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A S F E R R A M E N TA S D I G I TA I S M A I S P O P U L A R E S E M S A L A D E AU L A

3. O TWITTER COMO
AMBIENTE DE DEBATE
A professora Monica Rankin, da Universidade do Texas em
Dallas, ficou conhecida nos Estados Unidos há alguns anos por
usar o Twitter com seus alunos na sala de aula. “Eu acho que é
absolutamente essencial que os educadores considerem novas
abordagens e novas tecnologias em sala de aula. Estou sempre
reavaliando minhas próprias estratégias de ensino para estar
em um estado constante de criação e recriação”, afirmou ela.
Apesar de sua turma ser composta por estudantes universitários,
a sua história fornece boas ideias para turmas de outras idades.

Monica usou o Twitter durante um semestre, em 2009, para suas


aulas de História na universidade. A turma era composta por
90 alunos e os encontros aconteciam em um auditório grande,
três vezes por semana - no entanto, trabalhar nesse espaço era
limitador. “A maioria dos educadores concorda que ter turmas
grandes em auditórios limita as opções de ensino a palestras”,
explicou. “E a maioria dos educadores também concorda que
essa não é a maneira mais eficaz de ensinar”.

A solução encontrada pela professora foi dividir o tempo entre


as aulas expositivas - duas vezes por semana - e a ‘experiência
Twitter’, como nomeou o projeto, nas sextas-feiras. Nos dias da
atividade, Monica disponibilizava materiais online relacionados
às palestras da semana e indicava perguntas que gerariam
reflexão acerca dos temas. Então, aplicava um questionário e,
após o teste, começavam as discussões via Twitter.

Para aumentar o engajamento, a professora deu aos alunos


hashtags especiais para usar em todos os seus comentários. As
hashtags, além de serem uma linguagem compreensível para os
estudantes, ajudam a agrupar os tweets por tema e período. Toda
semana, havia novas tags e “para acompanhar nossas discussões

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semanais, usamos uma ferramenta chamada TweetDeck,


que permitia criar colunas diferentes para cada hashtag”. O
TweetDeck é um aplicativo de gestão do Twitter, como um
navegador de internet, que integra e organiza as mensagens
do usuário em várias redes sociais.

Logo a turma percebeu que o Twitter, por si só, não


proporcionaria todo o aprendizado que buscavam. Entre
tentativas e erros, a melhor experiência foi quando os
alunos se organizaram em pequenos grupos para discutir
o material e então, em conjunto, fizeram as postagens. Isso
também permitiu que Monica circulasse pela sala e desse
atenção focada em alunos individuais ou equipes: “Percebi
que as discussões eram mais produtivas quando eu me fazia
disponível para comentários, sugestões, perguntas e outros
feedbacks diretos. Enquanto isso, eu tinha uma assistente
monitorando a discussão pela internet”.

Esse contato foi tornando mais fácil identificar limitações e


definir o que precisava ser modificado no projeto. Como a
plataforma só permite textos breves (de até 140 caracteres),
a turma de História foi instruída a postar mais de um tweet
para desenvolver ideias com mais detalhes. Ao fim da aula,
todos os alunos se reuniam para sanar dúvidas e processar
os resultados do encontro - nesse momento, a professora
selecionava os comentários mais relevantes, com o botão
“like”, para que fossem discutidos coletivamente.

TWITTER À BRASILEIRA
Em uma escola de idiomas de São Paulo, alunos entre 8 e 13 anos
praticaram o inglês com a campanha ‘Celeb Grammar Cops’ (em
tradução livre, “policiais da gramática de celebridades”). As crianças
checaram o Twitter de celebridades norte-americanas procurando por
erros. Quando os achavam, respondiam o tweet com uma foto deles e
a correção! Como muitos dos estudantes eram novos demais para ter
a própria conta na rede social, as postagens foram feitas pelo perfil da
escola. Além de praticar a escrita, a ideia por trás da atividade era que os
alunos percebessem que nem tudo o que leem em inglês está correto,
principalmente na internet e em letras de música.
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PASSO A PASSO
NO TWITTER
• Na sua linha do tempo (a ‘timeline’), alunos e professores podem postar
textos, imagens, vídeos e links, desde que eles não ultrapassem 140
caracteres. Para economizar espaço precioso, é possível usar ‘link shorteners’
(algo como “encurtadores” de links), que reduzem o link original para que ele
caiba na sua publicação.

• Encontre outros perfis interessantes para seguir, dependendo do tema a


ser investigado em sala de aula. Todos os grandes sites de notícias estão no
Twitter, por exemplo. A partir do momento em que você clicar em ‘follow’,
todas as atualizações postadas por eles aparecerão em sua página inicial em
ordem cronológica.

• Use os recursos ‘retweet’ para compartilhar o tweet de outro usuário e


‘reply’ para enviar uma resposta que aparecerá na linha do tempo de ambos.
Para mencionar outra pessoa, basta escrever @ antes do nome de seu perfil
no Twitter; ela será marcada e vai receber o comentário na timeline.

• As hashtags são palavras ou frases chave, escritas sem espaços e com o sinal
# na frente. Elas servem para reunir conversas sobre um mesmo tema e têm
muita força para criar conteúdos virais. As hashtags mais utilizadas aparecem
na lista de Trending Topics (as tendências) do Twitter - é possível configurar
os Trending Topics para saber o que está sendo falado na sua região, no país
ou no mundo. Ótima maneira de gerar debates sobre atualidades entre os
alunos!

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