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ORIGEM DO UNIVERSO
O planeta em que vivemos é formado pelo mesmo material que compõe os demais corpos do
Sistema Solar e tudo o mais que faz parte de nosso Universo. Assim, a origem da terra está ligada
intrinsecamente à formação do Sol, dos demais planetas do Sistema Solar e de todas as estrelas a
partir de nuvens de gás e poeira interestelar. Com base nas informações decorrentes de diversos
campos da Ciência (Física, Química, Astronomia, Astrofísica, Cosmoquímica), bem como
estudando a natureza do material terrestre (composição química, fases minerais, etc.) já foram
obtidas respostas para algumas importantes questões que dizem respeito à nossa existência:
Vamos começar pela parte mais difícil. Como se formaram os elementos químicos, as
estrelas e galáxias? Como se originaram os sistemas planetários? Qual é a idade da terra e do
Sistema Solar? Qual é a idade do Universo? Qual é o futuro do Sistema Solar, e do próprio
Universo? Estas questões têm atraído a atenção de grandes filósofos e cientistas nos últimos dois
séculos e as respostas ainda não foram totalmente encontradas.
Para as três primeiras perguntas já existem evidências suficientes para estabelecer uma
razoável confiança nos pesquisadores em relação às suas teorias, baseadas no conhecimento
cientifico, tanto teórico como pratico, observacional ou experimental. A quarta e sexta talvez
também possam vir a ser respondidas com o progresso da Ciência.
Contudo, o que existia antes do Universo? Para esta pergunta ainda não temos esperança de
resposta no campo do conhecimento cientifico convencional, e tal questão permanecerá como
objeto de considerações filosóficas e metafísicas (tema de âmbito das diferentes religiões: a
presença de um Criador, Deus, exercendo sua vontade superior).
ESTRUTURA DO UNIVERSO
A Astronomia nos ensina que existem incontáveis estrelas no céu. Ao mesmo tempo,
observamos que elas se dispõem de uma maneira ordenada, segundo hierarquias. As estrelas
agrupam-se primeiramente em galáxias, cujas dimensões são da ordem de 100.000 anos-luz
(distância percorrida à velocidade da luz, 300 mil km/s, durante um ano). Exemplos comuns de
galáxias são do tipo elíptico e espiral. A estrutura interna das galáxias pode conter mais de 100
bilhões de estrelas de todas as dimensões, com incontáveis particularidades.
Por exemplo, entre as descobertas que vêm sendo alvo de estudos rádio-astronômicos estão
os quasars, objetos peculiares com dimensão semelhante à do nosso Sistema Solar, mas contendo
imensa quantidade de energia e brilhando com extrema intensidade. As galáxias podem conter
enormes espaços interestelares de baixa densidade, mas também regiões de densidade extrema. Os
assim chamados buracos negros podem sugar qualquer matéria das proximidades, em virtude de
sua gigantesca energia gravitacional. Nem mesmo a luz consegue escapar dos buracos negros, e o
seu estudo é um dos temas de fronteira da Astronomia. A Via Láctea é também uma galáxia do tipo
espiral, sendo que o Sol - a estrela central de nosso Sistema Solar - está situado num de seus braços
periféricos (braço de Orion). A Via Láctea possui também um núcleo central, onde aparecem
agrupamentos de estrelas jovens.
As galáxias, por sua vez, se agrupam nos assim chamados aglomerados, que podem conter
entre algumas dezenas a alguns milhares de galáxias. A Via Láctea pertence ao chamado Grupo
Local, que inclui também a galáxia de Andrômeda e as Nuvens de Magalhães. Finalmente, o maior
nível hierárquico do Universo é o de superaglomerados, compostos de até dezenas de milhares de
galáxias, e com extensões que atingem centenas de milhões de anos-luz.
O Universo encontra-se em expansão. Não é a distância entre as estrelas de uma galáxia que
está aumentando, e nem a distância entre as galáxias de um aglomerado, visto que tanto as
primeiras como as últimas estão ligadas entre si pela atração da gravidade. A expansão do Universo
significa que aumenta continuamente o espaço entre os aglomerados galácticos que não estão
suficientemente ligados pela atração gravitacional. A velocidade desta expansão é dada pela
constante de Hubble, ainda não determinada com grande precisão, e que presentemente parece se
O que aconteceu a cerca de 4,7 bilhões de anos quando os planetas começaram a se formar
resultou de várias regularidades e grupamentos curiosos.
1. Todos os planetas giram em torno do Sol na mesma direção, em órbitas elípticas, porém
quase circulares, que jazem num mesmo plano (Fig). Muitas de suas luas também giram na
mesmo direção.
2. Todos os planetas exceto VÊNUS e URANO rotacionam na mesma direção de sua
revolução em volta do Sol - isto é, no sentido horário quando nos olhamos do polo Norte
para o polo Sul da Terra.
3. Cada planeta está grosseiramente 2 vezes mais distante do que planeta interior. Este
ordenamento é conhecido como a regra de Titius-Bode.
4. Embora o Sol seja responsável por cerca de 99,9% de toda a massa do sistema solar, 99% do
momento angular está concentrado nos planetas maiores (Fig. para explicar momento
angular).
* OBS: A luz é emitida ou absorvida de uma maneira característica por diferentes elementos quando eles
incandescem. A análise da luz em cores (componentes espectrais) revela a composição de sua fonte. Desta
forma a cor amarela produzida quando vaporizamos sal de comum (NaCl) em chamas de gás, revela a
presença do elemento Na.
2. AS DIFERENTES HIPÓTESES
2.1. A HIPÓTESE DAS "NEBULOSAS"
A abordagem moderna sobre o problema da origem do sistema planetário iniciou em 1755
quando o filósofo alemão Immanuel Kant** idealizou uma nuvem de gás primitiva (original),
rotacionando lentamente, (este fenômeno é chamado atualmente de nebulosa), que de forma não
especificada condensou num número discreto de corpos globulares.
**OBS: A hipótese de Kant, publicada anonimamente, tinha como título: "Universal Natural History and
Theory of the Heavens, or an Essay on the Constitution and Mechanical Origin of the Whole Universe,
Treated According to Newtonian Principles". A editora foi a falência e os livros foram divididos entre os
credores, de tal maneira que poucos exemplares chegaram as mãos do público em geral.
Com esta hipótese, Kant explicou claramente a consistência das direções de rotação e
revolução no qual a direção da nebulosa original é preservada na rotação do Sol e a revolução dos
planetas ao redor do Sol, e a rotação dos planetas sobre seus próprios eixos - todos na mesma
direção.
O grande matemático francês Laplace propôs essencialmente a mesma teoria em 1796 -
surpreendentemente sem a formulação matemática que ele seria capaz de desenvolver. Os
historiadores de ciência terão ainda que determinar se Laplace sabia ou conhecia o trabalho de Kant
e porque ele não lançou a sua própria teoria a partir de análises matemáticas.
De acordo com Kant e Laplace a massa original de gás resfriou e começou a contrair.
Quando isto aconteceu a velocidade rotacional aumentou (uma conseqüência da lei de conservação
do momento angular), até que anéis mais ricos de material gasoso foram "expulsos" da massa
central pela força centrífuga. No estágio final os anéis condensaram e permaneceram planetas.
Cem anos mais tarde James Clerk Maxwell e Sir James Jeans mostraram que não era bem
assim, pois não havia massa suficiente nos anéis para criar força gravitacional suficiente que
gerasse a atração para condensação dos planetas.
O golpe final na teoria de Kant veio no século XIX quando o astrônomo F.R. Moulton de
Chicago, mostrou que a hipótese sobre a nebulosa violava o item 4 - ou seja - os planetas é que
possuem o maior momento angular. A conservação do momento angular requer que cada parte de
uma nebulosa em rotação e condensando, conserve o seu momento angular. O Sol que possui a
maior massa deveria, portanto, apresentar o maior momento angular do sistema. Entretanto pode-se
afirmar, que de forma simplificada, o Sol não gira mais suficientemente rápido; ele deve ter girado
mais rapidamente no passado.
Não é surpresa, então, que as teorias recentes tendam a ser Neo-Laplacianas, uma vez que
elas retomam a idéia da nuvem de gás e poeira girando, cuja forma e movimentos internos foram
determinados pelas forças gravitacionais e pelas forças de rotação. Em algum momento a atração
gravitacional tornou-se o fator predominante e a contraçäo começou, juntamente com o aumento na
velocidade de rotação (novamente conservação do momento angular). A nuvem tendeu a ficar plana
como um disco, a matéria começou a se deslocar para o centro formando o proto-Sol. Este
colapsou devido a sua própria gravitação, tornando-se denso e opaco na medida em que a matéria é
comprimida. Existem evidências crescentes que o colapso de uma nébula para formar um Sol e
planetas foi engatilhado pelo nascimento de uma SUPERNOVA (explicação: ou seja uma explosão
cataclísmica de uma estrela enorme com uma força tremenda). Alguns detritos da supernova tem
sido encontrados nos meteoritos. O que quer que causou o colapso, provocou uma elevação de
temperatura do proto-Sol de cerca de 1.000.000°C no qual a fusão nuclear teve início. Mais
precisamente, o sol começou a brilhar com o início da reação termonuclear, na qual o núcleo de H
combina sob intensa pressão para formar um núcleo de He liberando uma enorme quantidade de
energia.
E o disco de gás e poeira que envolvia o sol primitivo? Como se formaram os planetas?
Como os planetas ficaram com o momento angular necessário, e porque os planetas possuem
diferentes composições químicas? Existe pouca concordância entre os especialistas sobre as
respostas a estas perguntas.
O que foi dito anteriormente é uma hipótese, ou seja um modelo possível. Talvez algumas
destas idéias estejam próximas do que realmente aconteceu. Nos só saberemos no futuro, pois é
necessário ainda muito trabalho para que alguns pontos "obscuros" sejam esclarecidos.
As nebulosas em diferentes estágios de desenvolvimento estão sendo estudadas com o
telescópio convencional e também com equipamentos especiais que magnificam os raios-x e as
ondas de rádio. Estas ondas invisíveis mas detectáveis fornecem informações adicionais sobre o
universo. Sondas planetárias tem enviado uma série de informações sobre a natureza e composição
da atmosfera e da superfície de planetas como Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno e a Lua.
Em 1983 o Satélite astronômico (infravermelho) IRAS, um telescópio sensível a luz infravermelha
que não pode penetrar na atmosfera terrestre, foi colocado em órbita. Este instrumento encontrou as
primeiras evidências de matéria sólida ao redor das estrelas. O IRAS pode ter detectado os estágios
iniciais da formação de sistemas planetários ao redor de duas estrelas muito próximas, VEGA e
FOMALHOUT. A descoberta principal suporta o conceito de que nosso sistema de planetas em
órbita em redor do Sol não é o único fenômeno e fornece a primeira oportunidade de estudar a
origem dos planetas "fora" do sistema solar. Toda esta atividade deveria, no devido tempo, nos
fornecer um quadro mais claro de como tudo começou.
Nos persistimos na questão sobre a origem do sistema solar por várias razões. O curso
evolutivo seguido por um planeta é determinado pelo seu estado inicial. O estado atual da Terra,
cerca de 4,7 bilhões de anos após o início de sua formação é razoavelmente bem conhecido. Estes 2
tempos no decorrer da evolução planetária - o começo e agora são importantes limites no
desenvolvimento de modelos de como a Terra tem mudado através de sua história. O crescimento
de idéias sobre a origem dos planetas é uma história interessante na história da ciência. Ela ilustra
como hipóteses sucessivas são adiantadas, rejeitadas, ressuscitadas e modificadas à luz de novos
dados e novos conceitos. Esta evolução, típica de todas as ciências, da teoria está especialmente
ligada a geologia moderna, onde a revolução no pensamento e conceito está atualmente em
modificação.
2. A TEMPERATURA INICIAL
Cada planetesimal que se chocava possuía uma energia cinética que era transformada após o
choque em calor. Por exemplo um planetesimal de 4.000 kg aquecido a uma velocidade de 30 km/s
produz uma quantidade de energia na ordem de grandeza de uma explosão nuclear de 1 quiloton.
Embora uma boa parte deste calor irradie de volta para o espaço, uma fração significativa ficou
retida através de crescimento do planeta. O quanto é ainda incerto, pois isto depende da massa,
velocidade e temperatura dos planetesimais e também da taxa de acreção. Uma taxa de acreção
alta implica numa zona de impacto aquecida, que poderia ser recoberta por uma nova chuva de
meteoritos antes mesmo que a energia pudesse ser irradiada de volta para o espaço, desta forma o
calor "soterrado" poderia de certa forma aumentar a temperatura no interior do planeta.
1. A TERRA SE AQUECE
É possível fazer várias conjeturas sobre a temperatura e sobre a radioatividade da Terra nos
seus primórdios. A partir disto é possível calcular como a temperatura interna se modificou nos
anos seguintes ao nascimento do planeta. Todos os cientistas que tentaram fazer isto se
confrontaram com uma importante característica. A Fig. 1-7 mostra um destes resultados
2. A CATÁSTROFE DO FERRO
Devido ao fato do Ferro ser mais pesado do que outros elementos comuns na Terra, quando
o ferro numa camada começou a fundir, grandes "gotas" poderiam ter-se formado e terem se
concentrado no centro do Planeta deslocando os materiais mais leves para cima (Fig. 1-8).
Como elemento abundante, o ferro contribui com cerca de um terço da massa da Terra. A
fusão e o afundamento do Ferro para formar um núcleo líquido no centro foi entretanto um evento
catastrófico. O Ferro "caindo" através do centro deve ter liberado uma enorme quantidade de
energia gravitacional que foi com certeza convertida em calor. O processo é basicamente o mesmo
que o observado quando uma cachoeira é utilizada para mover uma turbina e gerar eletricidade. O
calor liberado durante a formação do núcleo de Ferro foi suficiente para elevar a média da
temperatura em cerca de 2.000°C, causando um enorme fracionamento da Terra.
3. DIFERENCIAÇÃO PLANETÁRIA
Muito cedo em sua história, possivelmente nas primeiras poucas centenas de milhões de
anos, a Terra foi submetida a uma profunda reorganização interna, após ela ter-se aquecido até a
temperatura de fusão de Ferro. Aproximadamente um terço do material primitivo do Planeta
afundou para o seu centro e neste processo uma grande parte do corpo foi convertida ao estado de
fusão parcial. Pode até ter-se formado um oceano de rocha fundida - o magma - com mais de 100
km de profundidade. O material fundido sendo mais leve que o material original, foi separado dele
indo resfriar nas porções mais superiores e formar desta forma uma crosta primitiva. A formação no
núcleo foi o início do estágio de diferenciação da Terra, processo este que converteu a Terra a partir
de um corpo homogêneo num corpo zonado ou acamado com um núcleo denso e uma crosta
superficial composta de materiais mais leves com baixo ponto de fusão separados pelo manto (Fig.
1-9). A diferenciação é talvez o mais significativo evento na história do planeta Terra. Ela levou a
formação de uma crosta e eventualmente dos continentes. A diferenciação iniciou provavelmente o
escape dos gases do interior do planeta, que eventualmente levaram a formação de uma atmosfera e
oceanos.
Entretanto, a pergunta que se faz é, e quanto aos outros planetas? Eles tiveram o mesmo
desenvolvimento que a Terra? As informações que dispomos, através de sondas planetárias indicam
que todos os planetas terrestres foram submetidos a uma diferenciação, mas eles seguiram caminhos
evolutivos diferenciados. Por exemplo, Mercúrio e a Lua evoluíram rapidamente nos primeiros 1 a
2 bilhões de anos, e tornaram-se aparentemente inativos e geologicamente mortos - isto é, sem
formação de montanhas, vulcanismo, terremotos e erosão como nós observamos na Terra. Os
planetas gigantes vão permanecer como um quebra-cabeça por um longo tempo. Eles são
quimicamente tão diferentes dos planetas terrestres e tão maiores que eles devem ter seguido um
curso evolutivo completamente diferente.
Júpiter, por exemplo, através de processos internos ainda não entendidos irradia 2 ou 3
vezes mais energia do que recebe do Sol ! Talvez Júpiter e suas 15 luas seja um exemplo
miniaturizado de um sistema solar cujo "sol" nunca atingiu o estágio de emitir radiação como o Sol.
1) Os primeiros continentes, se é que eles existiram, devem ter sido engolfados e reabsorvidos
continuamente.
2) Neste sentido a Terra renasceu sem nenhum registro de sua história pretérita.
De acordo com as estimativas mais confiáveis tudo isto aconteceu entre 3.7 Ga e 4.5 Ga.
Nós preferimos datar este evento a 4.0 Ga próximo do início do tempo geológico, quando as rochas
mais antigas conhecidas foram formadas.
6. ZONEAMENTO QUÍMICO
Os oito elementos mais abundantes na Terra são observados na Fig. 1-10. Juntos estes
elementos somam mais de 99% da massa da Terra. Cerca de 90% do nosso planeta é construído por
4 elementos principais, são eles: Fe, O, Si e Mg (se compararmos a abundância destes elementos na
crosta com os valores para a Terra como um todo).
Devido ao fato da maioria do Fe ter afundado e se concentrado no núcleo, este elemento fica em
quarto lugar na crosta. Por outro lado o Si, Al, Ca, K e Na são muito mais abundantes na crosta do
que em toda a Terra. Esta distribuição desigual de elementos na Terra é chamada de zoneamento
químico. É interessante e significante que a diferenciação não conduza a um arranjo vertical dos
elementos baseado no seu peso relativo, como seria de se supor. A razão é que vários elementos
formaram compostos e são as propriedades químicas e físicas destes compostos - propriedades tais
como pontos de fusão, afinidades químicas e densidade - que governam a distribuição dos
elementos, ao invés das propriedades intrínsecas de cada elemento. Por exemplo certos silicatos de
cálcio, sódio, potássio e alumínio - principalmente os feldspatos (CaAl2Si2O8, NaAlSi3O8,
KAlSi3O8) - são mais facilmente fundidos. Eles iniciam a fusão a temperaturas entre 700-1.000°C e
quando fundidos eles são relativamente leves. Nós podemos especular que os compostos como estes
devem fundir mais cedo, subindo até a superfície por convecção e se acumulam na crosta. Não
deveria ser surpresa que os feldspatos sejam os minerais mais comuns na crosta terrestre.
O manto situado entre a crosta e o núcleo é composto por silicatos de Fe e Mg, que fundem
menos facilmente e são mais pesados do que os feldspatos. A partir da abundância relativa mostrada
Elementos pesados como Au e Pt possuem pouca atração química por O e Si, e muitos
destes elementos (metais importantes) provavelmente afundaram p/ o núcleo do planeta. Entretanto,
outros elementos pesados tais como o U e Th possuem uma forte tendência em formar óxidos e
silicatos, que são mais leves e podem subir e se acumular na crosta. A gravidade, entretanto, é
somente responsável de forma secundária pelo zoneamento do planeta; de mesma forma importante
é a abundância relativa dos elementos (Box 1-1) e a sua química, ambos determinam que compostos
irão ser formados. As propriedades dos compostos - densidade e ponto de fusão - diferem dos
elementos no seu estado puro e governam a distribuição destes (os elementos).
Uma boa parte do dióxido de carbono foi removido da atmosfera através de reações
químicas com cálcio, hidrogênio e oxigênio para formar calcário, carvão e petróleo. O carvão e o
petróleo são as maiores reservas de combustível fóssil que nós possuímos para abastecer nossas
indústrias. Os poucos centésimos de por cento da atmosfera que permanecem como CO2 é portanto
muito importante, porque é a matéria prima para a fotossíntese. É até irônico sejam os responsáveis
agora pelo aumento da concentração do CO2 na atmosfera, através da queima de combustíveis e das
florestas tropicais. Isto possivelmente causará sérios problemas no final do próximo século
principalmente no que diz respeito a mudanças climáticas e nas taxas de intemperismo.
A Terra está à 140.000.000 km de distância do Sol. Alguns cálculos mostram que se esta distância
fosse 10.000.000 km menor, as altas temperaturas teriam evitado a condensação do vapor de água e
conseqüentemente a formação de oceanos. O dióxido de carbono seria retirado da atmosfera e se
alojaria nas rochas (formando minerais). Seria difícil que a vida como a conhecemos pudesse ter-se
desenvolvido nestas circunstâncias.
Montgomery (1992)
Teixeira et al. (2000)