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O que determina os diferentes tipos de sangue?

Giba Stam

Os tipos sanguíneos estão relacionados a uma substância chamada antígeno – a classificação pelo
grupo ABO, por exemplo, corresponde à presença ou ausência dos antígenos A e B. Os antígenos
têm uma propriedade especial: toda vez que ele é reconhecido pelo sistema imunológico como algo
estranho – diferente das substâncias que fazem parte do organismo –, ele estimula a ação dos
anticorpos presentes no sangue. Uma pessoa com sangue tipo A, por exemplo, desenvolve os
anticorpos anti-B. Ao receber o sangue de uma pessoa com sangue tipo B, esses anticorpos grudam
nas hemácias do doador e fazem com que o sangue coagule. Essa reação é conhecida desde 1901,
quando o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos A, B, AB e O (veja tabela).

A porcentagem de tipos sanguíneos varia em diferentes grupos populacionais. Muitos povos


indígenas, como várias tribos da América, não possuem o tipo B. No Brasil, os tipos O e A
respondem, juntos, por quase 90% dos habitantes. Uma provável explicação para esse fenômeno
está em pesquisas ainda não-conclusivas: elas indicam que algumas doenças são mais comuns em
determinados tipos sanguíneos. O câncer de estômago, por exemplo, seria mais freqüente em
pessoas com sangue tipo A; a pneumonia e certos tipos de anemia, no tipo B. Conforme certas
epidemias se tornam mais freqüentes, elas matam mais pessoas de certo tipo sanguíneo – e sobra
mais gente dos outros.

Além dos grupos ABO e Rh, existem ainda 27 grupos sanguíneos, sendo que a maioria deles não é
sequer testada porque não interfere nas transfusões. Praticamente todos os mamíferos possuem tipos
sanguíneos. Os cachorros têm seis tipos, os bois, dez, os carneiros, sete e as galinhas, cinco.

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