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As tecnologias e a desigualdade social

Atualmente, os jovens são bombardeados pela tecnologia de uma forma nunca


antes imaginada. Celulares, TV, Internet, computadores, MP3 players, leitores
digitais são apenas alguns dos instrumentos que cercam o cotidiano dos nossos
alunos oferecendo um rápido acesso a várias informações. Para muitos deles, a
praticidade desses aparelhos é incorporada de forma tão natural que chegam ao
ponto de nem imaginar como conseguiriam viver sem tudo isso.

Esse processo de naturalização, muitas vezes fomentado pela “promessa de


felicidade” vendida pelas propagandas que anunciam tais produtos, de fato,
encobrem as desigualdades que nem sempre são discutidas. Em muitos casos, o
preço acessível dessa tecnologia advém da exploração da mão de obra e da
matéria-prima barata oriunda de países que sofrem com a miséria e a
desigualdade. Contudo, muitos alunos nem mesmo sabem da existência desse
tipo de situação.

Ao abordar a desigualdade por meio dessa charge, não cabe ao professor incutir
qualquer sentimento de culpa entre os alunos que possuem ou não determinados
aparelhos. Antes disso, é muito mais coerente e significativo demonstrar que os
produtos que consumimos chegam até nós à custa da exploração de pessoas que
vivem em condição de miséria e que tal situação é legitimada pela lógica de lucro
que permeia a economia internacional como um todo.

Desse modo, vale encerrar a discussão empreendida com a turma não


condenando os hábitos de consumo, pois, de uma forma ou outra, eles atingem a
todos nós. Ao contrário, vale ressaltar que o consumo dos produtos deve ser feito
de modo consciente, privilegiando a aquisição de bens que realmente venham a
ter utilidade em nosso dia a dia. Caso ache interessante, peça a organização de
uma pesquisa com notícias que abordem a exploração de mão de obra barata em
alguma região do mundo.

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