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-DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL: A TEORIA DE FREUD –

 Sigmund Freud, o fundador da Psicanálise, afirmou que o comportamento


humano é orientado pelo impulso sexual, que ele chamou de libido, palavra
latina, feminina que significa prazer. Esse impulso sexual que se manifesta no
bebê – como pode ser comprovado pela observação direta de crianças e pela
análise clínica de crianças e adultos, bem como pela similiraridade das
manifestações do impulso sexual entre elas e o adulto: beijos, carícias, olhares,
exibições etc. As descobertas de Freud sobre a sexualidade infantil
provocaram grande espanto na sexualidade conservadora do final do século
XIX, visto que até esta época a criança era vista como um símbolo de pureza,
um ser assexuado.
Ao longo dos tempos, a sociedade vem, pouco a pouco, familiarizando-se e
compreendendo as diferentes formas de expressão da sexualidade infantil. 
Sexualidade esta que evolui, segundo Freud, de acordo com etapas de
desenvolvimento que ele denominou de fase oral, anal, fálica, latência e
genital.
Embora as características de cada uma destas fases estejam amplamente
difundidas nos meios de comunicação, de tal forma que os pais possam
reconhecer as manifestações desta sexualidade em seus filhos, persistem
ainda muitos equívocos na forma como eles lidam com esta questão.
É comum encontrarmos pais que se espantam ao se defrontarem com seus
filhos a masturbarem-se, ou que explicam com meias verdades as clássicas
perguntas infantis sobre a origem dos bebes.
A sexualidade na criança nasce masculina - feminina, macho ou fêmea,
futuramente que será homem ou mulher. Entram fatores culturais para modelar.
Devemos entender que Freud se referia à relação da criança com seu próprio
corpo e não da relação com outra pessoa. Freud dizia que a busca do prazer é
uma forte motivação para o comportamento das pessoas. O foco dessa fonte
de prazer muda de acordo com a fase em que a criança está.
Durante a infância ocorre desenvolvimento de jogos corporais onde as
crianças vão-se descobrindo e amadurecendo.
A sexualidade é reconhecida como um instinto com o qual as pessoas nascem
e que se expressa de formas distintas de acordo com as fases do
desenvolvimento que são:

Fase Oral – dos 0 aos 12 meses 

Durante o primeiro ano e meio de vida, aproximadamente, os lábios, a boca e a


língua são os principais órgão de prazer e satisfação da criança; seus desejos
e satisfações são orais. O principal objeto de prazer nesta fase é o seio da mãe
que além de alimentar proporciona satisfação ao bebê. É a fase de
reconhecimento do externo. Essa afirmação baseia-se na análise clínica de
crianças de mais idade e de adultos, é possível também observar a importância
para crianças dessa idade e mesmo mais velhas, dos atos de sugar, de
colocar objetos na boca e de morder como fonte de prazer.  
Cores primárias e vibrantes despertam a atenção das crianças nessa fase.
Comportamento oral incorporativo: Ingerir.
Comportamento oral agressivo: Morder e Cuspir.
Fase Anal - dos 12/18 meses aos 3 anos

A criança passa a adquirir o controle dos esfíncteres.


A zona de maior satisfação é a região do ânus. Por isso a região anal torna-se
o centro de experiências frustadoras e compensadoras.
A criança descobre que pode controlar as fezes que saem de seu interior,
oferecendo-as à mãe ora como um presente, ora como algo agressivo. É nesta
etapa que a criança começa a ter noção de higiene. Ela começa a ter noção de
posse e quer pegar os objetos, tocá-los e ver que aquilo faz parte de algo fora
do limite do seu corpo. Os pais aprovam e recompensam a criança por uma
defecação no local e no momento adequado e procuram desestimular a mesma
atividade em circunstâncias inadequadas. Sensações de prazer e desprazer
associam-se tanto com a expulsão como Com a retenção das fezes. Esse é um
processo de maior interesse por parte das crianças.

Fase Fálica - dos 3 aos 7 anos

Por volta do final do terceiro ano de vida, o papel sexual principal começa a ser
assumido pelos órgão genitais e, em regra, é por eles mantido até a vida
adulta. A criança apresenta um forte comportamento narcisista, de
representação de si, onde cria uma grandiosa imagem de si mesma.
Inicialmente a criança imagina que tanto os meninos quanto as meninas
possuem um pênis. Ao serem defrontadas com as diferenças anatômicas entre
os sexos, as crianças criam as chamadas "teorias sexuais infantis", imaginando
que as meninas não tem pênis porque este órgão lhe foi arrancado (complexo
de castração). As meninas vêem-se incompletas (por causa da ausência e
conseqüente inveja do pênis). Durante esse período, a criança deseja ver os
genitais das outras crianças, algumas pedem para ver, bem como mostrar
os seus. Sua curiosidade e exibicionismo, naturalmente incluem outras partes
do corpo. Neste período surge o complexo de Édipo, no qual o menino passa a
apresentar uma atração pela mãe e a se rivalizar com o pai, e na menina
ocorre o inverso. É nesse período que a criança se interessa também pelo
papel que o pai desempenha na procriação, pelas atividades sexuais dos pais,
pela origem dos bebês – temas freqüentes de suas fantasias.
Nesse sentido, as repreensões e punições sobre os interesses e atividades
sexuais teriam efeito negativo na posterior identificação sexual. De acordo com
a concepção freudiana, impotência sexual, frigidez, exibicionismo e
homossexualidade são considerados deficiências do ego derivadas do período
fálico.

Fase de Latência - dos 7 aos 12 anos

Este período tem por característica principal um deslocamento da libido da


sexualidade para atividades socialmente aceitas, ou seja, a criança passa a
gastar sua energia em atividades sociais e escolares. É o investimento no
outro, em coisas do exterior. É chamada de latência porque os impulsos são
impedidos de se manifestar. Nesta fase aparecem na criança barreiras
mentais, impedindo as manifestações da libido, Freud identificou essas
barreiras como repugnância, vergonha, e moralidade. Esta é uma época nítida
separação entre meninos e meninas e de rivalidade entre os dois grupos.
- Genital - a partir dos 12 anos –

Neste período, que tem início com a adolescência, há uma retomada dos
impulsos sexuais, o adolescente passa a buscar, em pessoas fora de seu
grupo familiar, um objeto de amor. A adolescência é um período de mudanças
no qual o jovem tem que elaborar a perda da identidade infantil e dos pais, da
infância, para que pouco a pouco possa assumir uma identidade adulta.
Ele procura se diferenciar do outro, ao mesmo tempo em que procura se inserir
num grupo com estilos e gostos próprios.
 
O período da latência culminará, em seu fecho na fase da organização
sexual completa, selada pela puberdade, por volta dos 11 a 12 anos de idade.

Aqui o sujeito busca objeto sexual fora de si, ou seja, almeja satisfazer
suas pulsões sexuais com alguém do sexo oposto, a menos que ocorra o que
Freud denomina inversão. Ordinariamente todo objeto sexual busca um alvo
sexual, que, para não ser caracterizado com perversão deverá resultar no
coito, daí a importância desta fase de genitalização respeitando as diferenças
anatômicas.

Em arremate, por conta dessa emergência dos desejos sexuais


genitalizados, não mais representados como pulsões parciais, é que faz com
que o jovem, de um lado, sinta-se como dominante de seus desejos e, por
outro, como um meio termo entre a condição de criança e a de púbere,
culminando em alterações de humor, em vontade de transgredir a lei, etc.
Apegando-se mais ao grupo do que à família, porque, nesta última não sente,
em regra, o apoio e a auto afirmação necessários, conquanto entre os "amigos"
ele se identifica em plenitude (um se torna igual ao outro) e, em regra, a
linguagem e os gostos são semelhantes, dado o menor grau de interditalidade
de condutas.

REFERÊNCIAS

Guimarães –Célia Silva –Pontos Psicologia do Desenvolvimento 1ª


edição. Ed.Ática – São Paulo ,1997.

Book, Furtado e Teixeira- Psicologias- Uma introdução ao estudo da


Psicologia Ed. Saraiva São Paulo, 1999.

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