Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
No mesmo sentido:
(...) 1. A jurisprudência desta Corte é uníssona no sentido de admitir o pedido revisional (art. 621, I, do
CPP) do veredicto condenatório emanado do Tribunal do Júri, calcada no entendimento de que o direito
à liberdade prevalece em confronto com a soberania dos veredictos. Precedentes do STJ.
(...) 2. Diante do conflito entre os princípios da soberania dos vereditos e da dignidade da pessoa
humana, ambos sujeitos à tutela constitucional, cabe conferir prevalência a este, considerando-se a
repugnância que causa a condenação de um inocente por erro judiciário (REsp 964978/SP).
Essa é a posição também defendida por Renato Brasileiro:
"1.3.2. Cabimento de revisão criminal contra decisões do Júri
Prevalece na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que ao Tribunal de Justiça é conferida a
possibilidade de, em sede de revisão criminal, proceder ao juízo rescindente e rescisório. Assim, se o
Tribunal togado se convencer que a sentença condenatória se fundou em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos, pode, desde já, absolver o acusado, não havendo a necessidade de
submetê-lo a novo julgamento perante o júri. Portanto, na ação autônoma de impugnação que é a revisão
criminal, o tribunal de segundo grau tem competência tanto para o juízo rescindente, consistente em
desconstituir a sentença do tribunal do júri, quanto para o juízo rescisório, consistente em substituir a
decisão do júri por outra do próprio tribunal do segundo grau." (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de
Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2020, p. 1447).
Após a entrada em vigor da Lei nº 11.689/2008, em 8 de agosto de 2008, o reexame necessário de
decisão absolutória sumária proferida em procedimento do Tribunal do Júri que estiver pendente de
apreciação não deve ser examinado pelo Tribunal ad quem, mesmo que o encaminhamento da decisão
absolutória à instância superior tenha ocorrido antes da entrada em vigor da referida Lei. Ex: João matou
Pedro, tendo sido denunciado por homicídio doloso. Em 05/05/2008, depois de ouvir as testemunhas, o
juiz se convenceu que João agiu em legítima defesa, razão pela qual proferiu sentença de absolvição
sumária. Na época, havia previsão no CPP no sentido de que, após absolver o acusado, o magistrado,
mesmo sem recurso do MP, deveria mandar os autos para o Tribunal para que este examinasse se a
decisão foi correta. A remessa necessária ficou parada no TJ aguardando ser julgada. Em 08/08/2008
entrou em vigor a Lei nº 11.689/2008 acabando com a previsão da remessa necessária nestes casos. Isso
significa que o Tribunal não mais terá que julgá-la.