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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

BAIRRO ININGA - TERESINA - PI


CEP: 64049-550 

CURSO: Licenciatura em Pedagogia TURMA: 2016/2


DISCIPLINA: História da Educação II
PROFESSORA: Amanda Ribeiro da Silva
ALUNO: Ricardo Danilo Barbosa da Silva

O Mestre-Escola e a Professora

Palavras Chaves

ESCOLAS NORMAIS

As primeiras experiências com escolas normais no Brasil ocorreram num período


instável e tenso que marcou o progressivo desgaste das propostas liberais e assunção
das práticas conservadoras. Os dirigentes que assumiram o poder nas províncias no
período regencial acreditavam de forma conveniente que somente pela instrução
(educação) se atingiria os estados elevados da civilização. Sabiam que a falta de
educação de nosso povo era a verdadeira causa da distância existente entre o Brasil e
os grandes países civilizados. A educação seria e é, uma potente arma contra a
criminalidade, assim acreditavam os dirigentes do poder provinciano. O movimento da
criação dessas escolas normais, se inseria numa espécie de cruzada pelo bem
comum da sociedade, elevando assim o nível intelectual e moral da população.
Como diz uma frase criada naquele primórdio que impactoa até hoje: Abrir escolas
seria fechar Prisões!

FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

Num espaço de cinco décadas, uma profissão que beneficiava exclusivamente os


homens, tornaria prioritariamente feminina. Nas escolas normais brasileiras, a
presença do feminino trouxe sérios transtornos à época. A formação profissional por
essas escolas seria o grande alavanco na luta da mulher pelo acesso ao trabalho
digno e remunerado. Os ensaístas do Século de trinta e quarenta criticavam as
professoras que davam aulas particulares (preceptoras) sendo taxadas de loucas e até
mesmo prostitutas. E assim, pouco a pouco, a prática de repressões sobre a figura da
mulher professora, vão cedendo lugar a difusão de ideias que a associam ao lar, a
criança e a regeneração de uma sociedade sadia.

A DOCÊNCIA RUMO A MATURIDADE

As mudanças sociológicas do corpo docente produzidas no século XIX criaram as


condições para o nascimento das primeiras associações profissionais. Movimentos
abolicionistas e republicanos incentivaram o surgimento de clubes, grêmios e demais
associações do mesmo gênero. A imprensa pedagógica no seu inicio, teve um papel
decisivo na constituição de um espírito corporativo. Em abril de 1872 foi lançado na
corte um jornal pedagógico, a instrução pública. Era composto de sessões variadas
que informavam sobre atos legais e legislação do ensino, apresentavam questões
metodológicas e assuntos de interesse geral como economia, fisiologia do corpo
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humano, textos literários e de fundo moral ou religioso, poesias, questões gramaticais,
matemáticas, charadas, noticiários etc. O que mudou fundamentalmente durante esse
século foi o próprio estatuto da profissão docente que foi marcado pela conquista da
forma escolar moderna em detrimento de outras mais antigas. Esse processo se deu a
partir da transição de um momento caracterizado por um conjunto de saberes, normas
e valores próprios da atividade docente que passam a definir a ação dos professores.
A trajetória da profissão docente no Brasil seria definida, durante o século XIX pelo
projeto conservador que a instituiu. Quem sabe, a maior descontinuidade entre o velho
mestre-escola e o novo professor primário ou a nova professora que emerge no final
do século XIX, seja exatamente a consciência de uma necessidade – a de conquista
de uma identidade profissional.

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