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EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS E SEUS SIGNIFICADOS

À beça

No Rio imperial, havia um comerciante rico chamado Abessa, que adorava

ostentar roupas de luxo. Quando alguém aparecia fazendo o mesmo, dizia-se

que ele estava se vestindo à Abessa, ou seja, como o comerciante.

A carne é fraca

Essa expressão retirada da bíblia representa a dificuldade de se resistir a certas

tentações.

A dar com pau

O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve

origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a

travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer"

que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e

angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a

expressão.

A vaca foi para o brejo


Quando a seca é mais violenta, os animais começam a procurar os brejos,

regiões que permanecem alagadas por mais tempo. É sinal de que a situação

piorou.

Abotoar o paletó

Falecer. Morrer. O mesmo que bater as botas.

Abraço de tamanduá

O tamanduá, quando percebe algum perigo, se deita de barriga para cima e

abre seus braços. O inimigo, ao se aproximar, é surpreendido por um forte

abraço, que o esmaga. Daí, ser o”abraço de tamanduá” qualquer atitude falsa,

deslealdade, traição.

Abrir o coração

Desabafar. Declarar-se sinceramente.


Acabar em pizza

Quando uma situação não resolvida acaba encerrada. Em casos de corrupção

quando ninguém é punido.

Acertar na mosca

Acertar precisamente. No alvo.

Acordo leonino

Significado: Um "acordo leonino" é aquele em que um dos contratantes aceita

condições desvantajosas em relação a outro contratante que fica em grande

vantagem. Uma expressão retórica sugerida nomeadamente pelas fábulas em

que o leão se revela como todo-poderoso.

Afogar o ganso
No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais

com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave

na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima.

Água Mole em Pedra Dura, Tanto Bate até que Fura

Um de seus primeiros registros literários foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43

a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e "Metamorfoses",

que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: "A água mole

cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é

muito difundida formar rimas nesse tipo de frase para que sua memorização

seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.

Água que passarinho não bebe

Pinga, bebida alcóolica.

Aliança de casamento na mão esquerda

Os gregos acreditavam que o 3º dedo da mão esquerda possuía uma veia que

se ligava diretamente ao coração.


Amarrar o burro

Ficar em descanso, na folga.

Amigo da Onça

Falso amigo, amigo interesseiro ou traidor.

Amor Platônico

Platão era aluno de Sócrates. Tentando entender o motivo pelo qual seu grande

mestre havia se matado, ele propõe a existência de dois mundos: Um chamado

mundo sensível, aquele que você percebe com os cinco sentidos, e outro

chamado mundo inteligível, que você só pode perceber com a inteligência, a

mente. O mundo sensível é apenas um reflexo do que há de bom no mundo

inteligível. O amor perfeito só existe na mente das pessoas, mas o amor real

(que se toca, se vive) pode ter falhas. Por isso, quem não vive o amor real, fica

só na imaginação, vive um Amor Platônico.

Andar à toa
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está "à

toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca

determinar. Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.

Apressado come cru

Afobamento, precipitação.

Armado até os dentes

Exageradamente armado, preparado para uma situação difícil.

Arroz de festa

Assim são chamadas aquelas pessoas que não perdem uma festa por nada,

tendo ou não sido convidadas pra mesma. A origem dessa expressão talvez

advenha do costume de se jogar arroz em recém casados. Mas o mais provável

é que ela tenha surgido devido a uma antiga tradição portuguesa. Nas festas e

comemorações das tradicionais famílias portuguesas nunca faltava uma

sobremesa feita com arroz, leite, açúcar e algumas especiarias (arroz doce) e

que era conhecida, na época, como "arroz de festa".


Arrumar sarna para se coçar

Procurar por problemas.

Baderna

Uma bailarina de nome Marietta Baderna fazia muito sucesso no Teatro Alla

Scalla, de Milão. Ao apresentar-se no Brasil, em 1851, causou frisson entre seus

fãs, logo apelidados de “os badernas”. O sobrenome da artista, de

comportamento liberal demais para os padrões da época, deu origem ao termo

que significa confusão, bagunça.

Baixar a bola

Acalmar-se, ser mais comedido.

Bater as botas
Morrer, falecer.

Bode expiatório

A expressão significa que alguém recebeu a culpa de algo cometido por outra

pessoa. A origem está num rito da tradição judaica. Simbolicamente, o povo

depositava todos os seus pecados num bode, que era levado até o deserto e

abandonado. Dessa forma, acreditava-se que as pessoas estariam livres de

todos os males que tinham feito.

Botar o carro na frente dos bois

Pular ou queimar etapas de forma inapropriada, geralmente atrapalhando o

andamento ou resolução de uma situação.

Briga de cachorro grande

Embate entre forças as quais se julga superiores.

Caiu no conto do vigário


Uma imagem de Nossa Senhora dos Passos foi doada pelos espanhóis para Ouro

Preto e começou a ser disputada pelos padres de duas igrejas: a de N. Sra. de

Pilar e a de N. Sra. da Conceição. O padre de Pilar sugeriu, então, que a imagem

fosse colocada em cima de um burro, no meio do caminho entre as duas igrejas.

O rumo que o animal tomasse, decidiria quem ficaria com a imagem. Quando foi

solto, o burro se dirigiu para a igreja de Pilar. Mais tarde, soube-se que ele

pertencia ao padre de lá; logicamente sabia o caminho a seguir.

Calcanhar de Aquiles

De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu

Filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar.

Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não

tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido

como calcanhar de Aquiles.

Cara de pau

Descarado, sem-vergonha.

Carioca
O termo carioca é oriundo da família lingüística tupi-guarani (kari ' oca) e

significa etimologicamente "casa de branco": cari: branca; oca: casa. O termo

carioca é também o gentílico dos habitantes ou naturais do município do Rio de

Janeiro.

Casa da Mãe Joana

Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom

Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se

encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana.

Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase "casa da mãe

Joana" ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

Chegar de Mãos Abanando

Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que

chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas.

Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao

trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.

Chorar as pitangas
Pitangas são frutinhas vermelhas cultivadas e apreciadas em todo o país,

principalmente nas regiões norte e nordeste. A palavra pitanga deriva de

pyrang, que em tupi guarani significa vermelho. Sendo assim a provável relação

da fruta com o pranto vem do fato de os olhos ficarem vermelhos, parecendo

duas pitangas, quando se chora muito.

Chorar sobre o leite derramado

Lamentar-se por algo que não tem solução ou volta.

Comer o pão que o diabo amassou

Significa passar por uma situação difícil, um sofrimento. Imagino que a origem

dessa expressão venha do fato de que deve ser, realmente, indigesto engolir um

pão amassado (amassar é o mesmo que fazer a massa) pelo capeta. Além da

procedência, nada confiável, do produto (se vem do coisa ruim, boa coisa não

pode ser) tem grandes chances desse pão vir queimado, já que foi assado no

fogo do inferno.

Da Pá Virada
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada

para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo

homem vagabundo, irresponsável, parasita.

Dar com a língua nos dentes

Contar um segredo, falar.

Dar com os Burros N'Água

A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a

produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre

burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de

estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas,

onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado

para se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e

não consegue ter sucesso naquilo.

Dar uma banana

É das poucas expressões que são acompanhadas por um gesto. Aliás, neste

caso, o mais provável é que o gesto tenha inspirado a expressão, já que ele
existe em vários países como Portugal, Espanha, Itália e Brasil. Em todos esses

lugares o gesto significa a mesma coisa: um desabafo ou uma ofensa.

Deu zebra

Não há zebra no Jogo do Bicho. “Dar zebra” é acontecer uma coisa impossível,

que não estava prevista.

Disputar a negra

Os senhores do séc. XVIII, quando jogavam, o troféu era, quase sempre, uma

negra escrava. O termo é usado até hoje em "peladas" e "rachas" de futebol.

Dor de Cotovelo

A expressão teve origem nas cenas de pessoas sentadas em bares, com os

cotovelos apoiados no balcão bebendo e chorando um amor perdido. De tanto

ficar naquela posição, as pessoas ficavam com dores no cotovelo. Atualmente, é

muito comum utilizar essa expressão para designar o despeito provocado pelo

ciúme ou a tristeza causada por uma decepção amorosa.


Dourar a Pílula

Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para

melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa

melhorar a aparência de algo.

Eles que são Brancos que se Entendam

Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um

mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados

e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a

punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a

seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou

indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de Dom Luís de

Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos

fatos, Dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do

vice-rei. Mas, Dom Luís se explicou: nós somos brancos, cá nos entendemos.

Encher lingüiça

Enrolar, preencher espaço com embromação.


Engolir sapos

Fazer algo contrariado; ser alvo de insultos, injustiças, contrariedades sem

reagir, revidar, acumulando ressentimento.

Entrar pelo cano

Se dar mal, ficar encrencado. Complicar-se.

Erro Crasso

Na Roma antiga havia o Triunvirato: o poder dos generais era dividido por três

pessoas. No primeiro destes Triunviratos, tínhamos: Caio Júlio, Pompeu e

Crasso. Este último foi incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos.

Confiante em sua vitória, resolveu abandonar todas as formações e técnicas

romanas e simplesmente atacar. Ainda por cima, escolheu um caminho estreito

e de pouca visibilidade. Os partos, mesmo em menor número, conseguiram

vencer os romanos, sendo o general que liderava as tropas um dos primeiros

que caíram. Desde então, sempre que alguém tem tudo para acertar, mas

comete um erro estúpido, chamamos de "Erro Crasso".

Espírito de Porco
Nos tempos colonias os escravos faziam todo tipo de trabalho, do mais leve ao

mais pesado. Um, em especial, causava terror: negavam-se a abater porcos.

Achavam que os espíritos suínos lhes atormentariam à noite. A expressão

passou a designar quem incomoda, atrapalha, é inconveniente.

Estar com a corda no pescoço

Estar ameaçado, sob pressão ou com problemas financeiros.

Estar com a pulga atrás da orelha

Ficar desconfiado.

Estômago de Avestruz

Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco

gástrico capaz de dissolver até metais.


Farinha do mesmo saco

"Homines sunt ejusdem farinae" esta frase em latim (homens da mesma

farinha) é a origem dessa expressão, utilizada para generalizar um

comportamento reprovável. Como a farinha boa é posta em sacos diferentes da

farinha ruim, faz-se essa comparação para insinuar que os bons andam com os

bons enquanto os maus preferem os maus.

Fazer boca de siri

Manter segredo sobre algum assunto.

Fazer nas Coxas

A origem vem da época dos escravos, que usavam as próprias coxas para

moldar o barro usado na fabricação das telhas. Como as medidas eram

diferentes, as telhas saíam também em formatos desiguais. E o telhado, “feito

nas coxas”, acabava torto.

Fazer tempestade em copo d'água


Transformar banalidade em tragédia.

Fazer um negócio da China

Aproveitar uma grande oportunidade.

Ficar a Ver Navios

Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas

seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava

a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de

Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo

ficava a ver navios.

Fila indiana

Forma de caminhar dos índios da América que, deste modo, tapavam as

pegadas dos que iam na frente. Fila de pessoas ou coisas dispostas uma após

outra.
Gatos-pingados

Tem sentido depreciativo usando-se para referir uma suposta inferioridade

(numérica ou institucional), insignificância ou irrelevância. Esta expressão

remonta a uma tortura procedente do Japão que consistia em pingar óleo a

ferver em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Existem várias

narrativas ambientais na Ásia que mostram pessoas com os pés mergulhados

num caldeirão de óleo quente. Como o suplício tinha uma assistência reduzida,

tal era a crueldade, a expressão "gatos pingados" passou a denominar pequena

assistência sem entusiasmos ou curiosidade para qualquer evento.

Guardar a Sete Chaves

No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de

jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro

fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino.

Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado

devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A

partir daí, começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para designar

algo muito bem guardado.

Hora de a onça beber água


O animal costuma fazer isso ao anoitecer, e, segundo a tradição indígena, esse é

o melhor momento para abatê-lo.

Jurar de Pés Juntos

- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.

 A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas

quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era

torturado para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para

expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

Lágrimas de crocodilo

Os animais que vivem em água salgada, como focas e crocodilos, ajudam a

eliminar o excesso de sal do corpo vertendo água salgada pelos olhos,

pressionando o céu da boca com a língua. Ele chora enquanto devora suas

vítimas.

Levar o calote

Calote é o diminutivo de calo. No séc. XVIII, era comum, nas feiras, o

comprador abocanhar a oferta (calote) e ir embora sem comprar o produto


oferecido. Daí “levar o calote” significa vender alguma coisa e não receber o

pagamento.

Lua-de-mel

Há mais de 4 mil anos, os habitantes da Babilônia comemoravam a lua-de-mel

durante o primeiro mês de casamento. Nesse período, o pai da noiva precisava

fornecer ao genro uma bebida alcoólica feita da fermentação do mel. Como eles

contavam a passagem do tempo por meio de um calendário lunar, as

comemorações ficaram conhecidas como lua-de-mel.

Memória de Elefante

O elefante lembra de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais

atrações do circo. Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo tem memória

de elefante.

Meter o rabo entre as pernas

Submeter-se. Acovardar-se.
Meter os pés pelas mãos

Agir desajeitadamente ou com pressa. Confundir-se no raciocínio.

Molhar o biscoito

Transar.

Motorista Barbeiro

- Nossa, que cara mais barbeiro!

No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e

barba mas, também, tiravam dentes, cortavam calos, etc... E por não serem

profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o

século XX, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão

"coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de

"motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.

Não dar ponto sem nó


Tem o sentido de fazer alguma coisa sempre pensando em tirar proveito

pessoal, fazer algo com segunda intenção.

Não Entendo Patavinas

Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que

falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova, sendo

assim, não entender patavina significa não entender nada.

No tempo do Onça

No início do Século 18, o Rio de Janeiro era governado por Luiz Vahia Monteiro,

conhecido como “o Onça”. Ele tinha este apelido por ser extremamente severo e

exigente. Durante o período em que governou o Rio, ele cumpria rigorosamente

a lei e exigia que todos a cumprissem também. Os saudosos do governador

Vahia Monteiro, ao assistirem o desleixo com que a cidade era administrada,

viviam suspirando pelos cantos e dizendo: “Ah, no tempo do Onça que era

bom!”. Por conta disto, a expressão “no tempo do Onça” passou a significar

coisa antiga, algo de tempos passados.

O Canto do Cisne
Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A

expressão canto do cisne representa as últimas realizações de alguém.

O Pior Cego é o que não Quer Ver

Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul

D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel.

Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou

a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele

imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O

caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e

entrou para a história como o cego que não quis ver.

O Pulo do Gato

O gato faz sete movimentos corporais e preventivos até chegar ao chão. Quando

toca o solo o faz  tão suave como se tivesse um amortecedor de impactos nos

pés. Ele protege a cabeça, gira o rabo, posiciona as patas, alinha o corpo e

arqueia a coluna. 

OK
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar

algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, nos EUA.

Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma

morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto),

expressando sua grande satisfação. Daí surgiu o termo "OK".

Olhos de Lince

Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a

visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das

paredes.

Onde Judas perdeu as botas

Lugar remoto. Distante. No fim do mundo.

Onde Judas Perdeu as Botas

Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se

em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por

entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas

estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca


alguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à

expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

Pagar o pato

A expressão deriva de um antigo jogo praticado em Portugal. Amarrava-se um

pato a um poste e o jogador (em um cavalo) deveria passar rapidamente e

arrancá-lo de uma só vez do poste. Quem perdia era que pagava pelo animal

sacrificado, sendo assim passou-se a empregar a expressão para representar

situações onde se paga por algo sem obter um benefício em troca. Significa

fazer o papel de tolo, pagando por aquilo que não deve.

Para inglês ver

Em 1830, pressionado pela Inglaterra, o Brasil começou a aprovar leis contra o

tráfico de escravos. Mas todos sabiam que elas não seriam cumpridas. Falava-

se, então, que as leis eram apenas para inglês ver.

Para o santo

O hábito sertanejo de, antes de beber, derramar uma parte do cálice, tem raízes

no rito hebraico milenar de reservar, na festa de Pessach (Páscoa), um copo de


vinho para o profeta Elias (representando o Messias que virá, anunciado pelo

Profeta Elias).

Pensando na Morte da Bezerra

A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das

tradições hebráicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma

de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma

bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se

lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto

morreu.

Pentear macacos

Ir chatear outra pessoa.

Pessoa Maquiavélica

Nicolau Maquiavel foi um autor do século XV. Entre suas obras, encontra-se um

livro chamado "O Príncipe", uma espécie de manual de como um governante

pode controlar o povo. A principal característica do livro era "O fim justifica os

meios"; ou seja, se seu objetivo é bom, não há problema em fazer coisas más
para concretizá-lo. Matar pode ser errado, mas matar um assassino com o

objetivo de salvar várias outras vidas, seria justificável. Maquiavel gera duas

expressões: "Pessoa Maquiavélica", que significa "sem escrúpulos", e "plano

maquiavélico", que significa "aquele que não falha nunca".

Pode tirar o cavalinho da chuva

Os visitantes das fazendas, mesmo quando estava chuvendo, atrelavam seus

cavalos à cerca. O fazendeiro, se quisesse que o visitante demorasse, dava

ordem para que ele “tirasse o cavalo da chuva”. Era um convite para ficar.

Pôr a mesa

Durante a Idade Média, as grandes casas e os palácios não tinham uma sala de

jantar porque a tradição era a de que os senhores comiam onde estavam. Na

hora da refeição, o pessoal que trabalhava nas cozinhas colocava cavaletes com

estrados por cima, ao que se chamavam mesas. Não havia talheres, a não ser a

faca que cada um trazia sempre consigo. Comia-se quase tudo à mão. Para

chamar os senhores para a refeição, os criados diziam aos seus amos que "...as

mesas estão postas."

Pôr os pontos nos ís


Esclarecer a situação detalhadamente.

Procurar chifre em cabeça de cavalo

Procurar problemas onde não existem.

Procurar uma agulha num palheiro

Tentar algo impossível.

Prometer mundos e fundos

Fazer promessas infundadas ou exageradas.

Quebrar o galho

Significa dar um jeito pra resolver um problema ou uma situação complicada.


Queimar as pestanas

Expressão ligada aos estudantes, querendo significar aqueles que estudavam

muito. Antes do aparecimento da electricidade, recorria-se a uma lamparina ou

uma vela para iluminação. A luz era fraca e, por isso, era necessário colocá-las

muito perto do texto quando se pretendia ler o que podia dar azo a "queimar as

pestanas".

Quem não tem cão, caça com gato

Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se

dizia "quem não tem cão caça como gato", ou seja, se esgueirando,

astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

Querer tapar o sol com a peneira

Significa querer esconder o que todos estão vendo.  

Rasgar Seda
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa,

surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na

peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma

moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a

intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

Receber um balde de água fria

Inverter o entusiasmo em desilusão.

Riscar do mapa

Fazer desaparecer.

Sair o tiro pela culatra

Significa que a intenção de prejudicar alguém volta-se contra o próprio

autor. Pensando em enganar os outros e, no fim, o único prejudicado foi ele

mesmo. O tiro saiu pela culatra.

Santo do Pau Oco


Durante o século XVII, as esculturas de santos que vinham de Portugal eram

feitas de madeira. A expressão surgiu porque muitas delas chegavam ao Brasil

recheadas de dinheiro falso. No ciclo do ouro, os contrabandistas costumavam

enganar a fiscalização recheando os santos ocos com ouro em pó. No auge da

mineração, os impostos cobrados pelo rei de Portugal eram muito elevados. Para

escapar do tributo, os donos de minas e os grandes senhores de terras da

colônia colocavam parte de suas riquezas no interior de imagens ocas de santos.

Algumas, normalmente as maiores, eram enviadas a parentes de outras

províncias e até de Portugal como se fossem presentes.

Segurar a vela

Estar sozinho com um casal.

Sem Eira Nem Beira

Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam

status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura.

Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

Sem pés nem cabeça


Sem lógica. Sem sentido. Fora da realidade.

Spam

A utilização do termo “spam” para designar mensagem não solicitada decorre de

um spot humorístico do grupo inglês Monty Python, que mostrava em um

restaurante uma garçonete tentanto fazer, a todo custo, uma cliente comprar

uma refeição a base de “spam”. O produto “spam”, deriva do nome de um

produto da empresa Hormel Foods a base de carne suína enlatada - Hormel

Spice Ham. Um concurso feito pela empresa o rebatizou de “Spam”, este

alimento, muito barato, foi muito consumido pelos aposentados norte-

americanos nas épocas de recessão, o que justifica, de outra parte, a ojeriza de

muitos consumidores a este produto.

Ter ouvidos de tísico

As pessoas que sofrem de tuberculose pulmonar (tísica) tornam-se muito

sensíveis, incluindo uma notável capacidade auditiva. A expressão "ter ouvidos

de tísico". Significado: Ouvir muito bem.

Tirar a barriga da miséria


Tirar a barriga da miséria quer dizer aproveitar com muito prazer alguma coisa

de que até então carecia.

Tirar água do joelho

Urinar.

Tirar o Cavalo da Chuva

- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!

 No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento

em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos

da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só

poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita

estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão

passou a significar a desistência de alguma coisa.

Tomar chá de sumiço


Tem o sentido de desaparecer de um lugar que se costumava freqüentar, sem

dar notícia. Sumiu do mapa. Evaporou-se.

Trocar alhos por bogalhos

Confundir fatos ou histórias.

Trocar seis por meia dúzia

Trocar uma coisa por outra que não vai fazer a menor diferença.

Vá se queixar ao bispo

No Brasil do séc. XVII, ter filhos era muito importante. Precisando mostrar ao

homem que era fértil, a mulher engravidava antes do casamento. A regra era

aprovada pela própria Igreja desde que depois o casamento se consumasse.

Muitas vezes, o noivo ia embora e a mulher grávida ia reclamar ao bispo, que

mandava alguém atrás do fujão.

Vai Tomar Banho


Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos

índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário

dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças

transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito

agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos

pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e

lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos

portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e

raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios.

Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses,

mandavam que fossem "tomar banho".

Vestir a carapuça

Carapuça é uma espécie de barrete ou capuz de forma cônica e remonta ao

período da Inquisição, em que os condenados eram obrigados a vestir trajes

ridículos ao comparecer aos julgamentos. Além de usar uma túnica com o

formato de um poncho, eles precisavam colocar sobre a cabeça um chapéu

longo e ponteagudo, conhecido como carapuça. Daí a expressão "vestir a

carapuça" ter se incorporado ao português escrito e falado com o sentido de

"assumir a culpa".

Virar casacas
Mudar de idéias facilmente. Traidor.

Voto de Minerva

Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No

julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto

decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

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