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Em nossa legislação processual civil, há diferentes formas de impugnar decisões judiciais. A mais
utilizada é o recurso, que, com base na lição de Barbosa Moreira(amplamente aceita na doutrina e
jurisprudência), é revestido dos elementos voluntariedade, desenvolvimento dentro do mesmo
processo, tipicidade ou taxatividade(expressa previsão no CPC art. 994) e finalidade de reformar,
invalidar, esclarecerou integrar decisões judiciais.
Além dos recursos, uma decisão judicial pode ser impugnada por meio de acção autônoma, ou seja,
distingue-se do recurso por não se desenvolver no mesmo processo(como a acção rescisória ou o
Mandado de Segurança por acto do juiz, por exemplo). Um terceiro modo de impugnar as decisões é
através de sucedâneos recursais, espécies de substitutos, cujo conceito é residual em relação ao
recurso: sucedâneo é todo meio deimpugnação de decisões judiciais que não tem natureza de
recurso nem de açãoautônoma, por não contemplar os elementos do recurso, nem se dar através
deajuizamento de nova acção.
Conceito
A impugnação é uma peça jurídica na qual a parte irá apresentar a sua discordância com as
alegações da parte contrária.
Segundo o dicionário, impugnar é verbo transitivo direto refutar a autenticidade de algo; contestar,
negar: impugnar as consequências de uma lei. Colocar-se contra; ter uma posição contrária a; não
concordar com; discordar: impugnar normas; impugnar certos preceitos.
Partindo deste preceito, temos que o direito à impugnação é uma das espécies mais utilizadas para
combater argumentos da parte contrária.
Sabendo-se que todo processo se inicia com a peça inicial, onde a parte autora ou requerente busca
seu direito, a parte adversa, ao contestar apresenta na realidade a sua defesa dos fatos articulados.
Finalidades da impugnação
b) Recursos extraordinários
A interposição do recurso realiza efeitos no próprio processo pendente e pode ainda produzi-los fora
desse processo: na primeira hipótese, pode falar-se de efeitos intraprocessuais; na segunda, de
efeitos extraprocessuais.
a) Efeitos intraprocessuais
Os efeitos translativos, respeitam à transferência dos efeitos decorrentes da instância recorrida para
a instância de recurso e são consequência da continuação da pendência do processo.
A interposição do recurso também produz em efeito devolutivo. Esse efeito caracteriza-se pela
atribuição do Tribunal superior do poder de confirmar ou revogar a decisão recorrida, sendo ele que
justifica a chamada expedição ou subida do recurso (arts. 699º, 724º/1, 74º0/2, 760º e 761º/1 CPC).
b) Efeitos extraprocessuais
Traduzem-se segundo as expressões tradicionais, num efeito devolutivo ou suspensivo, mas estes
possuem um recorte completamente diferente dos homónimos efeitos intraprocessuais. Existe,
além de tudo o mais, uma distinção fundamental entre ambos: o efeito devolutivo e o efeito
suspensivo, enquanto efeitos intraprocessuais, são essenciais aos recursos ordinários regulados no
direito português e, por isso, coexistem em qualquer recurso; pelo contrário, o efeito devolutivo e o
efeito suspensivo, enquanto efeitos extraprocessuais, são características secundárias desses
recursos, que são escolhidas pelo legislador para cada recurso e que são necessariamente
alternativas.
O efeito (extra-processual) devolutivo significa que a interposição do recurso não obsta à produção
de efeitos da decisão recorrida fora do processo em que foi proferida.
A instância de recursos pode suspender-se nas circunstâncias referidas no art. 276º/1 CPC, e
interrompe-se quando o processo estiver parado durante mais de um ano por negligência de
qualquer das partes (art. 285º CPC). Mas se essa parte for o recorrente ou o autor de um incidente
suscitado em recurso, verifica-se a deserção do recurso (art. 291º/2, 3 CPC) e a consequente
extinção da instância por simples despacho do juiz ou do relator (arts. 287º-c e 291º/4 CPC).