Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HIPÓTESES PRÁTICAS
1
competência e integridade de Pedro Araújo para o exercício do cargo, se
divulgaram as rotinas da vida do visado e respetivos familiares. Pedro
Araújo julga tais atos ilícitos e passíveis de gerar responsabilidade civil.
Diferentemente, os jornalistas consideram que os mesmos são lícitos por
consubstanciarem o exercício de um direito: a liberdade de expressão e a
liberdade de imprensa.
A quem assiste a razão e porquê?
[V. Ac.s do STJ de 13.7.2017 (proc. n.º 1405/07.1TCSNT.L1.S1) e de 8.5.2013
(proc. n.º 1755.08.0TVLSB.L1.S1.45), www.dgsi.pt]
2
o seu primo, de nome idêntico (Bento Passos Confiante), se estabeleceu
num escritório em frente à sua rua. O primo, também advogado,
especializou-se na área do direito da família, gozando de uma fama pouco
lisonjeadora.
Bento Passos Confiante intenta uma ação contra o primo, pedindo que este
seja condenado a:
1. Abster-se de usar os seus apelidos.
2. Mudar o seu domicílio profissional para outra área, que diste a
pelos menos 2 km do seu escritório.
3. Acrescentar aos seus apelidos a palavra “Primo”.
Como deverá o tribunal decidir a presente ação?
[V. Ac. RLX de 12.11.2009 (proc. nº 3231/08.1TVLSB.L1-2 ), www.dgsi.pt)
3
9. Amélia pretende arrendar um quarto de sua casa a estudantes, pondo para
o efeito um anúncio à porta da Faculdade. Apresentaram-se dois
interessados, Berta e Carlos. Embora Carlos oferecesse uma quantia mensal
mais elevada, Amélia contratou com Berta, por não querer, em nenhuma
circunstância, arrendar a rapazes. Carlos sente-se discriminado.
Quid iuris?
(V. Lei nº 14/2008, de 12 de Março, na redação dada pela Lei nº 9/2015, de 11
de Fevereiro)
11. Numa tarde de domingo, António foi a casa de Bernardo, para uma partida
de póquer com mais dois amigos. Depois de dois jogos em que perdera,
António esperava ganhar o terceiro, confiante de que a sua sorte estava a
mudar. Quando se apercebeu de que afinal iria perder mais uma vez,
António deu um forte murro na mesa, sem reparar que o cinzeiro de cristal
de Bernardo estava próximo da ponta da mesa. Com a força do murro, a
mesa estremeceu e o cinzeiro caiu no chão, estilhaçando-se em mil pedaços.
Bernardo, acusando António de ter mau perder, exige-lhe um cinzeiro
igual ao que este partira. António alega nada dever, uma vez que não partiu o
cinzeiro de propósito.
4
Quid iuris?
12. Carlota, conduzindo o seu novo automóvel, atropelou Diogo, o qual sofreu,
em consequência do acidente, vários ferimentos, tendo sido internado num
hospital, durante dez dias. Uma vez recuperado, Diogo dirigiu-se a Carlota
exigindo-lhe o pagamento:
1. Dos custos de internamento no hospital, no valor de € 2.000;
2. De 30,00€, correspondentes ao valor que receberia pela explicação
de matemática que iria dar a um aluno no dia do acidente e que
não pôde dar.
Carlota recusa-se a pagar tais quantias, alegando que não teve qualquer
culpa no acidente, uma vez que este se deveu à quebra do cabo da
embraiagem do veículo.
Quid iuris?
13. Diogo passeava o seu feroz cão de guarda quando, repentinamente, a trela
se partiu e o cão foi morder Elias, cirurgião plástico, que se encontrava
sentado num banco de jardim. Na sequência dos ferimentos, Elias gastou
200 Euros em tratamentos hospitalares, para além de ter deixado de ganhar
25.000 Euros em virtude do cancelamento de quatro intervenções cirúrgicas
previamente agendadas. Ficou provado que a trela se encontrava em
péssimo estado de conservação.
5
Uma vez regressada de fim-de-semana, Helena dirigiu-se a Gonçalo para
lhe agradecer ter evitado a inundação e pedir-lhe o pagamento da
reparação da porta arrombada. Gonçalo recusa-se a pagar.
Quid iuris?
6
vez que na viagem que fizera fechara um outro contrato de empreitada
mais vantajoso.
André exige-lhe que respeite o compromisso assumido, ameaçando-o com
uma ação de responsabilidade civil, ao que Bernardo contrapõe nada dever
a André uma vez que não foi celebrado nenhum contrato.
O que pode André fazer?
[V. Ac.s STJ de 6.11.2012 (proc. nº 4068/06.8TBCSC.L1-S1) e de 25.10.2012
(proc. nº 2625/09.0TVLLSB.L1.S), www.dgsi.pt]
7
Mais tarde, Ivo procurou Helena, manifestando a sua apreensão pelo modo
como o negócio fora celebrado, obtendo então a seguinte resposta: “Não se
preocupe, pois não terá nenhum problema”. Passados alguns meses, Helena
propõe em Tribunal uma ação tendente à invalidação do negócio, com
fundamento na falta de forma legalmente exigível.
Tem razão? Pode fazê-lo?
[V. Ac.s STJ de 17.01.2002 (proc. nº 01B3778) e de 11.12.2014 (proc. nº
1370/10.8TBPFR.P1-S1), www.dgsi.pt]
19. Em janeiro de 2020, Bruno arrendou a Filipa um pequeno T2, por 900€/mês.
Como forma de custear parte da renda, Filipa permitiu que Joana utilizasse
a sua cozinha e aí desenvolvesse a sua atividade de cozinhar refeições para
fora, mediante o pagamento mensal de 500€.
Durante o confinamento de março, Bruno encomendou por duas vezes
tartes e salgados a Joana.
Em junho de 2020, Bruno comunicou a Filipa que ia resolver o contrato de
arrendamento, invocando para tal a violação da cláusula 7.ª do contrato de
arrendamento e da cláusula 10.º do Regulamento do Condomínio, que
justamente proibiam a exploração de indústrias domésticas no edifício, e dos
artigos 1083.º, n.º2, c) e e), e 1088.º, n.º 1, do CC.
Quid iuris?
20. A empresa ABC, Lda. fornecia à empresa Sob Rodas, Lda. jogos de pneus de
baixo perfil, que esta instalava e de cuja assistência se encarregava. A
determinada altura, a empresa Sob Rodas, Lda. queixou-se à ABC, Lda. da
má qualidade dos pneus que estavam a ser entregues. Esta reagiu, de
imediato, enviando uma carta à empresa Sob Rodas, Lda. em que lhe pedia
que identificasse os defeitos alegados e afirmava que, até ter uma resposta,
suspendia os fornecimentos.
A empresa Sob Rodas, Lda. não respondeu e, dois anos decorridos, acionou
a empresa ABC, Lda., pedindo uma indemnização pelo incumprimento
contratual resultante da suspensão do fornecimento de pneus.
Quid iuris?
[V. Ac. STJ de 4.4.2002 [proc. nº 02B677), www.dgsi.pt]
8
21. Há 19 anos, David emprestou a Elisa a quantia de 200 euros, a reembolsar
no prazo de seis meses. Chegado o vencimento, Elisa, que estava então
desempregada, alegou dificuldades financeiras e não liquidou o
pagamento. Os dois amigos continuaram a relacionar-se e nunca mais
David reclamou os 200 euros de Elisa, apesar de terem mantido encontros
semanais.
Hoje, depois de uma forte “desavença clubística”, e decorridos quase 19
anos, David intenta uma ação em tribunal contra Elisa, para reaver a
quantia emprestada, bem como os juros moratórios. Elisa, citada na ação,
defende-se alegando nada mais ter a restituir. Quem tem razão?
[V. Ac. STJ, de 24.10.2002 (proc. nº 02A2958), Ac. RLX de 31.3.2011 (proc. nº
411348/09.3YIPRT-B..L1-2), www.dgsi.pt].
9
Guilherme arroga-se do direito à entrega de todos estes objetos, o que
Frederico recusa.
Quem tem razão?
25. Ana, estudante do 1.º ano da FDUCP, encarregou Bernardo de lhe construir
uma estante para colocar os livros que já tem e que pensa adquirir ao longo
do curso. Do contrato celebrado constam, entre outras, as seguintes
cláusulas:
1.º Bernardo fica adstrito a construir a estante segundo o modelo desenhado por
Ana e com os materiais já definidos.
2.º Bernardo fica adstrito a assegurar o transporte da estante, desde o local de
trabalho de Bernardo até à casa de Ana, obrigando-se, igualmente, a proceder à
respetiva instalação.
3.º Ana pagará a Bernardo, numa única prestação, 400 euros por todos os serviços
prestados.
4.º Ana pagará, ainda, um prémio de 100 euros, se Bernardo conseguir concluir a
estante num prazo inferior a dois meses.
5.º Ana fará sua a estante logo que, tendo Bernardo procedido à sua entrega, a
aceite.
6.º Ana poderá impor a Bernardo qualquer alteração ao projeto, desde que não
implique uma modificação substancial do modelo, se o entender conveniente.
7.º Ana dispõe de um prazo de 6 meses, contados desde a entrega da estante, para
denunciar a Bernardo os defeitos eventualmente existentes, sob pena de não poder,
depois, exigir a respetiva eliminação.
8.º Bernardo pode recusar a entrega da estante enquanto Ana não se dispuser a
pagar-lhe o preço.
10
9.º No caso de pretender alienar a estante, Ana compromete-se a informar, por
escrito, Bernardo do projeto de venda, incluindo o seu valor, devendo vendê-la a
Bernardo se este oferecer o mesmo preço.
11
Quem tem razão? Fundamente a sua resposta.
29. Álvaro, credor de Diogo, ameaça executar o património deste, caso Diogo
não lhe ceda o seu lugar na garagem do prédio em que ambos habitam.
Quid iuris?
30. Em 2018, António comunicou ao seu senhorio, Bento, que havia uma
infiltração na casa de banho do apartamento que lhe arrendara, solicitando
a realização das obras necessárias para a sua remoção. Não obtendo
resposta, António voltou a instar por mais três vezes o senhorio para o
cumprimento da obrigação a que legalmente estava adstrito. A infiltração
foi-se agravando à medida que o tempo foi passando. Em 2019, António
saiu do referido apartamento e foi viver com a sua mãe, contando regressar
mal a obra estivesse concluída. Bento nunca promoveu a reparação da
infiltração. No início de 2021, Bento resolveu o contrato de arrendamento,
com fundamento no não uso do locado por mais de 1 ano (al. d) do n.º 2 do
artigo 1083.º do CC).
Quid iuris?
31. O Ministério Público propôs uma ação para defesa de interesses difusos,
alegando, que ré Empresa-A, explora sem licença camarária uma indústria
de depósito e transformação de entulho, ferro velho, carcaças de veículos
automóveis, navios, fogões, frigoríficos, baterias e outros resíduos sólidos,
ali procedendo, em solo não impermeabilizado, à queima de parte desses
resíduos sólidos, o que provoca fumos, poeiras, cheiros, gases tóxicos e
escorrências de produtos poluentes para os terrenos circundantes, perigosos
para a saúde dos habitantes da zona envolvente. Com base nisto pediu que a
ré fosse condenada a cessar de imediato a atividade desenvolvida,
procedendo ao respetivo encerramento, à remoção de todo o espólio ali
existente e à reposição do terreno na situação anterior à instalação.
A ré, por sua, alegou em sua defesa que a exploração daquela atividade
corresponde ao exercício do direito à livre iniciativa económica.
Quid iuris?
[V. Ac do STJ de 09-05-2006 [proc. nº 06A636], www.dgsi.pt)
12
32. António e Bento, enquanto proprietários individuais, respetivamente, das
herdades X e Y, ambas encravadas, têm direito de servidão de passagem
sobre a herdade de Duarte. Concretamente sobre o caminho de terra batida
que permite o acesso de carro à via pública.
Todos os dias de manhã, António e Bento têm o mesmo problema. Ambos
pretendem passar com as suas viaturas justamente na mesma altura.
António porque precisa de ir trabalhar, Bento porque tem aula de pilates a
essa hora. O caminho, no entanto, só permite a passagem de um automóvel.
Qual deles poderá passar primeiro? Fundamente a sua resposta.
13
12. O embate mencionado ocorreu na hemi-faixa de rodagem destinada ao
sentido Vila Real / Amarante (2º);
14. EE, à data do sinistro, auferia o salário líquido mensal de, pelo menos, €
753,08 (3º);
21. O EE, bem como a A., tudo faziam para proporcionar as melhores
condições, quer afectivas, quer materiais, ao menor BB (9º);
23. EE despendia, por mês, pelo menos, com o sustento do seu filho,
referido em G) da matéria assente, a quantia de € 200,00 (11º);
24. O EE desejava para a sua filha, nascitura, o mesmo que desejava para o
seu filho BB, conforme se referiu em 22 (13º);
14
25. Era o EE que sustentava a família constituída pela A. e o filho BB (14º);
27. No trabalho, não tinha qualquer despesa com os transportes, uma vez
que era transportado pela entidade patronal (16º);
29. Sempre que estava em casa dedicava-se à família, não tendo o hábito de
frequentar cafés, bares, ou ir ao cinema (18º);
31. Aos sábados e domingos costumavam ir visitar os pais (do EE) onde
tomavam as refeições, indo depois ao café tomar um café (20º);
34. O EE era generoso e franco, e esforçou-se sempre por tirar partido das
suas capacidades de trabalho e por proporcionar aos seus familiares o
prazer de o ter junto deles, sendo o amparo dos mesmos (26º);
35. Entre a A., o falecido e o seu filho existia uma extrema proximidade e
envolvência afectiva, constituindo uma família unida por fortes laços de
amor, amizade e ternura (27º);
36. A CC não chegou a conhecer o pai e irá padecer ao longo de toda a sua
vida da ausência da figura paterna (28º);
15
40. O EE era cheio de energia e vontade de viver (32º);
43. Vivia com a A. e o seu filho, com quem tinha uma vida harmoniosa,
dando-se muito bem e sendo muito amigos (35º);
34. Joana, em testamento, deixa metade dos seus bens a Luís, seu sobrinho
predileto, e outra metade ao filho que este venha a ter de Madalena, com
quem Luís casará em Dezembro de 2021.
Joana morre no início de Fevereiro de 2021. Nuno, irmão de Luís, furioso
por a tia nada lhe ter deixado, recusa-se a aceitar que metade dos bens de
Joana seja herdada por alguém que simplesmente não existe e pode nunca
vir a existir.
35. Eduardo, com 17 anos, vende um quadro de pintura que herdara de uma
Avó dois anos antes, pelo preço de € 10.000.
Logo que tomaram conhecimento do negócio, os pais de Eduardo
insurgiram-se contra o ato do filho. Contudo, após saberem o preço de
venda, acabaram por concordar com a compra e venda efetuada.
Ao atingir os 18 anos, Eduardo ingressa na Faculdade de Direito da
Universidade Católica. Passados seis meses de ter completado 18 anos e
enquanto assistia a uma aula de Fundamentos de Direito Civil e Direito das
Pessoas, Eduardo fica com a ideia de que o ato por si praticado é inválido.
16
Pode Eduardo invalidar o negócio jurídico por si celebrado?
38. Helena, que tem dezasseis anos, escreve artigos de opinião sobre as
amarguras de se ser adolescente para uma revista semanal chamada "Sweet
teen". Com o dinheiro que todos os meses recebe da revista, Helena
comprou, a prestações, um computador para nele escrever os seus artigos
de opinião e para substituir o velho computador oferecido pelos seus pais
há alguns anos.
O vendedor do computador, perante o não pagamento da última prestação,
exige a Isabel, mãe de Helena, o valor em dívida. Isabel entende, porém,
que a filha não podia ter comprado um computador e que nada é devido ao
vendedor.
Quid iuris?
17
39. Carla, filha de Diana e de Ernesto, trabalha desde os seus dezasseis anos
num estabelecimento comercial. Quando completou dezassete anos,
casou com Francisco, sem autorização dos pais e sem ter logrado obter o
respetivo suprimento. Logo depois do casamento, Carla pagou a viagem de
núpcias com o dinheiro que juntara com o seu trabalho. Ao saber do
casamento da neta, e ainda quando esta era menor, a avó de Carla doou-lhe um
prédio de que era proprietária. Ainda durante a sua menoridade, Carla vendeu
este prédio a Gastão. Por ocasião da venda, tendo Gastão expressado reservas
quanto à pouca idade de Carla, esta mostrou-lhe uma certidão de
casamento falsificada, na qual os seus pais figuravam como testemunhas.
Tendo em conta estes dados, responda às seguintes perguntas:
a) O casamento celebrado entre Carla e Francisco é válido?
b) Podia ter Carla pagado a viagem de núpcias com o dinheiro que
recebeu como remuneração do seu trabalho?
c) Suponha que, ainda antes de Carla completar dezoito anos, os seus
pais tomam conhecimento da venda do andar que a avó lhe doara e
pretendem requerer a anulação do negócio. Podem fazê-lo?
d) O conjunto de bens que Carla levou para o casamento forma
um património separado?
40. Dantas, titular de vasta fortuna que herdara do seu padrinho, resolve, para
comemorar os seus 17 anos, dar uma festa de aniversário em casa dos pais.
Para o efeito, dirige-se ao supermercado onde os seus pais se abastecem e aí
encomenda os alimentos necessários, combinando com o proprietário do
estabelecimento, Emanuel, que, mais tarde, pagaria a conta, no montante de
1000 euros.
Tomando em consideração os dados da hipótese, responda às seguintes
questões, independentes umas das outras:
18
referida conta nunca veio a ser paga. Se, decorridos três anos após
a celebração do negócio, Emanuel vier a exigir a Dantas o
pagamento da conta, como se pode este defender?
41. Helena e Inácio têm um filho, João, de 20 anos, que sofre de perturbações
mentais desde a infância. Sob o efeito de uma crise, convencido de ser um
campeão de motociclismo, João compra uma mota em mau estado a um
amigo de longa data, a quem revela a sua condição de "campeão".
A partir dos factos expostos, responda às seguintes questões:
a) Luís, credor de João, pretende saber se o contrato de compra e
venda celebrado pelo João é válido e se, caso o não seja, tem o
direito de pedir a sua invalidação.
b) O que podem Helena e Inácio fazer para que, de futuro, João se
veja impedido de, por si ou livremente, praticar atos em relação
aos quais não tenha capacidade para entender e querer?
42. Duarte, de 80 anos, tem, desde há algum tempo, vindo a apresentar sintomas
de demência, com crises que o levam a perder a noção da sua identidade e a
não conseguir reconhecer o valor do dinheiro.
Eva, filha de Duarte, pretende saber:
a) Se os negócios celebrados pelo seu pai durante as referidas
"crises de demência" são válidos e, caso o não sejam, quem e
em que prazo pode requerer a sua invalidação.
b) Se pode requerer alguma providência para que, de futuro, fique
acautelada a situação do seu pai, quanto à regência da sua
pessoa e bens. Fundamente a sua resposta.
19
a) O contrato de compra e venda da fruta do pomar é válido? Se o
mesmo contrato tivesse sido celebrado por Carlos, embriagado, à
saída de uma discoteca, a sua resposta seria a mesma?
b) O contrato de compra e venda do relógio de ouro é válido?
Fundamente a sua resposta e indique o regime aplicável.
44. Suponha que, no decorrer de uma festa, Hélder, que tem 21 anos,
notoriamente embriagado, doa à sua namorada, Inês, de 19 anos, um
relógio valiosíssimo, que esta, perfeitamente lúcida, aceita.
1. Imagine que Inês se arrepende de ter recebido o relógio que
Hélder lhe doou e pretende saber se o negócio é válido e se pode
arguir a sua anulabilidade;
2. Classifique os efeitos da doação do relógio, quanto ao direito de
propriedade, do ponto de vista das vicissitudes do direito
subjetivo.
20
exigido o pagamento a cada interessado de uma inscrição no valor
de € 10,00 por cabeça. Manuel, que pretende inscrever-se,
confrontado com a necessidade de efetuar o pagamento, recusa-se
a fazê-lo, invocando que o organismo criado pelos três amigos não
pode ter qualquer lucro com a atividade que desempenha e, nessa
medida, a inscrição deveria ser gratuita. Quem tem razão?
47. O Banco X, por ocasião do Natal, efetuou uma doação de 5.000 euros
destinada a ajudar crianças carenciadas de um país africano. Será válida a
doação?
48. Margarida instituiu, por testamento, com um capital de 100.000 euros, uma
fundação destinada a assegurar o financiamento dos estudos de todas as
crianças da sua família. Iniciado o processo de reconhecimento, Nídia e
Noémia, suas sobrinhas, reagem, alegando que o valor da herança da
instituidora não vai além dos 75.000 euros.
a) Atentas as circunstâncias, parece-lhe que a fundação deverá ser
reconhecida? Fundamente a sua resposta.
b)Em caso negativo, qual o destino do capital afecto à fundação?
21