos causados por falta de iluminação e não funcionamento de
equipamentos de uso geral, essa demora no retorno traz ao usuário prejuízos
consideráveis como a perda de produtos perecíveis (por exemplo, carne da
geladeira ou congelador), perda de medicamentos que necessitam de
resfriamento (medicamentos para hemodiálise e diabetes, por exemplo), dentre
muitos outros danos possíveis. O regramento antigo já previa uma
compensação através das regras contidas no módulo 8 do PRO-DIST, para
casos de falta de continuidade no fornecimento de energia elétrica. A resolução
nova também utiliza esta mesma regra de compensação, conforme “Capítulo
XV – Da qualidade do serviço”, e texto do artigo 433 a seguir.

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CAPÍTULO XV
DA QUALIDADE DO SERVIÇO
Seção I

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 130


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Da Continuidade
Art. 433. A qualidade do serviço prestado pela distribuidora é avaliada, quanto
à sua continuidade, por indicadores coletivos e individuais relacionados à
duração e frequência das interrupções do serviço, conforme Módulo 8 do
PRODIST.
§ 1º O consumidor e demais usuários têm o direito de receber compensação
financeira em sua fatura de energia no caso da distribuidora violar os limites
de continuidade individuais relativos às suas instalações.
§ 2º A distribuidora pode deduzir da compensação a que se refere o § 1º os
débitos vencidos do consumidor e demais usuários que não sejam objeto de
contestação administrativa ou judicial.
-------------------

Porém, esta compensação pode ser ineficiente e insignificante para casos de danos
maiores aos clientes, tais como os prejuízos reportados nos parágrafos anteriores.
De acordo com o CDC (Código de Defesa do Consumidor - Lei 8.078, de 1990), as
concessionárias de energia elétrica devem ser responsabilizadas e efetuar os
ressarcimentos dos diversos prejuízos causados pela falta e demora no retorno da
energia. O consumidor deve procurar a concessionária, relatando a ocorrência e os
ressarcimentos que entenda devidos. É fundamental anotar os protocolos dos
contatos realizados com a empresa, seguir as orientações recebidas e acompanhar
os prazos estabelecidos. Para os casos de perda de alimentos estragados em
decorrência da falta de refrigeração ou até mesmo na ocorrência de danos não
materiais ou indiretos (por exemplo, o comprometimento da realização de um trabalho
por falta de energia), devem ser apresentados cálculos, orçamentos, relação de
valores dos produtos ou alimentos estragados e todos os demais tipos de
demonstrativos e documentos pertinentes, de modo a que se possa comprovar o
alegado. Em caso do pedido ser negado, o próximo passo é fazer contato com a
ouvidoria da concessionária, para cobrar providências e efetuar reclamações e
denúncias. Os serviços de ouvidoria estão regulamentados através do “Capítulo XV
– Da qualidade do serviço”. O artigo 419 está descrito a seguir.

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CAPÍTULO XV
DA QUALIDADE DO SERVIÇO
Seção VII
Da Ouvidoria
Art. 419. A implantação da Ouvidoria é obrigatória para as concessionárias,
sendo facultada para as permissionárias.
§ 1º A estrutura de Ouvidoria deve:
I - ser adequadamente dimensionada e ser acessível ao consumidor e
demais usuários da sua área de atuação; e
II - possibilitar o requerimento de informações, esclarecimento de dúvidas e
o encaminhamento de sugestões, elogios, reclamações e denúncias.
§ 2º A Ouvidoria deve atender, no mínimo, das 8 (oito) horas às 18 (dezoito)
horas, em dias úteis, por meio de canal telefônico exclusivo e gratuito em
toda área de atuação, independentemente da ligação ser originada de
serviço telefônico fixo ou móvel, podendo ser disponibilizadas formas
adicionais para atendimento.
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Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 131


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Se nenhuma solução for encontrada, sugerimos que o consumidor registre


suas reclamações no sistema consumidor.gov.br, mantido pelo Ministério da
Justiça. O órgão tem 10 dias para responder e o histórico de resolução de
problemas é alto. Paralelo a isso, pode ser formalizada uma reclamação no
PROCON de sua cidade ou do estado, encaminhando cópia da documentação
relativa ao caso, e reclamações e denúncias na Defensoria Pública (Núcleo de
Defesa do Consumidor e Tutelas Coletivas). Para casos de descumprimentos
e denúncias generalizadas, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços
Públicos Delegados tem um convênio com a ANEEL, que transfere a
fiscalização em nível local, e tem poder de aplicar, desde advertências, até
multas mais pesadas, inclusive encaminhar a cassação do direito de
exploração do serviço público. Para penalizar a concessionária, é iniciado um
processo de investigação extraordinária do evento de falta de energia elétrica,
e no final do processo, a situação também é analisada pela ANEEL, para
avaliar se é possível e será efetivada a aplicação da multa, pois há regras a
serem cumpridas e para definir o valor da penalização. Além do PROCON,
Defensoria Pública, Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos,
temos também como entidades aliadas a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), Ministério Público Estadual, Imprensa, Prefeitura, Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia (CREA), Sindicato dos Engenheiros (SENGE),
dentre outras instituições que prestam serviços à sociedade e tem alguma
influência neste segmento para ajudar a resolver os problemas coletivos. O
trabalho em conjunto e a união de forças são fundamentais para atingir nossos
objetivos.
Conclusão:

Nesses novos tempos de grandes tempestades, onde a natureza dá sinais de


desgaste e revolta perante as nossas repetidas agressões, e estas agressivas
tempestades causam danos cada vez maiores a rede elétrica de distribuição,
algo precisa ser feito de forma imediata, tanto para incentivar medidas de pro-
teção ao meio ambiente, como para reduzir a falta de energia elétrica prolon-
gada nas comunidades, e minimizar seus efeitos. Temos que estabelecer me-
canismos de proteção ao meio ambiente. De forma hipotética, semelhante aos
disjuntores que atuam e desligam o circuito quando ocorre uma sobrecarga
elétrica, temos que implantar meios de proteção para paralisar e desativar de
forma instantânea processos que causam danos ambientais de grande impacto
ao nosso planeta. De forma realista, entendemos que aumentar as compen-
sações e incentivos para as pessoas e empresas que pratiquem ações de pre-
servação é um bom caminho. Punir os maiores responsáveis pelas catástrofes
ambientais é urgente. Implantar e difundir campanhas de conscientização para
as crianças e população cuidar melhor do meio ambiente. Dentre outras muitas
ações importantes e necessárias. No que diz respeito à melhoria dos serviços
das concessionárias, temos que desenvolver o espírito crítico da sociedade
de forma a cobrar soluções e resultados, de participar de movimentos que vi-
sem a garantia e a exigência de qualidade no atendimento, e buscar auxílio
nas instituições de apoio para ter seus direitos atendidos. Fiscalizar as distri-
buidoras, exigindo dos órgãos responsáveis o cumprimento do que está regu-
lamentado. Cobrar políticas de regulação para que a energia elétrica seja con-
siderada como um bem fundamental e essencial, e não um produto de mer-
cado, sujeito a regras e metas que buscam somente o aumento do lucro dos
acionistas.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 132


Versão Final ©JUN-2022

Cobrar da ANEEL um plano de contingência de padrão nacional, para que em


casos de eventos de falhas de rede de grande porte, sejam mobilizados todos
os recursos disponíveis e possíveis para diminuir os impactos na população. A
ANEEL deve ter mais envolvimento, a fiscalização deve ser mais ágil, a co-
brança em soluções mais rápidas para situações de emergência deve ser in-
cessante. É imprescindível, através de planejamento prévio, a criação de pla-
nos emergenciais de auxílio, planos emergenciais de cooperação entre empre-
sas do setor elétrico, e intervenção em concessionárias deficientes, se neces-
sário. Trabalhar também na previsão e preparação para catástrofes, para não
atuar somente durante a ocorrência das mesmas. Em suma, temos que nos
manter atualizados sobre as novas normas e acompanhar o desempenho dos
responsáveis pelos serviços de distribuição de energia elétrica, e estar ciente
que não basta atualizar o regramento, é necessário que sejam feitas as mu-
danças necessárias para sua adequação aos novos cenários e para prover um
atendimento eficiente e satisfatório aos clientes.

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 133


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Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 134


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Último Anexo – “Resolução 1000 - diagramada”

Luiz Kutwak – Eng. Eletricista - email

“Procurei ajustar o texto da resolução 1000 da melhor ma-


neira permitindo a melhor leitura. Assim, os títulos e subtí-
tulos a foram negritude, centrados e em maiúsculas. Os
parágrafos foram colocados com espaçamento e afastados
das margens 1,5 cm. Creio que do modo redigido a leitura
ficou facilitada pois cada perito poderá procurar mais facil-
mente o assunto que lhe interessa através dos itens desta-
cados.”

Acesso pelo link aqui

Dentro do site da ANEEL aqui

PRODIST aqui

AUDIÊNCIA DO PORTAL

Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 135


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Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 136


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Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 137


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(C)

Estellito Rangel Junior


Presidente da ABEE-RJ
Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas - Seção Rio de Janeiro
Resolução 1000 da ANEEL – Abordagem inicial 138

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