Comentário: Texto “A Competência do Juízo Universal da Falência para
julgar questões que interfiram no patrimônio da Massa Falida ou da empresa em Recuperação Judicial”
Esse texto aproxima-se muito de outro já trabalhado, “A Competência do Juiz
Falimentar”, pois ambos abordam o fato de se fixar a competência pela localização do estabelecimento principal, bem como a aplicação dos princípios da universalidade e da unicidade. Entretanto, o texto aqui avaliado chega a ser mais completo, trazendo questões não suscitadas no outro texto. Quanto a essa ideia de universalidade do Juízo, destaca-se aqui o caso do Grupo OGX, no qual, pela primeira vez no Brasil, aceitou-se que empresas estrangeiras figurassem no polo passivo de processo de recuperação judicial. As empresas eram austríacas, tendo se argumentado que Austria era signatária de tratados internacionais sobre a matéria, de maneira que aceitaria a jurisdição brasileira pela universalidade dos processos de insolvência. Outro ponto trazido é a diferença entre como se procede com a massa falida (falência) e com os bens da empresa em recuperação judicial. Na falência, afasta-se os administradores da empresa e procede-se de imediato com a arrecadação e liquidação dos bens para que eles sejam onerados de maneira que se pague os débitos com os credores, por meio de administrador designado judicialmente. Aqui, é muito importante uma sintonia e comunicação entre o juízo responsável e o administrador judicial. Já na recuperação, como o propósito é diferente, não se afasta os administradores e só se pode onerar os bens que compõem o ativo fixo quando estiverem inclusos no plano de recuperação. Por fim, aborda-se o conflito de competência entre o Juizo Falimentar e outros (criminal, cível, fiscal e trabalhista), ficando nesse ponto ainda mais evidente a universalidade e unidade desse juízo, pois atrai para si tudo que pode afetar a massa falida ou os bens da empresa em recuperação judicial.