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CARACTERIZAÇÃO DA SUB-BACIA DO RIO MARIA PAULA E SEUS

ASPECTOS DE DETERIORAÇÃO DA PAISAGEM PELO


DESENVOLVIMENTO URBANO E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

Antônio Enágico Farias de Oliveira ¹, Cilene Daudt Vieira² , Wendel Alves Guimarães³
1
Geografia/UERJ/FFP, enagioo@hotmail.com
2
Geografia/UERJ/FFP, cilenevieira95@gmail.com
3
Geografia/UERJ/FFP, wendelgeografiaffp@gmail.com

RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo formular a problemática degradação ambiental no
município de São Gonçalo –Leste metropolitano – RJ, visando destacar a analise em primeiro
plano sobre aspectos sociais e tendo o homem como um agente transformado da paisagem, em
segundo plano analisar a dinâmica fluvial, sua caracterização e modificação como um sistema
hídrico. As bacias hidrográficas servem para compartimentação topográfica do relevo, permitindo
a classificação das sub-bacia que compõem o sistema hidrográfico, segundo sua dinâmica
geomorfológica. Em termos de dinâmica hidrológica essas sub-bacias podem possuir diferentes
significados para o escoamento das águas, de acordo com parâmetros controladores da eficiência
do processo de drenagem, tais como gradiente e densidade de drenagem.
Palavras-chaves: Degradação ambiental; São Gonçalo; Paisagem; Bacias hidrográficas.

ABSTRACT
The Present Work HAVE FOR formulate objective as problematic environmental
degradation in São Gonçalo metropolitan -Leste - RJ to highlight an analysis with Focus on Social
aspects and tendon Man As hum agent transformed the landscape in Background analyze the
fluvial dynamics , YOUR characterization and modification As hum water system . How
Watersheds serve paragraph compartmentalization topographic relief , allowing a classification of
sub- basin Making up the hydrographic system , Second YOUR geomorphological dynamics . In
hydrologic dynamics of these sub- basins TERMS MAY have different meanings for the flow of
water , of According to parameters controlling the efficiency of the drainage process , such as
gradient and drainage density .
Keywords: Environmental degradation; Sao Goncalo; Landscape; Watersheds.

INTRODUÇÃO
O Munícipio de São Gonçalo está localizado na porção sudoeste do Estado do Rio de
Janeiro, fazendo fronteira a Norte e a Leste com o município de Itaboraí, a Sudeste com o
município de Maricá, a Sul com o município de Niterói e a Oeste encontra-se a Baía de
Guanabara. (Figura 1). De acordo com a estimativa populacional do IBGE em 20131 o
munícipio possuía 1.025.507 habitantes divididos em uma extensão territorial de 247,709
Km², configurando uma densidade demográfica de 4.035,90 hab./Km².

Figura 1 – Localização da área de estudo da bacia hidrográfica do rio Maria Paula dentro do município de
São Gonçalo (Leste metropolitano do RiodeJaneiro).
Fonte:IBGE

Segundo Cunha (2012), os rios têm sido utilizados historicamente como vias de
acesso ao interior do continente, facilitando o crescimento de aglomerados urbanos e
áreas cultivadas, uma vez que a agua é um recurso fundamental para a sobrevivência
humana. Atualmente vivemos problemas que se tornaram rotineiros e constantes que se
faz presente nas cidades, centros e periferias tais problemáticas ocorre nos rios urbanos,
durante a formação e expansão das cidades onde os elementos naturais e humanos se
interpenetram tornando se evidente na ocupação que se fez presente e desenfreada nos
entornos dos rios. Um dos fatores nesta expansão é o desprezo pela vida dos rios onde
eles sofreram transformações drásticas em seus ambientes e na sua paisagem. Grande
parte dessas mudanças está associada à expansão territorial da urbanização, pois, a
sempre a necessidade de criação de novos espaços e com isso, a vegetação e os corpos
hídricos são vistos como problemas para urbanização.

A questão ambiental é uma das principais discussões que ocorrem em nosso dia-a-
dia. Neste debate, a água, tem a sua devida importância para o ser humano e a vida na
Terra, e recebe grande enfoque, visto que ações antrópicas mal planejadas geraram ao
longo dos anos um panorama preocupante, onde muitos dos antigos cursos hídricos se
encontram contaminados por esgoto, metais pesados, dentre outros elementos como
mostra a figura 2.

Figura 2 : Trecho do Rio Maria Paula.


Fonte : Arquivo pessoal

Tal contexto nos faz refletir sobre a percepção do estado de conservação das bacias
hidrográficas do munícipio de São Gonçalo – RJ em relação os córregos urbanos
municipais. Situado na porção leste fluminense e pertencente da Região metropolitana do
Estado do Rio de Janeiro, hoje se encontra com a maior parte de seus rios altamente
degradados.
No município de São Gonçalo – Leste metropolitano - RJ, onde se localiza a área de
estudo desta pesquisa encontram-se solos degradados em grande parte de suas
encostas, dificultando o processo de regeneração natural da cobertura vegetal que, na
maioria das vezes, se restringe a cobertura de gramíneas. Dessa maneira intensificam-se
os processos de assoreamento dos canais fluviais que drenam as baixadas adjacentes a
essas encostas, contribuindo fortemente para o problema das enchentes em área
urbanas.
Este trabalho, portanto, tem por objetivo debater a estruturação da paisagem na sub-
bacia do Rio Maria Paula. Os resultados dessa pesquisa fornecem subsídios para uma
pesquisa mais ampla, que busca compreender as transformações hidrológicas que se
operam nesta bacia. A importância desse trabalho também se justifica por contribuir com
o levantamento de dados científicos sobre o município de São Gonçalo que carece de
maior conhecimento sobre sua realidade ambiental.
O Rio Maria Paula encontra se no leste metropolitano, e tem sua formação pela
junção dos rios Sapê e Pendotiba no bairro de Maria Paula, pouco antes de sua
passagem sob a ponte da estrada do rio do Ouro. Também recebe as águas da bacia do
rio Muriqui que, por sua vez, tem como afluente o córrego do Jardim América, na figura 3
mostra de forma simplória a extensão da sub bacia do rio Maria Paula .

Figura 3– área total do Rio Maria Paula.


Fonte: ANA, interface SNIRH.

OBJETIVOS
A área de estudo compreendesse ao município de são Gonçalo, onde se observa
uma situação deplorável em relação aos rios que passam sobre o município sabemos,
entretanto ser possível a preocupação isolada ao rio de uma determinada região, pois são
partes espaciais que compõem a paisagem geográfica são eles mostra reais aqueles que
fazem uso agem de forma irresponsável sobre seu uso.
O trabalho se substância na Degradação Ambiental do Rio Maria Paula em
decorrência da evolução urbana e ocupação concentrada em suas margens sem nenhum
planejamento socioambiental feito pela prefeitura do município. Tendo como destacando
os fatores geológicos, geomorfológicos, pedológicos, climáticos e a paisagem natural que
compõem a área de estudo, pretendendo evidenciar os aspectos físicos, relacionados
como o Rio em questão.
Monteiro (2004) considera a “cidade” um tema excepcional, pois é onde os
componentes naturais e sociais se interpenetram. Ocorrem intensas mudanças no uso do
solo e, no caso de bacias hidrográficas, pode levar a uma profunda descaracterização dos
seus componentes (planície de inundação, leito, encostas e mananciais). O processo
histórico de ocupação da área é relato de maneira que se compreende a evolução urbana
e as consequências negativas e positivas do progresso numa região suburbana do Rio de
Janeiro .

METODOLOGIA

A denominação de bacia ou sub-bacia se deu através dos seguintes critérios: curva


topográfica, canal de drenagem principal, área dentro do município e afluentes e área do
rio de segunda ordem em relação ao rio principal. Além disso, antes das incursões a
campo, foi realizada análise preliminar das condições de ocupação e uso do solo, das
áreas visitadas através da imagem satélite Quickbird colorida, com resolução de 61
centímetros, para a delimitação, foi realizado através do site da ANA, na interface SNIRH,
Corpos hídricos superficiais e dominialidade, abrimos de forma simplória o mapa de são
Gonçalo para identificar a extensão da bacia.
A delimitação das bacias e os diagnósticos fazem parte da pesquisa sobre a
Redução de Risco de Inundação e Deslizamento do Município de São Gonçalo. Esse
estudo que ainda esta em andamento é abordado um contexto geral da bacia de estudo
com ênfase em recursos hídricos seguido dos fatores condicionantes das inundações em
bacias hidrográficas urbanas, bem como apresentadas algumas alternativas mitigadoras
através de estudos realizados pela Universidades e em particular da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro campus São Gonçalo (FFP), que desenvolvem constantes
trabalhos sobre a região. Para a realização da pesquisa, inicialmente, foram realizadas
pesquisas e discussões bibliográficas para o entendimento das bacias hidrográficas com
foco na hidrologia urbana, e a busca de dados e informações sobre a área de estudo
abordando as políticas públicas para rios urbanos, tendo como estudo de caso, o
município de São Gonçalo.

RESULTADOS

As analises e investigações ainda estão em desenvolvimento, a seguir é descrita


a caracterização desta bacias hidrográficas, que podemos considerar uma sub bacia que
compõem o município de São Gonçalo, seguida dos resultados e discussão dos dados
existentes ainda em analise, a fim de subsidiar as conclusões e recomendações
propostas. O perfil de suas margens modificou-se bastante com o crescimento
populacional do bairro, porém há ainda uma pequena vegetação no seu entorno. Sem
estações de tratamento de esgoto, o curso d'água acaba servindo também de coletor de
material in natura proveniente de valas a céu aberto ou de redes primárias de loteamentos
e condomínios e ainda o agravamento devido a expansão das moradias em direção ao
rio. como mostra na figura 4.

Figura 4. Expansão da ocupação no trecho do Rio Maria Paula


Fonte: arquivo pessoal.
.
O Rio Maria Paula assim como todos os rios do município sofrem intenso processo
de assoreamento e recebem grande carga de esgotos domésticos. A degradação
ambiental que é notada nos rios, também é percebida em outros ambientes, pois se pode
dizer que a formação do espaço geográfico nesta região se deu de forma bem parecida
com outras regiões do nosso país. Dando-se pela exploração dos seus recursos naturais,
exploração e erradicação dos povos que ali habitavam implantação de grandes
monoculturas até o esgotamento de seus solos, a exploração escrava do negro nos
engenhos de açúcar, o uso impróprio de encostas e desmatamento, poluição de seus rios,
entre outros.
. A cidade é um espaço, e atualmente culpabilizam a enchente como desculpa para tais
eventos de cheias sendo que a enchente é um fenômeno natural, esquecem-se dos
dejetos de anos e anos e vários outros detritos que chegam pelas enxurradas e a
intervenção urbanística que acabaram deixando os córregos retos aumentando a
velocidade deles e propiciando uma incidência maior de enchente. Os cursos de água
ficam escondidos, canalizar tornou se uma política pública como se pode observa nas
ultimas décadas, essa foi à solução cabível encontrada para a falta de saneamento mau
cheiro e evitar as enchentes intervenções que alteraram a paisagem.
As principais fontes de poluição dos rios, lagos, ribeirões , águas superficiais e
subterrâneas, são as águas residuais resultantes da indústria, da agricultura e das
atividades domésticas. As águas residuais estão carregadas de sais minerais,
substâncias não biodegradáveis, fertilizantes, pesticidas, detergentes e micróbios. Tornam
a água imprópria para abastecimento público e põe em causa a vida dos seres vivos que
habitam os rios, ribeiros e lagos.

CONSISERAÇÔES FINAIS

A pesquisa de caráter descritivo e exploratório teve como objeto de estudo a bacia


do Rio Maria Paula que pertence ao município de São Gonçalo, pertencente à Bacia
Hidrográfica do Rio Alcântara. O Rio Maria Paula assim como todos os rios do município
sofrem intenso processo de assoreamento e recebem grande carga de esgotos
domésticos.
A impermeabilização do solo nas bacias hidrográficas estudadas ocasiona a
sobrecarga no sistema de drenagem urbana, potencializando as inundações no município
de São Gonçalo. Tais problemas são agravados pela falta de infraestrutura e de recursos
financeiros, além da ocupação desordenada e dos hábitos inadequados de descarte de
resíduos nos rios e encostas, e ligações clandestinas de esgoto na rede pluvial. Reverter
tais processos de degradação ambiental tem custo elevado e, no caso do município
estudado, por ser dependente de verbas de arrecadação próprias e do repasse do
Estado, pode limitar a sua ação na busca de soluções mais adequadas.
Devido à diversidade e complexidade das questões abordadas, o diálogo entre as
diferentes esferas da administração deve ser reforçado para equacionar os problemas,
buscar as soluções e priorizar os investimentos considerando-se as condições ambientais
e as demandas sociais, uma vez que as responsabilidades, os impactos e os custos para
a sua mitigação são partilhados por toda a sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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