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c i a
ê n 8 º.
ci
VOLUME 3

SERES VIVOS: REPRODUÇÃO O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção


de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e

E CICLO DE VIDA ________________ 2 as figuras contribuem para a construção correta


dos conceitos e estimulam um envolvimento
ativo com os temas de estudo. Sendo assim, fique
atento aos seguintes ícones:

Coloração artificial
CLASSIFICANDO OS Coloração semelhante à natural
SERES VIVOS ___________________ 28 Fora de proporção

Formas em proporção

Imagem microscópica

Escala numérica

Fora de escala numérica

Imagem ampliada
©Shutterstock/Creativemarc

Representação artística

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SERES VIVOS:
REPRODUÇÃO E
CICLO DE VIDA
©Shutterstock/Creativemarc

Há alguma espécie
écie em que
que
o macho engravida
engravida?
ngrav
avida??
[...] O acasalamento dos cavalos-marinhos
ocorre na primavera. [...] a fêmea flutua acima
do macho e deposita os óvulos numa pequena
bolsa (parecida com a dos cangurus) na barriga
do parceiro. Ali, os óvulos são fecundados pe-
los espermatozoides e permanecem de quatro a
oito semanas, até ficarem maduros. Quando os
filhotes estão prontos para nascer, o macho se
contorce para expulsar os minúsculos cavalos-
-marinhos, que são transparentes e medem cerca
de 5 milímetros cada um. [...]
Apesar dessa quase gravidez, os machos
dessas espécies preservam todas as caracte-
rísticas masculinas, como a produção de es-
permatozoides e de hormônios específicos do
próprio sexo.

HÁ ALGUMA espécie em que o macho engravida? Disponível


10 cm

em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/ha-
alguma-especie-em-que-o-macho-engravida/>. Acesso em:
26 set. 2019.

e s p aço de diálogo
1 Encaminhamento do tema de abertura do capítulo.
A reprodução faz parte do ciclo de vida de todos os seres vivos. É por meio dela que novos seres vivos
são formados.
Com base no texto, discuta com os seus colegas sobre as questões a seguir.
1. O que torna a reprodução dos cavalos-marinhos diferente?
2. Será que os seres vivos precisam sempre de um indivíduo do sexo oposto para a reprodução?
3. Os cuidados com os filhotes são os mesmos para todos os seres vivos?

2
o s
iv ƒ Reconhecer e comparar processos reprodutivos assexuados e sexuados nos seres vivos.

j et ƒ Explicar as transformações que ocorrem na puberdade causadas pela atuação dos


Ob hormônios sexuais.
ƒ Reconhecer a influência de diferentes fatores na expressão da sexualidade humana
nos indivíduos.
ƒ Comparar o modo de ação e a eficácia dos diversos métodos contraceptivos.
ƒ Identificar os principais sintomas e modos de transmissão de algumas infecções
sexualmente transmissíveis.

Reprodução dos seres vivos

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©Shutterstock/Richa
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©Shutterstock/Sigit Adhi Wibo

1,2 m
8 cm

Entre os seres
vivos, há uma
grande diversidade
de formas de
2-3 m
reprodução.

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O encontro entre os gametas


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fecundação. Após ser fecundado, o


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óvulo se desenvolve e forma o ovo,


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a um novo indivíduo.
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exu uaada
addaa.

3
Reprodução assexuada
Na reprodução assexuada, os indivíduos produzem descen-
dentes de forma independente, sem a participação de gametas
(óvulos ou espermatozoides) ou de outros indivíduos. Isso signifi-  
  "
ca que os indivíduos formados são geneticamente idênticos ao      
indivíduo parental e podem ser chamados de clones naturais. A    
 
reprodução assexuada ocorre principalmente em bactérias, pro-
        
tozoários, fungos, plantas e alguns animais invertebrados.

 " 
São tipos de reprodução assexuada: o brotamento, a biparti-   
      
ção, a partenogênese e a multiplicação vegetativa.
2 Informações sobre a abordagem do assunto.

Brotamento

©Shutterstock/Rattiya Thongdumhyu
No brotamento, novos indivíduos (brotos) surgem de um indi-
víduo já existente. Eles podem se destacar ou se manter unidos ao
indivíduo adulto, formando colônias.
Nos recifes de corais, os indivíduos formados por brotamento
permanecem unidos. Na hidra, um animal invertebrado aquático,
os brotos se separam depois de formados, como pode ser obser- Broto

vado na imagem ao lado.

Nas hidras, o broto cresce e se destaca,


Indivíduo
12 mm
desenvolvendo-se separadamente do
indivíduo parental. adulto

Bipartição
Também conhecida como cissiparidade, fissão binária ou divisão simples, a bipartição é a forma de divisão
pela qual muitos organismos unicelulares se reproduzem, como bactérias, protozoários e alguns fungos (leve-
duras). Na bipartição de uma bactéria, a célula aumenta de tamanho, duplica seu material genético e se divide
em duas células-filhas, iguais à célula-mãe.

Material
genético
Eduardo Borges. 2019. Digital.

Bactéria

Bactérias-filhas
Estrangulamento
citoplasmático

Exemplo de bipartição em uma bactéria

4 8º. ano – volume 3


Partenogênese
É um tipo de reprodução assexuada em que o gameta feminino se desen-

©Shutterstock/Tanapat Phuengpak
volve sem que tenha sido fecundado por um espermatozoide. Nas abelhas, é
pela partenogênese que se formam os zangões (machos), a partir de óvulos
não fecundados. Já as abelhas fêmeas são formadas pela fecundação do óvu-
lo por um espermatozoide.
A partenogênese é mais comum em invertebrados, como em aranhas,
insetos (abelhas, vespas e formigas) e crustáceos. Eventualmente, também
ocorre em animais vertebrados, como em algumas espécies de anfíbios, la-
gartos, peixes e aves. 2 ccm

Acredita-se que a partenogênese tenha surgido na natureza como uma Os zangões das abelhas são
estratégia de sobrevivência das espécies devido à ausência de machos. originados por partenogênese.

Reprodução vegetativa
As plantas também realizam a reprodução assexuada. É por meio da reprodução (ou multiplicação) vege-
tativa que partes de um vegetal podem emitir brotos que vão originar uma planta nova, de forma similar ao
brotamento.

©Shutterstock/Kasikova Svetlana

©Shutterstock/Christina Siow
Ocorre geralmente em plantas do
grupo das angiospermas, mais visíveis
nos caules ou nas folhas, que emitem
brotos em determinadas condições
ambientais.
Embora esse tipo de reprodução
seja bastante comum nas plantas, a
reprodução vegetativa também pode
ser encontrada em fungos.
Batatas emitindo brotos A propagação vegetativa pode ser
observada nas folhas de suculentas.

c uriosidade
As estrelas-do-mar têm a capacidade de realizar a regeneração e substituir partes do corpo perdidas ou
danificadas.
Elas regeneram porções da região central (disco) e dos braços, desde que um pedaço do disco central esteja
presente no braço perdido. Na maior parte das vezes, um braço isolado não consegue regenerar o restante do
corpo e acaba morrendo.
Os novos braços que crescem são geneticamente idênticos aos que foram perdidos.
©Shutterstock/Ivandivandelen

©Wikimedia Commons/Sylvain Le Bris

Em A, esquema ilustrativo da
A B
regeneração de uma estrela-do-
-mar, um processo assexuado. Os
braços perdidos devem ter parte
da região central para regenerar
o restante do corpo. Em B, foto de
uma estrela-do-mar com braços
Regeneração da estrela-do-mar 1155 cm em processo de regeneração.

ciências 5
Reprodução sexuada
É o tipo de reprodução que envolve a presença de células reprodutivas, os gametas. Nela, os indivíduos
gerados apresentam variabilidade genética e são semelhantes, mas não iguais a seus pais.
A reprodução sexuada envolve dois indivíduos, um feminino e outro masculino, que formam descendentes
por meio da união dos seus gametas (óvulos e espermatozoides) na fecundação. Assim, os descendentes for-
mados terão características dos dois genitores.
Para que a fecundação aconteça, os gametas podem se encontrar no ambiente externo ou dentro do corpo
de um dos indivíduos, geralmente da fêmea. 3 Variabilidade genética na reprodução sexuada.
©Shutterstock/Yurchanka Siarhei

    


 !

    

 







 


 
 


   


   






  
Os gametas masculino e feminino se unem na fecundação.

Fecundação interna

©Shutterstock/Kenishirotie
Quando os gametas se encontram dentro do cor- 0 5 cm
0,5 m
po da fêmea, ocorre a fecundação interna. Como é um
ambiente protegido, o número de gametas envolvidos
nesse processo não é muito grande, diminuindo, assim,
o custo energético.
A fecundação interna ocorre em insetos, raias, tuba-
rões, répteis, aves e mamíferos.
A cópula é o momento em que o macho transfere seus gametas
para o corpo da fêmea.

Fecundação externa
©Shutterstock/Matteo photos

Nesse tipo de fecundação, os gametas são lançados


no ambiente. Na fecundação externa, milhares de ga-
metas, tanto masculinos quanto femininos, são libera-
dos de uma só vez, geralmente num meio aquático ou
com alta umidade. Nesse caso, é necessária uma grande
quantidade de gametas, pois não há garantia de que
todos os gametas serão fecundados e, mesmo se forem, 155 cm

muitos ovos não sobreviverão ao desenvolvimento no


meio externo devido à ação de predadores. Nos anfíbios, após a corte, o macho estimula a liberação dos óvulos
pela fêmea e libera seus espermatozoides em seguida, facilitando a
Esse tipo de fecundação ocorre em anfíbios e peixes. fecundação, que ocorre na água. Os ovos formados são protegidos por
uma camada gelatinosa, que evita o ressecamento.

6 8º. ano – volume 3


Estruturas

©Shutterstock/Roman Samokhin
Reprodução sexuada das plantas reprodutoras
masculinas

2,5 cm
As flores são as estruturas reprodutivas de
grande parte das plantas. Os gametas “masculi-
nos” estão contidos nos grãos de pólen, que, na
maioria das plantas, vão de uma flor a outra para
fecundar o óvulo e então formar o embrião, que
ficará protegido no interior de uma semente.
Portanto, é uma reprodução sexuada.
Como não podem sair do lugar, as flores re- Flor de cerejeira.
As flores são
correm aos polinizadores (vento, aves, insetos, Est
strut
truttura
ra as estruturas
etc.) para levar os seus grãos de pólen a outra repprod
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ora
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fe
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ni
nina
na
na grande parte das
planta, garantindo a diversidade genética entre
plantas.
as espécies.

Há variados grupos de plantas com estratégias reprodutivas diferenciadas. Uma mesma planta pode se repro-
duzir utilizando flores, frutos e sementes, mas também pode formar brotos que vão originar uma nova planta.
Ou seja, em alguns casos, uma mesma planta pode apresentar reprodução sexuada e assexuada.

Desenvolvimento direto e indireto

©Shutterstock/Alexey Kozhemyakin
Alguns animais, quando nascem, são muito

40 cm
parecidos com seus pais, como ocorre com os
seres humanos, por exemplo. Ao olharmos para
um bebê, conseguimos identificá-lo como um
ser humano, porque tem a mesma organização
do corpo. O mesmo ocorre com as aves e os rép-
teis. Esse tipo de desenvolvimento é chamado de
desenvolvimento direto.
No entanto, outros animais, ao nascer, são
muito diferentes de seus pais – é o caso das bor-
boletas e dos besouros, por exemplo. Ao eclodir Nos mamíferos, ocorre desenvolvimento direto – os filhotes já nascem
semelhantes aos seus progenitores.
do ovo, o indivíduo tem a forma de uma lagarta,
chamada fase larval, caracterizando um desenvolvimento indireto. Nesse desenvolvimento, o animal passa
por vários estágios de metamorfose, nos quais se observam grandes mudanças na aparência do organismo,
essenciais para o indivíduo tornar-se um adulto.
2 cm
©Shutterstock/Protasov NA

Ovo Larvas Pupas Adulto

Desenvolvimento indireto de um besouro evidenciando os estágios da metamorfose com formas bem distintas, até chegar à fase adulta.

ciências 7
c o n e x ões

©Shutterstock/Ericc Gevaert
4 EEnc
En
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Cuidaddo parental: como as diferentes


Cuidado dife
ferentes espé
espécies
espécie
ciess
cuidam
cuida
am de seus filh
am filhote
fi
filhotes
otess

2266 cm
Todo comportamento, materno ou paterno, de cuidado
com a prole, até que ela alcance a independência física, é cha-
Mico-leão-dourado com seu filhote
mado de cuidado parental. O cuidado parental aumenta a pro-
babilidade de sobrevivência dos filhotes e, consequentemente,
aumenta o sucesso reprodutivo da espécie.

n
©Shutterstock/David Kallosso
O cuidado parental pode ter início antes mesmo do nasci-
mento da prole. É o caso do preparo de ninhos, tocas e outros
abrigos para receber os filhotes ou ovos.
Muitos pássaros incubam seus ovos sentando sobre eles
ou mantendo-os entre os pés, para protegê-los do frio e ga- 27 cm

rantir que os embriões permaneçam aquecidos. Outras aves,


Pássaro alimentando seus filhotes
como algumas espécies de patos, cujo embrião é sensível a
altas temperaturas, protegem os ovos do calor cobrindo os
ninhos com penas, folhas secas ou gravetos. ©Shutterstock/Tskkstock

[...]
A predominância, nos mamíferos, do cuidado da prole
apenas por parte da mãe talvez possa ser explicada pelo longo
período de gestação dos filhotes no corpo da mãe e pela lac-
tação após o nascimento. [...] 6 cm

Teoricamente, quanto maior o período durante o qual os Escorpião com filhotes no seu dorso
pais cuidam de seus filhotes, maior a chance destes sobrevi-
verem. Porém, quanto maior o tempo de cuidado parental,
©Shutterstock/Gillian Saantink

menor o período no qual os pais se veem livres para procurar


novos parceiros e gerar novos descendentes. Assim, acredita-
-se que, ao longo da evolução, tenham sido favorecidos aque-
les comportamentos que apresentam um balanço ideal entre
o sucesso de sobrevivência da prole e o sucesso reprodutivo
50 cm
50

dos pais, maximizando a dispersão da espécie.


Pinguim macho cuidando do ovo
BRITES, Alice D. Cuidado parental: como as diferentes espécies cuidam de seus
filhotes. Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia/handler.
php?section=8&edicao=113&id=1354>. Acesso em: 26 set. 2019.
©Shutterstock/Zaferkizzilkaya

ƒ Converse com seu professoor e com oss coleggas a fim


m de desccobriir
se, na região onde vocês moram,, há alggum animal com estra-
tégias reprodutivas ou cuidado parenttal difereencciaddo. Discutam
também sobre a flora (vegetação) regional e as par ticularidades
10 cm
10
de estratégias reprodutivas de alguma planta imporr tante na sua
região. Anote no caderno as suas considerações. Peixe (jawfishh) com os ovos
no interior
d boca
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8 8º. ano – volume 3


A t i vidades 5 Gabaritos.

1. Compare os tipos de reprodução sexuada e assexuada, citando vantagens e desvantagens de cada uma delas.
a) Reprodução assexuada. b) Reprodução sexuada.
2. São organismos que fazem partenogênese, multiplicação vegetativa e bipartição, respectivamente:
a) bactérias, protozoários e cães. X c) abelhas, batatas e bactérias.

b) formigas, cenouras e cavalos-marinhos. d) aves, fungos e bactérias.


3. Compare os processos reprodutivos A e B e faça o que for pedido.

©Shutterstock/Sergey Merkulov

©Shutterstock/CRStocker
A B

a) Relacione corretamente as letras às características correspondentes.


( B ) Reprodução assexuada. (A ) Dependente de parceiro sexual.
( A ) Reprodução sexuada. (B ) Independente de parceiro sexual.
( A ) Reprodução mais lenta. (B ) Clones naturais.
( B ) Reprodução mais rápida. (A ) Descendentes apresentam variação genética.
( A ) Necessita de polinizador.
b) Descreva com suas palavras os processos reprodutivos A e B.
4. Observe as imagens e indique se o animal apresenta desenvolvimento direto ou indireto e se há ou não cuidado com a prole.
a) b) c)
3m

7 cm
©Shutterstock/Chokniti Khongchum

©Shutterstock/Mogens Trolle

©Shutterstock/Sezer66
40 cm
40

Desenvolvimento direto. Cuidado Desenvolvimento direto. Cuidado Desenvolvimento indireto. Não há

parental presente. parental presente. cuidado parental.

5. Considerando o tipo de reprodução e a alimentação dos filhotes, por que os cuidados parentais mais prolongados são
encontrados entre os mamíferos, incluindo os seres humanos?

ciências 9
Transformações nos

©Shutterstock/Studio 72
seres humanos
Você já percebeu o quanto o seu corpo mudou
desde que você era um bebê? E qual será a sua apa-
rência quando você atingir a idade adulta? Será que
você será parecido com o seu avô quando for um
idoso?
Essas transformações fazem parte do ciclo de
vida do ser humano, que, assim como ocorre com As diferentes fases da vida humana são acompanhadas por
outras espécies, nasce, cresce, amadurece, envelhece mudanças no corpo.
e morre.

Fases da vida humana

©Shutterstock/Robert Kneschke
Ao nascer, o bebê inicia a primeira fase ao longo
do seu ciclo de vida: a infância, que é seguida pela
adolescência, a fase adulta e a velhice.
De acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), a infância se estende do nasci-
mento até os 12 anos de idade (incompletos).
A infância é um período de intensas transfor-
mações na estrutura física, mental, social e com-
portamental do ser humano, fundamentais para as
próximas fases de vida. Por isso, é essencial que as Na infância, ocorrem várias transformações corporais que
crianças sejam estimuladas com atividades físicas, acompanharão o indivíduo por toda a sua vida. 6 Fases da infância.
intelectuais e sociais que garantam o seu pleno de-
senvolvimento. Além disso, para que o corpo possa se desenvolver adequadamente, a criança necessita de
alimentação equilibrada, acesso à educação de qualidade e participar de atividades culturais.
Após a infância, inicia-se a fase da adolescência, que segundo o ECA se estende dos 12 aos 18 anos de
idade. No entanto, tanto o início quanto o fim da adolescência variam de pessoa para pessoa, pois depende de
fatores genéticos e ambientais, como a qualidade da alimentação e o hábito de praticar exercícios físicos.
A fase adulta se caracteriza pela maturidade dos
sistemas do corpo e se estende até cerca de 65 anos.
É nessa fase que a pessoa passa a maior parte da sua
vida e do seu desenvolvimento pessoal e social.  






Já a velhice se inicia por volta dos 65 anos e apre-
   



senta características que variam de pessoa para pes-   
 ! 


 
soa, como o declínio do funcionamento dos sistemas 
 





do corpo, com perda da força muscular, branquea- 
 
 


 
mento dos cabelos e perda de elasticidade da pele,

  

  

que se torna enrugada.
 
    
 


10 8º. ano – volume 3


Adolescência e hormônios
Na adolescência, tem início a puberdade, processo em que o corpo
de uma pessoa se transforma para se tornar maduro sexualmente, sendo A puberdade refere-se às
capaz de produzir gametas. transformações corporais que ocorrem
7 Direito à proteção e ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. no final da infância, como o aumento
No corpo humano, os gametas (células reprodutivas) são produzidos da massa corporal, alteração da
em locais especiais, chamados de gônadas. As gônadas masculinas são voz, crescimento de pelos pubianos,
os testículos e produzem os gametas espermatozoides. As gônadas fe- desenvolvimento das mamas,
mininas são os ovários e produzem os gametas chamados de ovócitos. menstruação, entre outras. Esse período
se inicia próximo dos 11 anos para
A partir da puberdade, mudanças corporais desencadeadas pelo
as meninas e dos 12 anos para os
sistema nervoso e por hormônios começam a ser percebidas. Os hor-
meninos. Já a adolescência em si tem
mônios sexuais estimulam alterações corporais em meninos e meninas, mais a ver com alterações psicológicas
desenvolvendo características próprias da vida adulta. O início dessas e sociais, com grande impacto nos
mudanças varia de uma pessoa para outra, por isso você precisa enten- relacionamentos com os familiares e com
der como elas acontecem e perceber o ritmo do desenvolvimento de seu outras pessoas.
corpo, aceitando as diferenças físicas e de comportamento que possam
existir entre você e seus colegas.
No trecho da história em quadrinhos a seguir, os principais personagens da Turma da Mônica experimentam
um fenômeno inexplicável, que alterou o desenvolvimento de todas as crianças, fazendo com que elas se tor-
nassem adolescentes da noite para o dia.
©Editora Mauricio de Sousa Ltda.

SOUSA, Mauricio de. Os adolescentes. Magali, São Paulo, n. 168, 1995.

ciências 1 1
e s p aço de diálogo 8 Gabaritos e sugestão de atividade.

1. Assim como os personagens da HQ, será que, de um dia para outro, a criança acorda adolescente? Quais
fatores interferem nessa transformação?
2. Além das mudanças que ocorrem no corpo, quais outras mudanças você percebe nos personagens?
3. No último quadrinho, o repórter pergunta como os pais vão lidar com o fato de os filhos terem se tornado ado-
lescentes. Como sua família está lidando com isso? Como você acha que eles poderiam ajudá-lo nessa fase?

Na puberdade e na adolescência, além das modificações físicas, ocorrem alterações comportamentais e


emocionais.
Os hormônios, o meio social, as relações pessoais, as expectativas e as escolhas que um indivíduo faz interfe-
rem em sua adolescência. Aprender a lidar com tudo isso pode causar insegurança. Por isso, é muito importante
compartilhar experiências e dúvidas com adultos em quem se tem confiança, pois eles poderão auxiliar nas
transições da adolescência para a fase adulta.

c o n e x ões
9 Encaminhamento da seção e leitura complementar.

Adolescência: vão
o acabar
acab
abbar comig
comigo?
comigo
o?
o?
[...]
Não há nada mais controverso que um adolescente. Com os hormônios em ebulição, o temperamento
varia de uma hora para outra. Descobertas, angústias, planos, mudanças no corpo: tudo é vivido intensa-
mente pelos jovens. E sempre foi assim, mesmo quando eles ainda não eram um estrato da sociedade – sim,
houve um tempo em que os adolescentes, como os conhecemos hoje, simplesmente não existiam. [...]
Não faz muito tempo, a adolescência não existia. Isto é, ela existia, mas não era percebida. As mu-
danças psicossociais que caracterizam a fase sempre estiveram presentes numa faixa etária que vai dos 12
aos 19 anos. Mas, durante muito tempo, passada a infância, o jovem já era tratado como um miniadulto.
Trabalhava, casava e saía de casa. “O conceito de adolescente como
conhecemos hoje só surgiu quando se aumentou o período em que
rugini

eles permaneciam na escola”, diz a psicanalista Diana Dadoorian.


k/William Peru

“Ele, assim, passou a não entrar tão cedo no mercado de trabalho.”


Hoje em dia, sabemos que a adolescência é um período marcado
©Shutterstoc

por importantes mudanças.

LIMA, Cláudia de C. Adolescência: vão acabar comigo? Disponível em: <https://


super.abril.com.br/comportamento/adolescencia-vao-acabar-comigo/>. Acesso
em: 26 set. 2019.

Adolescência: um
ƒ Em seu caderno, continue o texto explicando quais são as a fase de mudan
ças.
mudanças que você percebeu que marcam a adolescência e a
puberdade.

12 8º. ano – volume 3


Hormônios sexuais
As alterações no corpo durante a puberdade são desencadeadas pelos hormônios sexuais. Eles são respon-
sáveis pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias nos adolescentes. As características
sexuais primárias são os próprios órgãos sexuais.

Características sexuais secundárias

©Shutterstock/Kjpargeter
Meninos Meninas
Surgimento dos pelos pubianos e de pelos nas axilas Alargamento dos ossos da cinturaa pélvica.
e no peito e crescim
mento de barba e bigode. Desenvolvimento das mamas.
Aumento dos testículos e do pênis e início da produ- Início dos ciclos menstruais.
ção de espermatozoides.
Surgimento dos pelos pubianos e de pelos nas axilas.
Aumento da massa muscular.
Aumento da estatura.
Engrossamento da voz.
Deposição de gordura nas nádegas, quadris e coxas.
Aumento da estatura.

Ressalte aqui que a ação de bactérias e fungos na pele e mucosas pode também acarretar a produção de odores, sendo importante a higiene
regular e, se necessário, tratamento médico.
O aparecimento de espinhas, alterações na produção de suor pelas glândulas sudoríparas e alguns dos odo-
res corporais também são resultado da ação dos hormônios sexuais. Essas substâncias desencadeiam reações
químicas nas células e alteram o metabolismo de vários órgãos. Assim, é possível perceber a complexidade dos
sistemas do corpo humano e a forma como se integram.
Todas essas mudanças corporais iniciam-se com a
©Shutterstock/Sebastian Kaulitz

Hipófise
ação do sistema nervoso sobre a produção de hormô-
nios pela glândula hipófise, que se encontra na base
do cérebro. Ela produz as gonadotrofinas ou hor-
mônios gonadotróficos, que agem sobre as gônadas
estimulando a produção de hormônios. Nos meninos,
agem nos testículos, desencadeando a produção do
hormônio sexual testosterona. Nas meninas, agem nos
ovários, estimulando a produção dos hormônios sexuais
estrógenos e progesterona.

A hipófise secreta hormônios que atuam


sobre as gônadas, desencadeando diferentes
ações em homens e mulheres.

ciências 1 3
A testosterona e os estrógenos são responsáveis pelo desenvolvimento das características sexuais secundá-
rias de meninos e meninas, respectivamente. A progesterona atua na preparação do útero e de todo o organis-
mo para uma possível gestação, que pode ocorrer a partir do início da produção dos ovócitos.
Além das alterações físicas desencadeadas por esses hormônios, o sistema nervoso desencadeia uma série
de alterações emocionais, características da adolescência.

A t i v idades 10 Gabaritos.

Leia o texto e responda às perguntas a seguir.

A adolescência é uma fase de muitas transformações físicas. Corpos infantis vão aos poucos se trans-
formando em corpos adultos, trazendo consigo os contornos femininos, os músculos masculinos, os
pelos e... os odores. Bebês são cheirosinhos e as crianças, no final do dia estão só imundas, mesmo que
suadas. E o que acontece com os adolescentes que, de repente, começam a apresentar odores corporais?
O suor é fundamental para a manutenção da temperatura corpórea [...]. Existem 2 tipos de glândulas
sudoríparas [...]. As glândulas écrinas estão espalhadas em todo o corpo e atuam durante toda a vida
do indivíduo. Ela produz um suor composto basicamente por água e sal, não produzindo cheiro. Já as
glândulas apócrinas, localizadas principalmente em axilas, virilhas, área genital e mamilos, só começam
a atuar no início da puberdade, ficando muito ativas durante toda a adolescência. Essas glândulas [...]
produzem um tipo de suor que contém ácidos graxos e proteínas que, em contato com as bactérias da
pele, são metabolizados e produzem o mau cheiro. [...]
Os hormônios sexuais, responsáveis pelas características sexuais secundárias de ambos os sexos têm
seus níveis bastante elevados durante a puberdade e também são responsáveis pelo aumento de trans-
piração e surgimento de odores na adolescência.

HERCOWITZ, Andrea. Como lidar com os odores corporais e suor na adolescência. Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/
familia/materias/20304-como-lidar-com-os-odores-corporais-e-suor-na-adolescencia>. Acesso em: 26 set. 2019.

1. Explique como ocorrem as transições entre as fases do ciclo de vida dos seres humanos citadas no texto, apresentando as
características principais de cada uma delas.
2. Produza um esquema indicando a relação entre o sistema nervoso e as mudanças corporais da adolescência, exemplificada
no texto, no trecho “Corpos infantis vão aos poucos se transformando em corpos adultos [...]”.
3. Com base no texto, assinale as afirmativas que justificam o aumento dos odores corporais principalmente na adolescência.
X a) As bactérias presentes na pele metabolizam proteínas e ácidos graxos do suor.

X b) O aumento dos hormônios sexuais na puberdade.

c) O suor produzido pelas glândulas écrinas na infância.


X d) O suor produzido pelas glândulas apócrinas e as variações hormonais.

4. Além das características sexuais secundárias, os hormônios sexuais também são responsáveis:
X a) por estimular as gônadas a produzir os gametas. c) pelas características sexuais primárias.
b) pelo desenvolvimento intelectual do cérebro. d) por estimular o prolongamento da infância.

14 8º. ano – volume 3


Sistema genital
As mudanças que ocorrem no corpo durante a puberdade são desencadeadas pelo sistema nervoso, que
estimula uma série de reações do corpo, incluindo a secreção de hormônios. Muitas das mudanças físicas na
puberdade são percebidas externamente, mas também ocorrem alterações internas, nos órgãos que compõem
os sistemas genitais dos homens e das mulheres.
As alterações nos sistemas genitais ocorrem para que o organismo se prepare para a reprodução. Por isso, as
alterações envolvem a produção e a liberação dos gametas.

Sistema genital do homem


Os meninos já nascem com todos os órgãos de seu sistema genital. Na puberdade, com o início da produ-
ção de testosterona, ocorre lentamente o desenvolvimento do pênis e dos testículos e inicia-se a produção de
espermatozoides (gametas masculinos).
O sistema genital dos homens é responsável por produzir os espermatozoides e conduzi-los para fora do
corpo. Esse sistema é formado por órgãos externos (o pênis e a bolsa escrotal) e internos, que são os testícu-
los, os canais que transportam os espermatozoides e as glândulas que secretam substâncias que se misturam
aos espermatozoides, formando o sêmen.

Ureter, liga os rins Bexigaa urinária


Divo Padilha. 2019. Digital.

à bexiga urinária Ducto deferente


Vesícula seminal
Ducto ejaculattório
Próstata
Glândula bulbouretral
Uretra
Epidídimo
Testículo
Pênis
Representação
Bolsa escrotal esquemática do sistema
genital do homem

Mas qual a diferença entre espermatozoide e sêmen?


©Fotoarena/Science Photo Library

Os espermatozoides são as células reprodutivas dos homens, os Flagelo


gametas masculinos. Eles são móveis (têm um flagelo que facilita sua
locomoção) e carregam informações genéticas, que, ao se unirem
com as informações genéticas do óvulo na fecundação, formam um
novo indivíduo. Observe a imagem ao lado.
O sêmen é uma mistura dos espermatozoides com as secreções
das glândulas que compõem o sistema genital dos homens. Essas
secreções auxiliam basicamente na nutrição e deslocamento dos es-
permatozoides. Cada mililitro de sêmen pode conter cerca de 150 Citoplasma com núcleo onde
estão as informações genéticas
milhões deles. Os órgãos do sistema genital do homem produzem os
espermatozoides, os mantêm nutridos e hidratados e permitem que Espermatozoides humanos observados em
microscopia eletrônica, com aumento de 2 600x
sejam conduzidos até o meio externo.

ciências 1 5
Funcionamento dos órgãos do sistema genital do homem
Os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, que se localizam dentro dos testículos, e
seguem para estruturas de armazenamento chamadas epidídimos. Esses órgãos são formados por túbulos
enovelados que podem atingir até seis metros de comprimento. Neles, os espermatozoides ficam por semanas
para terminar seu amadurecimento.
Durante a ejaculação, os espermatozoides, que compõem aproxi- A ejaculação compreende a expulsão
madamente 10% do sêmen, saem dos epidídimos impulsionados pelos do sêmen para fora do corpo. Ocorre
ductos deferentes, que têm paredes musculares. Esses ductos se unem pela contração intensa dos músculos
a um canal da vesícula seminal, que libera uma secreção que compõe, presentes na base do pênis e dos canais
aproximadamente, 60% do sêmen. de condução do sêmen. Podem acontecer
ejaculações involuntárias durante o
Na composição do sêmen, entre outras substâncias, estão o muco e sono, principalmente na adolescência,
o açúcar frutose, que os espermatozoides utilizam para produzir energia chamadas de poluções noturnas.
em suas mitocôndrias. Essa secreção com os espermatozoides sai da ve-
sícula seminal pelo ducto ejaculatório, que se abre na uretra, a qual faz parte do sistema genital e do sistema
urinário dos homens. Na uretra, para se juntar à secreção com os espermatozoides, é liberada uma substância
produzida na próstata, que compõe aproximadamente 30% do sêmen e tem a função de neutralizar a acidez
da uretra, o que poderia afetar os espermatozoides. Nesse momento, a composição do sêmen está completa.
Durante a ereção, ocorre o preenchimento do tecido esponjoso que compõe o pênis com sangue, o que
possibilita o aumento e a maior rigidez do pênis. Antes que a ejaculação aconteça, as glândulas bulbouretrais
secretam um muco com função de lubrificar a uretra, o que facilita a passagem do sêmen no interior do pênis.
Nos homens, pela uretra, passam a urina, vinda da bexiga urinária, e o sêmen quando ocorre a ejaculação. O
controle do que deve ser eliminado em cada momento é realizado por uma musculatura localizada na saída da
bexiga urinária. Essa musculatura impede que a urina seja liberada durante a ejaculação. Evita também, quando
a bexiga urinária está cheia, que a urina saia para o meio externo antes que a pessoa encontre um banheiro.

c uriosidade
Por que os testículos ficam fora do corpo?
A temperatura corporal média dos seres humanos é de 36,5 °C,
mas a produção de espermatozoides ocorre a uma temperatura
mais baixa, aproximadamente dois graus menos que isso. É por
isso que os testículos estão localizados na bolsa escrotal, uma
bolsa de pele fora da cavidade abdominal, na qual a temperatu-
DKO Studio. 2013. Digital.

ra é mais baixa que a do corpo.


As alterações na temperatura do ambiente também interferem
na bolsa escrotal. Por exemplo, se a temperatura estiver baixa,
os músculos se contraem e os testículos ficam mais próximos ao
corpo. Se a temperatura estiver alta, os músculos relaxam e os
testículos ficam mais afastados do corpo.

16 8º. ano – volume 3


Sistema genital da mulher
O sistema genital das mulheres é formado por órgãos externos, que são dois conjuntos de lábios que cir-
cundam o clitóris e a abertura vaginal, e por órgãos internos, que são os ovários, o útero, as tubas uterinas e a
vagina.. Observe o esquema a seguir.

Porção do
Divo Padilha. 2019. Digital.

intestino grosso Tubaa uterina

Ovário

Útero

Bexiga urinária

Uretra

Clitóris

Con
njunto de lábios
Representação
Ânus esquemática do sistema
Abertura da uretra
Abberttura genital da mulher
Vagina
daa vag
gina

As meninas já nascem com todos os órgãos de seu sistema genital. Na puberdade, porém, com o aumento
da produção de estrógenos nos ovários, ocorrem modificações internas e externas no corpo. As tubas uterinas,
o útero, a vagina e os ossos da cintura pélvica crescem.
Com a ação do hormônio folículo estimulante (FSH), produzido pela hipófise, os ovários iniciam a liberação
de ovócitos, células sexuais femininas, e a produção de progesterona, que prepara o útero para receber o em-
brião em uma possível gravidez.
Além disso, as mamas também crescem como resultado do aumento das glândulas mamárias, que são
preparadas para secretar leite e nutrir o bebê.
A partir da puberdade, em todos os meses, geralmente o organismo das mulheres libera um gameta e se
prepara para abrigar, nutrir e garantir o desenvolvimento do embrião em uma possível gravidez.

c o n e xões
Crescimento das mamas
As mamas são formadas pelas glândulas mamárias, tecido adiposo (gordura), colágeno e elastina, que ficam
acima dos músculos esqueléticos peitorais. O tamanho das mamas não tem relação com a capacidade de pro-
dução de leite para amamentar.
Na maioria das mulheres, geralmente, um dos seios é ligeiramente maior que o outro porque a glândula
mamária de um dos lados pode ter mais receptores de hormônios estrógenos, o que leva a um crescimento
maior. As mamas podem sofrer alterações por causa do ciclo menstrual. Quando ocorre a retenção de líquidos
nas mamas, elas podem ficar inchadas e doloridas.
O crescimento das mamas, também chamadas de seios, geralmente ocorre até os 17 anos. Muitas meninas fi-
cam angustiadas com o fato de suas amigas desenvolverem as mamas antes que elas ou com o tamanho que suas
mamas terão. Tudo isso depende de fatores genéticos e da estrutura corporal. Para cada menina, tanto a idade de
iniciar o desenvolvimento quanto o tamanho das mamas variam. O importante é aceitar o tipo corporal e o ritmo
do corpo, não se comparando com os outros nem criando expectativas.
11 Informações sobre os seios e o aleitamento materno.

ciências 1 7
Funcionamento dos órgãos do sistema genital da mulher
O útero é um órgão muscular que, durante a gravidez, se distende para abrigar o feto. As tubas uterinas
também são musculares e revestidas internamente por células com cílios microscópicos, que auxiliam o deslo-
camento do ovócito quando ele é liberado pelo ovário.

©Shutterstock/Sciencepics
A vagina é um canal muscular que tem elasticidade. No
Tubas
ato sexual, o pênis é introduzido na vagina. Por ela também uterinas
passa o feto no parto normal. O conjunto de lábios que cir- Útero
cundam a abertura da vagina serve de proteção, e o clitóris
é um órgão de grande sensibilidade ao estímulo sexual.
Ao nascerem, as meninas têm, em seus ovários, aproxi- Ovário Ovário

madamente um milhão de óvulos parcialmente desenvol-


vidos, chamados de ovócitos primários. A maioria deles vai
se degenerar durante a infância. Quando a puberdade co-
meça, mensalmente vários ovócitos primários iniciam sua Vagina
maturação pela ação do FSH, para se transformarem em
ovócitos secundários. Em geral, apenas um ovócito é libe-
rado de um dos ovários por mês e os outros degeneram.
Órgãos do sistema genital da mulher
Mas como são os gametas femininos? São células com
um núcleo, que carrega as informações genéticas da mãe,

©Fotoarena/Science Photo Library


e um citoplasma com várias organelas, necessárias para o Zona pelúcida

desenvolvimento das células se o ovócito for fecundado.


Na parte externa da membrana plasmática, em uma região
chamada zona pelúcida, existem proteínas especiais que
reconhecem os espermatozoides da espécie. Ao entrar um
espermatozoide, essa região se altera quimicamente, im-
pedindo que outros espermatozoides o fecundem.

Ciclo menstrual
Depois que o ovócito é liberado pelo ovário para a tuba
uterina, processo chamado de ovulação, as células do
ovário produzem estrógenos e progesterona por aproxi- Micrografia óptica do gameta feminino humano, com aumento
de 500x
madamente duas semanas.
Esses hormônios atuam no crescimento da parede Se ocorrer a fecundação e o embrião se implantar no
uterina, chamada de endométrio, que fica mais espessa endométrio, a menstruação não acontece, pois a parede
e com muitos vasos sanguíneos. Essa é uma preparação uterina não descama. Assim, durante toda a gestação, a
para o caso de ocorrer a fecundação e a implantação menstruação é interrompida, só voltando após o nascimento
de um embrião. Se isso não acontecer, as células ovaria- do bebê.
nas, que estavam produzindo estrogênio e progesterona,
degeneram-se e o endométrio desprende-se, fluindo para fora do corpo pela vagina, processo denominado
menstruação.
A liberação do ovócito, o crescimento do endométrio e sua descamação, caso não ocorra a fecundação,
acontecem todos os meses, o que é denominado ciclo menstrual.
A primeira menstruação é chamada de menarca e marca o início da puberdade da menina. A idade para que
ela aconteça é variável: algumas meninas têm sua menarca aos 9 anos; outras, aos 16. No início, as menstrua-
ções são irregulares, podendo não ocorrer em alguns meses. Isso se deve às oscilações dos hormônios.

18 8º. ano – volume 3


A partir da menarca, as meninas entram em contato com situações diferentes em relação a seu corpo.
Normalmente, antes e durante o período menstrual, algumas mulheres podem reter líquidos, as mamas podem
ficar inchadas e doloridas e pode haver indisposição e dores nas costas e pernas e na região da cintura pélvica,
chamadas de cólicas menstruais.
As cólicas menstruais acontecem devido às contrações musculares da parede uterina para a eliminação do
sangue e do endométrio. As cólicas são variáveis nas diferentes fases da vida e nem todas as mulheres as sentem.
12 Informações sobre cólicas menstruais e endometriose.
Com o término da menstruação, o endométrio fica fino e o ciclo menstrual se reinicia com novos ovócitos,
iniciando a maturação no ovário. O tempo médio entre um ciclo e outro é de 28 dias, mas pode variar muito de
uma mulher para outra, principalmente na adolescência, em que oscilações hormonais são constantes. Como a
ovulação ocorre na metade do ciclo, em um ciclo de 28 dias, a ovulação ocorre no 14º. dia.
Observe o esquema.

©Shutterstock/NoPainNoGain; Divo Padilha. 2019. Digital.


Tubas uterinas
Útero
Ovário Ovárioo

Vaginaa O primeiroo dia da menstruação é


o iníciio de um novo ciclo
Naa aus
a ência de feertilizaçção do Enndométrio men nstrrual. No ovário,
ovóóci
cito, o endoméétrio, que esstá deescamand
do amadureccem m novos ovócitos e a
esppess
e o, descamaa, e o sangu ue paredee doo útero começa a
men
enstrual é eliminado atravéés engross
r sar novamente.
da vagina. Isso compõ õe a
men
enstruação, quee podee duraar
Ovócito
de 3 a 7 dias.

A mucossa da parede do út útero O ovócit


ó to amadurece e é
Ovócitto se regeenera e fificaa espesssa, liberaddo para a tuba uterina
Representação esquemática apta a recebeer um m óvulo
l aproximaadamente 14 dias
do ciclo menstrual, fertilizad
do. O óvu ulo que esta
st va antes doo próximo período
apresentando o útero, os na ttuba
ba uterina
t i é lleevadod por menstru ual. O endométrio
ovários e as tubas uterinas pequenaas contraaçõões de suas continuaa aumentando sua
pareedes atéé o útero. espessura.
em corte

c o nexões
Cuidando de mim!
Com o início da puberdade, meninos e meninas precisam ©Shutterstock/Adfoto

ter muito cuidado com a higiene corporal, principalmente


com a de seus órgãos genitais externos. Isso evita infecções
causadas por bactérias e fungos e o mau cheiro.
No período menstrual, as meninas precisam ter um cuida-
do especial. O uso de absorventes facilita muito a higiene, e
eles devem ser trocados várias vezes ao dia. Antigamente, es-
ses absorventes eram de tecido, sendo lavados e reutilizados.
Atualmente, os absorventes são industrializados e descartáveis.
Os absorventes externos se aderem à calcinha por abas
Existem diferentes tipos de absorventes externos e internos. com fita adesiva. Os absorventes internos, que retêm o
As mulheres devem escolher o que for mais confortável e ade- fluxo menstrual no interior da vagina, deixando o exterior
seco, têm um cordão para facilitar a sua retirada.
quado a seu fluxo menstrual.

ciências 1 9
Me
Entendendo o período fértil nst
rua
çã
O período do ciclo menstrual em que ocorre a libera-

o
ção do ovócito para a tuba uterina, onde ele permanece
por algum tempo antes de ser levado para o útero, cha-
ma-se período fértil. Nesse período, pode acontecer a
gravidez. Em um ciclo
de 28 dias, a
Vamos imaginar que uma mulher inicie o seu ciclo mens- ovulação ocorre
trual no dia 1.º. Mais ou menos 14 dias depois, seu corpo no 14.º dia após
estará preparado para a fecundação. Nesse momento, o o primeiro dia
da menstruação.
útero se apresenta bem irrigado com sangue, enquanto
o ovócito é liberado para ser fecundado na tuba uterina Dias fértei s

(ovulação).
Se não houver a fecundação, ocorrerá a descamação da
parede uterina (menstruação).
De uma forma geral, dizemos que o período fértil da    
 

mulher é do décimo primeiro dia ao décimo sétimo


     
dia do ciclo menstrual. Essa variação considera que a   "  
ovulação pode antecipar ou atrasar e que os espermato-      
zoides sobrevivem por alguns dias no corpo feminino.


   
  
 

   
  
    

Autocuidado e identidade 13 Orientações sobre sexualidade.

A sexualidade é individual e diferente para cada pessoa, abrangendo diferentes dimensões: biológica, socio-
cultural, afetiva e ética. Para que as expressões individuais possam acontecer de maneira saudável em socieda-
de, uma atitude de respeito deve ser cultivada em relação às necessidades de cada um e do outro, assim como
o desenvolvimento do autocuidado e da autoestima.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é experienciada e expressa por meio de
pensamentos, atitudes, valores e comportamentos, além de ser influenciada pela interação de diversos fatores,
tais como biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e
espirituais, sendo parte integrante do desenvolvimento da personalidade do indivíduo.
Ter informações sobre o próprio corpo, as formas de prevenir infecções sexualmente transmissíveis, o cui-
dado pessoal, a gravidez e os métodos contraceptivos ajuda a expressar a sexualidade de maneira positiva e
saudável.
©Shutterstock/iMoStudio

©Shutterstock/MBI

©Shutterstock/Look Studio

A sexualidade é uma dimensão fundamental de todas as etapas da vida de homens e mulheres.

20 8º. ano – volume 3


Gravidez
A fecundação natural pode ocorrer se uma mulher e um homem praticarem o ato sexual sem o uso de mé-
todos anticoncepcionais. Espermatozoide e ovócito são células que têm um tempo de vida: após a ovulação,
os ovócitos permanecem vivos, em média, 24 horas. Já os espermatozoides sobrevivem de 48 a 72 horas no
interior do sistema genital da mulher. Em cada ejaculação, o homem libera milhões de espermatozoides, mas
apenas um deles fecundará o ovócito que estiver na tuba uterina. Os outros espermatozoides morrem e são
degradados pelas células de defesa do sangue, os leucócitos.
Normalmente, a fecundação acontece na tuba uterina, formando a célula-ovo pela união dos gametas. A
célula-ovo é levada pelos cílios e por suaves contrações musculares da tuba uterina até o útero, onde ela se fixa
no endométrio, que está espesso, e se inicia assim o desenvolvimento do embrião.
Geralmente, chama-se embrião até cerca de 8 semanas de gestação.
Observe o esquema. Após esse período, o embrião passa a ser chamado de feto.
Divo Padilha. 2019. Digital.

Vassos Cavidade
sangu
uíneoos uterina
Células quee
formarão o corpoo
do embriãoo

Implantação na parede uterina


Representação
Paredee Camada muscular Células form
mandoo esquemática da
uterin
na Endométrio a placenta implantação do
Endométrio
embrião na parede
Implantação no endométrio e início do desenvolvim
mentto do embrião e da placenta uterina

Com a implantação do embrião, inúmeras alterações hormonais passam a ocorrer no corpo da mulher,
preparando-o para a amamentação e impedindo que o endométrio descame, por exemplo.
Após a implantação do embrião no útero, inicia-se a formação de estruturas que garantirão as trocas de
substâncias entre a mãe e o feto, como a placenta. A ligação do feto com a placenta ocorre pelo cordão umbi-
lical, que apresenta vasos sanguíneos, garantindo a circulação de seu sangue e as trocas de nutrientes, oxigênio
e gás carbônico com o organismo materno. Essa estrutura também permite a excreção de resíduos. Forma-se,
além disso, a bolsa amniótica, que armazena um líquido que protege o feto.
À medida que o feto vai crescendo, o útero se expande e a barriga da mãe fica mais visível. Todo esse pro-
cesso precisa ter acompanhamento médico, que é designado como pré-natal. A gestação dura, em média, 40
semanas e, nesse período, todo o organismo do bebê se forma. Quando o bebê está pronto para nascer, a mãe
começa a sentir contrações do útero, a bolsa amniótica se rompe e seu colo do útero se dilata.
O parto pode acontecer de duas maneiras. Uma delas é o parto natural, em que o bebê sai do corpo da mãe
pela vagina. Outra forma é por meio de uma cirurgia chamada de cesariana, que é realizada por indicação médica.
14 Sugestão
g de documentário.
Divo Padilha. 2019. Digital.

Úte
Úte
tero
rroo
Úte
Úte
terroo
Ilustração
esquemática
do crescimento
Em
mbbriã
riãoo Fet
Fet
Fe
eto do feto no
Embrião com 7 semanas Feto com 10 semanas Feto com 20 semanas Feto com 30 semanas Feto com 40 semanas útero

ciências 21
Métodos contraceptivos
A reprodução para nossa espécie envolve demonstração de
emoções, carinho, afeto e prazer, além do ato sexual. Os mé-


  
 
todos anticoncepcionais permitem que homens e mulheres



 


  

 
possam estabelecer esses vínculos e, ao mesmo tempo, fazer
seu planejamento familiar, ou seja, eles podem decidir em  

qual momento ter filhos e quantos terão.   #! " 
 


#!  

 
Como saber quando devemos ter filhos? Essa é uma escolha 


!
 



   
#
de cada núcleo familiar e pode considerar condições de saúde,
emocionais e econômicas. Os tipos de métodos anticoncep- 

cionais são variados, e a escolha de qual usar é uma decisão
que deve ser orientada pelo médico e discutida entre o casal.
Os principais métodos anticoncepcionais são os seguintes:
ƒ Camisinha ou preservativo masculino – envoltório de látex que deve ser colocado no pênis ereto, dei-
xando um espaço no qual o sêmen liberado se acumula.
ƒ Camisinha ou preservativo feminino – bolsa de látex que deve ser inserida na vagina.
O uso do preservativo feminino ou do preservativo masculino, além de impedir a gravidez, também protege
contra as doenças e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
©Shutterstock/Dragan Milovanovic

©Shutterstock/Fotos593
Preservativo Preservativo
masculino feminino

ƒ Diafragma – anel de látex que deve ser colocado, com espermicida,


espermicida: substância química em
na entrada do útero até 6 horas antes da relação sexual e ser retirado forma de creme, gel ou espuma que mata
de 6 a 24 horas depois. O diafragma é produzido para cada mulher os espermatozoides, impedindo que
especificamente, com prescrição médica. O diafragma não protege os entrem no útero e cheguem até o ovócito.
parceiros sexuais de ISTs.
ƒ Dispositivo intrauterino (DIU) – consiste em uma pequena haste em forma de Y que é colocada dentro
do útero. Pode durar de 5 a 10 anos e libera substâncias que tornam o útero um local hostil para o esperma-
tozoide, impedindo que ele fecunde o ovócito. Não protege contra ISTs.
©Shutterstock/Image Point Fr
yte
tockb
ges/S
y Ima
©Gett

Diafragm
ma DIU

22 8º. ano – volume 3


ya
sk a
lov
ƒ Pílulas anticoncepcionais – são comprimidos constituídos de
k /I ri
na
Sok
o

hormônios sexuais, como o estrógeno e a progesterona, que ini- toc


ers
h utt
©S
bem a ovulação. Geralmente, cada cartela de pílulas contém 21
comprimidos que devem ser ingeridos diariamente. Ao fim da
cartela, há um período de descanso de 7 dias, momento em que
deve ocorrer a menstruação. Passados os 7 dias, inicia-se uma
nova cartela. Como qualquer outro medicamento, deve ser pres-
crito e avaliado por um médico. Não protegem contra ISTs.
ƒ Métodos naturais ou de comportamento – são métodos alter- Pílula anticoncepcional
nativos, que não utilizam medicamentos ou barreiras físicas. Entre
eles, está o método da tabelinha, que consiste em identificar, no
ciclo menstrual, o período fértil, ou seja, o período de ovulação,
e evitar relações sexuais no dia da ovulação e alguns dias antes
e depois. Em adolescentes, que ainda não têm um ciclo regular,  

   
  
esses métodos são pouco indicados. Não protegem contra ISTs.       

   


  
ƒ Métodos cirúrgicos – podem ser realizados tanto nas mulheres,

     
por meio de ligadura tubária (laqueadura), quanto nos homens,
pela deferentectomia (vasectomia). Como são métodos defini-    
 
tivos, precisam ser bem avaliados e há critérios para realizá-los.     

Não protegem contra ISTs. 15 Orientação sobre métodos contraceptivos.
Divo Padilha. 2019. Digital.

Tubas uterrinas são


cortadas im
mpedindo
Local da
a chegad da dos
defer
f entectom mia
espermatoozoides
até o óvvulo
Bolsa
escrotal

Ovário Útero

Coolo do úteroo

Vagina
T
Testículo

Deferentectomia Ligadura tubária

Infecções sexualmente transmissíveis


As ISTs são transmitidas de uma pessoa para outra durante a relação sexual. Elas podem ser causadas por
bactérias, fungos, protozoários ou vírus. Os agentes causadores, os sintomas e as formas como debilitam o or-
ganismo são os mais variados.
Assim como para qualquer doença, o importante é procurar um médico logo que surgirem os primeiros
sintomas, facilitando o tratamento e evitando contaminar outras pessoas.
A prevenção das ISTs passa pelo autocuidado e cuidado com o próximo, por informações sobre o próprio
corpo, formas de transmissão e tratamento das doenças, consultas médicas regulares e uso de preservativos.

ciências 23
Uma das ISTs mais conhecidas é a AIDS, causada pelo vírus HIV. A AIDS afeta a produção de células de de-
fesa (linfócitos) do organismo, deixando-o exposto a várias infecções e doenças. As pessoas podem ser porta-
doras assintomáticas do HIV, ou seja, o vírus fica anos em seu organismo sem se manifestar, mas, nesse período,
elas podem transmitir o vírus para outras pessoas sem saber que estão contaminadas.
Além das relações sexuais sem o uso de camisinha, o vírus HIV pode ser adquirido com o uso de agulhas
perfurantes por mais de uma pessoa; por transfusão com sangue contaminado; de mãe infectada para seu filho
durante a gravidez, no parto e na amamentação; e por instrumentos cortantes ou perfurantes não esterilizados
e contaminados com o vírus.

O uso da camisinha, masculina ou feminina, é o único método anticoncepcional que previne contra ISTs.

Observe o quadro com os nomes e descrições de outras importantes ISTs.

IST SINTOMAS

Gonorreia Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. No homem, provoca dor no pênis, ardência ao urinar e
eliminação de pus pela uretra. Na mulher, causa corrimento vaginal e a infecção pode se espalhar por
(blenorragia) seus órgãos internos.

Causada pela bactéria Treponema pallidum, inicia-se com uma ferida indolor que cicatriza
Sífilis espontaneamente, depois se formam lesões na pele e em outros órgãos. Pode se tornar grave e ser
transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez.

Causada pelo vírus herpes simples tipo 2, principalmente. Provoca feridas contagiosas e doloridas
Herpes genital nos órgãos genitais. As feridas são tratáveis, mas o vírus permanece no corpo e os sintomas podem
reaparecer. 16 Tipos de herpes.

Causada pelo papilomavírus humano, o HPV. Nas mulheres, esse vírus ocasiona lesões no útero. Grande
Condiloma
parte dos casos de câncer de útero está ligada ao HPV. Nos homens, o vírus pode causar lesões no pênis
acuminado e na região do ânus, ocasionando também câncer nessas regiões. Existe vacina para essa doença.

Hepatites As hepatites B, C e D são causadas por vírus. Ocasionam inflamações no fígado. Há vacina para a
virais prevenção da hepatite B, que também protege contra a D; mas não há vacina para o tipo C.
As hepatites A e E têm transmissão fecal-oral, por meio da água ou de alimentos contaminados. Há
vacina para a hepatite A.

P E S Q UISA 17 Orientações para a pesquisa.

Os assuntos estudados estão diretamente relacionados à saúde pública, coletiva ou individual. Para aprofun-
dá-los, reúnam-se em equipes, façam pesquisas sobre os tópicos apresentados a seguir e promovam um debate
para apresentar os resultados.
1. Qual é a responsabilidade individual e coletiva em torno da saúde sexual e reprodutiva, considerando os mé-
todos contraceptivos e de prevenção às ISTs?
2. Por que a responsabilidade deve ser compartilhada entre o casal na escolha e uso desses métodos?
3. Quais os principais desafios encontrados pelos adolescentes em relação às informações presentes nas mídias
sobre métodos contraceptivos e as ISTs?

24 8º. ano – volume 3


O que Aprendi
1. O ciclo de vida do ser humano apresenta quatro fases,

©Shutterstock/BlueRingMedia/Tefi
sendo uma delas a adolescência. Com base no esque-
ma ao lado, assinale a resposta correta reconhecendo
as estruturas e a ação dos hormônios nas alterações B Hormônios
femininos (II)
das características do organismo nessa fase.
I. A determina o início da puberdade com a pro-
Hormônios (I)
dução de I, que estimula B e C a produzirem A
os hormônios sexuais.
Hormônios
II. I corresponde aos hormônios gonadotróficos masculinos (III)

(LH e FSH) produzidos pela hipófise, que es-


C
timulam a produção dos hormônios sexuais
pelas gônadas de homens e mulheres.
III. II corresponde aos hormônios sexuais femininos, LH e FSH, responsáveis pela formação das características sexuais
secundárias nas mulheres.
IV. III corresponde ao hormônio sexual masculino, a testosterona, responsável pela formação das características sexuais
primárias nos homens, como o crescimento dos testículos e o aparecimento de pelos pelo corpo.
Estão corretas as afirmativas
X a) I e II, apenas. c) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.
b) I e III, apenas. d) I, II e IV, apenas.
2. Por que a adolescência é uma fase em que ocorrem muitas alterações corporais? Cite os órgãos responsáveis pelas principais
mudanças nessa etapa do desenvolvimento humano, descrevendo duas mudanças físicas de homens e de mulheres que
ocorrem nessa fase da vida.
As mudanças corporais que ocorrem na adolescência preparam o corpo para a reprodução. Elas têm início com a produção dos

hormônios gonadotróficos pela hipófise, que estimulam a liberação de hormônios sexuais pelos ovários e testículos. As mudanças

físicas incluem aparecimento de pelos pelo corpo, crescimento dos órgãos sexuais, aumento da musculatura e engrossamento da voz

em homens e alargamento dos quadris e crescimento dos seios nas mulheres.

3. Qual a importância de os testículos ficarem fora da cavidade abdominal?


Isso faz com que a temperatura dos testículos fique mais baixa que a temperatura do corpo, condição necessária para que os

espermatozoides sejam produzidos.

4. Nos homens, a uretra faz parte do sistema urinário e genital. Nas mulheres, a uretra tem alguma ligação com o funciona-
mento do sistema genital? Justifique sua resposta.
Nas mulheres, a uretra não faz parte do sistema genital; ela está ligada somente à bexiga urinária, para a eliminação da urina.

ciências 25
5. A imagem a seguir esquematiza o que acontece com a espessura do endométrio durante o ciclo menstrual. Analise-a e
responda às questões propostas.

©Shutterstock/Aksanaku
1 7 14 21 28

I II III

a) Relacione as fases I, II e III, de um ciclo menstrual de 28 dias, às fases de desenvolvimento do ciclo uterino descritas a
seguir.
( II ) Parede uterina em tamanho normal, antes da ovulação.
( III ) Parede uterina após a ovulação.
( I ) Degeneração da parede uterina e liberação do endométrio para o exterior, através da vagina.
b) A gravidez ocorre quando o embrião, formado após a fecundação, se fixa no útero. Indique em qual das fases estará o
endométrio se eventualmente ocorrer a implantação do embrião.
Fase III.

6. A identidade se expressa de diferentes formas para cada indivíduo, sendo influenciada por diferentes fatores. Explique como
as imagens a seguir se relacionam com a identidade e fase da vida das pessoas.
©Shutterstock/MRProduction

Os alunos devem relacionar a imagem ao autocuidado e à autoestima,

inerentes à expressão da sua sexualidade e individualidade.


©Shutterstock/SpeedKingz

Os alunos devem relacionar a imagem aos grupos sociais, ao estudo e às

relações com o outro, dimensões sociais e culturais que influenciam a

expressão da identidade.

7. Identifique o nome do método contraceptivo descrito em cada uma das frases a seguir.
a) Consiste em identificar o período fértil no ciclo menstrual e evitar ter relações sexuais nesse período.
Tabelinha.

26 8º. ano – volume 3


b) Usado com espermicida, esse dispositivo impede o óvulo e os espermatozoides de se encontrarem e, assim como os
preservativos, deve ser colocado antes e retirado após as relações sexuais.
Diafragma.

c) Medicamentos utilizados regularmente pela mulher contendo hormônios que impedem a ovulação.
Anticoncepcionais orais ou pílulas anticoncepcionais.

d) Método cirúrgico que secciona as tubas uterinas nas mulheres, impedindo o encontro dos espermatozoides com o
ovócito.
Ligadura tubária ou laqueadura.

e) Método cirúrgico que secciona os ductos deferentes nos homens, impedindo a liberação dos espermatozoides.
Deferentectomia ou vasectomia.

8. Quais são os métodos anticoncepcionais que também protegem o organismo contra ISTs?
Apenas os preservativos, feminino ou masculino, são capazes de proteger contra o contágio de ISTs.

9. Se um homem e uma mulher tiverem relação sexual sem usar métodos anticoncepcionais hoje e ela ovular amanhã, existe
a possibilidade de ocorrer gravidez? Justifique sua resposta.
Sim, pois os espermatozoides podem permanecer vivos por alguns dias no interior do sistema genital da mulher.

10. Cite três maneiras pelas quais o vírus HIV pode ser transmitido. Depois, escreva o nome do método mais eficaz para prevenir
o contágio desse vírus por meio de relações sexuais.
a) Relações sexuais desprotegidas.

b) Da mãe para o feto, na gravidez.

c) Por meio de objetos cortantes ou perfurantes contaminados, como seringas, bisturis, etc.

O método mais eficaz para se evitar o contágio com o vírus HIV por meio de relações sexuais é o uso de camisinha (preservativo).

11. A vacina contra o HPV é ofertada pelas unidades de saúde às meninas de 9 a 14 anos e aos meninos de 11 a 14 anos. O HPV é
responsável pela maioria dos casos de câncer de útero em todo o mundo. Sobre o assunto, responda às questões propostas.
Dados obtidos da campanha Vacinação HPV, promo-
a) Por que a vacina é recomendada para adolescentes até os 14 anos? vida pelo Ministério da Saúde (ver Referências).
Pelo fato de o vírus ser transmitido sexualmente, espera-se imunizar os adolescentes antes que iniciem a vida sexual e sejam

expostos ao vírus.

b) Qual é a importância de vacinar também os meninos, uma vez que o vírus causa principalmente o câncer de colo de útero?
Os homens acabam sendo os principais transmissores do vírus entre as mulheres, por isso devem ser imunizados.

O vírus HPV também causa outros tipos de câncer que atingem os homens.

ciências 27
CLASSIFICANDO OS
SERES VIVOS
©Shutterstock/Jaromir Grich

©Shutterstock/Kateryna Kon
©Shutterstock/Ye.Maltsev

©Shutterstock/Lebendkulturen.de
©Shutterstock/Nobeastsofierce

©Shutterstock/Kaluajung
©Shutterstock/Leonardo Mercon

e s p aço de diálogo
1 Encaminhamento do tema de abertura do capítulo.
A diversidade de seres vivos na natureza é muito grande. Para facilitar o estudo desses organismos,
observou-se a necessidade de agrupá-los de acordo com suas características.
1. Observe as imagens dos diferentes seres vivos e pense sobre possíveis critérios que você poderia utilizar
para classificá-los.
2. Será que os critérios que você utilizou são os mesmos empregados pelos cientistas para agrupar os dife-
rentes seres vivos?

28
o s
iv ƒ Classificar os seres vivos dos diferentes reinos, reconhecendo a importância de um

j et sistema de classificação.
Ob ƒ Reconhecer as principais características dos vírus e das doenças associadas a esses
organismos.
ƒ Identificar as principais características e compreender a importância ecológica
dos reinos Monera, Protoctista e Fungi, bem como algumas das doenças a eles
associadas.

Classificação biológica
A organização e a classificação estão presentes nas nossas tarefas do dia a dia. Bibliotecas, livrarias,
lojas de departamentos, supermercados, farmácias, entre outros, separam e catalogam seus produtos
a fim de facilitar o acesso do público a eles.
Para cada classificação, um diferente critério é utilizado,

©Shutterstock/WonderPhotoSpain
como tipo de produto, assunto de que trata, público ao
qual se destina, etc. Etiquetas, fichas e cartazes são criados
para identificar produtos.
Diante da diversidade de seres vivos, a classificação tam-
bém se revela necessária. Com ela, animais, plantas, fungos
e micro-organismos podem ser identificados e nomeados, 100 cm
cm
e o conhecimento sobre eles pode ser difundido de uma
geração a outra. Mas como garantir alguma unidade entre O pássaro chamado de pardal, em português,
é chamado de sparrow ou house sparrow, em
os estudos de diferentes países e idiomas? inglês, e de gorrión común, em espanhol.
O pássaro conhecido no Brasil como pardal é originário

©Wikimedia Commons/Carl Linnaeus


do Oriente Médio e foi levado pelos seres humanos para os
mais diversos países. Isso fez com que essa ave, de ampla
distribuição geográfica, tivesse diferentes nomes, dificul-
tando a troca de informações entre os cientistas.
Para amenizar esse problema, as espécies receberam
nomes científicos que valem em todos os lugares, indepen-
dentemente do idioma falado ou da nomenclatura popular.
No caso da nomenclatura científica, o cientista que des-
cobriu ou estudou uma espécie nova é quem, normalmen-
te, a nomeia. Mas é preciso seguir um padrão. E, para isso,
foram adotadas algumas regras que derivam dos estudos
do botânico sueco Carl von Linné (1707-1778), conhecido
como Lineu.
Observando espécies de plantas e animais, ele sentiu a
necessidade de organizá-las e classificá-las, com o objeti-
vo de compreender melhor a lógica da própria natureza.
Em 1737, ele publicou o livro Systema Naturaee, apresen- Livro Systema Naturae, no qual Lineu
tando uma proposta de classificação que é utilizada até a apresentou um sistema para a classificação
dos seres vivos.
atualidade.

29
Ao elaborar seu projeto de classificação, Lineu sugeriu categorias taxonômicas para agrupar os seres vivos.
Segundo ele, a natureza poderia ser dividida em reinos, e cada reino poderia ser dividido em várias classes.
Por sua vez, cada classe reuniria ordens semelhantes; cada ordem agruparia famílias similares; cada família,
gêneros parecidos; e, finalmente, cada gênero agruparia espécies semelhantes. Mais tarde, o naturalista fran-
cês Georges Cuvier (1769-1832) criou mais uma categoria, o filo, que reúne as classes de animais com estrutura
corporal semelhante.
No sistema de Lineu, cada espécie de ser vivo tem um nome científico que segue algumas regras:

ƒ é escrito em latim; O latim é utilizado na nomenclatura


biológica porque é considerado uma
ƒ o nome da espécie é binominal, ou seja, é formado por duas pala- língua morta, por não ser mais nativo
vras, a primeira referente ao nome do gênero e a segunda ao epíteto
de nenhum país e não estar sujeito
específico;
a mudanças. O latim influenciou a
ƒ a primeira palavra deve ter inicial maiúscula e a segunda, inicial formação de várias línguas, entre elas a
minúscula; portuguesa. É uma língua universal, por
ƒ ambas devem ser grafadas destacadas no texto, geralmente com isso seu uso evita erros e problemas de
itálico, negrito ou sublinhado. tradução.

Seguindo essas regras, o nome científico do par-

©Shutterstock/Ollyy
dal é Passer domesticuss, que significa pardal domés-
tico, pelo fato de essa ave se desenvolver bem em
cidades e áreas próximas aos seres humanos. A espé-
cie foi nomeada pelo próprio Lineu, em 1758.
Mas como saber o que é uma espécie? Ela é for-
mada por indivíduos semelhantes, que se reprodu-
zem em condições naturais e geram descendentes
férteis – ou seja, que também podem se reproduzir.
Como a biodiversidade em nosso planeta é gran-
de, muitas espécies ainda não foram descobertas,
identificadas e classificadas. Esse trabalho é realizado
por inúmeros cientistas, que se utilizam de pesqui-
sa, observação, coleções de museus, herbários e bi-
bliotecas. Os estudos de classificação dos seres vivos
são importantes para a conservação das espécies e
Os seres humanos podem apresentar as mais diversas aparências,
para os estudos de base, identificando e descrevendo mas todos pertencem à mesma espécie biológica, chamada Homo
espécies. 2 Sugestão de abordagem sapiens.
do conteúdo.

A t i v idades
1. São considerados organismos de uma mesma espécie os indivíduos que
a) são semelhantes e vivem em ambientes diferentes.
X b) são semelhantes, reproduzem-se em condições naturais e geram descendentes férteis.

c) se reproduzem e têm características bem diferentes entre machos e fêmeas.


d) são semelhantes, reproduzem-se em condições naturais e geram descendentes que não podem gerar novos indivíduos.

30 8º. ano – volume 3


2. Se você escutar o nome Aedes aegyptii provavelmente vai relacioná-lo à dengue. Essa espécie de mosquito que transmite o
vírus da dengue foi descrita por Lineu, em 1762. Sabendo disso, leia a situação a seguir e explique qual é a importância da
taxonomia e da classificação biológica para as investigações científicas.
Laura observou um mosquito na mata e ficou apreensiva, pois não sabia se era o mosquito-da-dengue.
Pesquisando na internet, ela identificou que existem mais de 150 espécies descritas apenas dentro do gê-
nero Aedess, como o Aedes albopictuss, que também transmite a dengue. Para Laura, era quase impossível
descobrir a espécie de mosquito que ela tinha observado.

Os alunos devem perceber que é preciso um especialista para identificar as espécies de seres vivos e que, no caso, a identificação de

uma espécie é um passo importante para ações de saúde pública.

3. Muitas espécies de plantas e animais fazem parte do dia a dia das pessoas. Basta lembrar os alimentos consumidos, os
animais de estimação ou as plantas ornamentais que decoram alguns dos ambientes. Será que você conhece as espécies
descritas abaixo? Reescreva seus nomes científicos de acordo com as regras de nomenclatura e, depois, pesquise os nomes
populares de cada uma delas.
a) persea americana: Persea americanaa – abacate .
b) ananas comosus: Ananas comosuss – abacaxi .
c) meleagris gallopavo: Meleagris gallopavoo – peru .
d) solanum lycopersicum: Solanum lycopersicum
m – tomate .
e) oryza sativa: Oryza sativaa – arroz .
4. Leia o poema e responda às questões propostas.
As borb
borboletas
boletass

Brancas Borboletas brancas E as pretas então...


Azuis São alegres e francas Oh, que escuridão!
Amarelas
E pretas Borboletas azuis
Brincam Gostam muito de luz
Na luz
As belas As amarelinhas
Borboletas São tão bonitinhas!
Raqsonu. 2013. Digital.
MORAES, Vinícius de. A arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

a) Qual o critério utilizado pelo autor do poema para classificar as borboletas?


A cor.

b) O autor do poema cita uma característica para cada grupo de borboletas de cor diferente. Se você fosse classificar as
borboletas citadas no poema, que outras características você poderia considerar? Justifique sua resposta.
Pessoal. Os alunos podem responder que as estruturas do corpo, como asas, olhos e número de patas, podem ser consideradas.

ciências 31
Reinos dos seres vivos
A determinação de uma espécie e seu nome científico não é a única forma de classificação existente. O ramo
da Biologia que descreve, nomeia, organiza e identifica os seres vivos é a taxonomia.
A construção e o aperfeiçoamento dos microscópios proporcionaram o conhecimento da estrutura das cé-
lulas e a identificação de micro-organismos. Com isso, novos critérios surgiram, ampliando o sistema de Lineu
e reorganizando os grupos já existentes, tornando a classificação mais abrangente e precisa. São critérios para
a classificação biológica:
ƒ as relações de parentesco entre os seres; ƒ o funcionamento e a estrutura do organismo;
ƒ as características de suas células; ƒ a análise do material genético.
Atualmente, os níveis mais amplos são os domínios Bacteria, Archaea e Eukarya. Neles, são distribuídos os
cinco reinos de classificação biológica.
Observe as imagens com as principais características de cada um dos reinos e exemplos de seres vivos que
fazem parte deles. 3 Leitura complementar.

©Fotoarena/Science Photo Library


Domínio Bacteria Esses dois domínios Reino Monera
Engloba as bactérias, seres procariontes reúnem todos os
mais disseminados atualmente, presentes em seres procariontes, Os seres vivos
praticamente todos os ambientes. unicelulares e desse reino são
microscópicos. No unicelulares e
Domínio Archaea sistema de reinos, procariontes. Nele,
esses organismos estão incluídas as
Engloba as arqueobactérias, seres procariontes
estão no Reino arqueobactérias e
que vivem em ambientes extremos da Terra, como
Monera. as eubactérias.
frio intenso ou calor excessivo.

Bactérias

Domínio Eukarya
Engloba todos os seres eucariontes. Por essa característica, nesse domínio
agrupam-se os reinos Protoctista, Fungi, Plantae e Animalia.
©Shutterstock/Lebendkulturen.de

©Shutterstock/Bukhta Yurii

Reino Protoctista Reino Fungi ou dos Fungos


São eucariontes, unicelulares e São classificados nesse reino os
heterótrofos, como os protozoários. seres multicelulares, eucariontes e
Outros podem ser uni ou heterótrofos. Nele, estão cogumelos,
multicelulares e autótrofos, como orelhas-de-pau e leveduras
10 cm
10

0,5
,55 m
mm
m as algas. (fermento de pão).

Ameba Cogumelo
©Shutterstock/Boryana Manzurova

©Shutterstock/Tiago De Gaspari

Reino Plantae ou das Reino Animalia ou Animal


Plantas São multicelulares, heterótrofos e
Todas as plantas são eucariontes, eucariontes. Inclui desde animais
multicelulares e autótrofas, ou seja, microscópicos, como alguns
20 cm

produzem seu próprio alimento por crustáceos, até animais muito


20

meio da fotossíntese. 25 cm grandes, como as baleias.

Planta Animal

32 8º. ano – volume 3



    
     
 
    
       
     
    
      

Bactérias
As bactérias fazem parte do Reino Monera, Domínio Bacteria. São seres procariontes, ou seja, o seu material
genético (DNA) está disperso no citoplasma, e conseguem realizar, de forma organizada, todas as funções vitais
em sua única célula, retirando substâncias do local onde se encontram.
Elas habitam praticamente todos os ambientes, inclusive o corpo humano, variando em espécies, formas
e funções que desempenham nos ecossistemas. A maioria vive no solo ou na água, executando importante
função na reciclagem de nutrientes nos ecossistemas, atuando como decompositoras.
Algumas bactérias também participam do ciclo do nitrogênio, absorvendo-o do ar e produzindo substân-
cias em suas células que posteriormente são disponibilizadas para outros seres vivos.
Os ecossistemas aquáticos dependem das bactérias decompositoras, mas também das cianobactérias,
exemplares do Reino Monera que realizam fotossíntese e formam, com outros elementos, a base das cadeias
alimentares aquáticas, produzindo alimento e liberando oxigênio para a atmosfera.
As bactérias apresentam formas variadas. Observe as imagens a seguir, de alguns dos principais tipos de
bactérias.

Bacilos Espiroquetas Cocos


Bactérias em forma de bastões Bactérias em forma de espiral Bactérias em forma de esferas
©Fotoarena/Science Photo Library

©Fotoarena/Science Photo Library

©Fotoarena/Science Photo Library


Escherichia colii, observadas em Borrelia burgdorferii, observada em Streptococcus pyogeness, observadas em
microscopia eletrônica, com aumento de microscopia eletrônica, com aumento microscopia eletrônica, com aumento
15 000x de 3 000x de 6 500x
Parede celular
©Shutterstock/Anton Nalivayko

Cápsula
Além das estruturas celulares presentes em proca- Mem
mbrana plasmática
riontes, como membrana plasmática, citoplasma e ma-
terial genético, as bactérias apresentam uma parede
Citoplasma
celular. Essa estrutura semirrígida tem a função de sus-
tentação e proteção celular, isso porque o rompimento
da célula significa a morte para os seres unicelulares.
Associados a essa parede, podem estar cápsulas,
fímbrias e flagelos que auxiliam na proteção, fixação Flagelo
l l
ou locomoção das bactérias. Por meio dessas estruturas, Material
genético
é possível que elas se liguem e vivam em colônias ou, no Fímbria
caso das parasitas, que se fixem em células hospedeiras. RRepresentação esquemática
á das d principais estruturas dde uma bbactéria
é

ciências 33
A reprodução das bactérias pode ocorrer rapidamente em ambientes fa-
No refrigerador, a
voráveis, com disponibilidade de alimento, calor e umidade. É o que acontece temperatura é baixa, o que inibe
quando deixamos determinados alimentos fora do refrigerador e eles estra- a reprodução e atividade de
gam. No entanto, condições desfavoráveis limitam a reprodução. bactérias e fungos. Com o calor,
Mas como a reprodução das bactérias pode ser tão rápida? Como vimos eles se reproduzem e liberam
no capítulo anterior, o principal processo reprodutivo das bactérias ocorre por substâncias tóxicas para os seres
bipartição, ou seja, uma célula se divide em duas e essas duas se dividem, humanos, alterando o aspecto e
o cheiro do alimento.
gerando quatro células, e assim sucessivamente.
Outra forma de reprodução das bactérias é a conjugação bacteriana. Nesse processo, duas bactérias se
unem temporariamente por meio de uma espécie de ponte e pedaços de material genético são transferidos
de uma para a outra, ou seja, não ocorre o aumento do número de indivíduos. No entanto, a troca de material
genético se caracteriza como reprodução, pois há modificação genética das bactérias.
Uma mesma espécie de bactéria pode realizar esses dois tipos de reprodução, dependendo das condições
do ambiente.
A capacidade de adaptação das bactérias é uma aliada para que elas se mantenham vivas. Algumas formam
estruturas de resistência chamadas endósporos, produzidas quando substâncias essenciais à sobrevivência
acabam no meio onde estão. A bactéria produz, então, uma cópia de seu material genético e o envolve em uma
parede resistente. Assim que as condições melhoram, o endósporo dá origem a uma nova célula bacteriana que
reinicia seu desenvolvimento.

Arqueobactérias
No Domínio Archaea, está um pequeno grupo de espécies de arqueobactérias que se caracteriza pela
sobrevivência em ambientes extremos. Elas podem viver nas profundezas dos oceanos, em locais com grande
concentração de sal, calor ou frio extremo, disponibilidade limitada de água, presença de substâncias tóxicas,
acidez, etc. São as adaptações desses organismos unicelulares que lhes permitem sobreviver. Seres vivos que
sobr
brevviv
ivem
em em cocond
ndiç
içõe
õess ex
extr
trem
emas
as com
omoo essa
saas são
ã cham
hamad
ados
os de ex
extr
trem
emóf
ófililos
os.
©Shu
©Sh
©Shutter
tte
terstoc
s k/L
st k/La
/ ne V. Er
/L E icks
i kson
k onn
As arqueobactérias foram detectadas
primeiramente em ambientes extremos, tais
como fontes hidrotermais onde a água apresenta
alta temperatura. A foto é do Parque Nacional
Yellowstone, EUA. A região em azul contém água
fervente e é livre de micro-organismos. Já nas
regiões laterais, em amarelo e laranja, podem ser
encontradas as arqueobactérias.

34 8º. ano – volume 3


Doenças causadas por bactérias 4 Sugestão de leitura e atividade complementar.

As bactérias são importantes na decomposição e reciclagem dos nutrientes nos ecossistemas. Elas também
renovam o oxigênio atmosférico, formam a base de cadeias alimentares aquáticas e são capazes de degradar
substâncias poluentes. Mas existem ainda muitas outras formas de elas se relacionarem com os seres vivos e,
especificamente, com os humanos.
Entre 500 e 1 000 espécies estão presentes em nosso intestino, produzindo nutrientes e auxiliando na diges-
tão. Na pele humana, podem existir até 150 espécies de bactérias, em uma relação de comensalismo na qual
um organismo é beneficiado sem prejudicar o outro.
No entanto, algumas relações entre seres humanos e bactérias causam prejuízos ao nosso organismo. Por
exemplo, a bactéria da espécie Clostridium botulinum pode contaminar alimentos enlatados ou em conserva,
produzindo a toxina botulínica. Se ingerida, essa toxina atinge diretamente o sistema nervoso, podendo levar à
morte. Infecções alimentares também podem ser ocasionadas pela ingestão de Salmonella sp., que pode estar
presente em ovos e carnes.
Além de intoxicações alimentares, outras doenças podem ser causadas por bactérias. Normalmente, sua
transmissão está associada à falta de higiene e saneamento. Ingerir água tratada, lavar as mãos antes das refei-
ções e após chegar em casa, higienizar frutas e verduras antes de consumi-las, tomar banho, escovar os dentes
após as refeições e lavar ferimentos com água e sabão são pequenas atitudes que fazem a diferença no comba-
te às doenças causadas por bactérias.
O tratamento de infecções bacterianas normalmente é feito com antibióticos, medicamentos que impedem
a reprodução e o desenvolvimento das bactérias.
Conheça um pouco mais sobre algumas das doenças bacterianas lendo a tabela a seguir.

Doença Bactéria causadora Sintomas


Causada pela bactéria Leptospira interrogans,
que parasita ratos e é eliminada pela urina desses Os sintomas incluem febre alta, dores de cabeça,
Leptospirose
animais, contaminando águas de enchentes, que abdominais e musculares.
são a principal forma de transmissão da doença.

Comum em regiões sem saneamento básico,


Seu principal sintoma é a desidratação causada pela
Cólera em que as pessoas ingerem alimentos e água
diarreia.
contaminados pela bactéria Vibrio cholerae.

O contágio pode ocorrer por meio de gotículas de


Meningite Causada por bactérias que atingem as membranas saliva. Por isso, é importante evitar aglomerações
bacteriana que revestem o cérebro. e manter os ambientes com muitas pessoas bem
ventilados.

As bactérias Streptococcus pneumoniae são as Os principais sintomas são tosse com secreção,
Pneumonia principais causadoras dessa doença, que causa uma dores torácicas, febre alta, calafrios, dores de ouvido
inflamação dos alvéolos pulmonares. e respiração curta e ofegante.

Causada pela Mycobacterium tuberculosis, que é


Tuberculose Tosses frequentes e falta de ar.
inalada na respiração e pode alcançar os pulmões.

Para saber mais sobre as doenças causadas por bactérias,


monte o jogo da memória presente em seu material de apoio.

5 Orientações para o jogo da memória.

ciências 35
A t i v idades 6 Gabaritos.

1. Leia a tirinha.

©Níquel Nausea
GONSALES, Fernando. Vá pentear macacos. São Paulo: Devir, 2004.

a) A tirinha traz uma representação de bactérias. Na realidade, quais estruturas elas não apresentam por serem unicelulares?
Boca, olhos e nariz, estruturas pluricelulares.

b) Qual é o tipo de reprodução realizado pela bactéria na tirinha?


Bipartição.

c) Conte quantas bactérias estão representadas no último quadrinho. Para chegar a esse número, quantas divisões repro-
dutivas ocorreram?
São cinco bactérias, então ocorreram quatro divisões para reprodução.

d) Por que a bactéria do primeiro quadrinho não poderia realizar reprodução por conjugação? E as do último, poderiam?
Justifique sua resposta.
A primeira não pode realizar conjugação porque está sozinha.

No último quadrinho, existem cinco bactérias que poderiam trocar material genético entre si.

2. Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.

As bactérias contidas em uma gota de água suja acabam aderindo à parte do corpo onde caíram. [...]
Além disso, é muito pouco usual uma única gota de água suja gerar problemas para a saúde. A pele é um
ótimo sistema de defesa. Quando está íntegra, sem ferimentos ou cortes, uma gota suja não causa proble-
ma algum, as bactérias nem conseguem invadir o nosso organismo e morrem. Neste caso, higienizar a parte
do corpo com água e sabão basta para evitar problemas à saúde. Em outras situações, como atravessar uma
enxurrada ou um lugar alagado, as bactérias presentes na água podem causar infecção na própria pele ou
em outras partes do corpo ao entrar no organismo por meio de um ferimento. A leptospirose é um exemplo.

SALOMÃO, Reinaldo. Quando uma gota de água suja seca na pele, as bactérias que estavam dentro dela “andam” para outras partes
do corpo? Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/2012/01/19/pergunte-aos-pesquisadores/>. Acesso em: 10 set. 2019.

a) A pele é o primeiro mecanismo de defesa do nosso corpo, evitando a entrada de micro-organismos. Além dela, de que
outras formas nosso organismo pode se defender de agentes causadores de doenças como vírus e algumas espécies de
bactérias?

36 8º. ano – volume 3


b) De que forma a higienização das mãos, com água e sabão, por exemplo, auxilia na manutenção da saúde?
c) Segundo o texto, como pode ocorrer a contaminação no caso da leptospirose? Qual a relação dessa doença com a falta
de saneamento?
3. A bactéria Clostridium botulinum produz a toxina botulínica, que pode estar presente em conservas de palmito, pepino
ou em enlatados. Existem rigorosos procedimentos de produção e fiscalização nas indústrias para evitar que os alimentos
sejam contaminados. Quais as consequências da ingestão de toxina botulínica?
Ela provoca danos no sistema nervoso. Comente com os alunos que essa bactéria causa paralisia muscular e pode levar à parada

respiratória e cardíaca.

Protoctistas

©Getty Images/Laguna Design


Esse reino é formado por organismos eucariontes, ou seja, or-
ganismos que apresentam o núcleo individualizado em suas células.
Nele, há indivíduos heterótrofos e unicelulares, como os pro-
tozoários, e também indivíduos unicelulares ou multicelulares,
porém autótrofos, como as algas.
Em uma gota d’água vinda do mar, de um rio, de um lago ou
até de uma poça de água, podem estar presentes vários micro-
-organismos, entre eles os protozoários e as algas, como na foto. Micro-organismos diversos em uma gota d’água doce,
vistos ao microscópio óptico com aumento de 180x
Protozoários
São organismos dependentes de umidade que vivem em água doce, salgada e solos úmidos, parasitando
outros organismos (inclusive os seres humanos) ou estabelecendo relações harmônicas com eles. De maneira
semelhante ao que ocorre com as bactérias, os protozoários se reproduzem comumente por bipartição.
Algumas espécies apresentam ausência de estruturas locomotoras. A identificação das estruturas de loco-
moção auxilia nos critérios para a classificação dos protozoários. Observe alguns exemplos.

Pseudópodes Flagelos Cílios


Estruturas resultantes da expansão da Estruturas alongadas que impulsionam o O batimento dos cílios facilita o deslocamento
membrana e do citoplasma, o que faz a protozoário em meio líquido. do protozoário em meios líquidos.
célula mudar constantemente de formato.
©Fotoarena/Science Photo Library

©Fotoarena/Science Photo Library

Com essas estruturas, podem ser realizadas


a locomoção e a captura de alimento.
©Getty Images/Ed Reschke

Giardia lamblia, protozoário causador de Paramecium sp., protozoário que habita


diarreia em seres humanos, observado água doce, observado em microscopia
Amoeba proteus observado em microscopia em microscopia eletrônica de varredura, eletrônica de varredura com aumento
óptica, com aumento de 100x com aumento de 5 800x de 500x
Na internet, é possível encontrar vídeos que apresentam paramécios em movimento por meio do uso dos cílios, usados também para a
captura de alimento.
ciências 37
Doenças causadas por protozoários 7 Orientação sobre doenças causadas por protozoários.

Organismos parasitas não querem a morte de seus hospedeiros, pois, assim, perderiam sua fonte de alimen-
to e o abrigo, morrendo também. Dessa forma, os parasitas retiram substâncias ou causam danos às células ou
ao metabolismo do hospedeiro, deixando-o doente. Ao apresentar sintomas de estar infectada, uma pessoa
deve ser tratada, e o parasita, eliminado. Em alguns casos, se houver demora no tratamento, a pessoa pode
morrer por causa de complicações. São doenças causadas por protozoários: malária, doença de Chagas, toxo-
plasmose, giardíase, leishmaniose, etc.

©Wikime
dia C
Malária: é causada pelo protozoário do gênero Plasmodium m, que o mm
on
s /C
DC
parasita as células do sangue e órgãos como baço e fígado. A

/Ja
transmissão ocorre pela picada da fêmea infectada do mos-

m
es
G atha
quito Anopheles sp., chamado popularmente de mosquito-

ny
-prego. Ao picar sua presa, esse mosquito libera inúmeros
1 cm
m
Plasmodium sp. por meio de sua saliva. A fêmea do mosqui-
to, por sua vez, infecta-se ao sugar o sangue de pessoas com
a doença.
O principal sintoma é febre muito alta, que ocorre nos períodos
em que os protozoários rompem as células do sangue, liberando toxi- Mosquito do
nas na corrente sanguínea. O rompimento das células do sangue causa anemia gênero Anopheles
e, se o tratamento demorar para ser realizado, as células rompidas podem obstruir
os vasos sanguíneos, bloqueando a passagem do sangue e levando o indivíduo à 8 Informações sobre o
mosquito Anopheles.
morte. No Brasil, o maior número de casos de malária ocorre na Região Norte.

©Fabio C
olom
bin
i
Doença de Chagas: é causada pelo protozoário chamado
Trypanosoma cruzii e transmitida por insetos infectados,
como o Triatoma infestanss, uma das espécies mais conhe -
cidas dos chamados barbeiros. O protozoário vive no in-
testino do barbeiro e, à medida que ele suga o sangue da
pessoa para se alimentar, elimina suas fezes contaminadas.
Quando a pessoa coça a picada, as fezes com protozoários 255 mm
mm

entram na corrente sanguínea e se espalham pelo corpo. A


contaminação também pode ocorrer por via oral, principalmen-
te pela ingestão de alimentos contaminados pelo inseto ou por suas Inseto Triatoma
fezes. O protozoário pode se desenvolver em vários órgãos, como co- infestans
ração, fígado e intestino, causando o crescimento anormal deles e ©Glowima
ge s/ D
podendo levar o indivíduo à morte. O médico e cientista brasileiro r. Da
vid
Ph
illip
Carlos Chagas foi quem descobriu a doença e identificou o seu s /V
isu

ciclo, em 1909.
als
Un
limi
ted, Inc.

Protozoários flagelados Trypanosoma


cruzii entre células do sangue,
observados em microscopia óptica
com aumento de 400x

38 8º. ano – volume 3


Algas 9 Multicelular × pluricelular.

Algumas algas são unicelulares, outras são multicelulares e podem se estender por vários metros. Podem ter
cores e estruturas diferentes, dependendo da sua espécie; desenvolvem-se no solo úmido, sobre troncos e na
água doce, e também são encontradas nos desertos e em regiões frias.
Elas têm clorofila e são responsáveis por produzir grande parte do oxigênio do planeta. Além disso, servem
de base para as cadeias alimentares de oceanos, rios e lagos.
Algas unicelulares formam o fitoplâncton na superfície dos oceanos, rios, fitoplâncton: conjunto de
lagos e mares. Exemplos: organismos fotossintéticos
aquáticos, geralmente
ƒ dinoflagelados – encontrados nos mares e na água doce, apresentam pig-
microscópicos, que flutuam
mentos vermelhos e podem produzir toxinas que, em grande quantidade, cau-
na coluna d’água.
sam a morte de peixes e outros animais.
ƒ diatomáceas – algas marinhas; apresentam a célula revestida por uma carapaça de sílica, substância muito
resistente. Ela serve de proteção e confere variadas formas às espécies.
Locais com acúmulo de matéria orgânica, como

©Shutterstock/Pumidol
águas poluídas com esgotos ou excesso de fertilizan-
tes, podem provocar a proliferação excessiva de algu-
mas algas unicelulares. Elas podem formar manchas
esverdeadas, bloqueando a entrada de luz, o que re-
duz a fotossíntese de outras algas. A oxigenação da
água fica comprometida e animais, principalmente
os peixes, podem morrer. A decomposição desses
organismos reduz ainda mais o oxigênio na água, au-
mentando o impacto no ecossistema. Esse processo
é chamado de eutrofização e é desencadeado pela
poluição da água. Rio em processo de eutrofização

Algas multicelulares não têm tecidos verdadeiros, por isso foram retiradas do Reino Plantae. Elas têm colo-
rações diferentes, e essa característica é importante na classificação dos grupos de algas. Exemplos:
ƒ algas verdes: são abundantes tanto no ambiente marinho quanto em rios e lagos. Algumas espécies po-
dem servir de alimento para os seres humanos, sendo uma importante fonte de minerais.
ƒ algas pardas: a maioria das espécies é marinha e tem a coloração marrom ou oliva por causa da presença
de carotenoides. Podem se desenvolver em costões rochosos, desempenhando um papel muito importante
no ecossistema, servindo de abrigo, alimento e berçário para várias espécies de animais, como os peixes.
ƒ algas vermelhas: também são cha-
madas de rodófitas. São avermelha-
das e habitam águas salgadas mornas.
©Wikimedia Commons/
Gabriele Kothe-Heinrich

Uma das espécies mais conhecidas


desse grupo é a Porphyra sp., usada
na culinária japonesa para a confec-
n
esig

ção de vários pratos tradicionais.


nad
k/Ele
c
rsto
utte

Alga do gênero Porphyra em seu estado natural


©Sh

(à esquerda) e processada na forma de folhas


utilizadas na culinária japonesa (à direita)

ciências 39
A t i v idades 10 Gabaritos.

1. Escolha as palavras corretas do quadro para completar as frases que apresentam as características dos seres vivos que com-
põem o Reino Protoctista.

Unicelulares – Multicelulares – Autótrofos – Heterótrofos – Eucariontes

a) Os protozoários são organismos eucariontes, unicelulares e heterótrofos.


b) As algas são organismos eucariontes, autótrofos, unicelulares ou multicelulares.
2. Leia a tirinha.

©Níquel Nausea
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Disponível em: <niquelnausea.com.br>. Acesso em: 6 mar. 2012.

Na tirinha, a ameba comenta que não acha a menor graça em espelhos que deformam. Escreva qual a relação desse fato
com a maneira de as amebas se locomoverem por pseudópodes.
Os pseudópodes são prolongamentos da membrana plasmática e do citoplasma. Assim, a célula está constantemente mudando de

forma, ou seja, deformando-se.

3. Explique como uma pessoa pode se contaminar com o Trypanosoma cruzi e qual é o nome da doença que esse protozoário
causa.
4. Regiões da costa dos estados da Bahia e de Santa Catarina já tiveram a venda e o consumo de mariscos e ostras interrom-
pidos algumas vezes devido à grande proliferação de algas do grupo dinoflagelados na água do mar.
a) Qual a relação entre a presença das algas na água e a proibição do consumo de mariscos e ostras?
b) Quando se identifica o acúmulo dessas algas, qual a importância dessa proibição para a saúde?
5. Na imagem, existem várias algas que apresentam um revestimento que
lhes confere as mais variadas formas. Observe-as e responda: qual a fun-
©Shutterstock/Dr. Norbert Lange

ção desse revestimento para as algas?


Confere às algas resistência e proteção.

Algas diatomáceas observadas em microscopia


óptica com aumento de 65x

40 8º. ano – volume 3


Fungos Estruturas
reprodutivas
A maioria dos fungos é multicelular, e algu-
mas espécies são unicelulares, como as levedu-
ras. Todos eles são heterótrofos por absorção,
ou seja, secretam substâncias que degradam o
alimento no ambiente, depois absorvem os nu-
trientes resultantes dessa degradação por meio Estruturas
produtoras
da membrana plasmática de suas células. de esporos
As células dos indivíduos do Reino Fungi são Micélio
Hifas
eucarióticas e apresentam parede celular para

Eduardo Borges. 2019. Digital.


sustentação e proteção, geralmente formada por
uma substância chamada quitina.
Nos fungos multicelulares, as células formam
filamentos chamados hifas, que crescem rapida-
mente e se espalham por grandes áreas para a
absorção de alimento. Esses inúmeros filamen-
tos formam o micélio, que é o corpo do fungo.
Em algumas espécies, o micélio se reorganiza
EEstrutura dos
d fungos
f multicelulares
l ll
formando o cogumelo, no qual ocorre a produ-
ção de esporos, estruturas responsáveis pela
reprodução.
Após a reprodução, o cogumelo deixa de exis-
 
 

tir, mas o micélio continua existindo no ambiente
e pode formar novos cogumelos posteriormente.




Os esporos são estruturas muito pequenas e po-  


dem ser levados pelo vento e pela água para os   
mais diversos lugares. Quando encontram condi-  

 

ções favoráveis, como umidade, matéria orgânica
e calor, originam novos fungos.
Algumas espécies podem ser parasitas, ab-

©Shutterstock/Dory F
sorvendo nutrientes de hospedeiros vivos e cau-
sando doenças em seres humanos, animais e,
principalmente, plantas.
Algumas podem estabelecer relações de
mutualismo com outras espécies. Um exemplo
de mutualismo são os liquens, que são associa-
ções de fungos com algas ou cianobactérias, nas
quais os fungos facilitam a absorção de água e
nutrientes do ambiente e as algas (ou as ciano-
bactérias) produzem alimento, que é aproveitado
por ambos.

Líquen, mutualismo entre fungos e 8 cm


cm
micro-organismos fotossintéticos

ciências 41
Na natureza, também podem ser observadas as micorri-
zas, associações importantes entre raízes de plantas e certos
fungos, que as auxiliam na absorção de minerais. Por sua vez,
a planta fornece substâncias, produzidas na fotossíntese, es- 3 cm

senciais para o crescimento do fungo.

©Shutterstock/Kateryna Kon
Algumas espécies de fungos são chamadas sapróbias,
por absorverem nutrientes da matéria orgânica, como os
bolores. Esse processo resulta na grande importância que os
fungos têm, com as bactérias, como decompositores nas ca-
deias alimentares e nos ciclos de nutrientes nos ecossistemas. Morango embolorado e, no detalhe, o fungo Penicillium,
responsável pela deterioração

ciência em 11 Encaminhamento da seção e sugestão de experimento complementar.

Este experimento vai auxiliar a compreender como ocorre o crescimento dos fungos.

Materiais

©P. Imagens/Pith
ƒ 4 copinhos de café numerados de 1 a 4
ƒ 1 saco plástico ou filme plástico
ƒ 2 colheres de amido de milho ou outro tipo de farinha
ƒ 1 colher de óleo
ƒ 1 panela pequena
ƒ 1 copo de vidro
ƒ 1 colher de vinagre
ƒ 200 mL de água

Como fazer
1. Seu professor vai preparar o mingau de amido. Coloque o mingau ainda morno até a metade dos copinhos.
2. Deixe o copo 1 aberto sobre a pia do laboratório. Cubra o 2 com o filme plástico, vede-o e deixe-o também
na pia. Complete o 3 com óleo, e o 4 com vinagre.
3. Observe diariamente, durante uma semana, e anote as alterações no mingau de cada copinho.
4. Lembre-se de manusear os copos com cuidado, não tocando no seu interior.

Conclusão
Com o registro de suas observações, converse com os colegas e o professor e responda aos questionamentos a seguir.
1. Descreva a aparência de cada um dos copinhos. Em qual deles houve maior crescimento de fungos? Em qual foi menor? A
que você atribui essa diferença?
2. Considerando o ambiente em que cada um dos copinhos foi deixado, em quais condições ambientais os fungos se desen-
volveram mais?
3. Em sua opinião, como os esporos dos fungos chegaram até o mingau de cada copinho?
4. O mingau pode ser considerado como matéria orgânica para o crescimento dos fungos? Como eles se alimentaram?

42 8º. ano – volume 3


©Shutterstock/Julie Vader
Doenças causadas por fungos
Ter conhecimento sobre os fungos é importante, pois eles
podem causar doenças em diferentes espécies, inclusive nos
seres humanos.
As plantas são os organismos mais afetados por fungos
parasitas. Eles invadem seus tecidos, absorvem substâncias
e reduzem as áreas para a realização da fotossíntese. Assim,
a produção de flores, frutos e sementes é comprometida. 200 cm

Frutas e grãos armazenados também podem ser infectados, Folhas de aboboreira parasitadas por um fungo (manchas
estragando-os ou liberando substâncias tóxicas que, ao se- brancas), o que dificulta a realização da fotossíntese,
rem ingeridas pelos seres humanos ou outros animais, po- prejudicando a formação dos frutos, ou seja, a produção de
abóboras.
dem causar intoxicações e desencadear doenças.
Nos animais, incluindo os seres humanos, os fungos parasitas causam doenças chamadas de micoses.
Podem ocasionar manchas na pele e se desenvolver nas unhas ou atingir o sistema respiratório. Dependendo
do tipo de infecção, podem ocasionar sintomas e danos graves aos organismos.

Pé de atleta ou frieira: causado pelo fungo do gênero Tricophyton n, o qual cres-


ce geralmente na pele entre os dedos, formando manchas vermelhas, descama-
ção e rachaduras. Esse fungo também pode se desenvolver em outras regiões
do corpo, como virilha e couro cabeludo. Nessas partes do corpo, como entre os

©Shutterstock/Aksanaku
dedos, pela temperatura ser maior e a umidade do suor ficar acumulada, as con-
dições para o crescimento de fungos são ideais. É transmitido por contato direto
com lesões de pessoas infectadas ou superfícies contaminadas em banheiros e
vestiários.

Candidíase: causada pela Candida albicanss, normalmente afeta a pele, a


boca e a região genital. Tem caráter oportunista, ou seja, se desenvolve
em organismos já debilitados por outras doenças ou pelo uso de alguns
tipos de medicamentos. Quando ocorre em crianças, ela é chamada de
©Shutterstock/Designua

“sapinho” e atinge, principalmente, a boca, pelo fato de as crianças peque-


nas levarem objetos e as mãos sujas à boca com frequência. Seu principal
sintoma é a formação de placas brancas e aftas, gerando desconforto.

Onicomicose: nome dado às micoses que atingem as unhas dos pés


ou das mãos. A infecção é muito comum, e a contaminação pode
Raqsonu. 2013. Digital.

ocorrer ao andar descalço no solo, pelo contato com animais conta-


minados ou em salões de beleza, por meio de utensílios de manicure
e pedicure que não foram esterilizados de forma correta. A unha com
micose fica mais grossa, descola e torna-se amarelada.

ciências 43
Vírus
Os vírus são extremamente pequenos e só puderam ser visualizados pela primeira vez por meio de micros-
cópios eletrônicos, que surgiram na década de 1930.
Eles não têm células. São organismos muito simples, formados apenas por um material genético envolto
por uma estrutura feita de proteínas que pode ter diferentes formas.
12 Microscópio eletrônico.
©Shutterstock/GraphicsRF

Diferentes
formatos
dos vírus

Vírus HIV Vírus ebola Vírus bacteriófago


(parasita de bactérias)

Existem divergências entre os cientistas em relação aos vírus serem ou não seres vivos, já que se mantêm
inertes fora da célula de um hospedeiro. Mas, dentro do hospedeiro, o material genético viral torna-se ativo e
se multiplica por meio do metabolismo da própria célula. Por essa carac-
terística, eles são considerados parasitas intracelulares obrigatórios, inertes: sem atividade ou movimento
ou seja, não se multiplicam ou realizam qualquer atividade fora da célula próprio, imóveis.
hospedeira.
Os vírus, entretanto, não invadem qualquer célula. Eles têm especificidade de hospedeiro, ou seja, cada
vírus parasita células de apenas uma espécie ou tipo celular. Por exemplo, o vírus da gripe se reproduz em célu-
las do sistema respiratório, e o vírus da AIDS invade apenas os leucócitos, células de defesa do corpo humano.
É importante lembrar que os vírus não causam somente doenças. Alguns deles ganharam importância em
sistemas experimentais de desenvolvimento de medicamentos, vacinas e terapias. A biotecnologia também
utiliza os vírus para a transferência de fragmentos de material genético entre organismos, aproveitando sua
facilidade em invadir células e utilizar seu metabolismo para se reproduzir. Os vírus foram essenciais para o de-
senvolvimento das técnicas que levaram ao surgimento dos organismos geneticamente modificados.

Doenças causadas por vírus


©Wikimedia Commons/Rovena Rosa/Agência Brasil

As doenças causadas por vírus são chamadas de viro-


ses. Basicamente, os vírus invadem e destroem as células
do organismo em que se instalam, causando danos. As in-
fecções virais se manifestam de diferentes formas. Nos seres
vivos unicelulares, como as bactérias, a infecção por vírus
pode representar a morte do organismo, pois sua única cé-
lula pode ser destruída.
Em vegetais, uma virose pode causar a descoloração
e o aparecimento de pontos escuros em folhas e frutos.
Entretanto, o principal problema para as grandes plantações Uma vacina contra o vírus Influenza é ofertada
é quando os vírus provocam a interrupção do crescimento gratuitamente na rede pública de saúde para alguns grupos
populacionais.
de raízes e caules, diminuindo, assim, a produção.

44 8º. ano – volume 3


Os animais podem apresentar diferentes sintomas, dependendo do vírus e das células infectadas. Os danos
causados variam de acordo com a capacidade de regeneração do tecido afetado. No caso da gripe, causada
pelo vírus Influenza, a recuperação é rápida, pelo fato de os tecidos do sistema respiratório se restaurarem mais
facilmente. No entanto, variações mais agressivas desse vírus podem tornar a doença grave.
Além dos vírus HPV e HIV, do herpes e das hepatites virais – ISTs vistas no capítulo anterior –, outras viroses
podem acometer os seres humanos. Veja algumas no quadro a seguir.

Doença Principais sintomas Formas de transmissão/prevenção

Contato com gotículas ou secreções nasais


Varicela ou Pequenas feridas na pele, cansaço, dor de cabeça, febre e
contendo o vírus. A secreção das feridas
catapora perda de apetite.
também é contaminante.
Contato com gotículas de saliva
Gripe Febre, coriza, tosse e congestão nasal. eliminadas na tosse ou espirro de pessoas
contaminadas.
Febre, mal-estar, dor de cabeça, secreção nasal, manchas Contato com secreções de pessoas
Rubéola
na pele, etc. contaminadas.
Inchaço das glândulas salivares (aumento de volume no Contato com gotículas de saliva e objetos
Caxumba
pescoço), febre, náuseas e dores no corpo e na cabeça. contaminados com o vírus.
Placas avermelhadas na pele, febre, tosse persistente, dor Ingestão ou inalação de secreções
Sarampo
de cabeça e manchas brancas na parte interna da boca. respiratórias que contenham o vírus.
Febre, pele amarelada, vômitos, dores musculares e Picada do mosquito fêmea Aedes aegypti,
Febre amarela
hemorragias. portador do vírus.
Febre alta, dores, cansaço, vômitos, dores nas articulações Picada do mosquito fêmea Aedes aegypti,
Dengue, zikaa e
e atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. portador do vírus da dengue, que fica
chikungunya Dependendo do tipo viral, os sintomas podem se agravar. alojado em suas glândulas salivares.

Em geral, febre, dor e cansaço são sintomas resultantes do sistema de defesa do corpo para combater os
agentes causadores de doenças, como vírus, bactérias e protozoários. O problema é que nem sempre o organis-
mo consegue reagir de forma rápida e eficaz, produzindo células de defesa específicas – chamadas anticorpos
– para cada agente causador de doenças.

c o n e xões
Menor do que os mosquitos comuns, o
©Wikimedia Commons/Muhammad Mahdi Karim

Aedes aegyptii é preto com listras brancas.


Em média, vive em torno de 30 dias e a fêmea
chega a colocar entre 150 e 200 ovos, em re-
cipientes como latas e garrafas vazias, pneus,
calhas, caixas-d’água descobertas, pratos
sob vasos de plantas ou qualquer outro ob-
jeto que possa armazenar água da chuva. Por
isso, o combate às doenças transmitidas pelo
Aedess inclui medidas que evitem o acúmulo
1 cm
c
de água nesses locais, impedindo a prolifera-
ção do mosquito. Mosquito Aedes aegypti

ciências 45
Sarampo, febre amarela, poliomielite, gripe espanhola e outras doenças já mataram muitas pessoas em
todo o mundo. Para combater não somente as viroses, mas muitas doenças causadas por bactérias, foi preci-
so desenvolver e aprimorar um mecanismo que evitasse a sua propagação: as vacinas.
Durante toda a nossa vida, recebemos várias vacinas, para que nosso organismo produza anticorpos. O de-
senvolvimento de vacinas fez com que muitas vidas fossem salvas. No entanto, existem doenças para as quais
elas ainda não estão disponíveis, como a AIDS, pois o vírus HIV está sujeito a muitas alterações no seu material
genético (mutações). 13 Leitura complementar.
©Shutterstock/Frank60

©Shutterstock/PRESSLAB
Vacina contra poliomielite. Seguir corretamente o calendário de Os animais domésticos também precisam ser vacinados. Cada espécie
vacinação previne infecções por vírus e bactérias. tem um calendário com vacinas específicas, diferentes das destinadas
aos humanos.

P E S Q UISA 14 Orientações para a pesquisa.

No Brasil, o calendário oficial de vacinação do Ministério da Saúde apresenta algumas vacinas que devem ser
tomadas pelas crianças:
ƒ BCG (contra a tuberculose);
ƒ vacina contra a poliomielite;
ƒ tetravalente (contra tétano, difteria, coqueluche e meningite);
ƒ tríplice viral ou SRC (contra sarampo, rubéola e caxumba);
ƒ vacina contra a hepatite B.
Em alguns estados, é acrescentada a vacina contra a febre amarela.
As vacinas são aplicadas em idades específicas, algumas são administradas em determinadas épocas do ano e a
maioria é feita com mais de uma dose, em períodos diferentes, para reforço.
Pesquise sobre as questões a seguir em livros, na internet, na secretaria de saúde da sua região ou no Ministério
da Saúde. Escreva as respostas em seu caderno e discuta com o professor e os colegas.
ƒ Qual a idade em que as crianças devem receber cada uma das vacinas?
ƒ Como a população é avisada sobre as vacinações?
ƒ Por que, em alguns casos, apenas pessoas de determinadas idades necessitam se vacinar contra uma doença
específica, e não toda a população?
ƒ Quais das doenças evitadas por essas vacinas são causadas por vírus?
ƒ Em sua cidade, mesmo com a vacinação, ainda existem casos de alguma dessas doenças?
ƒ E você, já tomou todas as vacinas necessárias? Consulte sua carteira de vacinação e verifique se está tudo em
dia.

46 8º. ano – volume 3


O que Aprendi

©Fabio Colombini
1. Leia o texto e responda aos itens a seguir.

um nome científico: Tolypeutes tricinctus. Esse nome, mesmo que


difícil, é único. Dessa forma, em qualquer lugar do planeta os pesqui-
sadores saberão que se trata do tatu-bola. 500 ccm
m

NOMES científicos. Disponível em: <https://escolakids.uol.com.br/ciencias/nomes-cientificos.htm>. Acesso em: 27 set. 2019.

a) Identifique o nome da espécie citada no texto e assinale, entre as opções abaixo, a espécie mais semelhante, justifican-
do sua resposta.
( ) Dasypus novemcinctus ( ) Priodontes maximus ( X ) Tolypeutes matacus
O mesmo gênero indica que ambas estão no mesmo grupo, sendo, portanto, mais semelhantes entre si.

b) Indique qual é o domínio e o reino aos quais todas as espécies de tatu pertencem.
Domínio: Eucarya, grupo dos eucariontes Reino: Animalia ou dos animais
2. Taxonomia é a ciência que estuda a classificação dos seres vivos. Analise a classificação apresentada na tabela e complete os
reinos e os gêneros aos quais cada ser vivo pertence. Depois, compare o parentesco entre eles e responda às questões propostas.
©Shutterstock/Tim Abeln

©Shutterstock/
Mirek Kijewski

©Shutterstock/Jearu

©Shutterstock/
WAYHOME studio
90 cm
7 cm
c

90

00,7
,77 ccm
m

Mosca comum Cogumelo Suçuarana Ser humano


Reino Animalia Fungi Animalia Animalia

Filo Arthropoda Basidiomycota Chordata Chordata

Classe Insecta Agaricomycetes Mammalia Mammalia

Ordem Diptera Agaricales Carnivora Primates

Família Muscidae Physalacriaceae Felidae Hominidae

Gênero Musca Armillaria Puma Homo

Espécie Musca domestica Armillaria ostoyae Puma concolor Homo sapiens

a) Quais dos seres têm maior parentesco entre si? Por quê?
A suçuarana e o ser humano, porque pertencem à mesma classe.

b) Por que o cogumelo não pertence ao mesmo reino que os demais seres mostrados no quadro?
Porque não é um animal, mas um fungo. Eucarionte, heterótrofo por absorção, com parede celular em suas células.

c) Até qual categoria de classificação o ser humano e a suçuarana têm as mesmas características?
Até a classe.

ciências 47
3. Em uma avaliação, um aluno afirmou que, sem as bactérias e os fungos, os ciclos de nutrientes e as cadeias alimentares
provavelmente não ocorreriam na natureza, comprometendo o desenvolvimento dos seres vivos. Você concorda com ele?
Justifique sua resposta.
Sim. As bactérias e os fungos auxiliam na reciclagem dos nutrientes nas cadeias alimentares e nos ecossistemas. Sem eles, esses

nutrientes ficariam retidos nos corpos dos seres vivos e não retornariam ao solo ou à atmosfera.

4. Leia a reportagem e assinale a alternativa correta.

De onde vem o oxigênio que respiramos?


A Amazônia recebeu o título de “pulmão do mundo” injustamente. Somadas, as espécies
de X marinhas e de água doce produzem 55% do Y do planeta. É claro que as florestas dão
uma grande ajuda, mas boa parte do gás é consumida por lá mesmo, na Z e na decomposi-
ção de animais e plantas.

DE ONDE vem o oxigênio que respiramos? Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/de-onde-vem-o-


oxigenio-que-respiramos/>. Acesso em: 27 set. 2019.
X = algas; Y = oxigênio; Z = respiração.
a) X se refere às plantas, e Y, ao oxigênio. c) Y se refere ao oxigênio, e Z, à fotossíntese.
b) X se refere às algas, e Y, ao gás carbônico. X d) X se refere às algas, e Z, à respiração.

5. Sobre os fungos, assinale as alternativas corretas.


X a) Nos fungos, as células formam filamentos chamados de hifas, que crescem rapidamente e se espalham sobre o substra-
to para absorver o alimento.
X b) O conjunto de hifas forma o micélio, que é o corpo do fungo.

c) O micélio sempre se reorganiza para formar o cogumelo, estrutura responsável por absorver os nutrientes do ar.
X d) Após a reprodução, o cogumelo deixa de existir, mas o micélio no solo continua existindo e pode formar novos cogume-
los posteriormente.
6. (OBC) O ser humano tem travado batalhas constantes contra os vírus. Uma importante foi contra o vírus H1N1, que causa a
“gripe suína”. A respeito dos vírus, assinale a alternativa correta. OBC: Olimpíada Brasileira de Ciências.
a) Alguns deles possuem reprodução sexuada.
b) Os antibióticos só são eficazes contra alguns tipos.
c) Todos eles possuem o DNA e o RNA como material genético.
d) Atualmente existem vacinas contra todos os tipos.
X e) São todos endoparasitas celulares.

7. (PUC-Rio – RJ) Além da transmissão por mosquitos, o que existe em comum entre as seguintes doenças: zika, chikungunya,
febre amarela e dengue?
a) São causadas por vírus e bactérias. d) São transmitidas também por barbeiros e causadas
b) São causadas por vírus e protozoários. por vírus.
X c) Todas elas são causadas por vírus. e) São transmitidas também por barbeiros e causadas
por vírus e protozoários.

48 8º. ano – volume 3


Para ganhar o par de cartas, responda: qual é o principal Para ganhar o par de cartas, diga o nome da bactéria m
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órgão atingido pela bactéria causadora da tuberculose? causadora do cólera.
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©Shutterstock/Kateryna Kon
©Fotoarena/Science Photo Library
©Shutterstock/Neophuket

Tuberculose Tuberculose Cólera


Doença causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis. No século XIX, causou a morte de muitas pessoas. Doença comum em regiões sem saneamento básico, em que
Atinge principalmente os pulmões e é transmitida pela saliva. Hoje, a vacina BCG evita a doença. as pessoas ingerem alimentos e água contaminados.

Caixa
craniana
ciências

cerebrais

meninges
chamadas
Membranas
Cólera
Capítulo 6 – Página 35 – Jogo da memória com doenças bacterianas

Cérebro

que revestem o cérebro.


Meningite bacteriana
As bactérias atingem as membranas
Para ganhar o par de cartas, descreva a principal
medida preventiva contra a meningite bacteriana.

8º. ano – volume 3


principal sintoma é a desidratação causada pela diarreia.
A bactéria causadora dessa doença é a Vibrio cholerae. Seu

Divo Padilha. 2019. Digital. ©Shutterstock/Kateryna Kon

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Para ganhar o par de cartas, relate qual a Para ganhar o par de cartas, diga o nome das principais m
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relação entre ratos e leptospirose. bactérias causadoras da pneumonia.
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l a
de

Cavidade
Faringe
nasal
Laringe
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Traqueia
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Divo Padilha. 2019. Digital.


o

Pulmão
Pulmão esquerdo
direito

©Shutterstock/Tacio Philip Sansonovski


©Pulsar Imagens/Edson Grandisoli
Leptospirose Meningite bacteriana Pneumonia
Normalmente, a ocorrência da leptospirose está associada O contágio pode ocorrer por meio de gotículas de saliva. Por Os principais sintomas são tosse com secreção,
a enchentes, ocasião em que a população tem contato com isso, é importante evitar aglomerações e manter os ambientes dores torácicas, febre alta, calafrios, dores de ouvido
água misturada a dejetos. com muitas pessoas bem ventilados. e respiração curta e ofegante.
ciências

Pneumonia

Leptospirose
causadoras dessa doença.

normalmente parasita alguns ratos de esgoto.

8º. ano – volume 3


Doença causada pela bactéria do gênero Leptospira, que
As bactérias Streptococcus pneumoniae são as principais
Inflamação dos alvéolos pulmonares, com ou sem infecção.

©Shutterstock/Kateryna Kon ©Shutterstock/Kateryna Kon

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