Você está na página 1de 6

Título

Instalação de pára-raio

Resumo

Informações sobre o sistema de proteção contra descargas atmosféricas, pára-raios, e os


requisitos necessários para instalação de acordo com a NBR 5419.

Palavras-chave

Pára-raio; descarga atmosférica; SPDA; NBR 5419; norma técnica

Assunto

4669-9/99 - Pára-raios, equipamentos para comércio atacadista de

Demanda

Gostaria de receber informações sobre a instalação de pára-raios. Cálculos necessários e o


que deve ser utilizado.

Solução apresentada

Raios são fenômenos atmosféricos caracterizados pela formação de correntes elétricas que
atingem a superfície causando prejuízos materiais e mesmo mortes.

O sistema que protege contra a descarga de raios na superfície é chamado de Sistema de


Proteção contra Descargas Atmosféricas - SPDA, tendo como objetivo escoar para o solo, no
caminho mais curto e mais rápido possível os raios que eventualmente atinjam a edificação,
reduzindo os prejuízos (REIS, s.d.).

O SPDA tradicionalmente recebe a denominação de pára-raio, um sistema metálico composto


por um conjunto de captores, descidas, conexões e eletrodos de terra, destinado a proteger
uma estrutura dos efeitos de uma descarga e que para proteger com eficiência deve estar com
todos elementos que o compõe em perfeitas condições.

Para técnica de proteção o importante é saber a densidade de raio por km² por ano, se este
parâmetro for conhecido será fácil calcular a probabilidade de caírem raios, por ano, em uma
área.

Os especialistas e empresas de energia usam contadores de raios que são dispositivos que
possuem uma antena captora que captam as radiações eletromagnéticas emitidas pelos raios
e as registram em um dispositivo contador (raio de ação do contador +/- 20km).

A decisão de proteger uma determinada estrutura pode ser terminada por lei ou exigência de
seguradoras já que raios provocam danos e incêndio. O método a ser adotado pode vir
especificado pelo código de obras ou ser um dos exigidos na norma técnica NBR5419.

Resposta Técnica produzida pelo Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas / SBRT - http://www.sbrt.ibict.br
1
Análise da necessidade de proteção de uma determinada estrutura se escolhe pelo sistema de
proteção (QUADRO 1) que melhor se enquadra nos níveis de proteção (QUADRO 2), o correto
é o Engenheiro Eletricista trabalhar junto com o arquiteto para escolha do sistema.

QUADRO 1 – Sistemas de proteção

Sistema de captores formado por condutores horizontais


Gaiola de Faraday interligados em forma de malha, quanto menor for a distancia
entre os condutores da malha melhor será a proteção obtida.
Método que usa captores pontiagudos colocados em mastros
verticais para se aproveitar os efeitos das pontas, quanto maior
Método de Franklin a altura maior o volume protegido, volume este que tem a forma
de um cone formado pelo triangulo retângulo girado em torno
do mastro. Limitado a altura e nível de proteção.
Consiste em fazer uma esfera fictícia de raio determinado pelo
Eletromagnético, nível de proteção, rolar por toda edificação. Os locais onde ela
Esfera fictícia ou tocar a edificação. O raio também pode tocar, devendo estes
Esfera rolante serrem protegidos por elementos metálicos interligados a malha
de aterramento.
Fonte: adaptado de REIS, s.d.

QUADRO 2 – Níveis de proteção e aplicações

Destinado às estruturas nas quais uma falha do sistema de


proteção pode causar danos às estruturas vizinhas ou ao
I 98%
meio ambiente.Ex.: depósitos de explosivos, materiais
sujeitos à explosão, material tóxico ao meio ambiente...etc.
Destinados às estruturas cujos danos em caso de falha
serão elevados ou haverá destruição de bens insubstituíveis
II 95% e/ou de valor histórico, mas em qualquer caso se
restringirão à estrutura e seu conteúdo, EX.: Museus,
escolas, ginásios esportivos, Estádio de futebol...etc.
Destinada às estruturas de uso comum, como residências,
III 90% escritórios, fábricas sem risco de explosão ou de risco,
...etc.
Destinadas às estruturas construídas de material não
inflamável, com pouco acesso de pessoas, e com conteúdo
IV 80%
não inflamável. EX.: depósitos em concreto, e com conteúdo
não inflamável, estoque de produtos agrícolas ...etc.
Fonte: REIS, s.d.

Definido o sistema de proteção, é necessário efetuar o cálculo dos componentes que


compõem o sistema para assegurar a eficiência do SPDA e evitar os danos e falhas possíveis
de ocorre.

Resposta Técnica produzida pelo Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas / SBRT - http://www.sbrt.ibict.br
2
Qualquer que seja o sistema de proteção escolhido, sempre existirão os componentes a seguir
(REIS, s.d.):

• Sistema de Captores
• Sistema de descida
• Sistema de Aterramento
• Componentes Naturais
• Componentes especiais
• Proteção isolada

As informações sobre os materiais seguem as orientações do tutorial da Teleco (REIS, s.d.).

Captores: pode ser utilizado o cobre e suas ligas, o alumínio e suas ligas, o aço inoxidável e o
aço galvanizado a quente, a escolha quanto a estes materiais fica a critério do projetista que
deve levar em conta os poluentes da região. O sal presente em regiões litorâneas (NaCl) ataca
materiais ferrosos e o enxofre existente em fabricas e locais poluídos ataca o cobre.

FIG. 1 – Componentes utilizados em um SPDA Típico


Fonte: REIS, s.d.

Condutores (Cabos de descida): A descarga atmosférica deverá ser conduzida ao sistema de


aterramento pelos condutores de descida (cabo de descida) onde o número de condutores
utilizados, o distanciamento entre eles e a respectiva seção transversal são definidos pelos
níveis de proteção. O número mínimo exigido são 2.

Para isto deve se dar preferência na utilização dos caminhos mais curtos e retilíneos possível
para conduzir a descarga atmosférica, além disto deve ser utilizado condutores de cobre,
alumínio ou aço galvanizado a quente. Deve se tomar cuidado de corrosão colocando uma
proteção extra entre os contatos de materiais diferente como cobre/alumínio e cobre/aço
galvanizado.

Resposta Técnica produzida pelo Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas / SBRT - http://www.sbrt.ibict.br
3
A seção transversal mínima especificada pelas normas é a calculada pelos efeitos térmicos e
eletrodinâmicos causados pela passagem da corrente das descargas atmosféricas. A
temperatura limite considerada é de 500°C, levados em consideração os maiores valores de
corrente e a resistência dos condutores.

Para edificações até 20m as seções mínimas são: 16mm² de cobre, 35mm² para alumínio e 50
mm² para o aço galvanizado. Para edificações superiores a 20m as seções mínimas são:
35mm², 50 mm² e 70 mm² respectivamente.

A corrente do raio tem como tendência, ir para a terra pelo lado externo da estrutura e pelo
caminho mais curta possível (menor indutância), portanto as descidas não devem formar laços
que aumentem sua indutância e possam dar origem a descargas perigosas, principalmente em
locais de risco (sujeitos a incêndio).

As descidas devem ainda passar eqüidistantes de toda tubulação de cabo interna da estrutura,
pois pode provocar indução nos mesmos, lembrando ainda que os eletrodutos devem passar a
uma distância segura das descidas.

A fixação dos condutores de descidas, desde da década de 70 já se utiliza a fixação direta na


parede sem distanciador, pois se verificou que o dano provocado na parede com ou sem
distanciador é praticamente o mesmo e a estética é melhor, permitindo o uso de condutores de
descida em forma de barra chata, cantoneiras, ou outros perfis existentes na estrutura.

Anéis de cintamento: Os anéis de cintamento assumem duas importantes funções.


A primeira é equalizar os potenciais das descidas minimizando assim o campo elétrico dentro
da edificação. A segunda é receber descargas laterais e distribuí-las pelas descidas. Neste
caso também deverão ser dimensionadas como captação.
Sua instalação deverá ser executada a cada 20 metros de altura interligando todas as
descidas.

Aterramento: o aterramento em uma instalação SPDA tem como finalidade de dissipar no solo
a corrente do raio, sem provocar tensões de passo perigosas e mantendo baixa a queda de
tensão na resistência de terra, Os condutores de um sistema de terra são denominados
eletrodos e podem ser introduzida nas posições vertical, horizonal ou inclinada.

O SPDA possui acessórios que dão suporte aos materiais principais, tais como, isoladores,
solda exotérmicas, conectores, caixas de inspeção etc.

Lei n.º 5.194/66


Decisão Normativa n.º 070 /2001 - CONFEA
Deliberação Normativa n.º 15/1998 da CEEE do CREA
- Dispõe que estão habilitados para a instalação, inspeção e manutenção, os Engenheiros
Eletricistas, Tecnólogos e Técnicos Industriais com ênfase em eletrotécnica, ou Empresas,
todos devidamente registrados no Conselho.

NBR 5419/2005 - PROTEÇÃO DE ESTRUTURAS CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS


- Fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, bem como de pessoas e instalações no
seu aspecto físico dentro do volume protegido.

NR-10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade


http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/10.htm

Resposta Técnica produzida pelo Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas / SBRT - http://www.sbrt.ibict.br
4
• Cálculo para instação do SPDA

O distanciamento entre as hastes de Franklin e o espaçamento das quadriculas que formam a


gaiola de Faraday fariam em função do tipo de atividade exercida no prédio e podem ser
calculadas através do método da esfera rolante.

Os cálculos podem ser realizados on-line utilizando provedores públicos, sempre resaltando
que a NBR 5419/05 é a referência para instalação do pára-raio.

O cálculo da possibilidade de descarga é o mesmo usado para o cálculo da distância de


segurança.

Cálculos on-line http://www.tel.com.br/index1.html

Pára-raios e aterramento. http://www.mspc.eng.br/tecdiv/para_raios1.asp

Para compra dos equipamentos sugere-se a STARTEC – Pára-raios e acessórios

R. GENERAL PORFIRIO DA PAZ, 320 - V. BANCÁRIA


SÃO PAULO – SP
Tel. /Fax: (11) 6106-5071
http://www.startecpararaios.com.br

Conclusões e recomendações

É necessário a elaboração prévia de um projeto que faça a avaliação de risco, identifique o


nível de proteção, o método de proteção a ser adotado, detalhe o número de descidas e o seu
posicionamento correto, dimensione a malha de aterramento e sua abrangência e as massas
metálicas e outras malhas existentes para que sejam integradas ao SPDA.

Sugestão de leitura:

Além das fontes consultadas deve ser dada preferência para leitura completa da norma NBR
5419/2005 para realizar a correta instalação do pára-raio e ter as orientações de todas as
etapas, equipamentos e cálculos necessários.

Em seguida as sugestões ajudarão na compreensão de pontos adicionais da norma técnica.

BOHN, Adolar Ricardo. Projeto de sistema de proteção contra descarga atmosférica.


Disponível em: <http://www.labeee.ufsc.br/~luis/ecv5644/apostilas/da.pdf>. Acesso em: 12 jan.
2007.

MAURIN, Glauber. SPDA: teoria. São Paulo: EletroAlta, s.d. Disponível em:
<http://www.eletroalta.com.br/biblioteca/SPDA%20Teoria.pdf >. Acesso em: 12 jan. 2007.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Como fazer o eletrodo de


aterramento (infra-estrutura) exigido pela nova nbr5410:2004? Disponível em:
<http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt3464.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2007.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Como é calculada uma malha para o


SPDA, método Faraday, sendo que a norma 5419 recomenda uma malha de 10 x 15 no
nível III. Se neste valor (AxB) está computado o cabo de proteção de borda e se pode-se
utilizar alumínio em toda a malha captora Disponível em:
<http://www.sbrt.ibict.br/upload/sbrt3563.pdf>. Acesso em: 12 jan. 2007.

Resposta Técnica produzida pelo Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas / SBRT - http://www.sbrt.ibict.br
5
Fontes consultadas

COSEDI. Palestra sobre pára-raios - (spda) sistema de proteção contra descargas


atmosféricas. Disponível em:
<www.curitiba.pr.gov.br/Servicos/Urbanismo/cosedi/para_raios.htm>. Acesso em: 10 jan. 2007.

MSPC. Pára-raios e aterramento. Disponível em:


<http://www.mspc.eng.br/tecdiv/para_raios1.asp>. Acesso em: 12 jan. 2007.

REIS, José Álvaro. Tutorial SPDA. TELECO – Informacão em Telecomunicações. S.d.


Disponível em: <http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialspda>. Acesso em: 12 jan. 2007.

TERMOTÉCNICA. Artigos técnicos. Disponível em:


http://www.tel.com.br/indexcatalogo.html>. Acesso em: 10 jan. 2007.

Elaborado por

Larissa Silva Breitenbach - Bibliotecária

Nome da Instituição respondente

SENAI-RS

Data de finalização

15 jan. 2007

Resposta Técnica produzida pelo Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas / SBRT - http://www.sbrt.ibict.br
6

Você também pode gostar