Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ROOSEVELT MATTEI
São Paulo
2011
2
ROOSEVELT MATTEI
Orientador:
Prof. Msc. Isaac Eduardo Pinto
São Paulo
2011
3
MATTEI, Roosevelt
ROOSEVELT MATTEI
São Paulo
2011
5
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a DEUS por ser a base das nossas conquistas e nossas
vidas.
Ä minha querida mãe, esposa e aos meus filhos Rodolfo e Victor que tiveram que
entender meu isolamento e que por muitas vezes sacrifiquei o tempo de convívio
para concluir este trabalho. Obrigado pela compreensão, força e incentivo.
RESUMO
ABSTRACT
Constitute essential conditions constitute: the security, the regularity and the
efficiency of Civil Aviation. These conditions, mainly the security, have been
threatened for a variety of torts, as for example, the greater attempted against
terrorist occurred in the United States in 11 of September of 2001, making with that
authorities and the airport administration were more alert and worried for a hard
reality: the existing security not yet was the sufficient.
It is part of this paper, identify and demonstrate the types of physical barriers of
protection normally used in the brazilian airports, as well as its application in the
systems of airport security, considered in the implantation, project, and construction
of aerodromes and airports. Will be presented its constructive characteristics, the
methods and procedures employed for execution of these barriers as well as the
guidelines and some recommendations established for the INFRAERO, ANAC and
for the ICAO for its implantation. We conducted a case study in the International
Airport of Sao Paulo/Guarulhos-Governador André Franco Montoro, presenting
details about the models of implanted fences, analysis and evaluation of the same
with respect to the terrestrial fauna. The continuous improvement of the airport
security has that to be always a to be reached objective, having to be enclosed also
in this context more detailed studies and enhanced in the implantation of the security
and protection barriers, mainly in operational areas of airport, having in view being of
paramount importance to airport security.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
1.1 OBJETIVO ...................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 17
1.3 METODOLOGIA ............................................................................................. 17
1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .................................................................. 18
1.5 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 19
2 SEGURANÇA OPERACIONAL EM AEROPORTOS .................................... 21
2.1 CONCEITOS: PERIGO, RISCO, ACIDENTE E INCIDENTE .......................... 24
2.1.1 Perigo e riscos ................................................................................................ 24
2.1.2 Acidente e incidente ....................................................................................... 25
2.2 ESTATÍSTICAS SOBRE ACIDENTES E INCIDENTES NA AVIAÇÃO........... 27
3 BARREIRAS DE PROTEÇÃO ....................................................................... 31
3.1 FATORES BÁSICOS PARA IMPLANTAÇÃO DAS BARREIRAS ................... 33
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS BARREIRAS ............................................................. 35
3.2.1 Classificação genérica .................................................................................... 35
3.2.2 Classificação específica.................................................................................. 36
3.3 TIPOS E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DAS BARREIRAS .................. 37
3.3.1 Cercas e portões ............................................................................................ 37
3.3.2 Muros .............................................................................................................. 42
3.3.3 Concertinas..................................................................................................... 43
3.3.4 Guaritas .......................................................................................................... 44
3.3.5 Cancelas e dilaceradores de pneus ................................................................ 45
3.3.6 Construções e obstáculos............................................................................... 45
3.3.7 Arruamento perimetral .................................................................................... 46
3.3.8 Zonas livres .................................................................................................... 46
3.3.9 Barreiras naturais ........................................................................................... 47
3.3.10 Barreiras eletrônicas ....................................................................................... 48
3.3.11 Placas e cartazes de advertência ................................................................... 48
3.4 DETALHES TÉCNICOS CONSTRUTIVOS .................................................... 48
3.4.1 Cercas e portões ............................................................................................ 48
3.4.2 Muros .............................................................................................................. 49
13
3.4.3 Concertinas..................................................................................................... 50
3.4.4 Guaritas .......................................................................................................... 50
3.4.5 Dilaceradores de pneus e cancelas ................................................................ 52
4 ESTUDO DE CASO: CERCAS NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE
SÃO PAULO/GUARULHOS .......................................................................... 53
4.1 CERCAS DE PROTEÇÃO IMPLANTADAS NO AEROPORTO ..................... 54
4.2 CARACTERÍSTICAS DAS CERCAS .............................................................. 57
4.3 ANÁLISE DE OCORRÊNCIAS COM FAUNA TERRESTRE .......................... 62
4.4 AVALIAÇÃO DE RISCOS ............................................................................... 65
4.4.1 Situação das cercas ....................................................................................... 65
4.4.2 Avaliação de riscos em operações aeroportuárias ......................................... 67
4.4.3 Avaliação de riscos – cercas do aeroporto ..................................................... 71
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 76
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 80
GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 83
14
1 INTRODUÇÃO
Várias ocorrências são registradas por dia em aeroportos de todo o mundo, desde
tentativas de atos ilícitos, como embarque de artefatos explosivos, até acidentes na
pista envolvendo equipamentos de rampa, operadores, fauna terrestre e aviária, e
até mesmo pessoas.
Os acessos às dependências dos aeroportos são efetuados por meio dos terminais
de passageiros ou de cargas, onde pessoas passam pelos detectores de metais e
todos os seus objetos ou bagagens por equipamentos de inspeção (raio X), e até
mesmo revistas pessoais. Objetos considerados de riscos à integridade física,
(armas de fogo, facas, tesouras, etc.), como também os que colocam em risco a
integridade do vôo, (isqueiros, materiais inflamáveis ou explosivos, etc.) são
proibidos de serem embarcados (ICAO, 2002).
De acordo com Costa (2007), não existe segurança absoluta, sendo impossível
cobrir com total eficiência todos os possíveis riscos. Por essa razão, antes de decidir
que medidas de proteção sejam adotadas, deve-se identificar quais são os riscos
que se corre ou os riscos prováveis.
1.1 OBJETIVO
1.3 METODOLOGIA
1.5 JUSTIFICATIVA
A ICAO (2004) estabelece como norma que os aeroportos internacionais devem ser
submetidos a um processo de certificação.
Segundo Bellini (2008), os acidentes e incidentes que ocorrem durante o vôo são,
em geral, bem notificados e investigados. Entretanto, os acidentes em terra nem
sempre recebem o mesmo nível de atenção. Acidentes menores e incidentes podem
não ser comunicados à gerência do aeroporto pelos operadores, locatários e
prestadores de serviços sediados no aeroporto. Esses acidentes e incidentes
menores podem ser solo fértil para acidentes mais sérios.
Webster (2001) definiu que: “O perigo é a situação que contém uma fonte energia ou
de fatores fisiológicos e de comportamento/conduta que, quando não controlados,
conduzem a eventos/ocorrências prejudiciais/nocivas”.
Quando não se tem o controle sobre um determinado risco, pode-se ter como
consequência a ocorrência de danos, ocasionando perdas tanto humana, material,
25
Pode-se concluir que nem todos os riscos podem ser eliminados, e nem todas as
medidas imagináveis de mitigação de riscos são economicamente factíveis. O
conceito de risco está associado a uma falha do sistema e consequente
potencialidade de danos. Portanto, o risco pode ser definido objetivamente, ou seja,
o risco representa a probabilidade de ocorrência de um evento indesejável. Os
conceitos de perigo, risco e segurança estão severamente relacionados entre si.
Acidente, sob a ótica da prevenção, pode ser definido como sendo uma ocorrência
não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo
normal de uma atividade; ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos
trabalhadores e/ou danos materiais (VIEIRA, 2005).
a) Acidente Aeronáutico
b) Incidente Aeronáutico
O perfil dos tipos de acidentes da aviação geral pode ser observado através da
análise dos dados constantes da figura1.
Com referência aos dados relativos à colisão com animais, a figura 4 apresenta a
evolução dos reportes dessas colisões nos últimos dez anos. As análises relativas a
estes dados estatísticos poderão ser verificadas, com maiores detalhes, no
Programa de Controle do Perigo Aviário e Fauna no Brasil (PCPAB).
30
3 BARREIRAS DE PROTEÇÃO
Art. 38. A CSA aprovará os limites e as barreiras de proteção física das ARS
designadas.
As barreiras físicas podem ser usadas para impedir e atrasar o acesso de pessoas
não autorizadas em zonas restritas dos aeroportos. Estas estruturas são geralmente
permanentes e se destinam a ser um impedimento visual e psicológico, como
também uma barreira física. Em muitos casos, elas também servem para atender
aos requisitos de segurança. Sempre que possível, cercas de segurança, ou outras
barreiras físicas devem ser alinhadas com os limites da área de segurança.
De acordo com a TSA (2010), cercas de segurança, por exemplo, são o meio mais
comum de assegurar um perímetro de um aeroporto. Elas podem variar no design,
altura e tipo, dependendo das necessidades de segurança local.
33
a) Grau de proteção
b) Fatores de influência
localização geográfica;
tamanho da área;
natureza e sensibilidade da área;
situação sócio-econômica da área;
possibilidade de apoio interno e externo para combater o agressor;
vulnerabilidade a danos, roubos, atentados e dos meios de controle;
disponibilidade de recursos financeiros e materiais;
limitações impostas pelas características físicas das instalações;
34
d) Outras considerações
Verifica-se, portanto, que o nível de proteção oferecido por uma barreira estrutural
ou artificial de segurança dependerá de sua altura, de sua construção, dos materiais
36
a) Barreiras patrimoniais/perimetrais
c) Barreiras operacionais
8.4 Cercas
Aplicação
8.4.1 Recomendação – Uma cerca ou outra barreira adequada deveria ser
disponibilizada em um aeródromo para evitar a entrada de animais com
tamanho suficiente para representar um perigo às aeronaves na área de
movimento.
Nota 1 – Isso inclui o bloqueio de canais, esgotos, dutos, túneis etc. onde for
necessário para evitar o acesso.
Nota 2 – Podem ser exigidas medidas especiais para evitar o acesso de
pessoas não autorizadas à pista de pouso e decolagem ou pista de táxi que
passem sobre vias públicas.
Localização
8.4.4 Recomendação – A cerca ou barreira deveria estar localizada de
modo a separar a área de movimento e outras facilidades ou zonas do
aeródromo, vitais para a operação segura de aeronaves, das áreas livres ao
acesso público.
Estabelece também a inclusão de alguns recursos básicos nas cercas que melhoram
a segurança:
Pode-se verificar que cercas são de baixa manutenção, fornecem uma clara
visibilidade de patrulhas de segurança, e estão disponíveis numa variedade que
pode ser instalado em praticamente qualquer ambiente.
De acordo com TSA (2010), nos aeroportos essas barreiras objetivam também
alertar as pessoas sobre a presença na área de operações aeroportuárias. Em
qualquer caso, as cercas não vão desencorajar um determinado intruso. Pode servir
para alertar a gerência do aeroporto da presença de pessoas não autorizadas.
40
a) Cercas Patrimoniais/Perimetrais
b) Cercas Operacionais
1
área de movimento de um aeroporto, terrenos adjacentes e edificações, ou parte delas, cujo acesso
é controlado
41
3.3.2 Muros
Vantagens:
dificultam ou impedem a visão, a partir de áreas públicas, de operação
sensíveis que são realizadas nos pátios de aeronaves, como transporte de
valores, embarque de passageiros sob custódia, de autoridades, etc.;
diminui a possibilidade de intrusão por veículos;
ideal para áreas próximas aos pátios de aeronaves ou outra área sensível; e
são barreiras mais resistentes aos impactos do tempo e das intempéries.
Desvantagens:
dificultam a visão do lado oposto ao observador;
fácil transposição;
sua construção, além de onerosa, demanda tempo; e
em alguns locais, transforma-se em paredes para moradias/construção de
residências ou barracos contíguos ao aeroporto, como também a
possibilidade de surgimento de buracos no muro que funcionam como
escada, o que pode facilitar as invasões (figura 9).
43
3.3.3 Concertinas
3.3.4 Guaritas
São edificações seguras, adjacentes a portões controlados (figura 11). Deverão ter o
máximo de visibilidade para a área a ser controlada, fácil acesso para os vigilantes,
e as áreas próximas às guaritas deverão ser bem iluminadas, para facilitar a
vigilância e a identificação de pessoas e veículos.
Os edifícios e outros obstáculos (figura 14) também podem funcionar como barreiras
físicas, de segurança, desde que seus acessos sejam controlados e vigiados
permanentemente (INFRAERO, 2009).
Os pontos nos quais as bordas dos tetos e dos edifícios se unam com a cerca, são
particularmente vulneráveis, por isso será necessário um cuidado especial para
manter a integridade da barreira.
De acordo com INFRAERO (2009), sempre que possível o arruamento deverá ser
implantado e estar adjacente à barreira, no lado interno, com pelo menos 3 metros
de largura em toda a sua extensão (figura 15). A iluminação deverá ser de dentro
para fora e voltada para a barreira.
Devem ter no mínimo 3 metros de largura. Quando necessário, deve ser mantida
uma maior distância entre a barreira e as instalações críticas internas, tais como:
grupos geradores, depósitos de combustíveis, gases e outros elementos inflamáveis,
equipamentos de auxílio à navegação aérea, etc.
São dispositivos eletrônicos, ainda não utilizados nos aeroportos brasileiros, que
também podem ser instalados em conjunto com outros tipos de barreiras (cercas e
muros), e ligados a um sistema de Circuito Fechado de TV (CFTV), tais como:
sensores eletrônicos,
detectores de movimento e
sensores infravermelhos.
c) Portões metálicos
3.4.2 Muros
Nas áreas sujeitas a baixo nível de ameaça, instalados no mínimo 04 fios de arame
farpado, fixados em suportes metálicos inclinados. Áreas sujeitas a médio nível de
ameaça ou que sejam contíguas à via pública, deverão ser instalados no mínimo 08
fios de arame farpado, fixados em suportes metálicos do tipo “Y”. Nas áreas sujeitas
a elevado nível de ameaça e que possuam instalações sensíveis, deverão possuir
proteção do tipo concertina metálica, fixada em perfis metálicos (INFRAERO, 2009).
3.4.3 Concertinas
3.4.4 Guaritas
a) Dilaceradores
b) Cancelas
De acordo com INFRAERO (2010), esse aeroporto opera com dois terminais com 46
empresas aéreas nacionais e internacionais, regulares, cargueiras e charters. Em
2010, nas 250.493 operações de pouso e decolagens, ocorreu um total de
26.849.185 operações de embarque e desembarque de passageiros, e transportou
441.111 toneladas de carga, em variados modelos de aeronaves que utilizam as
duas pistas do aeroporto, uma com 3.700 m e outra de 3.000 m de extensão.
Essa situação é encontrada tanto nas áreas operacionais, como também em outras
áreas do sítio aeroportuário, e, devido às características desses locais, verificou-se a
existência de uma grande e variada quantidade de animais que utilizam essas áreas
como habitat natural, além de animais que habitam nas áreas externas, adjacentes
às barreiras patrimoniais, em especial às cercas.
54
a) Cercas patrimoniais/perimetrais
b) Cercas operacionais
1
Extensão de cercas obtidas do projeto EGGR2/GUA-INF-2685/R0 (2011)
Figura 18 – Localização de cercas patrimoniais e perimetrais
Fonte: EGGR2/GUA-INF-2685/R0 (2011)
56
57
a) Cercas metálicas
De acordo com figuras 18, 19 e 20, são cercas metálicas, utilizadas tanto para
proteção das áreas patrimoniais como operacionais, são construídas sobre
fundações de concreto armado, possuindo elementos metálicos reforçados como
telas alambrados, montantes, travessas tubulares galvanizados a fogo, e proteção
superior em arme farpado.
b) Cercas de madeira
Utilizadas somente na área operacional e para demarcação dos limites das áreas de
proteção do ILS1 (Instrument Landing System), antenas do Glide Slope2 e Localizer3.
1
Sistema de aproximação por instrumentos
2
Antena que fornece o ângulo de planeio durante uma aproximação
3
Antena que Fornece a direção da pista
59
De acordo com as figuras 21 e 22, são cercas de madeira instaladas nas áreas
gramadas, dentro das áreas operacionais, nas proximidades das cabeceiras das
pistas delimitando as áreas onde se encontram instalados os equipamentos de
navegação aérea, como o ILS (Glide Slope e Localizer).
Sua implantação foi feita de maneira que ficassem demarcados os limites das áreas
que não devem ser ultrapassados por pessoas e principalmente veículos sem
autorização, tendo em vista a finalidade de evitar interferências nos sinais das
referidas antenas, localizadas nas proximidades das cabeceiras das pistas de pouso
e decolagem, evitando prejudicar a operacionalidade das aeronaves que se
aproximam das pistas para pousar.
Quando for preciso algum veículo ou pessoa ingressar ou circular por essas áreas,
será necessário efetuar pedido de autorização para o ingresso nos momentos e
períodos adequados e liberados pela Torre de Controle, que vigia à distância todas
as áreas localizadas nas imediações das pistas de pouso e decolagem.
60
Para instalação das hastes, as mesmas foram cravadas no solo de maneira que
fiquem alinhadas e distanciadas, em média, a cada 5,00 m. O alinhamento foi feito
com auxílio de equipamento topográfico.
c) Cercas de PVC
De acordo com as figuras 18, 25 e 26, foram instaladas 1.200 m desse tipo de cerca,
com 2,70 m de altura, apoiadas sobre base de concreto (brocas e viga baldrame),
sem ferragens, com mourões confeccionados em perfis com seção oca quadrada de
PVC, com paredes reforçadas e preenchidos com concreto sem ferragens.
Instalados contraventamentos a cada 30 m oferecendo melhor estabilidade
estrutural, e utilizadas telas de nylon e fios tensores também de nylon, materiais
esses que não causam interferências nos sinais dos sistemas de navegação.
62
LEGENDA
Cerca de PVC
Cerca metálica
Muro
Essas invasões foram causadas por problemas e falhas verificadas com as barreiras
de proteção, principalmente com o sistema de cercas de proteção das áreas
operacionais. São ocorrências que aconteceram com animais da fauna terrestre de
espécies como cachorros, capivaras, gambás, gatos, roedores, répteis, tartarugas,
etc., que dependendo da situação, podem causar grandes riscos e prejuízos às
aeronaves (INFRAERO, 2011).
Segundo dados levantados o número maior das ocorrências, foram verificadas com
a invasão de capivaras e cachorros dos mais variados portes.
Apesar de não terem ocorridos acidentes ou incidentes mais graves com as colisões,
registradas, não significa que nunca poderão acontecer. Por menores que sejam as
probabilidades, entende-se que não podem ser desprezadas essas possibilidades,
devendo-se sempre serem adotadas ações preventivas para que elas não ocorram.
64
Comparando os dados das figuras 27 e 28, verifica-se que houve uma diminuição do
número de ocorrências passando de um total de 20 invasões em 2009 para 13 em
2010, representando um percentual de redução de 35% de invasões de animais nos
sistemas de pistas do Aeroporto de Guarulhos.
Com base nos dados colhidos em inspeções realizadas de acordo com INFRAERO
(2011), foram apontadas e analisadas as condições físicas das cercas metálicas
existentes, e consequentemente feita uma avaliação de riscos à segurança
operacional em função das ocorrências verificadas com a fauna terrestre.
Nessas inspeções foram observados e obtidos dados sobre o estado das cercas
patrimoniais e operacionais e, após avaliação, identificadas situações de falhas em
áreas críticas (operacionais); que poderiam, certamente, estar contribuindo para o
número de ocorrências de acesso de animais no sistema de pistas, e dessa forma,
comprometendo o nível de Segurança Operacional.
Pode-se, portanto, dizer que o risco é um potencial que pode ser avaliado, como
também mitigado por meio de ações preventivas, entretanto, nem todos os riscos
podem ser eliminados, como também nem todas as medidas imagináveis de
mitigação de riscos são economicamente viáveis.
Essas três regiões podem ser definidas como: região amplamente aceitável (em
verde), região ALARP (As Low As Reasonable Practical) – “tão baixo quanto
razoavelmente praticável” (em amarelo) e região intolerável ou inaceitável (em
vermelho).
No que diz respeito aos riscos, não existe uma segurança operacional absoluta. Os
riscos têm que ser mantidos no nível mais baixo possível (CENIPA, 2010).
Para essa avaliação foi adotado o método que aplica as matrizes de avaliação e
tolerabilidade de risco, de acordo com CENIPA (2010); utilizando como parâmetros
os dados referentes a ocorrências de invasão de animais verificadas nos sistemas
de pátios e pistas do aeroporto nos anos de 2009 e 2010, levando-se em conta as
condições das cercas.
Onde:
P(x) = é a probabilidade de X ocorrências em um intervalo;
λ = é o valor esperado ou número médio de ocorrências em um intervalo; e
e = 2,71828 (“e” é uma constante).
Média das ocorrências verificadas em 2009 e 2010: 33/24 = 1,37 invasões por mês.
PERIGO
PROBABILIDADE
DO RISCO
OCASIONAL
ACESSO DE ANIMAIS
AO SISTEMA DE
PÁTIOS E PISTAS
DEVIDO FALHAS NAS SEVERIDADE
DO RISCO
SIGNIFICATIVO
CERCAS
RISCO
ÍNDICE DO RISCO 3C
POSSIBILIDADE DE
COLISÃO DE
AERONAVES COM ACEITÁVEL
TOLERÂNCIA AO
COM
ANIMAIS RISCO
MITIGAÇÃO
Para que seja reduzido o índice de risco avaliado acima em “3C”, a um nível de
avaliação de risco ACEITÁVEL, tendo em vista as falhas verificadas nas cercas, nos
procedimentos de controle e também com relação ao número de ocorrências
referentes ao perigo de fauna terrestre; propõem-se a adoção de medidas
adicionais, mínimas, de mitigação de riscos, a saber:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GRABIANOWSKI, E.; TYSON, J.. "How Stuff Works - Como funciona a segurança
nos aeroportos". http://viagem.hsw.uol.com.br/seguranca-nos-aeroportos.htm,
acesso em agosto de 2010.
81
GLOSSÁRIO