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VII REDE
TEMAS DE ESTUDO
I. Virtudes humanas
Estas virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais
da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e
guiando-nos segundo a razão e a fé. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o
bem.
Prudência (o que devemos ou não fazer): dispõe a razão pratica a discernir, em
qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para
realizá-lo. Não se confunde com a timidez ou o medo. Exemplo: É “pensar duas vezes”
antes de fazer algo. É chamada “auriga virtutum” (isto é “portadora das virtudes”),
porque conduz as outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida. É graças a essa
virtude que aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e
superamos as dúvidas sobre o bem a praticar e o mal a evitar.
Justiça (dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido): consiste na vontade
constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. A justiça para com
Deus chama-se “virtude de religião”. Para com os homens, ela nos dispõe a respeitar
os direitos de cada um e a estabelecer nas relações humanas a harmonia entre as
pessoas e do bem comum.
Fortaleza (resistir às tentações e superar os obstáculos na vida): é a virtude moral
que dá segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do bem. Ela firma
a resolução de resistir às tentações e superar os obstáculos na vida moral. A virtude da
fortaleza nos torna capazes de vencer o medo, inclusive da morte, de suportar a
provação e as perseguições. Exemplo: É resistir à tentação do pecado contra a
castidade.
Temperança (ter autocontrole): é a virtude moral que modera a atração pelos
prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da
vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade. A
pessoa temperante orienta para o bem seus apetites sensíveis, guarda uma santa
discrição e não “se deixa levar a seguir as paixões do coração”.
Não é fácil para o homem que ferido pelo pecado manter o equilíbrio moral.
E para conseguirmos estas virtudes basta, sempre pedir esta graça de luz e de
fortaleza, recorrer os sacramentos, cooperar com o Espírito Santo, seguir seus apelos
de amar o bem e evitar o mal.
O Mal
O mal é a ausência do bem.
Deus permite o mal porque ele não quer invadir nossa liberdade. Deus quis criar um
mundo “em processo de caminhada” para sua perfeição última.
Por isso existe tanto o perfeito como o imperfeito no mundo: juntamente com as
construções da natureza, existe as destruições; juntamente com o bem físico, existe o
mal físico.
Porém, Deus é capaz de fazer um mal se transformar em um bem. “Pois o Deus Todo-
Poderoso [...], por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir em
suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar do mal o bem”.
“Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8, 28).
“Tudo procede do amor, tudo está ordenado à salvação do homem, Deus não faz nada
que não seja para esta finalidade”. – Santa Catarina de Sena
“Ora, tudo o que Ele quer, por pior que possa nos parecer, é o que há de melhor para
nós”. – Santo Tomás More
Se por um acaso escolhermos o mal, Deus vai encontrar um meio de nos puxar
novamente para o bem.
8. AS CARACTERÍSTICAS DA FÉ
A fé é uma graça e devemos pedi-la diariamente a Deus.
A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele.
Para que se possa manifestar essa fé, é necessária a graça de Deus, que provê e
socorre, e a ajuda interior do Espírito Santo, que move o coração e o leva a Deus, abre
os olhos da mente e confere a todos a docilidade no consentimento e na crença da
verdade.
Crer é um ato autenticamente humano. Não contraria nem a liberdade nem a
inteligência do homem confiar em Deus e aderir as verdades a Ele reveladas.
O motivo de crermos não é o fato de as verdades reveladas aparecerem como
verdadeiras e inteligíveis à luz de nossa razão. Cremos por causa da autoridade de
Deus que revela e que não pode nem se enganar nem nos enganar.
Os milagres, por exemplo, são motivos de credibilidade que mostram que o
assentimento da fé não é de modo algum um movimento cego do espírito.
Devemos querer e buscar conhecer cada vez mais a nossa fé. Um conhecimento mais
profundo despertará, por sua vez, maior fé, sempre mais ardente de amor.
Para termos mais fé precisamos compreender; para compreendermos precisamos ter
fé. (“Eu creio para compreender, e compreendo para crer” – santo Agostinho)
Se as pesquisas científicas forem feitas de maneira verdadeira nunca irão se opor a fé.
Fé e ciência andam juntas.
O homem tem a liberdade de escolher crer ou não. Ninguém deve ser forçado, contra a
sua vontade, a abraçar a fé, pois o ato de fé é, por sua natureza, voluntário.
É necessário, para obter essa salvação, crer em Jesus Cristo e naquele que o enviou
para nossa salvação.
Sem a fé é impossível agradar a Deus e chegar ao consórcio dos seus filhos, ninguém
jamais poderá ser justificado sem ela, nem conseguirá a vida eterna, se nela não
perseverar até o fim.
Para viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimenta-la com a Palavra de
Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente; ela deve agir pela caridade, ser
carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja.
A fé é, portanto, o começo da vida eterna: a fé nos faz degustar, como por antecipação,
a alegria e a luz da visão beatífica, meta de nossa caminhada na terra.
A fé pode ser posta à prova.
As experiencias do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte podem abalar a fé e
tornar-se para ela uma tentação. “Portanto, com tamanha nuvem de testemunhas em
torno de nós, deixemos de lato tudo o que nos atrapalha e o pecado que nos envolve.
Corramos com perseverança na competição que nos é proposta, com olhos fixos em
Jesus, que vai à frente de nossa fé e a leva à perfeição” (Hb 12, 1-2).
9. O PECADO ORIGINAL (CIC 388-390) (CIC 369-409)
A realidade do pecado, e mais particularmente a do pecado das origens, só é entendida
à luz da revelação divina.
O pecado é um abuso da liberdade que Deus dá às pessoas criadas para que possam
amá-lo e amar-se mutualmente.
O que fazer
Como responder a essa ideologia perversa? A solução está dentro das famílias, nas
escolhas que os homens e mulheres de nosso tempo fizerem para esta e para as
futuras gerações. Seremos capazes de sacrificar o nosso egoísmo e as nossas
comodidades para viver o casamento cristão e educar os nossos filhos na fé? Estamos
dispostos a dizer "sim" ao maravilhoso projeto de Deus para o ser humano?
Deus criou o homem e a mulher, as duas sexualidades distintas, mas iguais, instituiu o
matrimônio e a família, bem como as leis que regulam a moral. Portanto, os cristãos
devem defender a cultura que enfatiza e respeita as diferenças entre homens e
mulheres e o valor da família. Além disso, o pai e a mãe devem ser capazes de
sacrificar o seu egoísmo e suas comodidades para viver o casamento cristão e educar
seus filhos na fé.
14.3. ABORTO
A realidade do aborto pode acontecer de duas formas: o espontâneo e o provocado. No
aborto espontâneo, acontece a interrupção da gravidez por causa naturais, sem a livre
intervenção humana. No aborto provocado, acontece uma livre intervenção da pessoa
humana.
A Doutrina da Igreja esclarece que quanto ao aborto espontâneo, isto é, aquele por
causas naturais, não existe aí problemas morais, pois não há ato positivo e livre da
pessoa. Contudo, quando há aborto provocado, a Igreja faz alguns apontamentos com
base numa antropologia-teológica, que são (COELHO, 2007, p. 19):
Desde o momento da concepção, a vida humana é imediatamente criada por Deus;
A “alma espiritual” de cada pessoa humana é imediatamente criada por Deus;
Aborto provocado
Deus [...], Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum
modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve,
pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da
concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis» (Gaudium et spes, 51).
“Não matarás” (Ex 20, 13) e vários outros textos bíblicos nos alertam para a importância
de cumprirmos este mandamento.
A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento
da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos
a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o
ser inocente à vida (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Instrução Donum vitae, 1,
1). «Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi: antes que saísses do seio da
tua mãe, Eu te consagrei» (Jr 1, 5). «Vós conhecíeis já a minha alma e nada do meu
ser Vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas profundidades da
terra» (Sl 139, 15).
Consciência em questão
O grande argumento dos abortistas-assassinos é que cada pessoa responde por sua
consciência. Eles lançam mão do que consideram ser a liberdade do corpo para
justificar tal posicionamento. Porém, a liberdade do corpo requer consciência. Baseado
no catecismo da Igreja Católica sobre o ato moral (1730- 1802), as grandes questões
são: O que é pecado? Quem forma a nossa consciência? Que direito tem a Igreja de
intervir na consciência de uma pessoa?
Fala-se, erroneamente, que o Estado tem que preservar a pessoa e a Igreja, salvar a
alma! Quem disse que a Igreja quer salvar só almas? Ou a Igreja salva o homem todo,
ou não salva ninguém.
Se o pecado fosse subjetivo à pessoa, significaria dizer que depende da consciência
dessa pessoa dizer se isso é ou não pecado? Tanto o pecado quanto o moral não são
subjetivos. Isso não significa que você será o juiz dos seus atos.
Deus disse a Moisés: “Amarás o senhor teu Deus”; “Não Matarás” … Ele não promoveu
uma assembleia para o povo votar. A lei veio de Deus para o homem. Deus revela, o
homem aceita, ou não aceita. Existe elementos na Igreja que nenhum papa pode
mudar, porque foi revelado por Deus. É o caso de: NUNCA se poderá abrir mão dos
dez mandamentos.
O povo de Deus é a palavra e o magistério. Magistério é quando a Igreja se pronuncia
baseada na Palavra e na sua tradução. Nós, cristãos, podemos não concordar, mas
temos que assentir. Isto é, concordar mesmo tendo incredulidades.
O próprio catecismo da Igreja Católica traz três regras para a escolha da nossa
consciência:
1ª – Nunca é permitido praticar um mal para que resulte dele um bem. O fim não
justifica os meios. Essa frase nós conhecemos mais.
2ª – Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. (Mt 7, 12).
3ª – A caridade respeita sempre o próximo e sua consciência: “Pecando contra vossos
irmãos e ferindo a sua consciência, pecais contra Cristo” (1Cor 8,12). “É bom se abster
de tudo o que seja causa de tropeço, de queda ou enfraquecimento para teu irmão”
(Rm 14,21) (CIC 1789).
No que se refere ao aborto provocado em algumas situações difíceis e complexas, é
válido o ensinamento claro e preciso do Papa João Paulo II: “É verdade que, muitas
vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um carácter dramático e doloroso: a
decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente
egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens
importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros
da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam
a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas estas e outras razões
semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a
supressão deliberada de um ser humano inocente” (Evangelium vitae, 58).
Sim à vida
A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta desde o momento
da concepção. A cooperação formal do aborto constitui uma falta grave. A Igreja é
contra! Veja o que ela diz: “O diagnóstico pré-natal é moralmente lícito desde que
respeite a vida e a integridade do embrião. Qualquer atitude contrária que provoque o
aborto é crime. Um diagnóstico médico não pode ser como uma sentença de morte
para o feto” (Novo catecismo nº 2274). “Um diagnóstico de má formação do cérebro,
dos pés, ou qualquer outro problema não pode ser suficiente para se dar uma pena de
morte para o embrião”. (Gaudium et spes.51§3).
Ainda que tenha havido uma concepção por estupro, não se justifica esse mal, pois a
justiça deve punir o agressor e não a criança, tirando-lhe a vida. Ainda que uma criança
esteja sendo gerada com alguma deficiência, não se justifica matá-la; ao contrário, as
verdadeiras civilizações se caracterizam por proteger os mais fracos, e não por os
matar.
A mãe jamais tem o direito de eliminar um filho que está em gestação; é uma vida
independente dela; e a mulher, acima de tudo, foi criada para dar e gerar a vida. Ainda
que o nascituro esteja temporariamente dentro do corpo de sua mãe, ele não é parte
deste corpo. É um descalabro uma mãe matar o próprio filho, nem a cobra venenosa
faz isso.
A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente,
manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente
que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade.
O que fazer
Também o Código de Direito Canônico, quando trata sobre a temática do aborto, faz as
seguintes afirmações: “Os fetos abortivos, se tiverem vivos, sejam batizados, enquanto
possível” (Cân. 871). O Código continua ainda: “Quem provocar aborto, seguindo-se o
efeito, incorre em excomunhão “latae sententiae’” (Cân. 1398).
Não podemos cruzar os braços! Os indefesos, aos quais Jesus se referiu quando disse:
“Aquele que fizer mal a um desses pequeninos será réu do inferno”. Devemos dizer que
somos pró-vida e lutar por esses pequeninos.
14.4. EUTANÁSIA
Etimologicamente, a palavra eutanásia significava, na antiguidade, uma morte suave
sem sofrimentos atrozes. Acontece ainda que, o termo está a ser utilizado num sentido
mais particular, com o significado de « dar a morte por compaixão », para eliminar
radicalmente os sofrimentos extremos, ou evitar às crianças anormais, aos incuráveis
ou doentes mentais, o prolongamento de uma vida penosa, talvez por muitos anos, que
poderia vir a trazer encargos demasiado pesados para as famílias ou para a sociedade.
O termo eutanásia é usado quando uma pessoa age diretamente com a intenção de
tirar a vida do outro. Por exemplo, quando um médico dá uma injeção letal ou tira um
remédio para provocar a morte de alguém. Consiste, portanto, em apoderar-se da
morte, provocando-a antes do tempo e, desse modo, pondo fim “docemente” à própria
vida ou à vida alheia.
A Igreja, “que está sempre ao lado da vida”, como afirmou João Paulo II, ensina que
devemos ter um respeito especial por aqueles cuja vida está diminuída ou
enfraquecida. As pessoas doentes ou deficientes devem ser amparadas para levar uma
vida tão normal quanto possível, e nunca as eliminar ou lhes apressar a morte.
Ninguém está imune ou livre do sofrimento e da doença (é condição humana). A
experiência da doença revela a fragilidade da existência humana, é uma possibilidade
concreta, eticamente falando, de a pessoa descobrir o valor da vida, porque ou lhe dá
sentido ou fracassa, não tem meio termo. A etapa final da vida merece ser cuidada
assim como as demais fases. Falecer com dignidade traz à discussão a qualidade de
vida no processo de morrer.
Por isso, na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis, é permitido ao médico
limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente,
garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao
sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do
paciente ou de seu representante legal (Res. n.1.805/2006, CFM). O direito à morte
digna, a partir da ortotanásia, é fundamentado na dignidade da pessoa humana.
O que fazer
A ortotanásia dá assistência médica e afetiva ao paciente terminal, para ele morrer com
tranquilidade. Nesse caso, o doente recebe cuidados e medicamentos paliativos, que
não vão curá-lo, mas evitam um sofrimento maior até o momento em que a morte
venha naturalmente.
A bioética, nesse caso, está intrinsecamente ligada ao cuidado, aos prolongamentos e
às abreviações da vida. Ela prega, na verdade, a ortotanásia, que é a morte no seu
tempo certo, reta, digna, sensível ao processo de humanização. Como afirma o
Catecismo da Igreja Católica (2279): “Mesmo quando a morte é considerada iminente,
os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente
interrompidos. O emprego de analgésicos para aliviar os sofrimentos do moribundo,
ainda que com o risco de abreviar seus dias, pode ser moralmente conforme a
dignidade humana se a morte não é desejada, nem como fim nem como meio, mas
somente prevista e tolerada como inevitável. Os cuidados paliativos constituem numa
forma privilegiada de caridade desinteressada. Por essa razão, devem ser
encorajados”.
É dever de cada um cuidar da sua saúde ou fazer-se curar. Aqueles que têm o cuidado
dos doentes devem fazê-lo conscienciosamente e administrar-lhes os remédios que se
julgarem necessários ou úteis.