Você está na página 1de 2

Elaboração e implantação de hortas nas escolas

A família, a escola e a sociedade têm a responsabilidade de estimular um


comportamento saudável nas crianças. Assim, elas se tornarão capazes de encontrar
equilíbrio alimentar e boa qualidade de vida. Isso vai repercutir de maneira positiva
na adolescência e na vida adulta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que uma das melhores formas de
promover a saúde na primeira infância é em parceria com a escola.

Para crianças e adolescentes que vivem na zona urbana, uma experiência importante
é o contato com a natureza. Uma horta na escola tem a vantagem de integrar as
diversas fontes e recursos de aprendizagem. Por ser um laboratório vivo, possibilita o
desenvolvimento de variadas atividades pedagógicas.

Os professores podem elaborar projetos interdisciplinares sobre alimentação


saudável, dando aos alunos a oportunidade de conhecer melhor os alimentos e
experimentá-los na cozinha. Tal atividade pode incluir a produção de pratos para a
alimentação escolar, o que os ajudará na promoção da saúde de todos os estudantes
envolvidos no projeto. Mas, para isso, é preciso respeitar a proposta pedagógica e o
projeto político-pedagógico da unidade escolar.

A horta na escola permite a articulação de diversas áreas do conhecimento:

 Na matemática, o(a) professor(a) pode associar o tempo de cultivo, floração e


frutificação com o desenvolvimento dos alunos, comparar com os estudantes as
dimensões dos canteiros, maior e menor, alto e baixo, suas dimensões lineares e as
figuras geométricas.

 Na língua portuguesa, os professores podem sugerir temas de redação ligados ao


consumo de frutas e verduras.

 Em história, pode-se trabalhar a origem dos nomes de frutas e verduras ou


desenvolver um projeto de história oral, fazendo com que alunos entrevistem pais,
mães e avós sobre o consumo de frutas e verduras em suas infâncias.

 Na geografia, podem ser discutidas as frutas e verduras típicas de cada região do


país, resgatando a cultura culinária de cada local.

 Em ciências, é possível mostrar ao aluno o desenvolvimento da planta no tempo,


desde sua germinação até a colheita; observar a posição do sol sobre a horta, durante
os períodos da manhã e da tarde, para posterior comparação com outros meses do
ano; e trabalhar os diversos tipos de solo e suas matérias orgânicas
Para construir a horta, a equipe pedagógica precisa escolher um local apropriado,
que receba luz do sol direta na maior parte do dia, principalmente no período da
manhã. O local também deve estar próximo de um ponto de água, para que seja
possível irrigar os vegetais. Deve ser longe de sanitários e esgotos, isolado e com
pouco trânsito de pessoas e animais.

Tendo o espaço disponível, é necessário realizar a preparação da terra para o plantio:

 Nivelamento do espaço: revirar a terra na profundidade de 15 cm, para que ela se


torne fofa, e demarcar os canteiros com auxílio de barbantes e estacas.

 O espaçamento entre as covas deve ser definido de acordo com a hortaliça a ser
plantada.

Retirar as ervas daninhas e fertilizar o local com adubo natural. Podem ser utilizados
resíduos orgânicos (palhas, restos de cultura, cascas e polpas de frutas, pó de café,
folhas, esterco, etc.).

Se não houver espaço disponível, a horta pode ser construída com garrafas PET ou
caixotes. O(a) professor(a) poderá aproveitar e trabalhar o conceito de
sustentabilidade.

As hortaliças que podem ser plantadas para o consumo na escola são: alface,
almeirão, couve, chicória, repolho, acelga, tomate, berinjela, pimentão, pepino,
quiabo, abobrinha, couve-flor, brócolos (brócolis), alcachofra, cenoura, beterraba,
rabanete, nabo, alho, cebolinha, salsa, coentro. Para facilitar a escolha, procure as
tabelas que mostram a melhor época para plantio de cada hortaliça.

A implantação da horta deve ocorrer em parceria entre a Secretaria de Educação e a


Secretaria de Agricultura do município e pode contar com voluntários. Entre eles:
professores e demais colaboradores da escola, produtores rurais, agrônomos,
nutricionista da escola, pais e mães de alunos. Esses voluntários auxiliam na
manutenção, na troca de experiências, no repasse de mudas e adubo, entre outras
atividades.

Iniciativas como essa podem ser incluídas no projeto político-pedagógico das escolas
e também na formação continuada de todos os profissionais da educação, não apenas
do magistério. Isso permite integrar nutrição, educação alimentar e a educação
regular na Rede Municipal.

Você também pode gostar