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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

RELATÓRIO DE VISITA CAMPO

ATERRO SANITÁRIO

Alan Cerqueira Bispo


Sandro Guilherme Santos Souza

FEIRA DE SANTANA – BA

2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

Relatório de visita de campo apresentado à


Universidade Estadual de Feira de Santana,
Departamento de Tecnologia, como avaliação
sobre o Aterro Sanitário.

Orientadora: Zanna Ma R de Matos

FEIRA DE SANTANA – BA

2022
1. OBJETIVO

O relatório a seguir tem o objetivo de mostrar o funcionamento de um


aterro sanitário e proporcionar uma rápida visão dos aspectos gerais do
aterro sanitário visitado, tais como: funcionamento, execução,
importância, capacidade, projetos sociais e etc. Além disso, as etapas de
descarte de resíduos, assim como o destino do chorume e explicar a
relação da política, economia e sociedade, no contexto da geração de
resíduos, assim como se tem alternativas para o descarte deles.
E para isso foi feita uma visita técnica ao aterro sanitário de Feira de
Santana sob administração da Sustentare, onde os discentes foram
apresentados aos engenheiros responsáveis, assim como à metodologia
aplicada no local em questão.
2. INTRODUÇÃO

Aterro sanitário é uma obra de engenharia para melhor destinar os


resíduos sólidos gerados pela atividade da humanidade, usando os
princípios da engenharia para dispor os resíduos sólidos reduzindo o
volume para que ocupe a menor área possível.
Com a impermeabilização, ele evita a contaminação do solo e dos lençóis
freáticos, pelo chorume, dando o destino correto para este, apesar de
muito melhores que lixões a céu aberto, e certamente muito menos
poluentes, ainda apresenta problemas, a exemplo os resíduos poderiam
ser separados e futuramente reciclados. Contudo, na medida da
viabilidade, é uma alternativa executável e indicada.
3. OBSERVAÇÕES E DISCUSSÃO:

O aterro visitado está situado no município de Feira de Santana e recebe


uma média de 1000 toneladas de resíduos por dia, atendendo também os
Municípios de Amélia Rodrigues, Conceição do Jacuípe e algumas
cidades próximas da região. Destas 1000 toneladas, 62% são resíduos
classe 2, e 4% são classe 1.
Podemos classificar os resíduos classe 1 como perigosos, sendo eles
inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e patogênicos. Entre eles estão
terra contaminada, EPIs contaminados, latas de tintas e toners de
impressoras. Eles representam 100 toneladas, dos que são recebidos em
média por mês no aterro, e não podem ter contato com água ou luz.

Fonte: Sustentare, resíduos classe 1.


Já os de classe 2 são os que não se encaixam se encaixam na classe 1,
mas não indicam que eles não sejam nocivos, ou perigosos. Eles são
divididos segundo a ABNT, como classe 2 A (resíduos não-inertes), que
reagem em determinadas situações, a exemplo, certos componentes
podem ser lixiviados, sob a influência da água destilada ou outros
compostos químicos.
O aterro sob administração da Sustentare em Feira de Santana, é
composto por 3 áreas, cada um com uma vida útil, assim podemos citar:
Área 1: 34 hectares, atua há 17 anos, vida útil de +9 anos
Área 2: 29,88 hectares, vida útil de +2 anos, era de outra empresa
anteriormente, por isso sua vida útil reduzida
Área 3: 9,18 hectares, sem contabilidade de vida útil.

Também há a possibilidade de união entre as três áreas, sendo assim a vida


útil seria aumentada.
Os resíduos seguem um roteiro, onde eles passam pela pesagem, e depois vão
para compactação, de baixo para cima, assim diminuindo o volume de resíduos
e consequentemente a altura de cada camada do aterro.

Fontes: Google maps, da direita para a esquerda, área 1 e área 2

Atualmente, não existe tratamento dos resíduos, eles são apenas separados por
classe, para que sejam tomados os devidos cuidados. O metano é levado pelas
colunas vazias passando por todo o montante, para que o gás possa subir, e
não fique presos, correndo o risco de causar acidentes, assim, os gases são
queimados, no topo das colunas para evitar sua liberação na atmosfera, já que
o metano é cerca de 5 vezes mais poluente que o gás carbônico, sendo um vilão
do efeito estufa, mesmo que sua incineração liberando frações do metano, acaba
sendo muito menos prejudicial que a liberação do próprio gás.

Fonte: autoria, mostra a queima do metano


Para coletar o chorume são feitos coletores em formato de espinha de peixe,
então, o chorume é encaminhado para o ponto mais baixo do terreno, onde um
fosso recebe o líquido residual formando uma “lagoa preta” e depois é levado
em caminhões até a estação de tratamento. Esse processo é a parte mais, pois
o tratamento de chorume é muito custoso. Assim, uma estação de tratamento
nas próprias instalações seria de grande utilidade e retorno monetário, já que o
volume produzido é de 200 metros cúbicos, ou seja, 200 mil litros de chorume.

Fonte: autores, mostra as piscinas de armazenamento de chorume

Foi apresentado alguns trabalhos de educação ambiental e social, também,


projetos para reduzir a quantidade de resíduos no local, com o objetivo de
obter um melhor aproveitamento do aterro sanitário. Alguns desses trabalhos
são: Centro de Desenvolvimento Social (CDA); Ponto de Entrega Voluntária
Itinerante (PEVI); Doações de cestas básicas; Reciclagem e artesanato;
Alfagaris; Visitas à unidade e palestras para faculdade/escolas. A imagem a
seguir mostra o processo de alfabetização dos garis (Alfagaris):

Fonte: https://www.sustentaresaneamento.com.br/responsabilidade-social/
4. CONCLUSÃO:

Vários aspectos da engenharia foram usados para construção, gerenciamento,


organização e melhor aproveitamento do aterro, tais como: construção civil do
local, modo de coleta do chorume, compressão dos resíduos, drenagem do gás
metano, entre outros. Entretanto, não se trata de uma utopia e existem vários
pontos que podem ser melhorados. Um exemplo disso é a separação dos
resíduos para reciclagem, que depende muito dos gestores do governo, porque
apesar de um centro de triagem ser possível, é inviável monetariamente para
iniciativa privada, sendo esta uma parte que deveria ser de responsabilidade do
governo e da população no geral. Outro ponto é o reaproveitamento do gás
metano para geração de energia elétrica, que ainda não existe no local, mas há
projetos para implantação. A falta de uma estação de tratamento do chorume in
loco não é um problema, já que a terceirização desse serviço é uma boa opção
para várias gestões. Contudo, não discorre apenas de como se armazenar e
aproveitar esses resíduos, mas o principal intuito deve ser evitar a geração deles,
e isso é de responsabilidade do governo local e da população geral, assim como
o dever de separar e facilitar a reciclagem dos materiais que ainda são úteis para
o reaproveitamento.

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