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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DA __ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, DO FORO

REGIONAL xxxx - , COMARCA DE xxxxxxxxxx, ESTADO DE xxxxxxxxx,

Processo nº. xxxxxxxxx


xxxxxxx - (qualificação), , nos autos da Açã o de ressarcimento de Danos movida por
xxxxxxxxxxxx, vem, respeitosamente, perante Vossas Excelências apresentar
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
DA TEMPESTIVIDADE
O presente instrumento jurídico está sendo utilizado dentro do prazo legal, a saber, dentro
de 15 (quinze) dias apó s o transcurso do prazo para pagamento voluntario da obrigaçã o
fixada na sentença (art. 525, caput, CPC). Apresentada a impugnaçã o nesta data, a mesma
mostra-se tempestiva.
DOS FATOS
O Exequente entrou com a açã o em face do executado, pleiteando ressarcimento de danos
em relaçã o a um acidente de trâ nsito ocorrido na Rua xxxxxxxxxx. Relata que o caminhã o
do executado perdeu o freio e veio a colidir na parte traseira do veículo da marca xxxxx do
exequente
Informado nos autos que o dono da empresa Sr. xxxxx, compareceu no local, porém, no
momento, se recusou a pagar o conserto. No entanto, a seguradora entrou em contato com
o exequente, onde foi firmado um acordo, acreditando este que já estava findado o caso,
pois está pagando o valor de R$ xxxxx, sendo em x parcelas de R$ xxxx.
Apó s, o executado recebeu uma Intimaçã o para comparecer em audiência de conciliaçã o,
instruçã o e julgamento no dia xxxxxxx á s xxxh, onde na ocasiã o, poderá apresentar defesa
e/ou pedido contraposto de forma oral ou escrita (por mídia eletrô nica), trazer provas e
testemunhas nos autos.
Compareceu em audiência o Sr. xxxxxxxxxxx, informando ser dono proprietá rio da empresa
autora do dano xxxxxxxxxxxxxx, sem contudo estar munido dos documentos dos atos
constitutivo da empresa, na oportunidade o executado, requereu prazo para juntar sua
defesa, sendo indeferido pela MM. Juíza Dra xxxxxxxxx, em flagrante violaçã o ao dispositivo
no art. 5º, LV da Constituiçã o Federal.
Prolatada a r. sentença, a Magistrada julgou á revelia contra o executado, demonstrando o
seu inconformismo, recorreu da decisã o apresentando tempestivamente Recurso
Inominado.
Apresentado recurso, este conhecido como deserto, sob a alegaçã o de que nã o fora
recolhido o preparo em obediência aos termos do art. 42,§ 1º da lei 9,099/95, do artigo 4º,
incisos I e II e § 1º e § 2º da Lei Estadual nº 11.608/2003, atualizada pela Lei Estadual nº
15.855/2015, do Enunciado 80 do XXXVIII FONAJE, Enunciado 08 do 4º Colégio Recursal
da Capital, bem como o artigo 698, das Normas de Serviço da Corregedoria geral da Justiça.
Inconformado, interpô s recurso de Agravo de Instrumento com pedido de efeito
suspensivo em xx/xx/xxxx, contra o r. despacho de fls. xx/xx, afim de esclarecer que foram
juntadas, além das peças obrigató rias, peças facultativas, requerendo ainda có pia do
recurso interposto, có pia do protocolo da interposiçã o do recurso e a retrataçã o da r.
decisã o.
Transitando em julgado a r. sentença de fls.xxxx em xx/xx/xxxx.
Intimado o executado para que cumpra voluntariamente a sentença, efetuando deposito
eletrô nico no prazo de 15 dias sob pena de execuçã o e multa de 10% como determina o art.
523, § 1º do CPC, indevidos os honorá rios advocatícios no importe de 10%, conforme
Enunciado 97 do XXXVIII FONAJE.
DO DIREITO
O ordenamento jurídico pá trio consubstancia regra segundo o qual para a validade do
processo, é indispensá vel o contraditó rio e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerente
No presente caso, considerando os princípios orientadores dos Juizados Especiais, em
especial os princípios da simplicidade e informalidade e considerando ainda que
possibilidade de produçã o de provas pelo executado, deverá se dar em audiência de
tentativa de conciliaçã o, instruçã o e julgamento nos termos do artigo 33 da Lei nº
9.099/95. Contudo, indeferida pelo magistrado, a produçã o das provas requeridas pelo
executado em audiência, e julgada antecipada a lide
Nesse sentido destacamos o disposto no art. 5º, LV da CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
No entanto, sem observaçã o do dispositivo Constitucional que garante ao réu o
contraditó rio e a ampla defesa, e nã o havendo vedaçã o legal para a juntada posterior dos
atos constitutivos da empresa e defesa, a MM juíza indeferiu o pedido do executado em
audiência, aplicando-lhe a revelia, condenando-o ao pagamento do valor liquido indicado
pelo exequente, no importe de R$ xxxx, acrescido de juros de mora.
Diante do nã o atendimento requerido pelo executado, estamos diante de um cerceamento
do seu direito de defesa, pelo que impugna o cumprimento de sentença, buscando a sua
desconstituiçã o para determinar a reabertura da instruçã o processual.
Nesse sentido, destacamos a jurisprudência:
EMENTA: COMPARECIMENTO DE PREPOSTO. NÃO APRESENTAÇÃO NA AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO DOS ATOS CONSTITUTIVOS. JUNTADA POSTERIOR. POSSIBILIDADE.
REVELIA NÃO CONFIGURADA. SENTENÇA CASSADA. RETORNO DOS AUTOS PARA
PROLAÇÃO DE NOVA SENTENÇA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. DE ACORDO
COM A DISPOSIÇÃ O INSERTA NO ART. 20 DA LEI Nº 9.099 /1995, A REVELIA DECORRE DO
NÃ O COMPARECIMENTO DO REQUERIDO À AUDIÊ NCIA DE CONCILIAÇÃ O OU À
AUDIÊ NCIA DE INSTRUÇÃ O E JULGAMENTO. 2. EM AUDIÊ NCIA DE CONCILIAÇÃ O A 1ª
REQUERIDA COMPARECEU PORTANDO A CARTA DE PREPOSIÇÃ O E PROCURAÇÃ O,
PORÉM, SE APRESENTOU SEM OS ATOS CONSTITUTIVOS DA EMPRESA. RESTOU
DECRETADA SUA REVELIA EM AUDIÊNCIA, POSTO QUE O REQUERIMENTO DE PRAZO
DE 24 HORAS PARA A JUNTADA DOS ATOS CONSTITUTIVOS FOI INDEFERIDO
INCONTINENTI. 3. NÃO HÁ VEDAÇÃO LEGAL QUE IMPEÇA O PREPOSTO DE SOLICITAR
PRAZO PARA POSTERIOR JUNTADA DOS DOCUMENTOS. COMO SE VERIFICA DOS
AUTOS, O RECORRENTE COMPARECEU AO ATO REPRESENTADO POR PREPOSTO,
MUNIDOS DE CARTA DE PREPOSIÇÃ O E PROCURAÇÃ O E, JUNTOU OS ATOS
CONSTITUTIVOS APÓ S A PROLAÇÃ O DA SENTENÇA, UMA VEZ QUE NÃ O LHE FOI
CONCEDIDO PRAZO PARA TAL. 4. A DECRETAÇÃ O DA REVELIA, SEM A CONCESSÃ O DO
PRAZO REQUERIDO, UMA VEZ QUE AUSENTE A VEDAÇÃ O LEGAL PARA A JUNTADA
POSTERIOR DOS DOCUMENTOS EXIGIDOS, CONSTITUI CERCEAMENTO DO DIREITO DE
DEFESA. 5 - ESTE É O ENTENDIMENTO ESPOSADO PELA JURISPRUDÊ NCIA. PRECEDENTE:
"1 A NÃ O APRESENTAÇÃ O DA CARTA DE PREPOSTO NA AUDIÊ NCIA DE CONCILIAÇÃ O
NÃ O ENSEJA A REVELIA, POIS O DOCUMENTO PODE SER JUNTADO POSTERIORMENTE,
ATÉ A AUDIÊ NCIA DE INSTRUÇÃ O E JULGAMENTO. 2. O RECONHECIMENTO DA REVELIA
E JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE QUANDO JÁ HAVIA O REQUERIDO JUNTADO A
CARTA DE PREPOSIÇÃO E ATOS CONSTITUTIVOS DA EMPRESA, O QUE OCORREU NO
MESMO DIA DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, CONFIGURA CERCEAMENTO DE
DIREITO DE DEFESA. 3. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA CASSADA"....(TJ-DF - Apelacao
Civel do Juizado Especial ACJ 20130710216178 DF 0021617-72.2013.8.07.0007 (TJ-DF)
Jurisprudência • Data de publicaçã o: 12/02/2014) g.n.
EMENTA: RECURSO INOMINADO. SUPRESSÃO DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
OFERECIMENTO DE CONTESTAÇÃO NÃO OPORTUNIZADO. MEDIDA
MANIFESTAMENTE PREJUDICIAL Á RÉ. CERCEAMENTO DE DEFESA CONFIGURADO.
NULIDADE. DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA, COM A DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À
ORIGEM PARA REGULARIZAÇÃO DO FEITO. RECURSO PROVIDO.(Recurso Cível Nº
71003989878, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Alexandre de
Souza Costa Pacheco, Julgado em 19/07/2013) RECURSO INOMINADO. PROCESSUAL
CIVIL. JULGAMENTO ANTECIPADO. IMPOSSIBILIDADE DE SUPRESSÃ O DA AUDIÊ NCIA DE
INSTRUÇÃ O E JULGAMENTO NO RITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. CERCEAMENTO DE
PROVA. PREJUÍZO. NULIDADE ABSOLUTA. 1. Nã o se pode, nos Juizados Especiais Cíveis,
abreviar o rito sumaríssimo a que se encontram estes submetidos, suprimindo a audiência
de instruçã o, já que durante esta é que devem ser produzidas as provas, inclusive a juntada
de documentos. O Princípio da Audiência ú nica só pode prevalecer na hipó tese de a
solenidade englobar a tentativa de conciliaçã o e a instruçã o. 2. Parte ré que nã o comparece
com advogado, fiando que poderia apresentar contestaçã o escrita até a audiência de
instruçã o e julgamento. 3. Conciliador que ordinariza o procedimento, apó s a audiência,
abrindo prazo para que a ré juntasse outras provas e para "réplica" por parte do autor....
(TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos Recurso Inominado RI
001128984201681600210 PR 0011289-84.2016.8.16.0021/0 (Acó rdã o) (TJ-PR)
Jurisprudência • Data de publicaçã o: 17/04/2017.
O nã o deferimento e a nã o produçã o da prova oral e documental requerida pelo recorrente
em audiência, viola o princípio do contraditó rio e da ampla defesa, previsto no art. 5º, LV,
CF/88. Ocasionando error in procedendo e, neste caso, deverá a EGREGIA TURMA
RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, anular a sentença prolatada, devendo remeter os
autos à vara de origem para reabertura da fase probató ria para que o recorrente junte as
provas documentais necessá rias as deslinde do feito, quando entã o será proferida uma
nova decisã o.
DAS RAZÕES PARA REFORMA DA R. SENTENÇA
Impugna o executado a presente sentença, pois nã o pode prosperar uma decisã o onde se
considera tã o somente fatos e argumentos articulados por uma parte, sem, contudo,
permitir à outra parte, como no caso a Ré, ora executado, o exaurimento de todos os meios
de provas de que dispõ e para sua ampla defesa.
O Có digo de Processo Civil, em seu artigo 355, inciso I, dispõ e que o julgamento antecipado
da lide somente será permitido quando nã o houver necessidade de produçã o de outras
provas.
Desta forma, o r. decisum careceu de razã o, em flagrante violaçã o ao dispositivo citado,
além de violar o Art. 5º, LV da CF e art. 355, I do CPC. Sendo a defesa um direito assegurado
em nossa Carta Magna, aliá s, o direito à prova é um direito humano fundamental, tendo
como seus princípios formadores a inafastabilidade do direito de jurisdiçã o, o devido
processo legal, o contraditó rio, a ampla defesa e a isonomia, o que nã o foi considerado pela
MM. Juíza sentenciante.
Ao julgar antecipadamente á lide, quando ainda existiam situaçõ es de fato a serem
expostas, tem-se o verdadeiro cerceamento de defesa, que torna nula a sentença de
primeira instancia, conforme fora requerido em preliminar.
Tais consideraçõ es que sã o de suma importâ ncia para o deslinde do caso, passamos a
analisar a r. sentença na integra, vejamos:
"Vistos e etc. Dispensado o relatório nos termos da Lei. DECIDO. Dispõe o artigo 20
da Lei 9.099/95, que à revelia é decorrente da ausência do requerido em qualquer
das audiências designadas no processo em trâmite perante o Juizado Especial. O
rigor da exigência do comparecimento pessoal, aliás, autor quanto do réu, no caso de
pessoa jurídica, do representante legal, devidamente documentado, se deve ao
princípio maior do sistema: busca da tentativa de conciliação entre os litigantes. No
caso em pauta, não foram juntados os atos constitutivos da empresa, tendo,
inclusive, constado na carta de citação e intimação enviada, fls. xx e xx, a necessidade
de comprovação da representação. Assim, decreto à revelia e presumo verdadeiros
os fatos alegados na petição inicial. Havendo incontroversa sobre os fatos o réu deve
ser condenado ao pagamento do valor indicado pelo autor. Assim sendo e
considerando o que mais dos autos consta, julgo procedente a demanda proposta por
xxxx, CPF xxxxx, contra xxxx, para condenar o réu ao pagamento de R$ xxxx,
corrigidos desde xx/xx/xxxx, fls. x, e acrescidos de juros de mora a partir da
citação."Publicada em audiência, sai o (a) autor (a) devidamente intimado (a). Nada
mais.
Alega inicialmente o exequente, que o executado se recusou a pagar o conserto do seu
veículo e por este motivo entrou com a referida açã o. Contudo, ao contrá rio do alegado,
apó s o sinistro o exequente e o executado estavam em tratativas extrajudiciais.
Acontece Excelências, o executado jamais se recusou a pagar o conserto do veiculo tanto é
que nã o conseguiram fechar o acordo diretamente com o exequente, diante das
divergências de orçamentos do qual o exequente nã o aceitou fazer nos locais que seriam
indicados pelo executado.
Apó s tais tratativas que nã o deram certo, o exequente nã o procurou mais o executado. No
entanto, o executado foi procurado pela seguradora AZUL SEGUROS sobre o sinistro do
carro exequente, quando entã o celebraram um acordo em xx/xx/xxxx.
No entanto, para a sua surpresa o executado foi surpreendido com a presente demanda
distribuída em 08/08/2019, ou seja, distribuída posteriormente ao acordo com a
seguradora do exequente.
Ora Excelências, se a seguradora do exequente foi acionada por ele, pagou o conserto do
veículo e se sub-rogou nos direitos do autor, ora exequente e cobrou tais despesas do
executado, temos que nenhum valor é devido ao exequente que vem agindo de má -fé,
devendo ser condenado por litigâ ncia de má -fé e a pagar em dobro o valor cobrado ao
executado, nos moldes do que dispõ em, os artigos 79 e 80, I e II, 81,§ 2º todos do CPC 940
do CC.
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
II - Alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar
multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor
corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a
arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada
em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
Art. 940 do CC. "Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a
pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o
equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição."
O Exequente acionou a sua seguradora, e esta cobrou o executado, já que se sub-rogou nos
direitos do exequente, nos termos do art. 786 do CC.
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor
respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.
Á corroborar citamos as Jurisprudência sobre casos idênticos:
EMENTA: INDENIZAÇÃO - ACIDENTE VEÍCULO - DESPESAS PAGAS PELA SEGURADORA
- SUBROGAÇÃO - CULPA PELO ACIDENTE - ÔNUS DA PROVA. Nos termos do art. 346 ,
III , Código Civil , a subrogação opera-se, de pleno direito, em favor do terceiro
interessado que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em
parte. Apurada a culpa do réu pelo acidente de trânsito, impõe-se sua condenação ao
ressarcimento das despesas suportadas pela seguradora com os reparos do veículo
segurado. (TJ-MG - Apelação Cível AC 10024132623067001 MG (TJ-MG)
Jurisprudência • Data de publicação: 22/02/2019) EMENTA AÇÃO RESSARCITÓRIA -
DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO - SEGURADORA - COMPROVAÇÃO DO
PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO AO SEGURADO - SUB-ROGAÇÃO NO VALOR PAGO -
CULPA DO APELADO NÃO ELIDIDA - DEVER DE INDENIZAR. A seguradora sub-roga-se
nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano, pelo que
efetivamente pagou, conforme preceitua a Súmula nº 188 do STF. Demonstrado pelo
boletim de ocorrência a culpa do apelado, que não foi elidida por outro meio de
prova, deve responder pelo prejuízo desembolsado pelo segurado. (TJ-SP - Apelação
APL 575208620088260114 SP 0057520-86.2008.8.26.0114 (TJ-SP) Jurisprudência •
Data de publicação: 05/10/2011)
O Exequente juntou nos autos uma nota fiscal no valor de R$ xxx fls. xx/xx onde consta que
a empresa xxxxx autorizada da Seguradora xxxx executou os serviços no veículo do
exequente. A autorizada recebeu da seguradora a título de franquia/avarias prévias se sub-
rogando a seguradora em todos os direitos e açõ es decorrentes da referida indenizaçã o, no
lugar do exequente.
quando entã o se compuseram extrajudicialmente, conforme se comprova através do
contrato de confissã o de dívida e termo de acordo, anexada nos autos.
Aceitada a proposta da Seguradora, o executado se comprometeu a pagar o valor de R$
xxxx, em x parcelas sucessivas de R$ xxxx, com vencimento da primeira em xx/xx/xxxx e as
demais na mesma data dos meses subsequentes, honrando já com o pagamento dos meses
de xxxx a xxxxx/xxxx, conforme comprovantes anexos.
Vejam que referido acordo é originá rio do sinistro ocorrido em xx/xx/xxxx - sinistro nº
xxxxx - tendo como segurada xxxxxxx - veículo xxxx/Placa xxx, ou seja, refere-se ao mesmo
sinistro cobrado pelo recorrido.
Portanto, considerando que o executado foi acionado pela Seguradora que sub-rogou-se
nos direitos do exequente e que o executado está pagando o valor acordado referente ao
sinistro informado pelo exequente, IMPUGNA a r. sentença para o fim de que seja julgado
totalmente improcedente a presente demanda, sob pena de violaçã o aos dispositivos acima
citados, devendo condenar o exequente a pena por litigar de má -fé e a pagar em dobro os
valores cobrados indevidamente ao executado.
No entanto, caso assim nã o entendam Vossas Excelências, que se admite por amor ao
debate, a r. sentença deve ser anulada reabrindo a fase probató ria de produçã o de provas,
tendo em vista que o executado foi cerceado em seu direito de defesa, sob pena de violaçã o
ao disposto no art. 5º, LV da CF.
CONCLUSÃO
Por todo exposto, vem o executado apresentar a sua Impugnaçã o quanto a presente decisã o
e requer, nos moldes do art. 41 e seguintes da Lei dos Juizados Especiais –Lei 9099/95, a
fim de que seja suscitada pelo executado, a nulidade da sentença, para julgar totalmente
improcedente a presente açã o por cerceamento de defesa, reabrindo-se a fase probató ria
para permitir ao réu, ora executado, a produçã o de todos as provas em direito admitidas,
sob pena de violaçã o ao princípio do contraditó rio e da ampla defesa, previsto no art. 5º,
LV, CF/88, condenado o exequente à pena por litigâ ncia de má -fé, a reembolsar o executado
em dobro o valor cobrado indevidamente, e as custas e despesas processuais e honorá rios
advocatícios a ser fixado por Vossas Excelências, como medida da mais lídima JUSTIÇA!!!
Termos em que,
Pede e espera deferimento
Estado, Data/mes/ano
ROSEANE DINIZ
OAB/xx - xxx.xxx
@roseanedinizadv

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