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Decoração do quarto de bebê
Muitas mães, assim que descobrem que estão grávidas, começam a sonhar em montar um belo
quartinho para seu bebê. E aí surgem as perguntas: Por onde começar? Como devo planejar? Na hora de
pesquisar, são muitas as opções de móveis para quartos de bebês, todos de encher os olhos, o que torna
essa tarefa ainda mais difícil.
Decorar o quarto do bebê é uma das partes mais prazerosas de todos os preparativos para a che-
gada do bebê, pode ser uma das delícias da gravidez ou se tornar um desafio sem fim, vai depender do
planejamento e tranquilidade, além de criatividade e bom gosto!

Quartos de bebês geralmente são compostos por uma mobília básica, com berço, cômoda com
trocador e uma poltrona de amamentação. Também podem ser acrescentados um guarda-roupa e um
criado-mudo ao quarto, por exemplo, mas a dúvida de qual escolher e com qual cor ou estilo compor é
geral e pode ser uma oportunidade para os profissionais.

O visual é importante, mas também é preciso que os móveis sejam seguros, funcionais e se adap-
tem à rotina da mamãe e do seu bebê, para que seja confortável para ambos no dia a dia. Outra questão
que é muito questionada é conseguir fazer o quarto dos sonhos caber no orçamento da vida real do clien-
te.

Um quarto de bebê é como qualquer outro projeto, precisa um planejamento!

Um quarto de bebê nunca vai ser igual ao outro porque cada mãe tem uma personalidade, uma
necessidade. De forma geral, toda mãe tem o mesmo objetivo: proporcionar um espaço dos sonhos para
o recém-nascido!
Desenvolvemos o Guia do Projeto de Bebê para compartilhar um pouco da nossa experiência
como profissional e facilitar o projeto de vocês! Nesta edição convidamos uma arquiteta e futura mamãe
para falar um pouco dos desafios de ser arquiteta e projetar o quarto da sua bebê, Rebeca Souza.

O principal segredo para montar um ambiente é entender as necessidades, pesquisar ideias e


opções que sejam do agrado do cliente e que “caibam no bolso”. Orçamento é uma premissa básica em
qualquer projeto da ARQEXPRESS e cada vez mais vemos isso como um diferencial, então, fique atento!
(Quer saber mais? Manda um e-mail para euquero@arqexpress.com.br)
Conhecer o espaço vai sempre nos fazer entender como vamos “encaixar o mobiliário” e necessi-
dades no ambiente, e depois disso, ter o estilo definido, o tema, ajuda na hora da escolha das cores e itens
mais específicos! Espero que gostem, foi feito com muito carinho!
Para muitos um sonho, um marco, um novo momento. Não consigo me imaginar projetando o
quarto do meu baby! Acho que deve ser mais difícil que projetar nossa própria casa, vontade de poder ter
tudo, colocar tudo, usar tudo de todos os fornecedores! #vidadearquiteta
Existe uma grande diferença entre um quarto de bebê e qualquer outro quarto, que é a segurança.
O projeto de um quarto de bebê precisar ser, além de tudo, funcional e seguro!
Na hora de projetar o quarto do bebê, a primeira coisa que nos vem a cabeça é: como deixar ele
lindo, o que é óbvio, mas temos um ponto chave e novo fator: segurança.

ESTÉTICA + FUNCIONALIDADE + SEGURANÇA

Pontos Chaves de Sucesso

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PADRÃO ESTÉTICO

“Gosto não se discute”, mas a beleza é sempre fator decisivo de qualquer projeto. O que vai mudar
ou depender é o estilo do cliente, as possibilidades para o ambiente, o budget e a “pressa” (quando não
tem prazo, se trabalha com o que tem para resolver).

1. Estilo
2. Ambiente
3. Budget
4. Prazo

Todos estes itens afetam o caráter estético do quarto. Sempre que pensamos “no belo” em ar-
quitetura nos deparamos com o paradigma forma x função, ou seja, relação beleza e funcionalidade. O
ambiente, a estética precisa ser mais do que apenas para apreciação, precisa funcionar!

PADRÃO FUNCIONAL

Não adianta ser bonito e não ser prático, precisamos sempre pensar no usuário. Nós, arquitetos,
precisamos pensar nos detalhes, temos o dever de “facilitar” a vida das pessoas e, por isso, elas nos con-
tratam. Um quarto de bebê bem projetado pode durar anos, desde que o espaço seja compatível com o
crescimento da criança, e isso é algo que podemos prever no primeiro projeto!

O projeto do quarto de bebê precisa ser funcional, bonito e seguro.

SEGURANÇA

Quando os produtos e serviços atendem às nossas expectativas, é ótimo, certo? Tornamos isso
como certo e pronto, resolvido! Quando acontece o contrário, ou seja, os produtos se mostram de má
qualidade, não se encaixam, são incompatíveis com o que temos, não são confiáveis e parecem até pe-
rigosos, rapidamente nos preocupamos e vamos atrás da informação do “porquê” eles não nos atendem!
Quando os produtos trabalham bem e com segurança, quase sempre é porque eles atendem às normas
técnicas de qualidade. As normas têm uma enorme e positiva contribuição para a maioria dos aspectos
de nossas vidas. Quando elas estão ausentes, logo notamos, por isso, quando falamos em segurança,
estamos pensando nas escolhas certas para cada produto, cada item no quarto do bebê, do piso ao tipo
de revestimento.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


As normas tornam o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de produtos mais
eficientes, mais seguros e mais limpos.
Tipicamente, as normas são de uso voluntário, isto é, não são obrigatórias por lei, e então
é possível fornecer um produto ou serviço que não siga a norma aplicável no mercado de-
terminado, mas, nós profissionais, precisamos saber que ela existe e fazer o possível para
segui-la principalmente se tratando de um recém nascido!

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O que mais é relevante? Tudo! Na arquitetura o resultado é um conjunto de fatores, mas um dos
itens de projeto que afeta e tem maior influência decisória sobre as pessoas são as cores. As cores trans-
mitem diferentes sensações, uma cor mal escolhida pode, por exemplo, afetar o sono do bebê. Falaremos
sobre cores mais adiante, mas lembre-se sempre que em qualquer projeto, cores podem causar diferen-
tes sentimentos e sensações no ambiente e, por isso, precisam ser muito bem escolhidas neste tipo de
projeto.
O projeto de um quarto de Bebê tem as mesmas etapas de qualquer projeto: levantamento, brie-
fing, pesquisa e definição de estilo, layout, materialização, levantamento de custos, execução, tudo impor-
ta!
Antes de qualquer coisa, precisamos conhecer e entender o espaço que será destinado ao novo
integrante da família, entender as dimensões, analisar o conforto térmico, de iluminação, as condições
do local para entender se será necessária alguma intervenção civil ou não! Essa primeira fase chamamos
de levantamento!

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Etapas de projeto
Não tenho nenhuma dúvida que cada projeto é único e a premissa principal para o seu desenvol-
vimento é o ambiente, as necessidades, gosto e orçamentos disponíveis, além de outros fatores! Algumas
etapas são essenciais para seu desenvolvimento. A previsão, o planejamento nesse tipo de trabalho é
fundamental para que o projeto ocorra sem imprevistos e dentro do período combinado!

Levantamos seis pontos interessantes e imprescindíveis para todo e qualquer planejamento de


projeto: Levantamento, necessidades e briefing, estilos, layout, materialização e orçamento.

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1. LEVANTAMENTO

Se antes o termo “arquitetura” significava, “deixar as coisas bonitas”, nas últimas décadas o arquiteto
tornou-se reconhecido pela importância fundamental na percepção, racionalização e humanização dos
ambientes.
O levantamento arquitetônico envolve a medição do ambiente. A partir dele obtemos uma planta
baixa, algumas vistas e assim podemos conceber o projeto. Todas as informações que precisamos trans-
mitir para o computador, desenhos, projetos, precisamos buscar nesta fase e, por isso, sempre digo que
ela é uma das fases mais importantes do projeto.
Além de medidas, é muito importante fazer uma análise do espaço quanto as questões térmicas,
acústicas e de iluminação. Realizando o levantamento destes pontos e dúvidas desde o início, os proble-
mas (caso venham a existir) serão bem menores!

O Projeto Arquitetônico é a representação concreta do espaço idealizado, o primeiro passo para


qualquer execução bem planejada.

Levantamento de Dados: Corresponde a um levantamento de informações e características do


local .
Estudo Inicial: Após ter todas as informações podemos pesquisar referências, buscar ainda mais
informações e compilando todos os dados conseguimos assim traçar um esboço inicial do projeto.
Projeto Arquitetônico: Formalização das medidas adotadas com todos os detalhes e informações
necessárias para dar andamento ao projeto.

Seja o levantamento, seja o projeto arquitetônico, o importante é que o arquiteto juntamente com
o cliente, decidam quais necessidades específicas devem ser atendidas

1.1 LEVANTAMENTO DA PLANTA BAIXA


Para iniciar qualquer levantamento, precisamos da planta baixa para nos orientar no local. Com
este documento em mãos fica bem mais fácil o processo!

JANELA

PORTA

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1.2 ANÁLISE DO LOCAL
Quando pensamos em levantamento, existem pontos que não podemos esquecer: pé-direito, es-
trutura das paredes, posição dos interruptores e tomadas, portas, janelas, posição do ar-condicionado,
medidas, móveis existentes, iluminação, piso existente, repare em tudo!

PLANTA BAIXA: MEDIDAS GERAIS

A ANALISE SEMPRE OS TRÊS PLANOS

A TETO
B PAREDE
B
C PISO
C

Olhe o espaço e analise todos os pontos que podem


interferir ou serem importantes no projeto.

A. TETO
Pé-direito Tipo de Forro Iluminação Circuitos Outros

B. PAREDE
Portas Esquadrias Estrutura Parede Tomada Interruptor
Armários/apliques Marcenaria Ar-condicionado Rodapé Outros
Revestimento ou pintura

C. PISO
Tipo de Piso Tomadas Outros

D. MÓVEIS SOLTOS/EXISTENTES
Tipo Medidas

Lembre-se que sempre podem existir outros itens, esses são exemplos para você se guiar!

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1.3 REGISTRO FOTOGRÁFICO
Criamos um esquema para você não esquecer nenhum detalhe e depois, ainda vai poder realizar
fotos de “Antes & Depois”.

FOTOGRAFIA PARA LEVANTAMENTO


Fotografe as paredes e o teto, para ter sempre tudo registrado

Detalhes importantes e outros


elementos que vão ficar no ambien-
te também devem ser registrados.


1.4 CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO
Conforto térmico é representado pela temperatura ambiente adequada. Essas condições podem
variar de acordo com a umidade do ar, entrada de ventilação, isolamento térmico, e outras.
Algumas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabelecem a zona de
conforto térmico aceitável entre 20 a 23 graus no inverno, e 23 a 26 graus no verão. Já o conforto acústico
refere-se a medidas que podem ser tomadas para que o ambiente permaneça sempre dentro do limite de
ruídos (50dB), tornando o espaço agradável e aconchegante para ser habitado.

O conforto térmico melhora o desempenho em atividades intelectuais, manuais e perceptivas, e
contribui para a conservação de energia, evitando desperdícios com aquecimento e refrigeração de modo
desnecessário. Assim como o conforto térmico, o acústico melhora o desempenho e promove o bem-es-
tar. Os ruídos excessivos e a temperatura do ambiente influenciam diretamente na saúde e bem-estar das
pessoas, por isso, pensar no conforto térmico e acústico é tão importante em um quarto de bebê.

Medidas como janelas e portas bem posicionadas, tapetes, o uso de madeira, tudo isso contribui
para manter temperatura e som na medida certa.
Entretanto, o isolamento termoacústico realmente eficaz só pode ser realizado em pisos, paredes
e tetos. Os materiais disponíveis para isso variam entre mantas térmicas, formadas por fibra de lã de vidro,
painéis acústicos, placas de drywall e outras soluções.

Esses e muitos outros itens nos levam a analisar na hora de escolher acabamentos e a planta de obra.

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1.5 ILUMINAÇÃO
A iluminação interfere diretamente na maneira como percebemos um ambiente. Na hora de desen-
volver um projeto luminotécnico, devemos levar em consideração a luz natural, assim poderemos medir a
quantidade de luz artificial necessária no ambiente.

LUZ NATURAL
INCIDÊNCIA SOLAR: A orientação é um ponto crucial em qualquer projeto, uma vez que a incidência
da luz natural pode mudar as características do ambiente e influenciar nas escolhas do projeto luminotécnico.
Cuidado ao analisar a posição do sol: por mais simples que seja, essa é uma tarefa bem importante
para o projeto e fará toda a diferença. Dependendo da posição solar, a incidência de luz natural no ambiente
será alterada para mais ou para menos. Quanto menos luz natural tiver no ambiente, maior será o esforço para
desenvolver um bom projeto de iluminação artificial. O uso apropriado da luz natural reduz a necessidade de
iluminação artificial.

A luz é capaz de estimular a região do cérebro responsável por nos avisar que está no momento de
despertar, por exemplo. Ela estimula a concentração para acelerar nossas atividades. A ausência dela tende a
transmitir que está se aproximando o período de repouso. Integrar iluminação natural e artificial é a forma mais
adequada de alcançar a economia energética em um projeto. Para ambientes com uso noturno que não terão
seu projeto interferido pela incidência solar, devemos pensar de outra maneira.
Como mostra o desenho, a fachada norte é a que recebe a maior parte da insolação diária, pois tem
maior incidência solar. Já a fachada leste recebe o sol da manhã, enquanto a oeste recebe o sol da tarde. Por fim,
a fachada sul é aquela que incide menor quantidade de raios solares.

LUZ ARTIFICIAL
Depois de luz solar, agora é a hora de aprender sobre a luz artificial e seus usos. Veremos os três tipos
mais utilizados: difusa, direta e indireta.

Tem cortina?
Como é a luz natural?
Tem gesso? Precisa ter?
Não tem gesso? Como derivar pontos?

Iluminação é um dos pontos mais importantes do projeto.

LEMBRE-SE: É bem comum também aproveitar algum móvel existente, ou ter algum móvel que pode ser
utilizado, fique atento a isso.

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2. BRIEFING -PROGRAMA DE NECESSIDADES
O briefing se trata de um resumo.

TO BRIEF
verbo
Resumir (sumariar);
Informar (contar, avisar, aconselhar);
Dar informação.

Assim, briefing é um elemento fundamental do projeto, já que, à partir dele conseguimos reunir as
informações para dar andamento ao nosso planejamento. Neste etapa podemos mapear os problemas e
fazer sugestões.
Todo processo criativo inicia com um “Briefing Inicial”. O que complica às vezes é o fato do cliente
não saber o que quer, por isso, essa etapa de questionamento e apresentação de conceitos é fundamental
para não termos retrabalho! O mais importante é entender o objetivo do projeto, assim podemos traçar
prioridades e trabalhar dentro do orçamento!

Conheça seu cliente, entenda o que ele gosta e o que ele não gosta. Procure entender seu
perfil, a sua rotina, e principalmente o seu sonho, seu maior objetivo com esse projeto!

3. ESTILOS
Estilo arquitetônico é uma expressão utilizada com o fim de classificar períodos da história da ar-
quitetura de acordo com suas características formais, técnicas e materiais. Estilo arquitetônico tem grande
relação com o contexto histórico no qual se insere.
No caso da história da arquitetura é interessante compreender quais foram os principais movi-
mentos e estilos consagrados que surgiram ao longo do tempo como reações, assim, fica muito mais fácil
entender cada estilo!

4. LAYOUT
Um projeto de layout se refere à organização interna do ambiente. Seu principal objetivo é a
otimização dos espaços, garantindo assim o melhor resultado possível para o mesmo. Uma ideia bem
simples e talvez um pouco básica, mas que evita erros, e fazer uma simples setorização do espaço.
O layout pode ser apresentado em formato de croqui (em dwg), ou mesmo, em uma planta hu-
manizada. É ainda nesta etapa, que as primeiras idéias são postas em um papel. Portanto devem ser bem
claras, para que o cliente consiga visualizar a proposta e sua justificativa.

Um bom layout precisa aproveitar o espaço da melhor forma e precisa ser pensado de
acordo com a funcionalidade de cada ambiente,

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5. MATERIALIZAÇÃO
Arquitetura nada mais é do que a realização de sonhos! Quando falamos em materializar estamos
falando em dar vida, em dar sentido para o espaço. Construir a partir de cores e acabamentos um ambien-
te que consiga transcrever a personalidade do cliente. Decorar é muito mais que deixar o ambiente bonito,
é uma forma de dar personalidade, dar a cara do usuário, por isso, a essência, o gosto, as necessidades de
cada cliente precisam estar bem alinhadas desde a primeira etapa!

“A HOUSE IS NOT A HOME” - Dione Warwick


Uma casa se transforma em um lar quando o espaço é personificado para seus ocupantes! A ma-
terialização personaliza o projeto para o cliente, de acordo com seu gosto, necessidade e possibilidade.

6. ORÇAMENTO
Talvez hoje um dos pontos mais importantes para o cliente: saber quanto vai gastar.
Não existe frustração maior do que apresentar um projeto que depois não caiba no bolso do clien-
te, por isso, uma sugestão é você ficar de olho nesta parte desde o início!
Quer sugerir um piso? Saiba o valor! Quer escolher o acabamento do mobiliário? Peça antes um
orçamento! Quanto mais aberta e mais clara for a relação com o cliente, mais ele vai gostar de você e me-
nos você vai se incomodar!
Faça um projeto que caiba no bolso do seu cliente!

A essência, o gosto, as necessidades de cada cliente precisam estar bem alinhadas desde
a primeira etapa!

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Primeiro você define o layout ou o estilo?
Arquitetura não tem certo e errado, bem como gosto a gente não discute. Fizemos uma mini
pesquisa e constatamos que existem diferentes opiniões sobre a ordem destas duas etapas, tem profis-
sional que pensa no estilo depois no layout e vice-versa.

Isso vai sempre depender do processo criativo de cada um!

O cliente sempre vai pensar no estilo, o profissional deve organizar o layout. Eu, Rê (Renata) pri-
meiro penso no layout, na parte funcional, na segurança. A Rê (Rebeca) também pensa primeiro no layout,
mas, na hora de projetar o quartinho da Lorena, adivinhem o que aconteceu? O contrário, ela já sabia o
estilo que ela queria e, a partir disso, montou o projeto (certamente a facilidade de entender as possibili-
dades do espaço facilitou, e o fato de ser um ambiente amplo também).

Prefiro olhar o espaço primeiro, porque muitas vezes um quarto dos sonhos não cabe no espaço
disponível, então não adianta sonhar... A maior frustração do cliente é gostar e depois descobrir que não
dá, por isso: analise primeiro as possibilidades. Pode parecer difícil, mas se você tiver sempre cinco (5)
soluções para cada detalhe, aí sim você não terá problemas nunca, faça esse exercício: pense em 05
possibilidades para o berço, o5 composições de cores. Você não precisa apresentar as 05 opções para o
cliente, mas serve para desenvolver a criatividade e sempre ter outra alternativa.

A ordem destas etapas vai muito do processo criativo e da situação, existem clientes que chegam
com o estilo pré-definido, então o layout vem obviamente depois, e tem clientes, que querem sugestões!
Lembre-se: muitas vezes o desejo não fecha com o espaço!
Arquitetura é uma arte, e o papel do profissional é estar sempre atento para entender o cliente e
fazer sugestões que atendam as expectativas do mesmo, mas que sejam práticas, funcionais e seguras.
Na arquitetura aprendi que projeto bom é aquele que além de deixar o cliente satisfeito, precisa
ser funcional! O cliente vai olhar para a parede todo dia, achar lindo, mas se ele precisar de um banco para
alcançar uma prateleira ou tiver que procurar o interruptor escondido, ele vai gostar bem menos...

Projeto bom é aquele que deixa o cliente satisfeito!

Para muitos profissionais o estilo é o primeiro passo do projeto pois influencia o layout, enxoval,
acabamento. Apenas um pequeno cuidado: materialização não ocupa espaço, dá charme! Pense sempre
na funcionalidade e segurança do usuário.
Vocês sabiam que muitas pessoas/clientes preferem não ter estilo nenhum?! Simplesmente não
gostam ou querem algo mais clean. Para esses casos, nossa dica é escolher de 2 a 4 cores que possam
ser usadas de base para o processo.

Existem casos em que o casal espera para saber o sexo antes de escolher o estilo, hoje, em um
mundo moderno, o qual cada vez mais se busca pela igualdade entre os gêneros, existem muitas opções
que são consideradas unissex.

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Ambiente funcional
O resultado de um ambiente funcional é um espaço aonde tudo funciona, existe um planejamento,
existe uma organização.
No caso do Quarto de Bebê, a funcionalidade deve estar de acordo com as atividades que irão
acontecer no ambiente!
O centro do projeto é o berço, então, qual seria a posição ideal para este móvel?

Se tivéssemos que sugerir, a melhorar orientação seria perpendicular a parede, longe da


janela, de forma que o mesmo possa ser acessado pelos dois lados!

Os ambientes estão cada vez menores, então, precisamos cada vez mais aproveitar ainda mais o
espaço. Ambiente funcional é aquele no qual as necessidades estão ao alcance do usuário, os objetos
estão organizados no ambiente, os móveis estão planejados de forma que a circulação seja confortável,
os materiais são escolhidos de forma adequada e que tenham o mínimo de gasto de manutenção, ou seja,
fáceis de limpar e práticos.

Na hora de escolher tecidos e acabamentos, prefira sempre produtos naturais como algodão e
linho, seja na hora de escolher a cortina ou o enxoval do bebê. Uma cômoda serve facilmente como local
para guardar as roupas, caso tenha pouco espaço para colocar um armário, os produtos para higiene do
bebê também devem estar neste espaço, bem como fraldas, então, na hora de dimensionar, fique atento
as medidas e necessidades de cada ponto, e assim você terá como resultado o ambiente funcionando!

A melhor posição para poltrona de amamentação é do lado oposto do armário e mesmo lado da
cômoda, mas sabemos que nem sempre é possível ter este layout! O sofá-cama ou cama auxiliar para
assistente ou acompanhante, pode sempre ficar ao lado da janela. Uma mesa de apoio é sempre uma boa
pedida neste ambiente, bem como baú ou caixas para guardar brinquedos, pelúcias, etc.

Muito cuidado com quinas e arestas.

Tecidos grossos e muita pelúcia acumulam muita sujeira e pó. Pense sempre em um tipo de proje-
to, decoração que possa acompanhar a criança nos seus primeiros anos, com certeza esse vai ser o melhor
resultado que você trará para o cliente. Pense em detalhes. Pense no cliente, pense nas necessidades da
criança, quanto mais você pensar em detalhes, mais o ambiente será funcional.

Piso: Os mais indicados são os pisos vinílicos, são macios quando o bebe engatinha, antiderrapan-
tes, antialérgicos, térmicos e fáceis de limpar. Outra vantagem é que pode ser aplicado sobre piso existen-
te e ainda ser personalizado.
Iluminação: O quarto do bebê necessita de iluminação natural, além disto um projeto que envolva
iluminação direta e indireta. Para controlar a luminosidade, opte se possível, por um dimmer, assim é pos-
sível ajustar a intensidade da luz no interruptor.
Cortinas: Acumulam pó, quando escolher, procure por cortinas de algodão ou voil, que são fáceis
de lavar.
Tapetes: Opte pelos antialérgicos e antiderrapantes.
Ventilação: Durante o dia, mantenha janela e porta aberta para promover a circulação e renovação
do ar. Cuidado ao posicionar o ar-condicionado.

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Estilos para o quarto de bebê
Acho que uma das coisas que mais deixa clientes, profissionais, amantes, estudantes em dúvida
é quanto ao estilo de cada projeto, ambiente! A maioria das pessoas tem muita dúvida quando se depara
com qualquer espaço, tudo isso, porque uma casa, um quarto, o quarto do bebê é um momento novo,
de empolgação, existem sonhos e ideias aguardando para ganhar forma e virar realidade, mas, por outro
lado, uma insegurança, uma dúvida, uma angústia de não saber por onde começar!

Como organizar as inúmeras referências?


Será que o tipo de berço que você sempre quis vai combinar com o estilo do quarto?
E aquele móvel que está parado no quartinho, será que vai dar pra usar?
Esse ambiente acomoda tudo que a gente vai precisar?!

Calma, vamos começar falando um pouco de estilos, quem sabe assim, fique mais fácil escolher o
estilo que combina com o seu quarto de bebê ou com o quarto de bebê que está projetando.

ESTILO PROVENÇAL

A França do Palácio de Versalhes tornou-se para o mundo a referência do que havia de mais so-
fisticado nos séculos XVI e XVII. O Rocaille, estilo preferido da realeza francesa, conhecido popularmente
como estilo Luiz XV, que teve seu auge na decoração dos palácios do reinado de Maria Antonieta e Luiz
XV. Provençal é caracterizado por apresentar riqueza nos detalhes rebuscados.

Os camponeses que viviam na região da Provence, no Sul da França, no final dos anos
1700 tentaram copiar a riqueza dos luxuosos móveis franceses e por não terem recursos
financeiros não conseguiram manter o luxo da decoração, assim surgiu o estilo provençal.
Com o tempo, o estilo provençal ganhou status e virou sinônimo de elegância e sofisticação.

Curiosidade
Como já falamos, nome vem da “Provence”, uma região ao sul da França, sua delicadeza, elegân-
cia e sofisticação o torna “queridinho” de muitos profissionais.
O estilo provençal é caracterizado pelo fino acabamento e linhas com curvas sinuosas, apresen-
tando detalhes entalhados e apliques em madeira, principalmente em formas de conchas. Compõem
motivos florais e tons suaves como verde, rosa, azul ou listras. Cenas rurais podem estar presentes nos
tapetes, louças, tecidos e papéis de parede completando o caráter romântico e charmoso da Provence.
Almofadas com estampas floridas, cortinas, paredes e móveis em tons mais claros, arranjos de
flores, quadros com pinturas suaves, muita madeira e espelhos criam a sensação de amplitude. São itens
que aparecem muito neste estilo de decoração.

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O QUARTO DA LORENA

Iniciamos no Estilo Provençal porque esse foi o escolhido para o quarto da nossa pequena Lorena.

Quando se está esperando o bebê, muitas coisas passam pela nossa cabeça. Muitas mesmo! E
sendo a arquiteta do projeto, foi difícil intercalar horas no projeto com os pré-natais. No fim, tudo deu super
certo, mas precisei organizar muito bem as etapas do projeto e respeitar meus limites.
Como estava fazendo um quarto de bebê, do meu bebê, precisei prever tudo com antecedência.
Comecei o projeto a partir do 5º mês de gestação, são muitos detalhes e o ideal é deixar tudo finalizado
antes dos momentos finais da ges-
tação, pois a gestante começa a Planta Baixa
ficar indisposta e cansada. Quanto
antes começar, melhor! São muitas
decisões a serem tomadas e não é
bom pressionar a gestante a tomá-
-las. São muitas coisas acontecen-
do ao mesmo tempo, por isso é
preciso de paciência e compreen-
são com a futura mamãe.

No projeto da Lorena, de-
morei em torno de 20 dias para
criar a ideia total, o conceito. Já
tinha noção das cores, estilo e
disposição/layout do ambiente.
Muitos me perguntaram o que eu
pensei primeiro: Layout ou Estilo?
Confesso que ambos vieram jun-
tos. A partir do momento que já
sabia quais elementos chaves eu
queria no quarto do meu bebê,
fui construindo o layout de acordo
com o espaço que tinha disponível
e respeitando o estilo que tinha em
mente. Para montar o layout, al-
guns pontos foram cruciais, como
a circulação. Sempre achei impor-
tante o quarto do bebê ter a melhor
circulação possível, e no quarto da
Lorena não seria diferente. Quero
me sentir acomodada e confortá-
vel em todos os momentos, da tro-
ca de fralda à amamentação. Sem precisar me preocupar em passar por um espaço apertado.

Sempre tive tendência a me aproximar do estilo clássico, tanto no gosto quanto nos projetos que
realizo. Sempre quis transmitir isso no quarto do meu futuro filho e, quando soube que iria ter uma menina,
a Lorena, sabia que conseguiria tirar esse sonho do papel! Assim que soube que ela estava a caminho,
logo pensei em tons neutros e românticos e, quando vi, já tinha tomado forma no conceito inicial.

Fazer um quarto de bebê é sempre emocionante, ver a animação nos clientes, pais, acompanhan-
do o projeto e elaborando ele junto. Mas fazer o quarto do meu bebê foi indescritível! Sempre projetei para
meus clientes mas, dessa vez, foi para mim e minha família. Queria transmitir todo o amor do mundo, meu
amor de mãe, em um só projeto. Sabia que minha família e meus seguidores ficariam de olhos bem aber-
tos e acompanhando cada detalhe do projeto, isso fez com que eu me desafiasse ainda mais para criar um
projeto que, para mim, teria que ser perfeito.

Tanto para o quarto da Lorena quanto para qualquer outro projeto, considero indispensável móveis
que possam desempenhar mais de uma função, móveis funcionais. Uma cômoda com trocador é muito
mais eficiente para a mãe e ainda otimiza o espaço e, como muitos quartos de bebê têm tamanhos limita-
dos, é preciso pensar muito bem quais móveis serão colocados. Por isso, considero a cômoda com troca-
dor uma ótima solução. Outra peça chave para o projeto foi o berço evolutivo, o berço cama. Esse móvel

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permite acompanhar o crescimento da criança sem precisar comprar uma cama nova. A ideia é genial e
facilita para manter o conceito do quarto desde o nascimento. Se você optar por utilizar um berço cama,
lembre-se de deixar espaço para todas as etapas da evolução do móvel. Você precisa prever espaço para
o tamanho máximo que ele irá ocupar.

Vista

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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ESTILO
Cores pastéis (azul, rosa, verde), lavanda e bastante branco!
Mobiliário super trabalhado com muitos detalhes e muita madeira aparente.
Iluminação: lustres tipo candelabro e as paredes tem papel de parede misturando estampas florais
ou listras.
Este estilo é bem comum em quarto de meninas, embora seja uma decoração romântica, o estilo
provençal pode sim ser utilizado em ambientes voltado para os meninos. Para eles, aposte na composição
com os móveis em tons neutros na decoração como o creme e marrom.

BOISERIE
Um elemento muito utilizado em quartos de bebê são as molduras nas paredes, as famosas boi-
series. A boiserie surgiu na França influenciada pelo movimento artístico que ficou conhecido como Roco-
có, o grande objetivo era criar adornos requintados para nobreza. O boiserie é um elemento de requinte
(não tem uma função além da estética).
Cuidado ao usar essa técnica para não deixar o ambiente muito carregado. O boiserie pode ser
utilizado nos estilos mais clássicos ou contemporâneos, o que vai alterar é o visual, ou seja, tipo de or-
namentação das “molduras requintadas”. Se você quiser compor em um quarto com estilo moderno, por
exemplo, suavize o detalhe das molduras.
Boiserie Clássico: Arabescos e bordas detalhadas ou arredondadas, puxam para o visual clássico.

Boiserie Contemporâneo: Linhas retas remetem ao estilo moderno.

Para pintar o boiserie, utilize tinta acrílica sobre as boiseries quando elas fo-
rem feitas com gesso ou isopor para que assim elas fiquem mais resistentes.

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