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EMPRESARIAL
Introdução ao Direito Empresarial
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO EMPRESARIAL
Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Introdução ao Direito Empresarial.........................................................................................................................5
O Surgimento do Comércio.. .........................................................................................................................................5
Surgimento e Evolução do Direito Comercial...................................................................................................6
A Teoria da Empresa.. ......................................................................................................................................................8
O Direito Comercial no Brasil.................................................................................................................................. 10
O Código Comercial Brasileiro de 1850...............................................................................................................11
Direito de Empresa.. ........................................................................................................................................................11
Adequação da Terminologia......................................................................................................................................11
Conceito.................................................................................................................................................................................11
Objeto.....................................................................................................................................................................................12
Características Peculiares........................................................................................................................................12
Princípios.............................................................................................................................................................................13
O Código Civil Brasileiro de 2002.........................................................................................................................17
Autonomia do Direito de Empresa........................................................................................................................17
O Fenômeno da Publicização...................................................................................................................................18
Legislação Brasileira Atual sobre Direito de Empresa.............................................................................19
O Empresário.....................................................................................................................................................................21
O Empresário individual e a Sociedade Empresária.................................................................................. 22
A Empresa..........................................................................................................................................................................23
Responsabilidade do Empresário Individual................................................................................................. 24
Deveres do Empresário.............................................................................................................................................. 24
Alteração do Registro de Empresário Individual para Sociedade Empresária ou para
EIRELI...................................................................................................................................................................................27
Atividades Intelectuais.............................................................................................................................................. 28
O Empresário Rural.. .....................................................................................................................................................29
O Pequeno Empresário...............................................................................................................................................30
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
Apresentação
Caro(a) Aluno(a),
Estamos iniciando nosso Curso de Direito Empresarial.
Nossas aulas terão uma parte teórica, da análise da legislação e jurisprudência dos Tribu-
nais superiores.
Serão empregados os mais variados recursos didáticos. Você terá oportunidade de estu-
dar por meio de esquemas, fluxogramas, mapas mentais, dicas e do método de “perguntas e
respostas”
Vamos juntos nessa jornada!
Conte comigo!
Nossa primeira aula terá duas partes:
Na Parte I você terá a base teórica necessária ao entendimento dos temas que estudare-
mos ao longo do Curso.
Iniciaremos pelas origens do direito de empresa, sua evolução e os princípios que devem
reger a atividade empresarial.
Na Parte II iniciaremos o estudo da legislação.
Você verá que o direito positivo brasileiro, ao tratar do empresário, estabelece regras rela-
tivas a capacidade e impedimentos para o exercício da empresa.
Trataremos do empresário rural, do pequeno empresário, da microempresa e empresa de
pequeno porte e, ao final dessa aula você conhecerá a Empresa Individual de Responsabilida-
de Limitada (EIRELI).
Como pode perceber, temos muito trabalho pela frente!
Então, vamos lá!
Boa aula e conte comigo, nessa jornada que agora se inicia!
Lisiane
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Créditos: http://ihgm1.blogspot.com/2015/09/francesa-portuguesaou-fenicia.html)
Avançando um pouco na história chegamos à Grécia antiga e, da mesma forma que os fe-
nícios, os gregos, embora tivessem suas leis escritas, não dispunham de qualquer legislação
específica para os atos de comércio.
No final do século I a.C. e início do século I d.C., o Império Romano viveu sua grande fase
de desenvolvimento comercial, mais ainda era o jus privatorium ou jus civile (direito civil) que
regia essa atividade.
Créditos:https://imperioimperioromano.blogspot.com/2011/06/economia-romana.html
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Introdução ao Direito Empresarial
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Avançando um pouco mais, chegamos à Europa da Idade Média. Nesse período, o Direito
Canônico se fortaleceu na Europa, impondo as regras de direito comum ditadas pelos líderes
da Igreja.
Paralelamente ao desenvolvimento das cidades, o mercantilismo se tornava uma das mais
importantes atividades econômicas da Europa medieval. Primeiro surgiram as feiras, que cres-
ceram e deram origem aos mercados, que foram se fixando, dando origem aos primeiros es-
tabelecimentos comerciais.
Se destaca nesse momento a criação dos primeiros bancos, o surgimento das letras de
câmbio (títulos de crédito), das comendas (sociedades) e dos contratos mercantis (contrato
de seguro).
Esse desenvolvimento tornou evidente a necessidade da aplicação de regras específicas,
pois o Direito Canônico, além de não garantir a ordem e o funcionamento normal das ativida-
des mercantis, tinha uma concepção estática, que não combinava com as ideias da burguesia.
Dentre outras coisas, a Igreja condenava a cobrança de juros, sob a alegação de que “o dinheiro
é estéril e, portanto, não pode gerar frutos” (os juros).
A solução encontrada pelos comerciantes foi a criação das Corporações de Ofícios e de
Artes, associações que contavam com um sistema de justiça próprio (Tribunal dos Comercian-
tes), incumbido de julgar eventuais conflitos envolvendo seus membros.
As corporações eram autônomas relação à nobreza feudal, fazendo com que seus próprios
usos e costumes prevalecessem.
Esse é o marco para o surgimento do Direito Comercial, como o Direito dos Comerciantes.
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Introdução ao Direito Empresarial
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Vamos conferir.
Fase Subjetiva
Esse período, que vai do séc. XII ao sec. XVIII, marca o surgimento do Direito Comercial,
como um sistema normativo próprio, (ius mercatorum), aplicável apenas aos membros das
Corporações de Ofício. Aos que não se enquadravam na categoria de comerciante se aplica-
vam as normas gerais, ditadas pelo Direito Canônico.
Os usos e costumes foram, sem dúvida, a principal fonte do Direito Comercial nessa pri-
meira fase.
Fase Objetiva
O Código Civil italiano de 1942 adotou a teoria da empresa que, mais abrangente que a an-
terior, conseguiu dar o adequado tratamento jurídico às atividades que e não se enquadravam
no conceito de ato de comércio.
Essa fase é denominada subjetiva moderna porque define a aplicabilidade da normas em
função do sujeito da atividade econômica organizada (não importando a natureza dessa ativi-
dade): O empresário
Um aspecto interessante do Código italiano foi a unificação formal1 do direito privado, ao
apresentar, em uma única lei, a disciplina das relações civis e comerciais.
A grande importância do Código Civil italiano e da adoção da teoria da empresa foi fazer com
que o direito comercial deixasse de ser visto como o direito dos comerciantes, como ocorria no
período subjetivo das Corporações de Ofício, ou o direito dos atos de comércio, como era visto
no período objetivo do Código Napoleônico, para ser o direito da empresa, bem mais abrangente.
1
A unificação formal é a apresentação de duas ou mais ramos em uma única lei, o que não se confunde com a unificação
material, que faz com que uma matéria seja absorvida por outra.
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Introdução ao Direito Empresarial
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Resumo
Teoria da Empresa
3ª fase:
Código Civil Italiano de 1942
Objetiva Séc. XX até atualidade
Unificação formal do direito privado
Moderna
Estado exerce o monopólio da Jurisdição
A Teoria da Empresa
O jurista italiano Alberto Asquini, após estudar o Código Italiano de 1942, publicou um estu-
do denominado “Perfis da empresa”, no qual analisa a empresa como um negócio econômico
que surge da organização dos fatores de produção.
Ao transportar esse fenômeno econômico para o mundo jurídico, Asquini observa que a
empresa pode se apresentar em quatro perfis. Por essa razão, sua teoria ficou conhecida como
“teoria poliédrica” (o termo poliedro vem do latim poli (muitos) + edro (face) = muitas faces).
Os quatro perfis da empresa apresentados por Asquini são:
Perfil Objetivo
Sob esse ponto de vista, a empresa é patrimônio e, por isso, é também conhecido como
perfil patrimonial. Neste sentido, ouvimos as pessoas falarem: “a empresa está pegando fogo!”
ou “a empresa está fechada”.
O que Asquini chamou de perfil objetivo da empresa corresponde, no atual direito empresa-
rial brasileiro ao estabelecimento, na definição do art. 1.142 do Código Civil
Art. 1.142. considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da em-
presa, por empresário, ou por sociedade empresária.
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Perfil Subjetivo
Por esse perfil a empresa se confunde com a atividade econômica que objetiva o lucro,
a que Asquini denominava “força em movimento (...) dirigida para um determinado escopo
produtivo”.
Para atingir o fim lucrativo, é necessária a organização de diversos fatores de produção
ou circulação (capital, trabalho, matéria prima e tecnologia) que indicam o perfil dinâmico
da empresa.
Na linguagem do dia-a-dia, percebe-se o emprego do perfil funcional ou dinâmico quando
alguém diz que “a sociedade optou por continuar a empresa”. Assim, a empresa é vista como a
atividade econômica.
Perfil Corporativo
Sob esse ponto de vista a empresa é entendida como uma espécie de família, formada pelo
empresário, empregados e colaboradores, todos trabalhando para o atingimento do objetivo
comum, que é o resultado útil e produtivo.
Pela teoria de Asquini
o empresário e os seus colaboradores dirigentes, funcionários, operários, não são de fato, simples-
mente, uma pluralidade de pessoas ligadas entre si por uma soma de relações individuais de trabalho,
com fim individual, mas formam um núcleo social organizado, em função de um fim econômico co-
mum, no qual se fundem os fins individuais do empresário e dos singulares colaboradores: a obtenção
do melhor resultado econômico na produção.
Alguns autores alertam para o fato de o perfil corporativo estar ultrapassado, por se identi-
ficar com a ideologia fascista, que predominava na Itália, em 1943.
Obs.: Na atualidade o termo empresa designa, a princípio, a atividade econômica que englo-
ba um pouco de cada um dos perfis mencionados por Asquini.
Caro(a) aluno(a), agora que você já está familiarizado(a) com a teoria poliédrica de Alberto
Asquini, vamos testar seus conhecimentos, de forma lúdica.
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Gabarito
a) O termo empresa foi empregado no perfil subjetivo, ou seja, confunde a empresa com
o empresário.
• Nos termos do direito empresarial atual, essa sentença seria dita da seguinte forma:
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A vinda da família real, fugindo da invasão das tropas de Napoleão, foi um marco para a elabo-
ração de um sistema legislativo direcionado à economia. Em 1808 foi publicada a Lei de Abertura
dos Portos, que impulsionou a abertura para o comércio, e o Alvará de 12 de outubro de 1808,
que criou o Banco do Brasil e as Juntas de Comércio, de Agricultura, das Fábricas e Navegações.
Em 1822, quando a Independência foi proclamada, o Brasil ainda não tinha seu próprio
ordenamento jurídico, obviamente. Ficou então decidido que as leis portuguesas continuariam
a vigorar, podendo ser invocadas leis mercantis “de países cristãos com boa jurisprudência”.
Nesse momento, as fontes legislativas do ordenamento jurídico brasileiro foram o Código
Comercial francês de 1807, o Código Comercial espanhol de 1829 e o Código Comercial portu-
guês de 1833. Todos esses adotavam a teoria francesa dos atos de comércio.
Art. 4º - Ninguém é reputado comerciante para efeito de gozar da proteção que este Código libera-
liza em favor do comércio, sem que se tenha matriculado em algum dos Tribunais do Comércio do
Império, e faça da mercancia profissão habitual (artigo n. 9).
Direito de Empresa
Adequação da Terminologia
Em termos práticos, podemos dizer que Direito de Empresa é o Direito Comercial em sua
versão atualizada e ampliada, já que abrange praticamente todas as atividades econômicas
organizadas para a produção e circulação de bens e serviços.
O legislador do Código Civil de 2002, ao conferir ao LIVRO II o título “Do Direito de Empre-
sa”, procurou fazer uma adequação da terminologia.
Por isso, embora parte da doutrina brasileira ainda empregue a expressão “direito comer-
cial”, enquanto os países de língua espanhola preferem a expressão “direito mercantil”, nós
empregaremos a terminologia adotada pelo Código Civil de 2002.
Conceito
DICA!
Direito empresarial é o ramo do direito privado formado por
um conjunto de normas disciplinadoras da atividade negocial
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Objeto
Sempre que iniciamos o estudo de um novo ramo do direito ficamos curiosos para saber
do que se trata, ou seja, qual é o seu objeto.
Vimos há pouco que a teoria da empresa produziu a ampliação do objeto da disciplina, que
passou a reger praticamente todas as atividades econômicas voltadas para a produção ou
circulação de bens ou serviços.
Para fins didáticos, podemos dizer que o direito empresarial abrange seis grandes grupos:
Características Peculiares
Embora sejam apontadas dezenas de características, vamos nos limitar a algumas delas,
citadas por Marlon Tomazette2:
• Informalismo ou simplicidade das formas
• Onerosidade
• Individualismo
• fragmentarismo
• Cosmopolitismo
− Informalismo
2
TOMAZETTE, M. Teoria geral e direito societário. V.1-11.ed.- São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
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Em regra, as relações empresariais são menos formais que as reguladas pelo Direito Civil.
Esse informalismo é consequência do próprio dinamismo da atividade empresarial, que exige
maior agilidade de suas práticas.
− Onerosidade
Está relacionada ao caráter econômico, que faz com que o lucro seja intrínseco à atividade
empresarial.
− Fragmentarismo ou fragmentariedade
O direito empresarial possui várias ramificações, cada qual com suas características pró-
prias. Assim, são ramos do direito empresarial: Direito societário, direito falimentar, direito
cambiário etc.
Alguns autores entendem o fragmentarismo, no caso brasileiro, relacionado à existência de
várias leis reguladoras das atividades empresariais.
− Cosmopolitismo
Decorre do fato de quem o direito empresarial é universal, sem fronteiras. Sua aplicação
vai além dos limites territoriais dos Estados, já que a atividade empresarial existe em todas as
economias mundiais que se baseiam no sistema capitalista.
O cosmopolitismo do direito empresarial se acentuou com a globalização e, em consequ-
ência disso, existem atualmente várias legislações derivadas de tratados internacionais, den-
tre as quais a Lei Uniforme de Genebra, que trata dos títulos de crédito e a Convenção de Paris,
sobre a propriedade industrial.
− Individualismo
Essa talvez seja a característica que mais diferencia o direito civil do direito empresarial.
Enquanto o Direito Civil se fundamenta no princípio da solidariedade, a atividade empresá-
ria sempre se desenvolveu visando o lucro, que se relaciona com interesses individuais.
É interessante observar que, embora o lucro ainda seja a principal motivação da atividade
empresarial, o individualismo vem sendo um pouco mitigado, nos últimos tempos, em razão da
crescente importância da função social da empresa.
Princípios
Como você sabe, a maioria das sociedades contemporâneas se baseia no capitalismo, que
por sua vez se funda nos pilares da livre-iniciativa, propriedade privada, autonomia da vontade
e valorização do trabalho humano.
Esses valores, imprescindíveis para a construção de uma sociedade livre, se apresentam
como verdadeiros princípios do regime jurídico especial de direito privado regulador do exercí-
cio das atividades econômicas organizadas.
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Esse é um dos princípios da Ordem Econômica, previsto no art. 170, p.u., da CF/88,
pelo qual deve ser assegurada a liberdade de exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização dos órgãos públicos, salvo nos casos expressamente
previsto em lei.
Veja:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
(...)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, indepen-
dentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Além disso, a própria Constituição inclui no art. 1º, IV, dentre os fundamentos do Estado
Democrático de Direito, a livre iniciativa e os valores sociais do trabalho
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
IV – Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
Devemos entender expressão “livre iniciativa” como liberdade de exercer atividade eco-
nômica lícita, ingressar no segmento empresarial, nele permanecer ou sair, quando for
conveniente.
O Registro Civil das Pessoas Jurídicas ou o registro do empresário na Junta Comercial não
possuem natureza jurídica de autorização estatal.
São meios de conferir formalidade e publicidade à constituição da empresa, não podendo ser
recusados se ficar constatado que o ato não viola a norma de ordem púbica, nem atenta contra
os bons costumes!
São excepcionais situações, previstas em atos normativos próprios, em que o registro de-
pende de autorização, devido à necessidade de maior controle e fiscalização, por parte do
Estado. Exemplos são a autorização do BACEN para o funcionamento de bancos e administra-
doras de consórcios e a autorização da Superintendência de Seguros Privados- SUSEP – para
o funcionamento das seguradoras.
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Da mesma forma que o princípio anterior, a livre concorrência tem status constitucional de
princípio da Ordem Econômica, previsto no art. 170, IV, da CF/88:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem
por fim assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
(...)
IV – Livre concorrência;
A livre concorrência assume papel tão importante na dinâmica do mercado, que alguns
doutrinadores, dentre os quais o professor Fábio Ulhôa Coelho3, entendem a regra da compe-
tição nos seguintes termos:
Quem acerta, ganha; quem erra perde. Ou seja, quem acerta obtém lucros e quem erra sofre prejuízos.
O Estado não deve interferir, pois se o fizer desvirtuará a lógica do mercado.
No entanto, condutas que importem em concorrência desleal e atos que atentem contra
a ordem econômica estão sujeitos às sanções previstas pelo ordenamento jurídico brasileiro
nas leis 9.279/96 e 12.529/2011.
3
ULHÔA COELHO, F. Novo Manual de Direito Comercial. 3. ed. Revista dos Tribunais.
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Atualmente, a jurisprudência dos Tribunais brasileiros tem entendido que deve se buscar
a preservação das atividades empresárias e econômicas, bem como a sua função social. São
várias as decisões, em matéria de dissolução de sociedades, falência e recuperação judicial,
cujo fundamento é o princípio da preservação da empresa.
Por outro lado, a doutrina se divide. Alguns entendem que a preservação da empresa é um
princípio a ser respeitado e priorizado, enquanto outros apontam para a necessidade de cau-
tela, alegando que a aplicação excessiva e sem critério poderia interferir na ordem natural do
mercado, criando um sistema no qual os empresários bem relacionados seriam beneficiados
por “pacotes de socorro”. Essa corrente entende que o mais conveniente e o próprio mercado
encontrar as soluções para eventuais crises.
Atualmente não se concebe mais a visão da sociedade empresária como instituição vol-
tada apenas para os interesses dos sócios. Devem ser respeitados os interesses difusos e
coletivos que possam ser afetados pelo exercício da atividade empresarial.
São vários os meios de atender à função social da empresa:
• Criação de novos empregos;
• Geração de riquezas,
• Pagamento de tributos;
• Contribuição para o desenvolvimento econômico, social e cultural da região;
• Adoção de práticas sustentáveis;
• Respeito aos direitos dos consumidores.
A Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) estabelece, em seu art. 116, parágrafo único:
Art. 116.
(...)
Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar
o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais
acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos
e interesses deve lealmente respeitar e atender.
Caro(a) aluno(a),
Com isso, concluímos a primeira parte da nossa aula. Você já tem uma sólida base teórica
e com isso podemos avançar ao estudo da legislação.
Vamos em frente!
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DICA!
O atual Código Civil brasileiro emprega a teoria da empresa, en-
quanto o antigo Código Comercial adotava a teoria dos atos de
comércio.
a unificação do direito das obrigações não significa a abolição da vida comercial, assim como uma
unidade orgânica não conflita com a disciplina da vida mercantil.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 22, I, trata do direito comercial de forma espe-
cífica, separadamente do Direito Civil e outros, como que confirma a autonomia jurídica desse
ramo jurídico.
4
PEREIRA, C. M. S. Instituições de Direito Civil. Forense.
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JURISPRUDÊNCIA
(...) Direito Civil e Direito Empresarial, ainda que ramos do Direito Privado, submetem-se a
regras e princípios próprios. O fato de o Código Civil de 2002 ter submetido os contratos
cíveis e empresariais às mesmas regras gerais não significa que estes contratos sejam
essencialmente iguais. (...).” (STJ, REsp 936.741/GO, Rel. Ministro ANTÔNIO CARLOS FER-
REIRA, QUARTA TURMA, julgado em 03/11/2011, DJe 08/03/2012)
O Fenômeno da Publicização
O Direito, em si, é uno. No entanto, por questões meramente didáticas, seu estudo é dividi-
do em dois ramos – Direito Público e Direito Privado.
Vários critérios são empregados para a identificação de cada um dos ramos:
• os interesses envolvidos na relação jurídica
• os sujeitos da relação
• o caráter cogente ou dispositivo das normas
Assim, sempre se entendeu o direito privado como aquele que trata das relações que envol-
vem particulares, por meio de normas dispositivas, com prevalência de interesses privados.
Por outro lado, o direito público regula as relações que envolvem o Estado, mediante
normas cogentes, em observância ao princípio da Supremacia do interesse público sobre
o privado.
Ocorre que vem se tornando cada vez mais frequente a intervenção estatal nas relações
jurídicas privadas, a fim de evitar que a superioridade econômica de um dos sujeitos da relação
acabe por prejudicar a parte hipossuficiente. Um exemplo emblemático dessa interferência é
o Código de Defesa do Consumidor, regulador de relações de consumo, que sempre fizeram
parte do direito privado.
Assim, alguns autores passaram a empregar a expressão publicização, para indicar essa
interferência de regras de direito público nas relações privadas.
Para fins didáticos, fica mantido o posicionamento do Direito de Empresa como ramo do
Direito Privado.
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DICA!
Adquira o costume de ler os dispositivos legais, pois as esta-
tísticas comprovam que entre 60% e 80% do total das ques-
tões de múltipla escolha são retiradas do texto legal.
TÍTULO I
DO EMPRESÁRIO
CAPÍTULO I
CARACTERIZAÇÃO E INSCRIÇÃO - ARTS. 966 A 971
CAPÍTULO II
CAPACIDADE – ARTS. 972 A 980
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TÍTULO II
DA SOCIEDADE
CAPÍTULO I
DA SOCIEDADE COMUM - ARTS. 986 A 990
CAPÍTULO II
DA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - ARTS. 991 A 996
CAPÍTULO I
DA SOCIEDADE SIMPLES- ARTS. 997 A 1.038
CAPÍTULO II
DA SOCIEDADE EM NOME COLETIVO – ARTS. 1.039 A 1.044
CAPÍTULO III
DA SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES – ARTS. 1.045 A 1.051
CAPÍTULO IV
DA SOCIEDADE LIMITADA – ARTS. 1.052 A 1.087
CAPÍTULO V
DA SOCIEDADE ANÔNIMA – ARTS. 1.088 A 1.092
CAPÍTULO VI
DA SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES- ARTS. 1.090 A 1.092
CAPÍTULO VII
DA SOCIEDADE COOPERATIVA- ARTS. 1.093 A 1.096
CAPÍTULO VIII
DAS SOCIEDADES COLIGADAS – ARTS. 1.097 A 1.101
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DIREITO EMPRESARIAL
Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
CAPÍTULO IX
DA LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE – ARTS. 1.102 A 1.112
CAPÍTULO X
DA TRANSFORMAÇÃO, DA INCORPORAÇÃO, DA FUSÃO E DA CISÃO DAS SOCIEDADES –
ARTS. 1.113 A 1.122
CAPÍTULO XI
DA SOCIEDADE DEPENDENTE DE AUTORIZAÇÃO – ARTS. 1.123 A 1.141
TÍTULO III
DO ESTABELECIMENTO
TÍTULO IV
DOS INSTITUTOS COMPLEMENTARES
CAPÍTULO I
DO REGISTRO – ARTS. 1.150 A 1.154
Pronto(a) para dar início ao estudo dos dispositivos legais? Ótimo, então vamos lá!
O Empresário
Ao adotar a teoria da empresa, o Código Civil substituiu a figura do comerciante pela do
empresário, que é aquele que desempenha profissionalmente uma atividade organizada de
natureza econômica, voltada para a produção ou circulação de bens ou serviços.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organiza-
da para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
O conceito de empresário apresentado pelo Código Civil se aplica tanto à pessoa física
quanto à pessoa jurídica que realize a atividade econômica.
Sério, professora?
Eu sempre pensei que a pessoa jurídica fosse a empresa e os empresários os sócios!
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas
Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurí-
dicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar
um dos tipos de sociedade empresária.
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DIREITO EMPRESARIAL
Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
A Empresa
Embora o Código Civil não tenha conceituado a empresa, a partir da definição de empresá-
rio pode-se extrair a seguinte definição:
Empresa é a atividade econômica, organizada com a finalidade de produzir ou fazer circu-
lar bens ou serviços.
Vejamos cada um dos componentes desse conceito:
• Atividade econômica
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
JURISPRUDÊNCIA
Recurso especial. Direito Civil e Processual Civil. Insolvência civil. Ofensa aos arts. 458, II,
e 515, § 1º, do CPC. Alegação genérica. Incidência da Súmula 284/STF.
Omissão. Não ocorrência. Manifestação direta do Tribunal acerca do ponto pretensa-
mente omisso.
Julgamento da causa madura. Aplicação extensiva do art. 515, § 3º, do CPC.
Pedido de insolvência civil manejado contra sócio de empresa. Possibilidade. Ausência
da figura do comerciante. Recurso especial não conhecido. (…)
5. A pessoa física, por meio de quem o ente jurídico pratica a mercancia, por óbvio, não
adquire a personalidade desta. Nesse caso, comerciante é somente a pessoa jurídica,
mas não o civil, sócio ou preposto, que a representa em suas relações comerciais.
Em suma, não se há confundir a pessoa, física ou jurídica, que pratica objetiva e habitual-
mente atos de comércio, com aquela em nome da qual estes são praticados.
O sócio de sociedade empresarial não é comerciante, uma vez que a prática de atos
nessa qualidade é imputada à pessoa jurídica à qual está vinculada, esta sim, detentora
de personalidade jurídica própria. Com efeito, deverá aquele sujeitar-se ao Direito Civil
comum e não ao Direito Comercial, sendo possível, portanto, a decretação de sua insol-
vência civil. 6. Recurso especial não conhecido (REsp 785.101/MG, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, 4.ª Turma, j. 19.05.2009, DJe 01.06.2009).
Deveres do Empresário
As principais obrigações do empresário, nos termos do Código Civil, dizem respeito à ins-
crição e escrituração.
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Escrituração
Inscrição
Deve ser feita no Registro Público de Empresas Mercantis, é obrigação a ser atendida antes
do início da atividade empresarial, sob pena de ser considerado irregular o empresário individu-
al ou a sociedade empresária.
Vamos conferir o que estabelece o Código Civil, nos arts. 967 e 1.150:
Obs.: Importante: O inciso II do art. 968, com nova redação dada pela LC 147/2014, permite a
substituição da assinatura autógrafo pela assinatura autenticada com certificação digi-
tal ou meio equivalente.
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Art. 968.
...
§1º Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro pró-
prio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para
todos os empresários inscritos.
§2º À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modifica-
ções nela ocorrentes.
Se o empresário desejar estabelecer uma filial em outro estado da federação será neces-
sária a inscrição no registro daquela unidade federativa, mediante a comprovação da inscrição
originária. Também deverá ser feita a averbação no registro da Matriz, da qual deverá constar
a constituição de filial.
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro
Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscri-
ção originária.
Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser aver-
bada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede.
Dispensa de Inscrição
A única exceção à obrigatoriedade de registro fica por conta dos que desempenham ativi-
dade rural, para os quais o registro é facultativo. No entanto, se o empresário rural optar pela
inscrição, será equiparado ao empresário sujeito a registro, para todos os efeitos, nos termos
do art. 971, do Código Civil.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para
todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
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Resumo
Deveres do Empresário
Alteração
do Registro de Empresário Individual para Sociedade
Empresária ou para EIRELI
Na hipótese de um empresário individual optar por desempenhar a atividade empresarial
em sociedade, será necessária a alteração do registro. O art. 968, § 3º, do Código Civil apre-
senta essa possibilidade.
Art. 968.
...
§ 3º. Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de
Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade
empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.”
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Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hi-
pótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro
Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário indivi-
dual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto
nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.”
Atividades Intelectuais
Entende-se por atividade intelectual aquela que requer um esforço criador que, por estar
na mente do profissional, não é fungível. As atividades intelectuais não necessitam da organi-
zação dos fatores de produção e, por isso, a regra é que um profissional intelectual não seja
considerado empresário, de acordo com a teoria adotada pelo Código Civil.
Para a Lei, quem exerce trabalho de natureza intelectual, literária, artística ou científica,
ainda que com a colaboração de auxiliares ou colaboradores, não é considerado empresário,
“salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
É o que se extrai do art. 966, p.u., do Código Civil:
Art. 966.
...
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cien-
tífica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercí-
cio da profissão constituir elemento de empresa.
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Introdução ao Direito Empresarial
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O Empresário Rural
É considerado empresário rural quem desenvolve atividades voltadas para a agricultura,
pecuária, extrativismo (pesca, caça ou extrativismo vegetal), ou agroindustrial.
O Novo Código Civil inovou, ao apresentar àqueles que fazem da atividade sua principal
profissão a opção de se registrar como empresário (art. 971) ou sociedade empresária
(art. 984).
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para
todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e
seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode,
com as formalidades do art. 968 , requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da
sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade
empresária.
A vantagem do registro é que com a equiparação prevista no art. 984 o empresário rural
e a sociedade empresária rural se beneficiam das regras de falência e recuperação judicial,
podendo requerer a falência de outras empresas, além de poder utilizar a escrituração contábil
como prova em processos judiciais.
Para requerer sua inscrição, o ruralista deverá procurar o Registro Público de Empresas
Mercantis da sua sede e cumprir todas as formalidades legais, sendo a ele assegurado trata-
mento favorecido.
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e
ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
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Introdução ao Direito Empresarial
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O Pequeno Empresário
O Código Civil não define o pequeno empresário, embora o mencione nos arts. 970 e
1.179, § 2º.
Vamos encontrar o conceito legal na LC 123/2006 (Estatuto das Microempresas e Empre-
sas de Pequeno Porte), art. 68:
L – C. 123/2006
Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e
1.179 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), o empresário individual caracterizado
como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual até o limite
previsto no § 1º do art. 18 - A [R$81.000,00 (oitenta e um mil reais)].
E, agora, vamos conferir o tratamento conferido ao pequeno empresário pelo Código Civil:
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e
ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
........
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabi-
lidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência
com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado
econômico.
...
§ 2 o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970 .
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o re-
gime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
Diante da polêmica causada por esse dispositivo, os juristas que integraram a 1ª Jornada
de Direito Comercial, na tentativa de conferir maior segurança às relações patrimoniais entre
os cônjuges e também entre o empresário individual e aqueles que com ele contratam, edita-
ram o Enunciado n. 6, alterado posteriormente pelo Enunciado n. 58, da II Jornada de Direito
Comercial, cujo teor é o seguinte:
JURISPRUDÊNCIA
O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CC e não depende
da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício
da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do
imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente
averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de empresas mercantis.
(Enunciado n. 58 da II Jornada de Direito Comercial)
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas
Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou
legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
E o art. 980 determina que não poderão ser opostos a terceiros a separação judicial ou ato
de reconciliação, enquanto não for feita a averbação e o arquivamento no Registro Público de
Empresas Mercantis. Essa regra visa proteger aqueles que irão firmar contratos com o empre-
sário individual, no sentido de terem conhecimento da extensão exata do patrimônio, já que se
a responsabilidade é ilimitada.
Vejamos o dispositivo legal:
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro
Público de Empresas Mercantis.
Uma última questão, acerca do empresário individual casado e da regra do art. 978, diz
respeito à suposta incompatibilidade entre esse dispositivo e o art. 1647, I, do Código Civil,
cuja redação é seguinte:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
(...).
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Introdução ao Direito Empresarial
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Antes de tudo temos que esclarecer que o art. 1647 está inserido no Livro IV do Código
Civil, que trata de Direito de família e, sendo assim, se houvesse uma incompatibilidade, essa
se daria entre uma regra de direito de empresa e outra de direito de família.
No entanto, o entendimento que predomina na doutrina e jurisprudência é que o art. 978
é uma exceção ao inciso I do art. 1647, ou seja, a vedação desse em nada interfere naquele.
Vamos conferir?
JURISPRUDÊNCIA
CIVIL. APELAÇÃO. MICROEMPRESA. EMPRESÁRIA INDIVIDUAL CASADA. CONTRATO
DE FRANQUIA FIRMADO COM A EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS.
TRANSFERÊNCIA. AUSÊNCIA DE OUTORGA CONJUGAL. POSSIBILIDADE.
ARTIGOS 978 E 1.642, I, DO CÓDIGO CIVIL. ATO DE DISPOSIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
DESTINADO AO DESEMPENHO DA ATIVIDADE EMPRESÁRIA. RECURSO NÃO PROVIDO.
(...)
2. O Código Civil autoriza, conforme disposto no art. 978, o empresário casado, qualquer
que seja o regime de bens, a alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa
ou gravá-los de ônus real, dispensada a outorga conjugal. Tal previsão constitui exceção
à norma do inciso I do art. 1.647, que estabelece vedação a que qualquer dos cônjuges,
sem autorização do outro, aliene ou grave de ônus real os bens imóveis, ressalvado o
regime da separação absoluta de bens.
3. Não há que se falar em incongruência do art. 978, do Código Civil, com as demais
normas que compõem a legislação de regência. Verifica-se que tal disposição encontra-
-se em consonância como art. 1.642, I, do Código Civil, estabelecendo um conjunto nor-
mativo que possibilita o desempenho de atos de administração imprescindíveis ao exer-
cício da atividade empresária pelo cônjuge profissional. (...). (TRF 3ª Região, PRIMEIRA
TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 1733948 - 0009448-59.2010.4.03.6100, Rel. DESEM-
BARGADOR FEDERAL HÉLIO NOGUEIRA, julgado em 14/11/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA
28/11/2017)
O art. 978 é exceção do art. 1.647, I, mas está consentâneo ao disposto no art. 1.642, I, pois há atos
que os cônjuges podem praticar independentemente de autorização marital ou uxória, qualquer
que seja o regime de bens, como os de disposição e administração, imprescindíveis para o exercício
de sua profissão. Nada obsta que um dos cônjuges, sendo empresário, contraia obrigações atinen-
tes à indústria ou atividade empresarial que exercer, sem outorga conjugal; logo, p. ex., se a mulher
5
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva.
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Introdução ao Direito Empresarial
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casada for empresária individual, poderá vender imóvel afetado à ‘empresa’; alugar prédio para ins-
talar seu estabelecimento; contratar ou despedir mão de obra; comprar mercadorias para revenda;
emitir títulos cambiais; requerer falência ou recuperação (judicial ou extrajudicial); demandar e ser
demandada por fatos alusivos ao exercício da atividade empresarial. (MARIA HELENA DINIZ)
Obs.: Então, para fins de prova de múltipla escolha a postura a ser adotada é a seguinte:
Independentemente do regime de bens, o empresário casado poderá alienar os imó-
veis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real, sem necessida-
de de outorga conjugal (art. 978, Código Civil).
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos.
Para exercer a atividade empresarial o sujeito deve ser civilmente capaz, ou seja, ser maior
de dezoito anos e gozar de sanidade mental, nos termos dos arts. 1º a 5º, do C.C.
Ocorre que o próprio Código Civil estabelece a possibilidade de emancipação de menor
que já tenha completado dezesseis anos, se esse possuir um estabelecimento comercial/
empresarial, com economia própria. Nesse caso, o menor obterá a capacidade plena, antes de
completar a idade legal.
Vamos trabalhar com uma situação hipotética, a título de exemplo.
EXEMPLO
Roberto, menor, contando com 16 anos de idade, herdou um estabelecimento comercial. Como
não atende ao requisito da maioridade civil, a princípio ele não poderia ser empresário.
De acordo como art. 5º, p.u., V, do Código Civil, ele poderá ser emancipado e, com isso, a inca-
pacidade (e não a menoridade) cessará.
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
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V – Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
DICA!
Alguns autores se contrapõem à possibilidade de exercício da
empresa, na hipótese do inciso V do art. 5º, sob o fundamento
de que o próprio Código exige a capacidade plena, desde o
início da atividade.
Esse entendimento não prevalece, para fins de prova de múl-
tipla escolha, devendo ser considerada Certa a assertiva que
apresentar essa possibilidade.
É importante ter em mente que o incapaz nunca será autorizado a iniciar a atividade em-
presarial, mas poderá, excepcionalmente, continuar a exercê-la.
Estamos tratando de situação que envolve apenas o empresário individual (pessoa natu-
ral), não se aplicando a sócio de sociedade empresária pois, nesse caso, é a própria sociedade
que exerce a atividade empresarial e não os sócios.
As hipóteses legais de continuação da atividade empresária por incapaz são:
− Incapacidade superveniente: O incapaz continua atividade empresarial iniciada por
ele, enquanto capaz.
− Incapaz continuar exercendo atividade de empresa, em razão de sucessão ou
herança.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a em-
presa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
A redação desse dispositivo não é das melhores, para falar a verdade. Não havia necessi-
dade de incluir a expressão “por seus pais”, já que foi mencionado o autor da herança. Mas, im-
propriedades à parte, o que o legislador quis dizer é que o absolutamente incapaz, desde que
representado, e o relativamente incapaz, devidamente assistido, poderão continuar a empresa
que ele próprio exercia enquanto era capaz, ou a empresa herdada dos pais ou de outra pessoa.
Os dois casos exigem autorização judicial, que poderá ser revogada, posteriormente. Ca-
berá ao juiz avaliar a conveniência de o incapaz exercer atividade de empresa, após ouvir os
tutores ou representantes legais do menor ou daquele que foi interditado.
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§1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos
riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la podendo a autorização ser revogada
pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo
dos direitos adquiridos por terceiros.
Art. 974.
...
§2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do
alvará que conceder a autorização.
Professora, como assim? O incapaz tem um representante (ou assistente) e esse não pode
exercer a atividade de empresário?
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não
puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
§1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conve-
niente.
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Embora o Código Civil de 2002 não apresente um dispositivo específico que arrole os casos
de impedimento legal ao exercício da atividade empresarial, como acontecia com o revogado
art. 2º do Código Comercial de 1850, ainda existem situações em que uma pessoa civilmente
capaz não pode ser empresário, por estar impedida por lei.
Nos termos do art. 973, do CC, são duas as principais consequências do exercício da ativi-
dade empresarial, com violação das regras de impedimento:
• Não poderão ser usufruídos os direitos do empresário;
• Responsabilização pelas obrigações contraídas, que incluem os contratos e as obriga-
ções tributárias.
Veja:
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer,
responderá pelas obrigações contraídas.
Já o art. 1.011, § 1º, traz uma regra que precisa ser devidamente esclarecida, sob pena de
interpretações equivocadas.
Veja:
Art. 1.011.
...
§1º Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados
à pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar,
de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
O falido será considerado reabilitado quando suas obrigações forem consideradas extin-
tas, seja por terem sido quitadas, seja em decorrência da prescrição das dívidas ou, no caso de
crime falimentar, 5 anos depois de extinta a punibilidade.
Tendo se reabilitado, o falido poderá voltar a exercer atividade empresarial e, para isso, de-
verá formular requerimento ao juiz da falência, para que esse oficie a Junta Comercial.
Agora que você já compreendeu a situação de impedimento do falido e a questão da reabi-
litação, vale a pena conferir os dispositivos da Lei 11.101/05.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação
da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do art. 181
desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que
proceda à respectiva anotação em seu registro.
art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – A inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
(...)
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declara-
dos na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contu-
do, cessar antes pela reabilitação penal.
− Servidor público
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
− Militares
Sabemos que os militares estão sujeitos a regime jurídico próprio, diferente do regime dos
servidores públicos. Assim, o Código Penal Militar (Decreto-Lei 1.001/69), em seu art. 204,
veda o exercício da atividade empresarial por militares, tipificando como crime militar a viola-
ção a esse impedimento.
− Pessoas em débito com o INSS
A Lei 8.212/91 estabelece, no art. 95, § 2º, o impedimento para exercer atividade empre-
sarial de empresários individuais e sociedades empresárias que tenham débitos referentes a
contribuições à Previdência Social.
Além disso, os devedores do INSS são impedidos de participar de licitações promovidas
pelos órgãos e entidades da Administração Pública.
Vamos conferir?
Lei 8.212/91
art. 95.
...
§ 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além das outras sanções previstas, sujeitar-se-
-á, nas condições em que dispuser o regulamento:
c) à inabilitação para licitar e contratar com qualquer órgão ou entidade da administração pública
direta ou indireta federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal;
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Lisiane Brito
O Empresário Irregular
O empresário irregular exerce a atividade empresarial, porém com inobservância dos requi-
sitos de registro, escrituração regular e levantamento de demonstrações contábeis periódicas.
Da mesma forma, é considerado irregular o empresário que, embora não seja plenamente
capaz, exerce a empresa sem autorização judicial, bem como o que possui algum impedi-
mento legal.
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B) Na hipótese de ter sua falência decretada, essa será considerada fraudulenta, incorren-
do o empresário em crime falimentar (Lei 11.101/05, art. 171);
C) Impedimento de requerer a própria recuperação judicial (Lei 11.101/05, art. 51, V);
D) Impedimento de autenticar seus livros na Junta Comercial (art. 1.181, do CC);
E) Os livros contábeis não poderão ser utilizados como prova em processos judiciais, pela
falta de inscrição;
F) Devido à falta de registro, é impossível o enquadramento como Microempresa ou Em-
presa de Pequeno Porte;
G) Impedimento de participar de licitação promovida por órgãos e entidades da Adminis-
tração Pública (Lei 8.666/93, art. 28, II e III);
H) Impedimento de efetuar o registro no CNPJ;
I – De acordo como art. 47, do Decreto-Lei 3.688/41, é contravenção penal “Exercer ativi-
dade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições as que por lei está
subordinado o seu exercício...”
Para as sociedades empresárias, além das consequências arroladas acima, ainda há o
impedimento à instituição da pessoa jurídica, o que importa a responsabilidade ilimitada dos
sócios pelas obrigações da sociedade, já que a condição para que a responsabilidade seja li-
mitada é o arquivamento do contrato social ou estatuto de constituição da sociedade anônima
no Registro de Empresas.
Para facilitar a memorização, veja o esquema abaixo:
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Concluímos a análise dos dispositivos que formam o Título I, do Livro II do Código Civil.
Na última parte da nossa aula estudaremos o Título I-A, incluído no Código pela Lei
12.441/2011, cujo tema é:
Com a inclusão do art. 980- A ao Livro II da Parte Especial do Código Civil, a EIRELI passou
a integrar o ordenamento jurídico brasileiro, como uma nova figura do Direito de Empresa.
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CÓDIGO CIVIL
Art. 980- A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única
pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
No entanto, em 2021 esse dispositivo foi REVOGADO. Atualmente, o que você encontra, no
Código Civil é a seguinte redação:
A extinta Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), foi criada para suprir
uma grande demanda que existia no universo empresarial, pois a maioria dos empreendedores
queria exercer atividades empresariais sozinhas, sem sócios, mas sem ter que fazer sua inscri-
ção como pessoa física (como é o caso do Empresário Individual e do MEI). Assim, a EIRELLI
se diferenciava dos outros modelos, sobretudo em relação ao capital social mínimo e a pos-
sibilidade de separação dos bens da pessoa física e jurídica. Assim, em em caso de disputa
judicial, o proprietário não corria o risco de ter seus bens de pessoa física bloqueados, já que
o patrimônio pessoal não se confundia com o da pessoa jurídica.
Muito bem, então como proceder, nos dias atuais, quando se quer iniciar um empreendi-
mento, sem sócios, mantendo a separação patrimonial?
Deverá ser adotado o novo modelo societário:
Art. 1.052.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber,
as disposições sobre o contrato social. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
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A ideia foi criar um formato de empresa que pudesse ser aberto sem o custo elevado do
capital social exigido na EIRELI, sem a necessidade de sócios e que mantivesse o patrimônio
do empreendedor protegido.
Com o surgimento da SLU, o formato jurídico EIRELI foi perdendo a razão de existir, pois
o novo modelo oferece a mesma segurança jurídica e com um único sócio. Além disso, ela
possibilita a criação de mais de uma empresa neste formato e ainda sem limite mínimo para
o valor do capital social, que era a principal desvantagem da EIRELI.
A Sociedade Limitada Unipessoal é uma figura muito semelhante a EIRELI, mas difere
dessa em alguns aspectos, dentre os quais se destaca a dispensa de integralização de ca-
pital social, no momento da constituição. Mais à frente abordaremos estas diferenças, com
mais detalhes.
A princípio, muitos empreendedores tiveram dúvidas acerca do funcionamento desse novo
modelo de empresa, pois, apesar de ter “sociedade” no nome, a SLU pode ser constituída so-
mente por uma pessoa, mantendo a característica de “Limitada”, que é justamente o que pro-
tege o patrimônio particular do sócio.
Importa a nós, nesse momento, saber em que essa inovação impacta diretamente na vida
dos novos empreendedores que optam por abrir a empresa nessa nova formação e, para che-
garmos lá, é importante entender alguns conceitos sobre o tema.
O novo formato empresarial – SLU – veio para diminuir a burocracia e flexibilizar situações
que acabavam por desmotivar empreendedores que pretendiam iniciar seus próprios negó-
cios. Após a conversão da MP 881 em lei, o número de interessados nesse modelo de empresa
cresceu exponencialmente
Por que esse novo modelo de empresa é tão mais atrativo e benéfico em relação aos ou-
tros formatos já existentes?
Essa questão é bastante evidente, sobretudo quando se pesquisa sobre Sociedade Limita-
da Unipessoal. São inúmeras as comparações entre esse formato a EIRELI e, por isso, vamos
tentar esclarecer desde logo a grande e mais relevante diferença entre elas.
A princípio, a grande diferença entre os dois modelos reside na integralização do capital de
100 salários-mínimos, exigido para a constituição de uma EIRELI, que não existe na Limitada
Unipessoal.
Pois bem, a SLU tem como principal atrativo o fato de ter um valor de abertura acessível,
desobrigando o empreendedor a integralizar valores altos no momento inicial da empresa. Na
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verdade, não há valor de capital social mínimo, mas, ainda assim, a proteção ao patrimônio
pessoal e individual é estabelecida. Nesse ponto, os dois modelos têm o mesmo nível de segu-
rança patrimonial garantidos, devido à característica de “Limitada” da Unipessoal.
Mas não é só isso. Outra vantagem, que também constitui uma importante diferença entre
SLU e EIRELI, é que a Sociedade Limitada Unipessoal permite que o empreendedor abra mais
de uma empresa nesse formato, o que antes só era permitido no formato de Sociedade Limi-
tada (LTDA). Esse foi um aspecto que atraiu muitos empreendedores, pois a possibilidade de
criar empresas no mesmo formato, mais de uma vez, para outras atividades diferentes, con-
forme os negócios cresçam, anima muito os que veem nesse momento a chance alcançar o
sucesso profissional.
Para que você possa fazer uma revisão do que foi visto sobre a EIRELI, ao mesmo tempo
em que entende a nova SLU, vamos traçar uma comparação entre ambas?
A EIRELI era um modelo de empreendimento individual, caracterizada pela responsabilida-
de limitada, atribuída ao único sócio proprietário, o que permite que o empreendedor não corra
o risco de ter seus bens pessoais atrelados aos débitos de seu negócio.
No entanto, para a criação de uma EIRELI é necessário que o empreendedor esteja munido
de um capital de 100 salários-mínimos vigentes (que podem ser declarados através de bens,
móveis e imóveis), que devem ser repassados totalmente para o nome da empresa. Essa inte-
gralização é obrigatória e deve ser realizada no ato de constituição da empresa.
A Sociedade Limitada Unipessoal é também uma representação jurídica individual, carac-
terizada pela responsabilidade limitada, atribuída ao único sócio proprietário. Isso significa
que, assim como na EIRELI, a pessoa responsável pela empresa não tem seus bens pessoais
atrelados aos débitos de seu negócio.
No entanto, diferentemente do que ocorria com a EIRELI, em que o empreendedor precisa-
va estar munido de um capital de 100 salários mínimos vigentes no momento de abertura, a
Sociedade Unipessoal Limitada não define um limite mínimo de Capital Social, o que facilita a
vida de muitos empreendedores iniciantes.
Com isso, a SLU reúne todos os benefícios oferecidos pelas outras empresas de um único
sócio, apresentando as mesmas características da EIRELI, sem o inconveniente de ter que in-
tegralizar um capital social de valor mínimo.
Após o surgimento da SLU, os novos empreendedores, passaram a optar por esse modelo,
o que tornou o fim da EIRELI o caminho mais lógico a ser seguido.
Podem constituir uma Sociedade Limitada Unipessoal pessoas maiores de 18 anos ou
emancipadas que querem empreender, sem a obrigatoriedade de ter um sócio.
Além disso, esse tipo de empresa permite a legalização de atividades econômicas e pro-
fissões não contempladas em outras naturezas, tais como advogados, médicos, entre vá-
rios outros.
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Contrato Social
A assinatura de um Contrato Social, com as informações estabelecidas sobre a empresa e
suas características, é necessária para formalizar o ato constitutivo.
Registro
É necessário o registro da SLU, na Junta Comercial do Estado onde a empresa será aberta.
CNPJ
É indispensável o registro no CNPJ, feito diretamente no site da Receita Federal com o NIRE
(Número de Identificação do Registro de Empresa).
Alvará de Funcionamento
Essa etapa é cumprida na Prefeitura da cidade onde o empreendimento irá funcionar. O
alvará é necessário para que a empresa possa exercer suas funções legalmente, em local
apropriado e aceito.
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Muito bem, meu caro/ minha cara, esse é o mais novo modelo societário inserido no orde-
namento jurídico brasileiro – a SLU.
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RESUMO
A doutrina aponta três fases evolutivas, cada qual com seu sistema teórico-
normativo bem definido:
1a fase: Subjetiva
(Séc. XII a Séc. XVIII)
- Direito Comercial é o direito dos comerciantes.
- Não há base teórica – usos e costumes são a fonte das normas
2ª fase: Objetiva
Surgimento e (Séc. XVIII a Séc. XX)
evolução do - Teoria dos atos de comércio
Direito Comercial - O Direito Comercial se destina a regência dos atos de Comércio.
- Código Comercial de Napoleão
3ª fase: Subjetiva moderna
(Séc. XX aos dias atuais).
- Teoria da empresa O direito Comercial deixa de ter como base os atos de
comércio e amplia seu campo de atuação, atingindo todas as atividades
- Código Civil italiano
- Unificação formal
Adequação da terminologia:
Em termos práticos, o direito de empresa é a versão atualizada e ampliada
do direito comercial, que abrange praticamente todas as atividades
econômicas organizadas para a produção e circulação de bens e serviços.
Parte da doutrina brasileira ainda emprega a expressão “direito comercial”,
enquanto os países de língua espanhola preferem a expressão “direito
mercantil”. Para efeito de provas de concursos é mais adequado a
terminologia adotada pelo Código Civil de 2002.
Definição de direito de empresa:
É o ramo autônomo do direito privado formado por um conjunto de
normas disciplinadoras da atividade negocial privada voltada à produção e
O Direito de circulação de bens ou serviços, exercida em caráter profissional e habitual,
Empresa com o fim de obtenção de lucro.
Características peculiares:
Informalismo ou simplicidade das formas
Onerosidade
Individualismo
fragmentarismo
Cosmopolitismo
Princípios:
Liberdade de iniciativa;
Liberdade de concorrência;
Garantia e defesa da propriedade privada;
Função social da empresa.
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Responsabilidade
É direta e ilimitada, ou seja, ele responderá pelo risco do empreendimento,
do empresário
com seus bens pessoais.
individual
A pessoa jurídica tem patrimônio próprio que não se confunde com o dos
Responsabilidade
sócios, o que impede, a princípio, que as dívidas da sociedade os atinjam,
dos sócios
em processos de execução.
da Sociedade
A responsabilidade dos sócios de uma sociedade empresária é subsidiária,
empresária
podendo ser limitada.
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Condições para
São dois os requisitos, nos termos do art. 972, do CC/2002:
o exercício
Capacidade Plena
da atividade
Ausência de impedimento legal para o exercício de atividade empresarial.
empresarial
Caro(a) Aluno(a)
Com isso, concluímos nossa primeira aula!
Espero que você tenha adquirido interesse pelo Direito Empresarial, pois isso será um gran-
de estímulo para continuar nessa jornada.
Tente solucionar as questões de provas anteriores e, ao final, confira o gabarito, com os
comentários.
Foi um imenso prazer dividir com você esses momentos.
Até a próxima aula!
Lisiane
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/CEBRASPE/SEFAZ – AL/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020)
Acerca de assuntos relativos ao direito empresarial, julgue o item a seguir.
Empresa individual de responsabilidade limitada é constituída por uma única pessoa e seu
nome empresarial deve ser formado necessariamente pela firma seguida da expressão EIRELI.
Artigo 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prá-
tica de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único: Cessará para os menores a incapacidade: [...]
Artigo 972. Podem exercer atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos.
(BRASIL CÓDIGO CIVIL 2002)
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008. Para Amélia admitir o seu filho como sócio, basta que ela solicite ao registro público de
empresas mercantis a transformação do registro de empresária individual para o registro de
sociedade empresária, cumprindo as regras pertinentes.
009. Amélia não necessita de prévia outorga conjugal para vender o imóvel pertencente à empresa.
010. Para instituir filial em cidade vizinha sujeita à jurisdição de outro registro público, Amélia
deverá inscrever tal filial neste registro, com a prova da inscrição originária, e averbar a consti-
tuição da filial no registro público de empresas mercantis da sede empresarial.
011. Para Amélia admitir o seu filho como sócio, basta que ela solicite ao registro público de
empresas mercantis a transformação do registro de empresária individual para o registro de
sociedade empresária, cumprindo as regras pertinentes.
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GABARITO
1. E 8. C 15. E
2. d 9. C 16. E
3. d 10. C 17. E
4. a 11. C 18. C
5. d 12. E 19. E
6. a 13. E
7. e 14. C
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/CEBRASPE/SEFAZ – AL/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020)
Acerca de assuntos relativos ao direito empresarial, julgue o item a seguir.
Empresa individual de responsabilidade limitada é constituída por uma única pessoa e seu
nome empresarial deve ser formado necessariamente pela firma seguida da expressão EIRELI.
Artigo 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prá-
tica de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único: Cessará para os menores a incapacidade: [...]
Artigo 972. Podem exercer atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos.
(BRASIL CÓDIGO CIVIL 2002)
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Está certa a alternativa D, nos termos do art. 5º, parágrafo único, inciso V, do Código Civil. O
menor poderá ser emancipado e, com isso, a incapacidade (e não a menoridade) cessará.
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
V – Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Letra d.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
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Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a em-
presa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade
civil e não forem legalmente impedidos
Letra d.
Art. 982,
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações;
e, simples, a cooperativa.
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a) Errada. O incapaz não poderá iniciar uma empresa, mas poderá continuar a exercê-la.
O art. 974 traz a seguinte regra:
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a em-
presa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança
b) Errada. Na verdade, a nomeação para cargo público não constitui impedimento ao exer-
cício da atividade empresarial, já que investidura no cargo ocorre com a posse. Sendo em-
possado, cessa a incapacidade, não sendo necessária a autorização judicial. Lembrando
que o servidor público pode ser sócio de empresa, desde que não assume a gerência ou
administração.
c) Errada. O consultório médico, por si só não é empresa, pois a atividade exercida é
intelectual.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza cientí-
fica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício
da profissão constituir elemento de empresa.
d) Certa.
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Introdução ao Direito Empresarial
Lisiane Brito
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada.
§ 1º É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo valor de
suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a proporção de sua partici-
pação nas mesmas operações.
§ 2 É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamen-
te pelas obrigações sociais.
Letra d.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empre-
sa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
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Lisiane Brito
§1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos
riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la podendo a autorização ser revogada
pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo
dos direitos adquiridos por terceiros.
§2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do
alvará que conceder a autorização.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Pú-
blico de Empresas Mercantis.
Letra a.
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2ª Fase: Teoria dos Atos de Comércio (sistema francês objetivo) - só era considerado co-
merciante ou sociedade comercial, a pessoa física e a pessoa jurídica que praticasse atos
de comércio.
3ª Fase: Teoria da Empresa (sistema italiano subjetivo moderno) - com a definição de empre-
sário e de atividade empresária, o direito mercantil passa a ser expandido para outros profis-
sionais que outrora estavam excluídos do sistema objetivo.
Letra e.
008. Para Amélia admitir o seu filho como sócio, basta que ela solicite ao registro público de
empresas mercantis a transformação do registro de empresária individual para o registro de
sociedade empresária, cumprindo as regras pertinentes.
Está certa a afirmação, nos termos do art. 968, § 3º, do Código Civil.
009. Amélia não necessita de prévia outorga conjugal para vender o imóvel pertencente
à empresa.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Certo.
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010. Para instituir filial em cidade vizinha sujeita à jurisdição de outro registro público, Amélia
deverá inscrever tal filial neste registro, com a prova da inscrição originária, e averbar a consti-
tuição da filial no registro público de empresas mercantis da sede empresarial.
Está certa a afirmação, nos termos do art. 968, § 3º, do Código Civil:
Está certa a afirmação, nos termos do art. 968, § 3º, do Código Civil:
011. Para Amélia admitir o seu filho como sócio, basta que ela solicite ao registro público de
empresas mercantis a transformação do registro de empresária individual para o registro de
sociedade empresária, cumprindo as regras pertinentes.
Está certa a afirmação, nos termos do art. 968, § 3º, do Código Civil:
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Está errada a afirmação, pois o Código Civil italiano adotou a teoria da empresa. O direito co-
mercial deixou de ser o direito dos comerciantes (fase subjetiva) ou o direito dos atos de co-
mércio (fase objetiva), passando a ser o direito de empresa. Trata-se de um subjetivismo mo-
derno, pois abrange não só o comerciante, mas todos os que exercem a atividade de empresa.
Errado.
A teoria subjetiva se desenvolveu na idade média, quando o direito comercial era o direito dos
membros das corporações, na medida em que suas regras só se aplicavam a mercadores fi-
liados a uma corporação. Se uma das partes de determinada relação fosse comerciante, essa
relação deveria ser disciplinada pelo direito comercial (ius mercatorum), em detrimento dos
demais “direitos” aplicáveis.
Certo.
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Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Errado.
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e
ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
Errado.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja
o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de
ônus real
Errado.
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Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não
puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
Certo.
Lisiane Brito
Professora de Direito Administrativo, especialista em preparação para concursos públicos. Pós-graduada
em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela UNIP. Advogada inscrita na OAB/MG desde 1997.
Graduada em direito pela Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga experiência como docente, tendo
ministrado aulas de Direito Administrativo nos principais cursos preparatórios do país. Já participou
de bancas examinadoras e elaboração de questões para processos seletivos. Atua como advogada e
consultora de empresas na área de Licitações e Contratos.
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