Você está na página 1de 14
Comunicacaéo nao-terapéutica e barreiras a comunicacao terapéutica Macuina Costa STEFANELLI PONTOS A APRENDER 1, Identificar 0 uso da comunicacao nao-terapéutica em situacdes vivencia- das no dia-a-dia 2. Discutir sobre os fatores que predispdem 20 uso'da comunicacao ndo- terapeutica 3. Identificar as barreiras @ comunicacao enfermeiro-paciente 4. Dar sugestoes para evitar © uso da comunicagao nao-terepéutica Palavras-chave: Cominicacao nao-terapéutica. Barreiras 4 comunicagao terapéutica. EsTRUTURA DOS TOPICOS Introducao. Comunicagao nao-terapéutica. Ndo saber ouvir. Dar conselho. Usar jargoes técnicos ou linguagem cientifica. Falsa tranquillzacao. Julgar 0 comportamento. Induzir respostas. Manter-se na defensiva. Pér 0 paciente 4 prova, Mudar de assunto subitamente. Comumcar-se unidirecionalmente. Barreiras a comunicagao. Limitacdo do emissor ou receptor. Falta de capaci- dade de concentracao da atencao. Pressupasigso da compreensao da men- sagem. Imposicao de esquema de valores. Auséncia de linguajar comum Influéncia de mecanismos inconscientes, Estimulo a reflexao. INTRODUCAO No desempenho de suas fungies, o enfermeiro estabelece co- municagao com pacientes em varias situagdes de agravos a satide, submetidos a uma gama de tratamentos, vindos de diversas regides do pais ¢ até do exterior, com diferentes crencas, valores, atitude ¢ padres de comportamento. Esses fatores merecem atengao especial, pois tém relacao direta com 0 modo de ser de cada pessoa e, em geral, refletem suas condigdes emocionais, que podem alterar seu sentir, pensar ¢ agit, portanto, sua comunicacao. O enfermeiro tem 105 AEOMUMIER| de conhecer esses aspectos do comportamento da pessoa, perceber as nuangas de mudanga de comportamento para nio reagir de forma nao-terapéutica ¢ perceber quando as barreiras 4 comunicagao estado. Presentes, Este item foi denominado apenas de comunicagao nao-tera- péutica porque nao se trata de algo padronizado, elaborado ou cria- do para determinado fim, e sim de fendmenos que acontecem na comunicagéo humana, trazendo prejuizos para quem a usa e para o outro envolvido no processo de comunicagao. Como 0 enfermeiro ¢ outros profissionais da area da satide e quem necessita de seus cuidados também sao seres humanos, a co- municagio nao-terapéutica é freqiiente quando eles estdo em intera- S40, principalmente em situagio que gera estresse. Quem ja nao ou- viu em unidade de pronto-socorro ou pronto-atendimento, unidade de terapia intensiva, comentérios desairosos em telagao a situagao que provocou a necessidade de atendimento. A chegada de paciente aleoolista ao pronto-socorro, a chegada de paciente que tentou sui- cidio ou a de paciente em estado gravissimo para ser internado em unidade de terapia intensiva (UTI) sao fontes de alguns exemplos classicos do uso de comunicagao nao-terapéutica. Sao apresentadas a seguir algumas frases, ditas pelos profissio- nais que atendem os pacientes, que ilustram como isso ocorre, sem que seus autores estejam conscientes do que dizem e de seu efeito sobre as pessoas, Dirigindo-se a paciente alcoolista: Vocé outra vez aqui? Nao tem vergonha de ficar neste vai-e-vem, Para pessoa que tentou suicidio; Tiro nesse lugar nao mata. Tem de ser tiro certo, na... Se queria mesmo morrer, por que niio tomow a dose certa? Na UTE: Nao adianta fazer mais nada... é s6 esperar. Esse no vai longe. Ele nao esta vivo. Um paciente, submetido & neurocirurgia, apés a alta, compri- mia sua face ¢ os membros superiores com forte pressio ou belisca- va-os. Ao ser interrogado sobre o porqué de fazer aquilo, respondeu:

Você também pode gostar