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Aula 1

ANÁLISE DE CONJUNTURA

– Análise de conjuntura

- Todos fazem?

• Político
• Jornalista
• O cidadão comum?

- Verificar os dados, os fatos, as interpretações sobre tais e pensar no que é possível a partir
deles.

• Entender o que é mais provável de acontecer a partir do que já se


sabe.

- Conjunturas diversas

• Política, Econômica, Social, Internacional.

- A análise de conjuntura e o dia-a-dia

• Pensar no que ocorreu na empresa, com os colegas, somando


dados e interpretações.
• O famoso BBB.

– Mas e o método e a teoria?

- Por um lado, muitos autores.

• Por outro, pouca discussão.

- Desenvolvido mais profundamente nas ciências econômicas.

• Voltado para análises de curto, médio e longo prazo.


o Mas que se alteram todos os dias.

- E para a ciência política, sociologia e relações internacionais?

• Devemos considerar a questão em perspectiva.

- Alguns elementos para pensar.


• Como se definem e se pensam as relações internas entre as
diferentes esferas do social?
• Como se estabelece quem são os atores e como se relacionam?
o O que faz um ator um ator e como se apresenta e
representa?
• Quais são os recursos de poder dos atores? São prévios? Fazem
parte do processo? São resultado de outros processos?
• Como se dá a prática política? Existem fatores objetivos? E quais
são os objetivos?
• Quais as relações entre microfenômenos e macroprocessos?
o São separados ou inter-relacionados?
• E a comunicação da ação política? Como se dá, para quem
serve? Quem as leva? Quem as produz?

- Um breve roteiro, não exaustivo, mas que já nos faz pensar:

• Como utilizaríamos tudo isso em um exemplo recente?


o Caso Daniel Silveira.

- Outra questão:

• Existe uma análise de conjuntura neutra?


o Não há neutralidade em análises de conjuntura. Mas isso
pode ser implícito ou explícito.
o Toda análise parte de um pressuposto, o que já quebra a
neutralidade.

- Quem faz análise de conjuntura está influenciando a própria conjuntura?

• A relevância da influência é variável.

- Possíveis outros elementos:

• Acontecimentos
o Fato ≠ acontecimento
 O acontecimento tem um significado ou sentido
especial.
• A análise, portanto, vai identificar os
acontecimentos ligados a conjuntura.
 Nem todo fato é um acontecimento.
• Se o fato analisado não tem impacto na
questão, não é acontecimento.
o Até certo ponto, afetam a realidade, o futuro da sociedade,
das pessoas.
• Necessário identificar os acontecimentos de um período de
tempo.

- Quais exemplos de acontecimentos podemos ter?

• Caso Daniel Silveira: livro do general Villas-Boas é um


acontecimento; invasão ao Congresso americano não é um
acontecimento, mesmo sendo um fato.

- Cenários:

• O local em que se desenvolve a ação e prática política,


econômica, social.
• Oferece um indicativo para outras categorias
o Mudar o cenário pode mudar as forças, pode influenciar no
processo.
• Conhecer o cenário é sempre uma vantagem.
• Quais exemplos de cenários podemos ter?

- Atores

• Aqueles que agem, mas não somente, representam um papel


• Reivindicam, se posicionam, se manifestam
• Quais exemplos de atores podemos ter?
o Caso Daniel Silveira: o próprio, membros do STF,
deputados, etc.

- Relação de forças

• Os atores se relacionam e inter-relacionam


o Cooperam, entram em conflito, coexistem
 Domínio, igualdade, subordinação
• Como medir as forças?
o Certos casos possuem métricas, dados quantitativos.
o Outros são mais complexos de serem verificados.
o Além disso, as relações de força não são estanques.
• Quais exemplos de relação de força podemos ter?

- Articulação entre estrutura e conjuntura

• Estrutura
o O que há de mais “sólido”
• Conjuntura
o O momento específico ou as probabilidades a partir deste
• Existe uma interrelação: a estrutura influencia a conjuntura e vice-
versa.
• Quais exemplos de articulação estrutura-conjuntura podemos ter?

- Perspectivas de análise

• A partir do poder dominante


• A partir da oposição a tal poder

- Qual a relevância dessa perspectiva?

• A função da análise de conjuntura


o Permanência, sobrevivência do poder
o Transformação da realidade, alteração da conjuntura
o A forma pela qual as categorias vão ser analisadas

- Portanto, a análise de conjuntura também é uma forma de intervenção no mundo político,


social, econômico.

- Outra questão essencial:

• Estratégia
o O plano geral, os objetivos globais
o Meios forças e elementos
• Tática
o Formas e meios de alcançar tais objetivos, o uso de fato
desses elementos
Aula 2

Questões sobre a análise de conjuntura

– Compreende a dinâmica.

- As análises analisam um momento específico, portanto elas podem “perder a válidade”, mas
permanecem válidas como uma análise do período a que se referem, mesmo que não mais do
presente.

– Tenta compreender a essência.

– Verificar o todo.

- Mas também as partes.

– O que conta na conjuntura depende do observador.

- Perspectivas específicas.

- Decisões sobre inclusão e exclusão.

- Baseadas na realidade.

– A análise da conjuntura pressupõe a ação.

- A partir do que é visto e entendido.

– A análise da conjuntura é um processo.

- Não é um clipping de notícias ou de wishful thinking.

– Mais algumas possíveis etapas:

- Seleção de fatos empíricos

• Econômicos, políticos, sociais dentro de um período.


• Identificação de elementos comuns, tendências.
o Além de elementos comuns entre diferentes períodos, é
preciso analisar as tendências de cada um, pois elas não
necessariamente permanecem.
• Análise do todo para a parte e parte para o todo.
• Explicação da correlação de forças dos atores sociais e como tais
influenciam o processo.
• Análise dos elementos da contemporaneidade.
o Em relação àquilo que é analisado.
• Explicação das mediações entre fatores e fatos concretos.
• Análise dos fatos e dados ao longo do tempo.
• Verificação de dados estatísticos para suporte das considerações
e conclusões.
• Verificação de tendências futuras.
• Identificação de alternativas.

– Conjuntura e estrutura.

- Conjuntura representa o conjunto.

• O que se alter, o período de análise, o campo de batalha.

- Estrutura representa o estável.

• O que não se altera facilmente, o campo da guerra.

- Estrutura = infra-estrutura.

• Modo de produção, formas de socialização.

- Institucional = supra-estrutura.

• Organização política, social, formas de governo.

- Tática e Estratégia

• Tática é a luta do dia-a-dia.


• Estratégia é o pensar na guerra.

– Exemplos de Maquiavel e Lênin.

- Maquiavel lia a realidade de seu tempo.

• Propondo possíveis formas de ação.


o Poder do Príncipe.

- Lênin observava sua realidade.

• Identificou as forças e como elas poderiam ser usadas para o


objetivo maior:
o Revolução.

- Ambos saem de um problema político e analisam a realidade de forma a compreender e agir


nessa realidade.
– Outros elementos de análise:

- Sistema

• Multicêntrico
o Estrutura
 Caráter mais permanente
o Estado
 Forma de organização política que dá as regras
para o jogo político
o Governo
 Quem ocupa, como ocupa e como age aqueles que
estão no poder
o Parlamento
 Multiplicidade de atores e relações de força
o Judiciário
 Fiel da balança, mas também visto como ator
político
o Partidos políticos
 Agremiações programáticas, lutam por poder e
representação
o Sociedade civil
 Atuação de outros atores políticos e econômicos,
representantes de interesses específicos.

- Sistema Cultural

• Cultura e costume
o Atitudes compartilhadas, visões de mundo difundidas,
práticas sociais
• Religião
o Forma de ver o mundo, a vida e a ação na realidade, pode
ser feita de refém no jogo político ou ajudar a manipular os
demais atores
• Ideologia
o Compreende visões de mundo, crenças, formas de pensar
socialmente compartilhadas e diversas

- E voltamos aos acontecimentos, atores, cenários

• Que estão ligados aos demais itens


• Que são parte da realidade observável
• Que fazem parte da ação política, econômica e social
• Que oferecem os dados, as tendências e o imprevisível.

Aula 3

A nova ordem internacional pós-11 de setembro

– Sobre corvos e cisnes

- A observação é sempre confiável?

- Cisne negro

• O impensável ou improvável – questão do empirismo e de se ver


apenas cisnes brancos prova ou não que não existem cisnes
negros.
o Até que seja

- Necessidade de considerar o impensável

• Não podemos o prever, mas ele tem que estar presente.

- Acontecimentos como marcos

• Antes e depois
o Aparição de algo novo, que abala a estabilidade
o Mudanças de parâmetro
• É possível prever acontecimentos?
o Sua classificação acaba sendo, em geral, posterior.

– Conjunturas

- Fluídas
• Parte de um processo dinâmico
• Saindo de uma “estabilidade”
• Na busca por uma nova “harmonia”

- Críticas

• Influências estruturais relaxadas


• Impactos relevantes
o Maior opções de ação
o Consequências potencialmente maiores

- Ordem e Desordem

• Mudanças na distribuição de poder


• Provisão da governança global
• Capacidade de atores com poucos recursos usarem ADMs

– Outras questões metodológicas

- Identificar indivíduos ou grupos com interesses

• Querem influenciar no resultado

- Identificar as políticas de cada ator envolvidos

• O que dizem que querem

- Aproximar o que significa grandes problemas para os atores

• Quais os riscos ou obstáculos

- Qual o poder de influência dos atores em relação aos demais?

• Poder de convencimento e obtenção de apoio

- Público x Privado

• O que se quer e o que se fala

- Do e no

• Diferenciar o que ocorre na estrutura e a mudança da estrutura

– Portanto

- Devemos identificar
• Os atores
o Com o maior nível de detalhes possível
• Os acontecimentos
o Em geral de encadeamento lógico retrospectivo
o Mas considerar os “cisnes negros”
• Os interesses
o O que cada ator deseja, o que diz que deseja
o E como influencia os demais para alcançar tal desejo

- Considerando, sempre, que a conjuntura é fluída, com momentos críticos.

- E identificando mudanças no sistema e mudanças de sistema

• Ordem e desordem, permanência e mudança.

Aula 5

A conjuntura econômicaesecuritária internacional

– Conjuntura econômica

- Rápida alteração

- Necessária para a tomada de decisão

- Entretanto:

• Como desenvolver uma análise que se altera com os múltiplos


movimentos do mercado?

- Primeiro passo

• Qual pergunta vamos tentar responder?


o Internacional, nacional, local, empresa?
• Qual elemento específico vamos analisar?
o Juros, câmbio, balança de pagamentos?
• Qual o período de tempo analisado?
o Curto, médio ou longo-prazo?

- Segundo passo
• Quais variáveis vamos nos focar?
o Ligadas ao que queremos responder
o Delimitadas pelo tempo especificado
o Extraídas da realidade

- Terceiro passo

• Análise das variáveis e do cenário


o Passado, presente e expectativas do futuro
o Lembrar das incertezas

- Quarto passo

• Escrita da análise
o Demonstração das bases, das variáveis, dos cenários
 Bases são o objeto de estudo
o Quantos cenários?

- Quinto passo

• Impactos e consequências

- Análise de risco econômico

• Identificação
• Categorização
• Gerenciamento

- Possível categorização de riscos

• De mercado
• Específico
• Operacional
• Financeiro
• Contínuo
• Eventual
• Catastrófico
• Menor

– Análise de conjuntura e de política externa


- Dimensão interna

• Grupos sociais e econômicos


• Elite política
• Setores da economia
• Ideologias subjacentes

- Dimensão externa

• Outros países
• Organizações internacionais
• Regimes e instituições

- Burocracias e informações

• Ministros de Relações Exteriores e diplomatas


• Forças armadas
• Agentes de inteligência

- Análise de Política Externa e Análise de Risco Político

• Intermediação entre o interno e externo


o Processos de tomada de decisão
 Elementos influenciadores
 Históricos, impactos e perspectivas
 Atores e comportamentos
• Gerais, específicos e esperados

- Considerar que o interno e o externo se impactam e complementam

• Decisões sobre política externa são tomadas sob a ótica do


contexto e conjuntura interna
• E decisões sobre política doméstica são tomadas considerando o
cenário e conjuntura internacional

- Risco

• Ameaças que podem produzir alterações no cenário


• Como identificar e calcular?

- Risco político
• Múltiplas dimensões
o Necessidade de especialização
• Alertas antecipados
o Tendências
• Gerenciamento
o Considerar riscos permite lidar com o eventual

- O “comum” e o “cisne”

• Necessidade de compreender os riscos do dia-a-dia


o Esperado, categorizado, já ocorrido e que pode se repetir
• Necessidade de considerar o “impensável”
o Cisne negro

- Planejar o que é possível e se preparar para o que vier

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