Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Licenciatura em Geografia
Universidade Save
Xai-Xai
2022
Bonifácio Feliciano Nhantumbo
Universidade Save
Xai-Xai
2021
Índice
Introdução.........................................................................................................................................3
1.4.1 Conceito.................................................................................................................................13
1.4.2 Características........................................................................................................................14
Conclusão.......................................................................................................................................15
Bibliografia.....................................................................................................................................16
Introdução
O presente trabalho, visa essencialmente debruçar a cerca do meio ou espaço urbano e rural, onde
pretende-se abordar em torno das características dos meios urbano e rural, causas e problemas da
urbanização no mundo, origem da preocupação com os estudos da geografia urbana e a
gentrificação concernente ao conceito e características. Com isto, de acordo com a linha de
pesquisa1, enfatiza-se que os principais indicadores do que pode-se chamar desenvolvimento.
Neste sentido, em meio ao processo de modernização mundial, muitos passaram a acreditar que o
desenvolvimento está condicionado ao processo de urbanização, enquanto o meio rural é o
símbolo do atraso. Alguns estudiosos chegaram a afirmar que desenvolver o meio rural significa
urbanizá-lo.
Inerente aos objectos do mesmo, tem como intuito de compreender o meio urbano e rural, onde
pretende-se:
Conceituar o termo urbano e rural;
Caracterizar os meios (urbano e rural);
Mostrar as causas e problemas da urbanização no mundo;
1
https://www.unisc.br/site/sidr/2004/urbano/01.pdf - Acessado aos 13/08/2022, às 12:04
Apresentar a origem da preocupação com os estudos da Geografia Urbana; e
Descrever a gentrificação, concernente a conceitualização e caracterização.
Inerente à estruturação do trabalho em causa, está organizado em títulos e assim como subtítulos,
como forma de melhorar a percepção do leitor, onde abordar-se-iá sobre o conceito de urbano e
rural, as características dos meios: urbano e rural, causas e problemas da urbanização no mundo,
origem da preocupação com os estudos da geografia urbana e também da gentrificação, tangente
à conceitualização e caracterização.
Com isto, prende-se afirmar que os espaços urbano e rural inserem-se como diferentes expressões
materializadas no espaço geográfico, compreendidas por suas distintas dinâmicas económicas,
culturais, técnicas e estruturais. Embora componham meios considerados distintos, suas inter-
relações são bastante complexas. Por isso, muitas vezes é difícil separar ou compreender a
especificidade de cada um desses conceitos.
O conceito de espaço urbano segundo PENA (2022), designa a área de elevado adensamento
populacional com formação de habitações justapostas entre si, o que chamamos de cidade. Já o
conceito de espaço rural refere-se ao conjunto de actividades primárias praticadas em áreas não
ocupadas por cidades ou grandes.
No entanto, para além dessa definição simples e introdutória, é interessante perceber que rural e
urbano são, além de tudo, tipos diferentes de práticas quotidianas. Assim, podem existir práticas
rurais no espaço das cidades ou práticas urbanas no espaço do campo. Por exemplo: um cultivo
de hortaliças dentro do espaço de uma cidade (embora isso seja cada vez mais raro nos grandes
centros urbanos) é um caso de prática rural no meio urbano. Da mesma forma, a existência de um
hotel fazenda ou um resort (como Reff Resort da Praia da Cidade de Xai-Xai) em uma zona
afastada da cidade é um exemplo de prática urbana no meio rural.
Uma das principais diferenças entre urbano e rural está, assim, nas práticas socioeconómicas. O
espaço rural, como já dissemos, engloba predominantemente actividades vinculadas ao sector
primário (extrativismo, agricultura e pecuária), ao passo que o espaço urbano costuma reunir
actividades vinculadas ao sector secundário (indústria e produção de energia) e terciário
(comércio e serviços).
Outra diferença entre urbano e rural está na amplitude dos respectivos conceitos. Em termos de
escala, a abrangência espacial do meio rural é muito maior, pois ele reúne tantos as áreas
transformadas e cultivadas (espaço agrário) pelo homem quanto o espaço natural, pouco
transformado ou mantido totalmente sem intervenções antrópica. Por outro lado, a cidade,
embora possua uma maior dinâmica económica, apresenta-se em espaços mais circunscritos,
mesmo com o crescimento desordenado dos espaços urbanos na maioria dos países periféricos e
emergentes. Em termos de hierarquia económica, podemos dizer que, originalmente, o campo
exercia um papel preponderante sobre as cidades. Afinal, foi o desenvolvimento da agricultura e
da pecuária que permitiu a formação das primeiras civilizações e o seu posterior
desenvolvimento. No entanto, com o avanço da Revolução Industrial e as transformações
técnicas por ela produzidas, o meio rural viu-se cada vez mais subordinado ao urbano, uma vez
que as práticas agropecuárias e extractivistas passaram a depender cada vez mais das técnicas,
tecnologias e conhecimentos produzidos nas cidades. (PENA, 2022)
Actualmente, o urbano e o rural formam uma relação socioeconómica e até cultural bastante
ampla, muitas vezes se apresentando de forma não coesa e profundamente marcada pelo avanço
das técnicas e pelas transformações produzidas a partir dessa conjuntura. Nessa relação, o espaço
geográfico estrutura-se em toda a sua complexidade e transforma-se em reflexo e condicionante
das relações sociais e naturais, denunciando as marcas deixadas pelas práticas humanas no meio
em que se estabelecem."
1.1.As características dos Meios Urbano e Rural
A zona rural é, basicamente, o espaço do campo. É na zona rural onde as actividades produtivas
primárias acontecem: a agricultura, a pecuária, o extrativismo vegetal e mineral, e também a caça
e a pesca, por exemplo. A vida na zona rural é diferente da vida na zona urbana, especialmente
pelo tipo de actividade que acontece em cada uma delas. No entanto, as duas são amplamente
inter-relacionadas, o que significa que uma depende da outra para existir. Compreender o que é a
zona rural é uma possibilidade de conhecer a organização deste espaço e como suas dinâmicas
reflectem na sociedade. Além disso, a densidade demográfica das áreas urbanas é superior à
das zonas rurais. As pessoas que vivem nas cidades constituem a comunidade urbana.
O processo de urbanização mundial ocorreu de maneira diferenciada entre dois grandes grupos de
nações do globo. Nos países economicamente desenvolvidos, ele ocorreu por meio de um
desenvolvimento urbano lento e planejado. Esse cenário foi predominante em países como os
Estados Unidos e o Japão, e ainda diversas nações da Europa. Desse modo, mediante políticas de
planeamento urbano e melhores condições de trabalho e renda, a urbanização nessas regiões foi
muito importante para o desenvolvimento económico das cidades e para a melhoria da qualidade
de vida da população. Por sua vez, no grupo de países denominados emergentes e
subdesenvolvidos, as cidades passaram por um processo de crescimento urbano rápido e
desordenado. Elas não foram capazes de absorver o grande fluxo de migrantes provenientes das
áreas rurais, assim como muitos deles tiveram inúmeras dificuldades para encontrar emprego e
moradia. O processo de ocupação do território urbano de maneira desordenada contribuiu
directamente para o surgimento de grandes bolsões de pobreza, como as favelas e as ocupações
irregulares, e, ainda, gerou graves prejuízos ambientais, como a retirada da vegetação e a perda
do solo. Nos países subdesenvolvidos, a rápida e desordenada urbanização gerou um aumento das
ocupações irregulares, como as favelas. Na actualidade, mais da metade da população mundial é
considerada urbana. A industrialização vivenciada pelos países do globo em diferentes momentos
ao longo do último século foi uma das grandes responsáveis pelo atracão populacional para as
cidades. A urbanização é um processo contínuo e tem se acentuado nos últimos anos em países
mais pobres da Ásia e da África. As cidades, no mundo actual, concentram uma grande gama de
serviços e atraem populações em busca de uma melhor qualidade de trabalho e renda.
(https://www.preparaenem.com/historia/urbanizacao.htm - Acesado aos 11/07/2022 às 10:45)
Com isto, prende-se afirmar que A urbanização é marcada pela mecanização do campo e pelo
processo de industrialização das cidades, que gera mais empregos na área urbana. Diante desse
contexto, a principal causa da urbanização é a saída da população rural do campo rumo às cidades
em busca de melhores condições de vida. E a urbanização desordenada, que pega os municípios
despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série
de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a
favelização e a poluição do ar e da água.
A Geografia urbana é um ramo da Geografia que estuda as áreas urbanas e seus processos de
produção do espaço urbano. Ou seja: enquanto fenómeno geográfico, a urbanização se apresenta
como um conjunto de processos coordenados pela acção humana e cuja complexidade exige
grande aprofundamento dos pesquisadores com vistas a compreender como a cidade se produz e
reproduz, como compreende um todo ao mesmo tempo homogéneo e heterogéneo (os espaços
urbanos são, de modo geral, facilmente reconhecíveis na paisagem, porém cada espaço urbano
apresenta suas especificidades, particularidades e singularidades), como as pessoas se inserem e
são inseridas neste espaço, acompanhando também os diferentes modos produtivos e as diferentes
urbanizações que produzem e todas as diferenciações de apropriação do espaço urbano que
ocorrem sob determinadas lógicas sócio espaciais, produzindo assim tecidos urbanos que se
complexificam à medida que são aprofundadas as relações produtivas no espaço. A Geografia
Urbana está ligada directamente ao processo de desenvolvimento de uma cidade, onde podemos
observar vários aspectos físicos que ao longo do tempo foi modificado pelo homem, por sua
acção directa na natureza. O que antes era um lugar de grande vegetação está dando espaço a
grandes construções. A Geografia Urbana está ligada a todos os processos de transformações que
ocorrem no meio urbano. (Abreu, 2010)
Geografia urbana é a área da geografia humana que estuda as cidades, sua origem, crescimento,
desenvolvimento e o entorno. Ou seja, estuda o espaço urbano e tudo o que ocorre dentro dele. É
considerado um termo transversal e multidisciplinar porque abrange os aspectos sociais,
antropológicos, económicos, físicos e históricos. Por meio da geografia urbana conhecemos o
comportamento da população, sua reprodução social e das comunidades em geral. Isso quer dizer
que a geografia urbana é a responsável por estudar:
O crescimento da população
A organização dos territórios dentro da cidade
O desenvolvimento: se é ou não desigual
Os centros industriais
O comportamento dos espaços internos, que são as ruas, os bairros, parques, áreas
comerciais e áreas de desenvolvimento
Os estudos sobre a geografia urbana começaram a ganhar força a partir da Segunda Guerra
Mundial. Isso ocorreu porque houve intensa reorganização das cidades, que passaram a induzir
directamente os processos sociais, políticos e económicos.2
2
https://www.todamateria.com.br/geografia-urbana/ - Acessado aos 10/08/2022 às 14:15
1.4.1 Conceito
Gentrificação (do inglês gentrification) é o fenómeno que afecta uma região ou bairro pela
alteração das dinâmicas da composição do local, tal como novos pontos comerciais ou construção
de novos edifícios, valorizando a região e afectando a população de baixa renda local. Tal
valorização é seguida de um aumento de custos de bens e serviços, dificultando a permanência de
antigos moradores de renda insuficiente para sua manutenção no local cuja realidade foi alterada.
Esse processo nos bairros populares e/ou degradados pode tornar-se um problema social de sérias
consequências quando a oferta de moradia a preços módicos é inexistente. "Mesmo que os
moradores desalojados não fiquem sem teto, a conversão de hotéis dilapidados em apartamentos
significa que haverá menos opções de habitação para os mais pobres e, se isso ocorrer em grande
escala, criará uma grande pressão nas já assoberbadas organizações de auxílio voluntário, de
caridade e provedores de assistência social. (SLATER, 2006)
O termo gentrificação surge pela primeira vez na década de 60 do século XX, na obra de Ruth
Glass, em referência às mudanças ocorridas na cidade de Londres, especialmente nas regiões
habitadas pela classe operária, como Islington. A palavra gentrification, incorporada em nosso
vocabulário como gentrificação, surge de uma observação feita por Glass do processo de
renovação de certas áreas da capital britânica na década de 60 do século XX, com a substituição
de moradores mais pobres por outros integrantes de classes mais altas. Em suas palavras: "One by
one, many of the working class quarters have been invaded by the middle class - upper and
lower ... Once this process of 'gentrification' starts in a district it goes on rapidly until all or most
of the working classoccupiers are displaced and the whole social social character of the district is
changed" (GLASS, 1964, p.27).
Na definição dada por Glass para a gentrificação, esta corresponderia ao conjunto de dois fatores
observados em determinada área: (i) um processo de desalojamento de residentes pertencentes ao
proletariado, substituídos por grupos oriundos de classes sociais mais altas e (ii) um processo de
reabilitação física destas áreas. Desde então, o conceito de gentrificação foi problematizado e
aplicado a diversas situações de revitalização urbana pelo mundo, incluindo novas formas de
substituição social no território, novos atores e novos espaços (RÉRAT, 2010, p. 336)
1.4.2 Características
A principal característica da gentrificação segundo Cadernos (2014), é a ocupação pelos centros
das cidades pelas classes médias. Esse processo expulsa a classe baixa de forma directa e
indirecta, seja por meio de melhorias em infra-estruturas, comércios, habitações, equipamentos
públicos e serviços que aumentam o custo de vida, ou seja por expulsão directa, como
reintegração de posses.
Após uma investigação profunda do trabalho em causa, chegou-se a uma conclusão, segundo a
qual, a zona rural é o espaço clássico do campo, em que, as actividades desenvolvidas têm um
ritmo diferente das actividades da cidade. Existem problemas na zona rural, como a migração das
pessoas deixando o campo e indo para as cidades; fenómenos naturais como geada, granizo, seca
e chuvas em excesso; perca de nutriente dos solos, poluição dos rios e desmatamento. A zona
rural não é o contrário da zona urbana. São dois modos de vida e organização do espaço
diferentes, e que estão interligados, já que um depende do outro para existir.
Conclui-se ainda que, os estudos sobre a geografia urbana começaram a ganhar força a partir da
Segunda Guerra Mundial. Isso ocorreu porque houve intensa reorganização das cidades, que
passaram a induzir directamente os processos sociais, políticos e económicos.
Tangente a Gentrificação, conclui-se que, é o processo de revitalização dos espaços urbanos ou a
aparente substituição de paisagens de carácter popular por construções típicas de áreas nobres.
Trata-se de um processo em que o espaço geográfico urbano transforma-se e ressignifica-se,
sobretudo em função da valorização acentuada e do enobrecimento de uma área antes
considerada periférica. Muitas vezes, as áreas periféricas de uma cidade formam-se de maneira
não planejada, seja através de invasões, seja através de uma expansão descontrolada de
loteamentos imobiliários em áreas afastadas. Esses locais, quase sempre sem infra-estrutura
básica (como saneamento, asfalto e transporte público de qualidade), sofrem pela sua distância
em relação aos principais centros urbanos da cidade.
Bibliografia
Abreu, Maurício de Almeida (2010a). Evolução Urbana do Rio de Janeiro. 4. ed., 2. imp. Rio de
Janeiro: Instituto Pereira Passos.
AMARAL, Ilídio, 1983. A cidade e o futuro. O proposto da explosão urbana mundial" Memórias
da Academia de Ciências de Lisboa. Secção de Letras, Tomo XXIII, Lisboa.
CADERNOS METRÓPOLE, v. 16, n.32. Desenvolvimento desigual e gentrificação na cidade
contemporânea. Observatório das Metrópoles, 2014.
GLASS, Ruth. Aspects of Change. London: MacGibbon&Kee, 1964.
Manuel G. Mendes de Araújo. Os Espaços Urbanos em Moçambique. GEOUSP Espaço e
Tempo, São Paulo, N° 14, pp. 165- 182, 2003
MATTEDI, Marcos A; THEIS, Ivo M. Cruzando fronteiras: conhecimento e interdisciplinaridade
na pesquisa em desenvolvimento regional. Redes- Revista do Mestrado em
Desenvolvimento RegionalUNISC. Interdisciplinaridade e desenvolvimento regional. Santa Cruz
do Sul: EDUNISC, v.7, p77, Maio/Ago. 2002.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Espaço urbano e rural"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/espaco-urbano-rural.htm. Acesso em 13 de
Agosto de 2022.
RÉRAT, Patrick et al. New Forms of Gentrification: Issues and Debates. Population, Space and
Place,n. 16, 2010. Disponível em: http:/www.interscience.wiley.com. Acesso em 10 de
Agosto de 2022.
SIEDENBERG, Dieter R. Desenvolvimento e disparidades socioeconómicas no Rio Grande do
Sul. Redes – Revista do Mestrado em Desenvolvimento Regional – UNISC.
Desenvolvimento e disparidades socioeconómicas no Rio Grande do Sul: Editora da
UNISC, V. 6, p. 7-40, Maio 2001. 177p.
SLATER, Tom. The downside of upscale. Los Angeles: Los Angeles Times, July 30, 2006.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gentrifica%C3%A7%C3%A3o
SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento económico. São Paulo: Atlas, 1993
VEIGA, José Eli da. Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula. Campinas,
SP: Autores Associados, 2002.