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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

INSTITUTO DE PSICOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

SULIENE FREITAS JACINTHO

Reflexões pessoais sobre a disciplina: reverberações e contribuições para sua formação.

Trabalho apresentado à disciplina Morte e


Luto: uma leitura gestáltica , ministrada
pela professora Drª Eleonôra Torres
Prestrelo , para obtenção parcial de nota
na disciplina no curso de graduação em
Psicologia, da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ).

Rio de Janeiro - RJ
2021
Diante do cenário atual, ano de 2021, em meio a crise global de pandemia do Covid-19, o tema
da disciplina me pareceu muito pertinente e urgente de ser discutido, por esse motivo , me
inscrevi na disciplina, apesar de ter dificuldades pessoais de tratar sobre esse tema, pois
confesso que procuro não pensar sobre a morte pelo sofrimento que me causa, porém, decidi me
abrir para a experiência.

Durante as aulas, pude certificar que meus receios de falar sobre o tema aos poucos foram sendo
amenizados, pois a nossa professora, com maestria e leveza, ia desmistificando e naturalizando
o assunto; e, dessa forma, possibilitando que os conteúdos fossem absorvidos de forma sensível
e didática.

Pude perceber também que era muito necessário falar sobre a morte, porque a maioria de nós,
como pessoas, não estamos preparados para esse fato, tão certo, o mais certo da nossa vida. E
como graduanda em Psicologia eu percebi que é de extrema relevância passar por essa discussão
durante a minha formação, pois como falei do cenário atual de pandemia, estamos todos sendo
impactados diretamente pelo risco iminente da contaminação e da morte. E, não só com as
perdas relacionadas à vida e a saúde em si, soma-se a isso, as perdas matérias e de interações
sociais desencadeadas pela pandemia, e todas as mudanças gerais que foram definidas como o
“novo normal”.

Paralela á discussão da morte está o luto diretamente implicado. O pressuposto teórico da


Gestalt que fala sobre o fechamento, foi muitas vezes mencionado nas aulas, nesse contexto de
morte e luto, para explicar como os rituais de passagens como os velórios, são úteis para selar
essa despedida e marcar o fim de um ciclo e o início de outros ciclos. Porém, devido as
restrições sanitárias que impuseram o distanciamento social, e reuniões sociais com menos
tempo de duração, muitas pessoas não puderam realizar o velório dos seus entes queridos da
mesma forma como era feita antes, e se repetiu a frase : “Eu não pude nem me despedir.” Essas
restrições dificultam o processo de elaboração do luto, assim como, as restrições de visita e
acompanhamento dos doentes nos hospitais, geram essa sensação de vazio, de que ficou
faltando algo, que: “talvez se eu estivesse lá cuidando dele(a), ele(a) não tivesse morrido”, ou “
Eu queria acompanhar ele(a) nos seus últimos momentos”

Diante disso, vejo um campo vasto para a busca de compreensão e aprofundamento teórico,
como também aperfeiçoamento técnico para trabalhar com pessoas diante dessa nova realidade
e seus muitos desafios. Acredito que a oportunidade de ter realizado essa disciplina contribuiu
para a minha formação como psicóloga, através das reflexões feitas em aula que ampliaram meu
pensamento a respeito do tema, e como ser humano também, me abriu a possibilidade de
discutir um tema tão complexo e difícil. Por isso sou grata pela oportunidade e encerro essa
disciplina enriquecida pelo conhecimento.

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