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Índice
Índice ....................................................................................................................................................2
Introdução ...........................................................................................................................................3
1. Prevenção ..........................................................................................................................4
2. Comportamentos de Risco ..............................................................................................4
3. O Dropi - Personagem .................................................................................................10
4. O Dropi – Programa de Prevenção de Comportamentos de Risco ...................10
2. Enquadramento teórico ....................................................................................................12
1. Educação Emocional......................................................................................................18
2. Competências socioemocionais na prevenção primária ........................................19
3. Programa – Dá o salto com o Dropi!..............................................................................23
1. Planeamento das sessões.............................................................................................25
Bibliografia ......................................................................................................................................59
2
Introdução
3
1. Prevenção
2. Comportamentos de Risco
4
comportamentos servem diferentes propósitos, tais como: atingir a aceitação
e respeito dos pares; cimentar uma maior autonomia perante os pais; rejeitar
normas e valores convencionais; lidar com a ansiedade, frustração e
antecipação do fracasso; construir a identidade; e, por fim, testar a
maturidade e transição para nova fase desenvolvimental (Jessor,1991; Ponton,
1997).
Assim, os comportamentos de risco ou também designados como
comportamentos anti normativos, embora não sejam puníveis e se encontrem
tipificados legalmente como os comportamentos delinquentes (vandalismo,
furto, ofensa a integridade física, condução sem carta, venda de drogas,
posse de arma), transgridem as normas sociais e podem ser vistos como uma
tentativa dos jovens de superarem as dificuldades típicas da adolescência
(Vieira, 2014) sendo por isso, consideradas inaceitáveis em determinadas
idades. Demostrações desse comportamento podem-se manifestar de
diferentes formas, através de comportamentos autolesivos, violência e
suicídio; consumo de substâncias (e.g. tabaco, álcool, medicamentos,
substancias psicoativas); comportamentos sexuais de risco (Igra e Irwin, 1996;
Barreto, 2010; Carvalho, 2005 cit in Vieira, 2014; Vettenburg 1999 cit in
Vieira, 2014); a transgressão de regras da escola, insucesso e abandono
escolar (Martins,2005) o copiar nos testes, o agredir fisicamente os colegas, o
faltar às aulas ou no contexto familiar desobedecer ou mentir aos pais
(Barreto, 2010; Carvalho, 2005 cit in Vieira, 2014; Vettenburg, 1999 cit in
Vieira, 2014) e ainda a gravidez precoce, a vadiagem entre outros (Martins,
2005).
Nos últimos anos, tem-se discutido as diferenças entre diferentes tipos de
comportamentos denominados ‘de risco’ que envolvem progressões distintas
em termos de envolvimento no risco (risk-taking). Embora existam
5
comportamentos de risco que têm elevado potencial para comprometer o
desenvolvimento ajustado das crianças e jovens (e.g., consumo de álcool ou
comportamento sexual de risco em idades precoces), acredita-se que, por
outro lado, existem comportamentos de risco que envolvem algum perigo mas
que não passam de simples experimentações ’normativas’, fazendo parte de
um desenvolvimento expectável (e.g., desrespeito de horários pré-
estabelecidos pelas figuras cuidadoras) (Simões, 2005). Neste trabalho,
entendemos comportamentos de risco como todos os atos com impacto
destrutivo que contribuem diretamente ou indiretamente para a alienação das
crianças e jovens (Baumerind,1987) e que têm impacto significativo a nível do
bem-estar físico, psicológico, social e emocional das mesma pondo em causa o
seu desenvolvimento positivo, assim como de todos que o rodeiam (ex.: nível
familiar, social) (Feijó e Oliveira, 2001).
Segundo Lemer e Galambos (1998) (cit in Simões, 2005) existem três
critérios úteis para identificar comportamentos de risco: a idade de início do
comportamento, a duração do comportamento e o estilo de vida da criança.
Em consonância, quanto mais precoce for a manifestação de comportamentos
de risco, maior a probabilidade de este se tornar estável ao longo da vida. Se
estes comportamentos foram para além de uma experiência exploratória, a
sua manutenção torna-se mais provável, aumentando a probabilidade de
surgirem possíveis problemas futuros. Por último, se múltiplos
comportamentos de risco se acumulam ou se aliam a outros estilos de vida
problemáticos ou reforçadores do perfil de risco, a escalada de
comportamentos antissociais e delinquentes torna-se mais provável (idibem).
Segundo DeLisi, Neppl, Lohman, Vaughn e Shook (2013) quando falamos
em intervir nos comportamentos de risco é necessário fazer uma distinção
entre os comportamentos que ocorrem no início da vida – durante a infância –
6
e os comportamentos tidos durante a adolescência e a fase adulta, uma vez
que a evidência empírica sugere a possibilidade de envolvimento de um
indivíduo em comportamentos antissociais quer como criança quer como
adolescente e que tal poderá determinar uma série de resultados negativos na
vida adulta.
Igualmente Moffitt (1993) defendeu a existência de diferenças a nível
individual no que respeita à estabilidade dos comportamentos antissociais.
Isto é, há indivíduos que poderão comportar-se de forma antissocial, embora
este possa ser um comportamento temporário e situacional e que
tendencialmente ocorre durante a adolescência. Assim como há indivíduos
cujos comportamentos antissociais ou de risco se tornam estáveis e
persistentes (ibidem).
Assim sendo, a intervenção precoce na infância poderá ter um maior
impacto na prevenção de comportamentos de risco, possibilitando-lhes alterar
a sua trajetória de vida, afastando-os de comportamentos disruptivos e em
direção a comportamentos positivos. Consequentemente, aumenta a
probabilidade de existir um desenvolvimento positivo, produtivo e cumpridor,
potenciando um estilo de vida normativo (Bierman et al., 2003).
Para se alcançar o sucesso no que respeita à redução de comportamentos
de risco, de maneira a prevenir o envolvimento, e a escalada para
comportamentos mais graves e violentos deve-se ter em consideração uma
série de fatores de risco e proteção.
Segundo Jessor (1991), os comportamentos de risco são resultado do
balanço entre vários factores de risco e proteção e podem ser
conceptualizados como incorporando aspetos relativos quer ao indivíduo, quer
ao contexto social em que se insere.
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Entenda-se por fatores de risco, todos os fatores (variáveis, características
e ameaças) que aumentem o potencial para o envolvimento e prática de
comportamentos de risco e que afetem de forma negativa o desenvolvimento
da criança (Bierman et al. 2003; Shader, 2003). Contrariamente, os fatores de
proteção são todos os fatores que medeiam e moderam o efeito face à
exposição a fatores de risco, resultando na redução da incidência de
problemas comportamentais (Pollard, Hawkins, e Arthur, 1999, cit in.Shader,
2003). No entanto, é de salientar que a investigação recorre à sinalização de
fatores de risco de modo a prever a probabilidade do indivíduo se envolver em
práticas desviantes, porém tal não significa que esse indivíduo seja
necessariamente um ofensor (Shader, 2003), visto que o impacto dos fatores
de risco varia consoante a etapa desenvolvimental em que o indivíduo se
encontra, a sua personalidade e as características envolventes
Os fatores de riscos organizam-se em cinco grupos: individual –
comportamento agressivo precoce, hiperatividade, falta de competências de
coping (sociais e emocionais), envolvimento em comportamentos antissociais,
baixo desenvolvimento cognitivo, fatores emocionais como a ativação
comportamental alta (e.g. impulsividade, a procura de novas sensações) e/ ou
baixa inibição comportamental (e.g. ansiedade, timidez, medo); familiar –
maus tratos, divórcio, comportamentos antissociais por parte dos pais, psicose
na família, violência familiar, falta de competências parentais, baixo
envolvimento parental, abuso de substâncias psicotrópicas por parte dos pais
e conflitos parentais; grupo de pares – pares delinquentes, afiliação a gangs,
rejeição de pares; académico – baixo rendimento académico, falta de
sentimento de pertença à escola, mudança de contexto escolar frequente,
baixas aspirações académicas; e, por último, o contexto comunitário e
envolvente – fácil acesso às armas e drogas, bairros pobres, famílias
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vulneráveis e multidesafiantes, exposição à violência e prejuízo racial, bairros
e comunidades destruturadas e desorganizadas, atividade criminal (Hawkins,
et al. 2000; Wasserman, Keenan, Tremblay, Coie, Herrenkohl, Loeber,
Petechuk, 2003 e Bierman, et al. 2003). Em suma, os fatores de risco precoce
estão presentes a diferentes níveis - individuais, familiares e comunitários – e
podem desencadear o desenvolvimento de comportamentos de risco.
Igualmente, ao nível dos fatores de proteção estes podem-se agrupar nas
seguintes categorias: individuais, familiares, suporte social e comunitário. A
primeira categoria inclui fatores como o temperamento do indivíduo e
características da personalidade, como o nível de atividade, a capacidade de
reflexão no confronto com novas situações e a adequação das respostas à
necessidade dos outros, a intolerância ao desvio, o temperamento resiliente
(Jessor, Bos, Costa e Turbin, 1995). A nível familiar temos a coesão familiar, a
afetividade, estilo parental positivo e a presença de uma figura adulta
(Gramezy, 1993 cit in. Chitas, 2010). A nível do suporte social considera os
fatores de proteção como as relações positivas e favoráveis com pares,
comportamentos saudáveis entre pares (e.g. ativides positivas) (Ostaszewski e
Zimmerman, 2006), a orientação positiva, a valorização dos resultados
escolares e a orientação social positiva (Jessor, Bos, Costa e Turbin, 1995). Por
último a nível comunitário a perceção de um sistema de regulação de
comportamento por parte de figuras de referência (Jessor, Bos, Costa e
Turbin, 1995).
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3. O Dropi - Personagem
O Dropi tem um corpo de canguru mas tem poderes especiais que o tornam
especial e único. Tem umas orelhas compridas que lhe permitem ouvir os sons
mais longínquos, uns olhos muito abertos, que lhe possibilitam estar atento a
si, aos outros e à comunidade envolvente. Para ele, estar atento é estar vivo.
Por isso, ele é visto como um “expeditor”, ou seja, é “os olhos e os ouvidos da
comunidade”.
O Dropi vive em comunidade sabe que depende dos outros para sobreviver.
Ele é um animal único porque vive de sentimentos, esta é a sua forma de se
alimentar. Para ele é fundamental saber lidar com os sentimentos, saber
transmiti-los e exprimi-los de forma genuína.
Ele representa a responsabilidade, a autonomia, a liberdade, o respeito o
crescimento de valores como o amor, o cuidado, a liberdade, a união e a
partilha.
A própria personagem Dropi através do seu corpo, da sua linguagem, da
sua história e da sua maneira de viver, pretende influenciar as crianças no
sentido de terem vidas mais saudáveis, mais positivas e mais equilibradas.
10
Recorrendo à narração de história, várias dinâmicas grupais e exercícios
individuais, procura-se de forma lúdica e criativa, promover competências
socioemocionais, de modo a prevenir comportamentos de risco,
nomeadamente o consumo de substâncias sem falarmos de forma evidente dos
mesmo (e.g. disseminação de informação) mas antes abordando situações de
risco e difíceis a tomada de decisão treinado assim as estratégias de coping e
resiliência junto das crianças. Igualmente procura-se proporcionar às crianças
participantes um espaço para maximizarem as suas competências
socioemocionais.
Por meio do treino das competências, as crianças irão ter a noção que para
termos um desenvolvimento funcional, equilibrado e positivo é necessário
sabermos lidar com as emoções assim como saber exprimi-las. No caso do
Dropi sempre que ele se sente bem consigo mesmo e com os outros o seu pêlo
brilha, cresce e ganha mais cor - esta é a sua forma de manifestar o seu bem-
estar. Igualmente com o Dropi as crianças irão aprender que, caso se deparem
com uma situação adversa, é necessário saberem pedir ajuda, saberem
exprimir sem se magoarem e sem magoarem os outros, respeitarem e saberem
fazer-se respeitar.
Esta narrativa leva as crianças a acompanharem a personagem em
experiências semelhantes às suas e, embora a narrativa não retrate de forma
direta os consumos ou outras situações de risco, explora essas temáticas de
forma a permitir o desenvolvimento de competências fundamentais, tais
como: tomada de decisão, comunicação assertiva, gestão e expressão
emocional, pensamento crítico, auto controlo e competências de recusa,
entre outras.
11
Estas competências socioemocionais podem ser ensinadas, modeladas, e
praticadas para que posteriormente as crianças e jovens possam usá-las de
forma adequada no seu dia-a-dia (Durlak e Weissberg, 2010).
É de salientar que, comparados com outro tipo de intervenções
psicossociais e educacionais para as várias áreas como o desempenho
académico, problemas de comportamento, stress emocional, entre outras, os
programas de aprendizagem social e emocional apresentam efeitos similares,
ou até melhores (Durlak et al., 2011). Assim, e como vários estudos têm vindo
a demonstrar, os programas de aprendizagem social e emocional constituem-
se como uma das intervenções com mais sucesso dirigidas a crianças e jovens
(Payton et al. 2008).
2. Enquadramento teórico
12
Comparativamente quando nos referimos a crianças e jovens que ainda
não apresentam comportamentos de risco, “estar em risco” ganha outro
significado, remetendo-nos para antecedentes e determinantes psicossociais
que poderão aumentar a probabilidade da criança ou jovem no futuro vir a
exibir condutas de risco. Nestas situações a prevenção é a forma mais
adequada para lidar com o problema uma vez que os comportamentos não
apresentam ainda custos a nível desenvolvimental para as crianças e jovens,
no entanto são percebidos como benéficos, pelos mesmos, e que lhes
permitem completar várias funções psicológicas (aceitação social) (Jessor,
1991).
Segundo Michael e Ben-Zur (2007), tais comportamentos são definidos
como risco dado que podem usualmente depender da vontade do próprio, dos
quais os resultados são incertos e que podem conduzir a consequências
negativas.
Tipicamente, o início do consumo é realizado numa lógica progressiva,
isto é, o adolescente inicia o seu processo de experimentação e uso de drogas
recorrendo primeiro ao tabaco, seguidamente ao álcool – duas substâncias
atualmente legalizadas – e só posteriormente ao consumo de drogas ilícitas
iniciando-se na experimentação do cannabis (Botvin, 1983).
É no grupo de pares que o adolescente afirma as suas diferenças
geracionais e se depara, muitas vezes, a grandes exigências identificativas.
Por isso, o grupo pode constituir um fator de incentivo a novas experiências
de consumos e até de comportamentos desviantes, já que o grupo é muito
importante para o jovem (Sousa et. al, 2007).
Ao nível da prevenção de comportamentos de risco, é de questionar a
forma clássica como este objetivo tem vindo a ser abordado. Para começar,
não existe de facto qualquer evidência empírica de que o aumento de
13
informação conduza a uma modificação do comportamento (Brochu, 2006 cit
in Verissímo et al., 2008). No entanto, isto não significa que a transmissão de
informação não cumpra um papel de prevenção, mas sim, que a compreensão
da mudança comportamental com base na transmissão de informações, junto
de sujeitos passivos, é altamente limitado e, possivelmente, iatrogénico
(Veríssimo et. al., 2008). Assim, não só não produz mudanças
comportamentais, como pode acarretar graves consequências ao estimular a
curiosidade, a experimentação e exploração, diluir preconceitos naturais que
inibem os adolescentes de experimentar e dessensibilizar genericamente para
o risco (Negreiros, 1997; Negreiros, 2001).
Segundo o Inquérito Nacional em Meio Escolar (2011), verificou-se a
prevalência e o aumento do consumo de drogas em contexto escolar. Os
valores apresentados pelo INME (2011) são muito superiores aos obtidos em
2006. Este último inquérito mostrava uma diminuição do consumo entre o
período de 2001-2006. No INME de 2011 destaca-se a prevalência do consumo
de cannabis ao longo da vida e nos últimos 30 dias entre alunos do 3º ciclo
(respetivamente 8,6% e 5,35), e entre os alunos do Secundário com valores de
28,2 % para a prevalência de consumo ao longo da vida e 15,9% para o
consumo nos últimos 30 dias (INME, 2011).
Relativamente à faixa etária verificamos através do Estudo sobre o
Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas (2011) - ECATD – que, entre os 14 e 16
anos, o consumo de cannabis duplica, o que reflete que o cannabis continua a
ser a droga mais consumida, no entanto há menos jovens a experimentarem
pela primeira vez.
Por sua vez, o consumo de drogas estimulantes aumentou, estando esta
associada, pelo SICAD, ao aumento de “cultura de diversão” hoje em dia,
14
sendo que, o ecstasy é mais consumido aos 16 anos (3,1%) e a cocaína é mais
consumida aos 15 anos (3,3) (ECATD,2011).
Relativamente ao álcool e à embriaguez, o estudo mostra que cerca de
1/3 dos rapazes experimentaram (34%), e perto de 1/2 dos rapazes já se tinha
embriagado (48%), perto de 1/3 fizera-o recentemente (31%) e 1/4 na altura
do estudo (26%). (INME, 2011).
Através dos dados recolhidos pelo ECATD (2011), é possível verificar que
é mais frequente os jovens embriagarem, assim como, optarem pelo consumo
de bebidas mais fortes (teor alcoólico). Um exemplo disto é o surgimento da
prática Binge Drinking (beber cinco ou mais bebidas na mesma ocasião),
metade dos jovens da amostra já o teria feito nos últimos 30 dias à contagem.
No que se refere a faixa etária aos 13 anos, 40% dos jovens já
experimentou bebidas alcoólicas, sendo que este número vai aumentando
conforme a idade.
Por último, o consumo do tabaco inicia-se, normalmente, durante a
adolescência ou no início da idade adulta. Para grande maioria dos jovens,
fumar é um gesto carregado de simbolismo: afirmação pessoal, identificação
com a idade adulta, melhoraria da autoimagem e a autoestima, aceitação no
grupo de pares, estar na moda (Sousa et al, 2007). No entanto, para alguns
jovens a sua iniciação está simplesmente associada a uma questão de
curiosidade. Desta forma, a nível do ensino secundário, verifica-se que nos
rapazes 50% tinham consumos recentes de tabaco e 39% tinham consumos
atuais (INME,2011).
Pará alem disso através do estudo do ECATD (2011) verificou-se que a
iniciação ao consumo acontece mais cedo, sendo que 17% dos rapazes de 15
anos dizem que a primeira vez foi entre os 10 e os 12 anos.
15
Concluindo, torna-se consensual admitir que os problemas relacionados
com o consumo de Álcool, Tabaco e outras substâncias são um dos desafios
que se colocam à sociedade portuguesa, assim como, a delinquência juvenil,
constituem hoje alguns dos principais problemas sociais, uma vez que
comporta uma variedade de comportamentos.
Short e Talley (1997 cit. Weisseberg & O’Brien, 2004), constatam que cada
vez mais os jovens apresentam um elevado número de lacunas ao nível das
competências sociais e emocionais e com elevadas taxas de envolvimento em
comportamentos de risco, como a violência, o consumo de substância, os
comportamentos sexuais de risco, e mesmo comportamentos autodestrutivos.
Segundo Gilham, Reivich e Shatté (2002) os programas tradicionais de
prevenção têm vindo-se a centrar na redução de riscos e/ou desenhados para
problemas específicos, e que por vezes mostram-se razoavelmente eficazes,
embora outros não (Battistih, 2005). Por outro lado, os programas centrados
no desenvolvimento positivo dos jovens - programas focados nas qualidades
positivas, nos pontos fortes e nas competências socioemocionais dos jovens –
têm vindo a demonstrar-se promissores na prevenção uma ampla variedade de
problemas contemporâneos tais como a agressão e os comportamentos
antissociais, o uso de drogas, a atividade sexual precoce, o envolvimento em
atividade criminal, o baixo rendimento académico e o abandono escolar
(Gilham, Reivich e Shatté, 2002; Battishtih, 2005).
Segundo Saavedra e Machado (2010) é sabido que durante o século
passado, o mundo e as experiências das crianças têm vindo a sofrer
alterações, sendo que estas mudanças não incluem apenas as pressões das
mudanças económicas e sociais (desemprego, a perda de casa, o estatuto
social etc.), ao nível do contexto escolar (abdicação do exercício da
autoridade por parte dos professores, o aumento da violência escolar,
16
namoro, etc.), dos núcleos familiares (desenraizamento familiar, a falta de
competências parentais, a superproteção familiar), mas igualmente, no
progressivo e fácil acesso das crianças aos meios de comunicação social – o
que, segundo Short e Talley (1997 cit. Weisseberg & O’Brien, 2004), parecem
encorajar um maior envolvimento em comportamentos de risco. É conhecido
que muitas destas mudanças repentinas na sociedade têm vindo a gerar nas
pessoas ansiedade, tristeza, medo, fracasso, sentimento de perda, desapego,
desvalorização, mas isto não significa que todas as pessoas que vivam sob
algumas condições familiar ou sociais negativas se transformem em jovens
violentos, delinquentes, perigosos, toxicodependentes em indivíduos com
condutas marginais (Gonzaléz-Perez, 2014).
Igualmente Battistich (2005) defende, é extremamente importante que o
jovem mantenha pelo menos uma relação de suporte e cuidado com um
adulto, já que este, desempenha um papel crucial no desenvolvimento
positivo e saudável. No entanto, apesar de ser expectável que para a maioria
dos jovens, os seus pais lhes proporcione tais relações positivas em muitas
situações estes mesmos jovens não conseguem encontrar tais relações no seu
núcleo familiar ou na sua comunidade, torna-se relevante o papel da escola
no desenvolvimento do jovens garantindo um ambiente social no qual o jovem
se sinta aceite, apoiado e valorizado enquanto membro da comunidade
académica (ibidem).
Neste sentido, a investigação moderna atribui um importante papel à
capacidade de lidar com as emoções, saber colocar-se no lugar dos outros ou
exercitar uma atitude positiva perante o mundo, prevenindo assim condutas
violentas e conflitos interpessoais (Gonzaléz-Perez, 2014). Tais competências
relacionam-se com o que se denomina de inteligência emocional algo que, por
vezes, tem vindo a ser esquecido - dada a escassez de recursos no que
17
respeita ao suporte à educação emocional, uma vez que a educação das
crianças e jovens na sua grande maioria centra-se no desenvolvimento das
capacidades cognitivas, esquecendo a dimensão emocional.
Perante isto, torna-se urgente, apostarmos na educação emocional desde
da infância, uma vez que o treino de competências sociais e emocionais
permitem a mudança num sentido do desenvolvimento positivo que têm
impacte a nível do bem-estar físico, psicológico e emocional das crianças e
jovens. Nesta linha, considera-se que programas de prevenção baseados na
coordenação social, emocional e académica deveriam ser implementados
desde do ensino pré-escolar até ao secundário (Greenberg et al., 2003).
1. Educação Emocional
18
de prevenção primária para uma conduta antissocial, tentando minimizar a
vulnerabilidade das disfunções (Vale, 2009). A educação emocional deve
refletir-se nas relações interpessoais, pois procura que as pessoas adquiram
uma forma ponderada de encarar os conflitos interpessoais, ensinando-as a
controlar as emoções e a refletir sobre as necessidades e interesses da outra
pessoa, assim como avaliar, antecipadamente, a melhor solução (Gonzáles-
Perez & C.del Pozo, 2014).
Em resposta a estas necessidades, diversas escolas ao longo do tempo, têm
vindo a adotar programas que abordam um ou vários problemas tanto no
âmbito social, da saúde, de múltiplos problemas de risco - o que tem vindo a
dificultar a aplicabilidade e a sua implementação eficaz a longo prazo juntos
dos jovens (Payton et al., 2000).Nesta medida, surgiram intervenções no
âmbito do desenvolvimento social dos jovens que têm como princípio
identificar quais os fatores de risco e proteção na infância e que previnem a
iniciação ou a escalada de comportamentos de risco na adolescência (Brown,
Catalano, Fleming, Haggerty & Abbott, 2005). Segundo Zins e Elias (2006) as
escolas que apostam no sucesso dos seus alunos não se limitam a apostar
unicamente na preparação dos jovens para o sucesso escolar mas, cada vez
mais, com o sucesso e preparação para os desafios da vida, tornando-se
fulcral a promoção da saúde e prevenção primária através da aprendizagem
de competências socioemocionais.
19
positivas com outros e aplicar de forma eficiente e ética uma variedade de
competências interpessoais nas diversas situações desafiantes e relevantes
para o desenvolvimento.
A aprendizagem social e emocional inclui a promoção de competências e o
desenvolvimento de ferramentas que permitam reduzir os fatores de risco a
nível individual e, por outro lado, promoção e desenvolvimento de os
mecanismos de proteção que contribuem para uma adaptação positiva. Assim
constitui-se como um processo através do qual as crianças e jovens
desenvolvem e potenciam a sua capacidade para integrar pensamentos,
sentimentos e comportamentos saudáveis evitando assim o seu envolvimento
em comportamentos desadequados (Zins et al., 2001; Zins & Elias, 2006)
Os benefícios dos programas de intervenção com base na promoção e
desenvolvimento de competências socio emocionais têm vindo a demostrar
benefícios para o desenvolvimento da criança e jovem a várias níveis sejam
eles escolares, pessoais, sociais e emocionais.
Segundo Brown et al. (2005), as intervenções com base no
desenvolvimento social têm vindo a apresentar efeitos positivos na redução do
uso de substâncias, da prática de comportamentos violentos e outros de risco
por parte dos jovens e crianças, assim como o desenvolvimento eficaz destas
competências poderá contribuir para que as crianças e jovens revelem uma
menor propensão para a violência, se revelem membros mais ativos na
sociedade, bem como se tornem mais conhecedores, responsáveis, cuidadosos
e produtivos (Zins et al., 2001). Greenberg e colaboradores (2003)
acrescentam ainda a diminuição de comportamentos sexuais de alto risco e
melhorias nas relações com adultos e pares.
Zins e colaboradores (2001) e Durlak e colaboradores (2011) referem que
as competências sociais e emocionais estão associadas a resultados positivos
20
quanto ao desempenho académico, à motivação para aprender, às atitudes e
interesse dos alunos perante a escola e às competências de liderança,
podendo ainda contribuir para a redução do número de suspensões, expulsões
e reprovações. Para além disso, são ainda visíveis melhorias ao nível da
autoeficácia, autorregulação, perceção de controlo, resolução de problemas e
comportamentos pró-sociais, verificando-se também uma diminuição da
delinquência, da violência, da gravidez na adolescência e do uso de
substâncias (Durlak et al., 2011; Elias et al., 1997; Zins et al., 2001). Para
além destes benefícios, os programas de promoção de competências sociais e
emocionais podem apoiar as crianças a cumprirem de forma eficaz e
satisfatória os seus vários papéis ao longo da vida, com destaque para o papel
de amigo, estudante e filho/a e, no futuro, de pai/mãe, trabalhador
(empregado e empregador),pessoa e cidadão (Goleman, 1995).
Zins e Elias (2006), demonstraram que os programas de aprendizagem
sócio emocional podem-se definir com uma intervenção universal - isto é,
pode ser aplicada no contexto escolar, familiar e comunitário, assim como nos
diferentes níveis académicos desde do pré-escolar até ao secundário – uma
vez que se foca na prevenção de comportamentos de risco por meio da
promoção de competências emocionais e sociais, com a intenção de melhorar
o desenvolvimento das crianças através do desenvolvimento de
comportamentos saudáveis e na prevenção do envolvimento em
comportamentos mal adaptativos e pouco saudáveis.
SEL originariamente desenvolvido por Collaborative For Academic, Social
and Emotional Learing (CASEL) procurou combinar todos os elementos
presentes nas diferentes perspetivas relacionadas com a mudança e
prevenção de comportamentos de risco tendo em conta teorias como a teoria
da inteligência emocional, do treino de competências emocionais e sociais, o
21
modelo de desenvolvimento social, a teoria de ação racional, a teoria da
resolução de problemas, a teoria sociocognitiva etc. (Payton et al., 2000). De
acordo com Elias e colaboradores (1997), estas competências integram a
autoconsciência, o controlo da impulsividade, o trabalho cooperativo e a
preocupação consigo mesmo e com os outros. Assim, as competências sociais e
emocionais integram um conjunto de comportamentos, cognições e emoções
(Zins & Elias, 2006).
Segundo Payton et al. (2000), um programa de aprendizagem social e
emocional deve comtemplar quatro grupos: o primeiro grupo -
autoconsciência – no qual se procura identificar as emoções e regular os
nossos sentimentos, o reconhecimento dos aspetos positivos em nós e nos
outros, o sentimento de autoeficácia e autoconfiança; o segundo grupo -
atitudes positivas e valores – procura-se identificar atitudes positivas e valores
que orientam o comportamento; o terceiro grupo - tomada de decisão –
procura-se treinar a compreensão dos sentimentos das pessoas envolvidas
numa situação, assim como a aquisição de valores nucleares como
responsabilidade e respeito pelos outros, o que inclui a identificação de
situações que representam um desafio ou problema, avaliar o risco, barreiras
e recursos relevantes para a solução; e por ultimo o quarto grupo -
competências de interação social – no qual se procura trabalhar as questões
como a escuta ativa, a capacidade de usar os meios verbais e não-verbais para
expressar claramente os pensamentos e sentimentos experienciados num
situação vivenciadas de forma normativa, adaptativa e eficiente.
Desta forma os programas que tenham como base de intervenção a
aprendizagem de competências sociais e emocionais promovem o
desenvolvimento das crianças e jovens tornando-as, não só capazes de ser
envolverem em comportamentos responsáveis e saudáveis na sociedade, assim
22
como, ter uma imagem positiva de si, sejam capaz de desenvolver relações de
apoio mútuo, obter sucesso escolar, como em última instância, contribuir para
o bem-estar e cuidado do seu grupo de pares, família e comunidade (ibidem).
23
Duração do Programa – Este programa apresenta um conjunto de 10 sessões,
com a duração de 90 minutos cada.
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1. Planeamento das sessões
Sessão Temas
Sessão nº 1 – Introdução do Programa Coesão Grupal
Interajuda
Sessão nº 2 – O salto do Dropi! Interajuda
Sessão nº 3 – Quem sou eu? Autoconhecimento
Autoestima
Sessão nº 4 – Conhecendo as emoções Expressão Emocional
Gestão Emocional
Comunicação
Sessão nº 6 – As minhas escolhas Tomada de Decisão
Responsabilidade
Sessão nº 7 – Pensa pela tua cabeça! Pensamento Crítico
Comunicação
Sessão nº 8 – Não! Competências de Recusa
Comunicação
Tomada de Decisão
25
Sessão nº 9 – Tomando atitudes positiva Empatia
Respeito
Consciência cívica
Direitos Humanos
Sessão nº 10 – Encerramento do programa Autonomia
Responsabilidade
26
Sessão nº 1 – Introdução do programa
Objetivos: • Apresentação dos participantes e animadores
• Promover a coesão grupal
• Explicar o programa e estabelecer regras de funcionamento do
grupo
• Apresentação do Dropi
Atividade Jogo do Carrossel
Descrição Os participantes sentam-se em círculo. O animador coloca uma folha
de papel de cenário, no chão, no meio deles, assim como diferentes
revistas. O animador pede a cada um dos participantes que
represente através de colagens algo que o defina ou valorize. Os
participantes vão colando até todos terem concluído a tarefa. O
animador convida um voluntário para iniciar a sua apresentação
explicando a sua colagem e indicando o seu nome. Seguidamente,
pede a este voluntário que indique uma outra colagem com a qual
se identifique, traçando uma seta entre a sua própria colagem e
aquela que escolheu. Pede ao autor desta segunda imagem que se
apresente da mesma maneira, continuando depois a atividade com
os outros participantes, mas escolhendo sempre uma nova colagem.
Ao chegar ao último participante, este faz a sua apresentação,
escolhe uma imagem com a qual se identifique mas não traça
nenhuma seta, deixando o esquema em aberto. No final, o animador
deve refletir sobre a imagem final (“uma teia, uma cadeia de
relações…”) e sobre a importância da mesma (“este grupo deve
funcionar de forma unida, temos de trabalhar todos em equipa,
compreender que temos coisas em comum e coisas que nos
distinguem – mas temos de trabalhar como um grupo”),
nomeadamente sobre o impacto do relacionamento interpessoal (“o
comportamento de uma pessoa tem sempre influência nos outros,
seja positivo ou negativo”, dar exemplos).
27
Objetivos - Apresentação grupal
- Coesão grupal
Material Papel de cenário (2 m x 1,5 m)/ cartolina; Revistas; Cola; Tesouras
Duração 10 Minutos
Atividade Dropi!
Descrição Fazer uma introdução da personagem e companheiro das sessões.
Mostra-se o cartão com a imagem do Dropi e falar de algumas
caraterísticas do Dropi. Falar um pouco da história do que se vai
fazer ao longo do programa desde das atividades. Seguidamente
procura-se explorar com as crianças quais as expetativas que têm
relativamente ao programa.
Objetivos - Promover o conhecimento da personagem principal
(Legendas)
Duração 15 Minutos
Atividade Regras e funcionamento
Descrição Nesta atividade, o objetivo é desencadear um debate para o
estabelecimento de regras, no qual todas as crianças devem
participar. As regras devem ser redigidas na positiva (ex: falar cada
um na sua vez; falar baixo; ser assíduo; falar cada um na sua vez).
28
Objetivos - Identificação das condições necessárias ao funcionamento do grupo
- Definição de regras
29
Atividade Tomar conta um do outro!
Descrição O espaço da dinâmica deve ser amplo e sem obstáculos. Distribua
um balão por participante.
30
Sessão nº 2 – O salto do Dropi
Objetivos: • Dar a conhecer o livro “Dá o salto com o Dropi”.
• Promover o conhecimento e identificação com o Dropi
• Promover a coesão grupal.
Atividade Círculo de Leitura
Descrição Esta atividade inicia-se com o pedido aos participantes que se
sentem em círculo semiaberto. Após estarem todos sentados, pede-se
então o silêncio coletivo dando a oportunidade de todos os
participantes darem a ordem de silêncio.
(…)
Objetivos - Conhecer de forma mais aprofundada a história e a personagem
Dropi.
31
Descrição Nesta atividade, é pedido às crianças que, em grande grupo,
identifiquem após a leitura da história, as principais caraterísticas do
Dropi que o tornam uma canguru Especial e Único (EU); procurando
responder as perguntas que surgem na ficha “Quem é o Dropi”.
Objetivos - Identificação das principais
Caraterísticas do Dropi
Material - Imagem “Quem é o Dropi”
- Valorização de potencialidade
Material Ficha “Eu, Herói”
Duração 15 Minutos
Atividade Aprende, Brincando!
Descrição Distribuir fichas para as crianças preencherem sobre a história
(fichas para colorir, quizz, palavras cruzadas, etc).
32
Material Manual de atividades
Duração 10 Minutos
Atividade Relaxa o corpo, relaxa a mente
Descrição Aplicar técnicas de relaxamento (ex: yoga, alongamentos, momentos
de silêncio e introspeção, dança e expressão corporal).
Objetivos - Relaxamento
- Concentração
- Autocontrolo
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
Avaliação/ Reflexão O que acharam da sessão?
33
Objetivos - Promover a interatividade com o livro
34
Objetivos - Promover o autoconhecimento e o conhecimento grupal.
35
Objetivos - Conhecimento interpessoal
- Melhorar a autoestima
Material - Folhas brancas
- Alfinetes-de-ama
- Marcadores
- Gravador e música
Duração 20 Minutos
Atividade Tesouro
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Descrição Preparação: deve ser criado um ambiente “dramático” na sala em
que vai realizar a atividade, o animador pode reduzir as luzes, pôr
uma música, colocar almofadas ou tapetes no chão, para as crianças
se sentarem.
- Autoestima
Material Caixa ou báu; Espelho; Música
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Descrição Aplicar técnicas de relaxamento (ex: yoga, alongamentos, momentos
de silêncio e introspeção, dança e expressão corporal).
Objetivos - Relaxamento
- Concentração
- Autocontrolo
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
Avaliação/ Reflexão Como se sentiram ao pensar e falar sobre vocês mesmos?
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Atividade Exprime-te e reconhece-te
Descrição Preparação: os animadores devem construir a Matriz (esquema em
anexo), no chão da sala em que se vai realizar a sessão.
- Concentração
- Autocontrolo
Material Não aplicável
39
Duração 10 Minutos
Avaliação/ Reflexão O que são emoções?
40
Sessão nº 5 – Gerindo Emoções
Objetivos: • Promover a gestão emocional
• Autocontrolo
• Controlo de impulsos
• Comunicação
Atividade Círculo de Leitura
Descrição Esta atividade inicia-se com o pedido aos participantes que se
sentem em círculo semiaberto. Após estarem todos sentados, pede-se
então o silencio coletivo. De seguida, dá-se início da leitura parcial
da história do Dropi, desde a página 15 à 17, onde se abordam as
emoções.
- Identificação de sentimentos
Material - História em formato PowerPoint
Duração 10 Minutos
Atividade Um dia estouro!
41
Descrição O animador deve distribuir um balão por participante, mas explicam
que o exercício é para ser feito em silêncio e que ainda não podem
encher o balão.
Reflexão
Conclusão:
42
Objetivos - Identificar sentimentos
- Gestão emocional
- Autocontrolo
Material Balões
Duração 30 Minutos
Atividade Sente e faz-te sentir!
Descrição Esta atividade inicia-se com a divisão do grande grupo em 4
pequenos grupos.
- Marcadores
Duração 30 Minutos
Atividade Relaxa o corpo, relaxa a mente
Descrição Aplicar técnicas de relaxamento (ex: yoga, alongamentos, momentos
de silêncio e introspeção, dança e expressão corporal).
Objetivos - Relaxamento
- Concentração
- Autocontrolo
43
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
Avaliação/ Reflexão Como se sentiram ao pensar e falar sobre vocês mesmos?
44
Sessão nº 6 – As minhas escolhas
Objetivos: • Compreender o conceito de comunicação assertiva.
45
Material - História do Félix, o ouriço-cacheiro; Folhas com os números 1, 2, 3,
4
Duração 45 minutos
Atividade Role-play
Descrição Nesta atividade, é dividido o grande grupo em pequenos grupos. É
explicado que cada grupo terá que representar, através de role-
play (“pequenos teatros”), as diferentes situações apresentadas
para a tomada de decisão na história do Félix procurando ser o
mais aproximado aos seus comportamentos no dia-a-dia.
Objetivos - Simulação de situações de risco.
- Concentração
- Autocontrolo
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
Avaliação/ Reflexão - De que é que falamos hoje?
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Objetivos: • Conhecer todo o processo de tomada de decisão.
• Promover a Autoestima
Atividade Pequenos detetives
Descrição O animador deve mostrar algumas notícias (que podem ser reais ou
fíticas, ex.: situações de mentira, corrupção, violência, maus tratos,
etc. – devem ser simples de compreender e de realidades próximas
ou de interesse das crianças – ex.: desporto, música, novelas, etc.
Nota: é necessário bom senso na escolha das notícias!) e formar
duplas.
Cada dupla deve apresentar as suas opiniões (as crianças não têm
de concordar umas com as outras).
Objetivos Pensamento crítico
Análise de problemas
Material - Notícias
Duração 20 Minutos
Atividade Barómetro
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Descrição Explique a dinâmica às crianças: A sala foi dividida em dois cantos:
o canto do “Concordo” ou “Sim” e o canto do “Discordo” ou “Não”; o
animador vai ler diferentes frases e cada pessoa tem de se colocar
no canto que acha que corresponde à sua opinião. Pode-se ficar a
meio do caminho, mas têm de se pôr sempre mais perto de uma
opinião. Todas as pessoas podem explicar a sua opinião, mas de
forma organizada, só quem tiver a bola (ou outro objeto escolhido)
na mão é que tem licença para falar. Todas as crianças devem ter
cuidado e respeito ao apresentar a sua opinião.
Leia uma frase, espere que todos escolham uma posição, pergunte
quem quer explicar a sua opinião e passe a bola a essa pessoa; dê
a vez às crianças que quiserem falar (devem pôr a mão no ar para
pedir a bola), dando igual tempo aos “dois lados”. No final das
opiniões, pergunte se alguém quer trocar de lado e peça para
justificarem. Fale da importância da tolerância e “abertura à
mudança e diferença” – “ser inteligente significa aprender, por isso,
se ouvi coisas diferentes que aprendi e com que concordo, posso
mudar de opinião, sem problema...construir a minha opinião é sinal
de crescimento!”
Objetivos - Promover pensamento crítico
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Material - História do Dropi e do Félix
Duração 30 Minutos
Atividade Relaxa o corpo, relaxa a mente
Descrição Aplicar técnicas de relaxamento (ex: yoga, alongamentos, momentos
de silêncio e introspeção, dança e expressão corporal).
Objetivos - Relaxamento
- Concentração
- Autocontrolo
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
Avaliação/ Reflexão O que é que abordamos hoje?
Como se sentiram?
Sessão nº 8 – Não!
Objetivos: • Falar da importância a comunicação
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Descrição Nesta atividade, inicia-se com as crianças sentadas em círculo. Uma
das crianças começa por dizer uma mensagem ao ouvido da que
está sentada ao lado dela. Esta passa a mensagem, ou o que pensa
ter escutado dessa mensagem, à outra criança seguinte. Até a
mensagem chegar à última criança. A última criança diz a mensagem
em voz alta e compara-se com a mensagem inicial, que é revelada
pela criança que deu início ao jogo. No final, faz-se uma reflexão
sobre a importância da comunicação no dia-a-dia; explorar
conceitos simples de comunicação (emissor, mensagem, recetor;
conteúdo e forma; comunicação verbal e não-verbal).
Objetivos - Refletir sobre a importância da comunicação.
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
Atividade Get up, Stand up!
Descrição Nesta atividade vão ser realizados role-plays – o animador divide
os participantes em 4 ou 5 grupos (ou mais, depende do tamanho do
grupo). Entrega um cartão a descrever uma história (situação de
risco) – que eles terão de resolver e ensaiar como um teatro.
Quando todos tiverem preparados, apresentam os “teatros” para os
outros grupos procedendo-se a sua discussão. (O animador deve ir
acompanhando o grupo e orientando no sentido da resposta às
situações ser sempre de recusa!)
Objetivos - Promover comportamentos de assertividade e respeito pelos outros
- Competências de recusa
Material - Cartões situação problema
Duração 40 Minutos
Atividade Quando é que estás em risco?
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Descrição Nesta dinâmica é pedido ao grupo de crianças que enumerem
todas as situações de perigo que existem nas suas vidas, na escola,
no bairro, etc.
- Concentração
- Autocontrolo
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
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Avaliação/ Reflexão Como se sentiram?
52
Material Base em esferovite ou cartão; Material para colorir, jornais, caixotes,
caixas de cereais, iogurtes, tampas…
Duração 40 Minutos
Atividade Apresentação do Mundo Maravilhoso
Descrição Pedir aos participantes que apresentem ao animador a maquete
final do que seria um mundo maravilhoso.
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Descrição Projetar imagem do Dropi e refletir sobre as suas características/
competências sociais dele (valores, vive em comunidade, protege os
outros, emite sinais, olhos e ouvidos muito desenvolvidos, etc.).
- Concentração
- Autocontrolo
Material Não aplicável
Duração 10 Minutos
54
Avaliação/ Reflexão Como se sentiram?
55
Duração 20 Minutos
Atividade Assembleia da Floresta
Descrição O animador deve explicar que se vai realizar uma Assembleia da
Floresta!
- Comunicação
- Tomada de decisão
Material - Cartões com os papéis/cargos
Duração 50 Minutos
Atividade Pós-teste
Descrição Nesta atividade o animador faz a distribuição do pós-teste
referente ao grupo etário correspondente. De seguida explica que
aquele teste é anonimo mas que têm como finalidade perceber qual
o conhecimento que eles têm relativamente as emoções e sentimentos
como se fosse um teste diagnóstico na escola. Como tal devem fazer
de forma individual e em silêncio.
56
Objetivos - Avaliação do conhecimento emocional
Material - Distribuição do questionário de conhecimento das competências
socioemocionais
Duração 15 Minutos
Atividade Mural do Dropi
Descrição “O que aprendemos com o Dropi?”
- Marcadores
Duração 15 Minutos
Atividade Distribuição de Certificados Dropi
Descrição Distribuição do Livro Dropi e Certificado de participação
Objetivos - Valorização pela participação no programa;
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Descrição Balanço global do programa: pedir aos participantes que pensem
nos aspetos positivos e aspetos negativos e partilhem as suas
impressões sobre o Programa Dropi – escrevam e/ou desenhem
aquilo que mais os marcou.
58
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