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ILHA SOLTEIRA

XII Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Mecânica - 22 a 26 de agosto de 2005 - Ilha Solteira - SP

Paper CRE05-DM13

ANÁLISE ESTÁTICA E DINÂMICA DE FREIOS DE SAPATA

Bruno Ludolf de Oliveira, Efrain Araujo Perini, Jônatas Ferreira Lacerda e Gilberto Pechoto de Melo
UNESP, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Departamento de Engenharia Mecânica
Av. Brasil, 56, Bairro Centro, Caixa Postal 31, CEP 15385-000, Ilha Solteira, SP
E-mail para correspondência: bloliveira@aluno.feis.unesp.br

Objetivo
Desenvolvimento de um programa computacional para cálculo e análise de mecanismos de frenagem
que utilizam sapatas como seus principais elementos. Estudo criterioso das formas de transferência de calor,
trabalho e potência de atrito, pressão unitária desenvolvida pelas superfícies frenantes e coeficiente de atrito.

Introdução
O interesse das indústrias na análise de sistemas mecânicos submetidos a carregamentos dinâmicos tem
evoluído muito nos últimos anos em função da necessidade cada vez maior em manter os equipamentos em
funcionamento sem paradas abruptas. Para garantir este funcionamento com segurança os sistemas
mecânicos têm que ser supervisionados, pois os distúrbios em operação normal causam uma deterioração da
performance do sistema ou até mesmo levam a situações perigosas.

Figura 1 – Embreagem tipo tambor com sapatas internas de ação centrífuga

Freios são mecanismos de atrito usados para regular o movimento dos corpos, reduzindo-lhes a marcha,
mantendo suas velocidades constantes, mantendo-os em repouso; além disso absorvem tanto energia cinética
como potencial e a precisão dos movimentos, a segurança e a economia no consumo de energia dependem,
em parte, do bom funcionamento destes mecanismos.
A embreagem tipo tambor de sapatas constitui-se essencialmente de três elementos que se casam (guarnição
das sapatas e o tambor), os meios de transmissão do torque para as superfícies e o mecanismo de
acionamento. Para analisar-se um dispositivo de sapata interna, toma-se uma sapata tendo o ponto A como
pivô e a força atuante agindo na outra extremidade da sapata. Como a sapata é comprida, não se pode
considerar uma distribuição uniforme para as forças normais. O arranjo mecânico não permite que seja
aplicada pressão na articulação, portanto, considerar-se-á pressão nula neste ponto.

Metodologia
Seja p a pressão atuando sobre um elemento de área da guarnição localizado a um ângulo θ a partir do
pino de articulação A. Supõe-se agora que a pressão, pa, para qualquer ponto na sapata, é proporcional à
distância vertical ao pino de articulação, assim como indicado na Fig. 3. A relação entre as pressões é:
p senθ
p= a , (1)
senθ a
A Fig. 2 mostra que as reações no pino de articulação são Rx e Ry. A força atuante F tem componentes
Fx e Fy e age a uma distância c do pino de articulação. A qualquer ângulo θ do pino atua uma força normal
diferencial dN cujo módulo é:
dN = p b r dθ . (2)
na qual b é a largura da guarnição.
A força normal dN tem componentes horizontal e vertical, assim como a força de atrito. Aplicando-se
condições de equilíbrio estático, pode-se determinar a força atuante F, o torque T, e as reações Rx e Ry no
pino. Determinar-se-á a força atuante F utilizando-se a condição de que o somatório dos momentos em torno
do ponto de articulação é zero. Considerando Mƒ o momento de forças de atrito e MN o momento de forças
normais, pode-se calcular a força atuante que deve equilibrar a estes momentos. Logo:
MN − Mf
F= . (3)
c
Na utilização destas equações, o sistema de referência tem sua origem localizada no centro do tambor. O
sentido positivo do eixo x é considerado através do pino de articulação. O sentido positivo do eixo y está
sempre na direção da sapata, mesmo que isto resulte num sistema levógiro (Joseph Shigley,1984).

Figura 2 – Forças na sapata Figura 3 – Sapata interna

Resultados
Os resultados são apresentados em forma de gráficos e foram obtidos através de análise computacional
na qual foram analisados diferentes modelos de sapatas e tambores. Alguns destes gráficos estão
representados abaixo:
1000 560

900 540

800 520
Capacidade de Frenagem (N.m)
Capacidade de Frenagem (N.m )

700 500

600 480

500 460

400 440

300 420

200 400

100 380

0 360
0 10 20 30 40 50 60 0 1 2 3 4 5 6
Coeficiente de Atrito ( x E-2) Pressão (Pa) 5
x 10
Figura 4 – Capacidade de Frenagem x Coeficiente de Atrito Figura 5 – Capacidade de Frenagem x Pressão

Conclusão
Verificaram-se bons resultados na análise de freios de sapata através do programa computacional
desenvolvido. A partir dos resultados obtidos com a simulação computacional, pode-se pesquisar qual a
sapata adequada para cada caso em questão e assim determinar qual o melhor projeto a ser confeccionado
sem a necessidade de protótipos.

Referências Bibliográficas
Joseph, E.S., “Embreagens, Freios e Acoplamentos” (In: _), Elementos de Máquinas. vol.2. 3ªed. Rio de
Janeiro, RJ: Livros Técnicos e Científicos, 1984.p.550-562.
Mott, R.L., “Motion Control: Clutches and Brakes” (In: _), Machine Elements in Mechanical Design. 3ªed.
Rio de Janeiro, Prentice Hall,1999. p(778-784).

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