O documento discute a história da educação no Brasil no século XIX, especificamente o surgimento das primeiras escolas normais e a feminização do magistério. As escolas normais foram criadas pelos governos provinciais para elevar o nível intelectual da população através da educação. Ao longo de cinco décadas, a profissão docente, que antes beneficiava apenas homens, tornou-se majoritariamente feminina com a formação de professoras nas escolas normais. No final do século, as mudanças sociológicas le
O documento discute a história da educação no Brasil no século XIX, especificamente o surgimento das primeiras escolas normais e a feminização do magistério. As escolas normais foram criadas pelos governos provinciais para elevar o nível intelectual da população através da educação. Ao longo de cinco décadas, a profissão docente, que antes beneficiava apenas homens, tornou-se majoritariamente feminina com a formação de professoras nas escolas normais. No final do século, as mudanças sociológicas le
O documento discute a história da educação no Brasil no século XIX, especificamente o surgimento das primeiras escolas normais e a feminização do magistério. As escolas normais foram criadas pelos governos provinciais para elevar o nível intelectual da população através da educação. Ao longo de cinco décadas, a profissão docente, que antes beneficiava apenas homens, tornou-se majoritariamente feminina com a formação de professoras nas escolas normais. No final do século, as mudanças sociológicas le
DISCIPLINA: História da Educação II PROFESSORA: Amanda Ribeiro da Silva ALUNO: Ricardo Danilo Barbosa da Silva
O Mestre-Escola e a Professora
Palavras Chaves
ESCOLAS NORMAIS
As primeiras experiências com escolas normais no Brasil ocorreram num período
instável e tenso que marcou o progressivo desgaste das propostas liberais e assunção das práticas conservadoras. Os dirigentes que assumiram o poder nas províncias no período regencial acreditavam de forma conveniente que somente pela instrução (educação) se atingiria os estados elevados da civilização. Sabiam que a falta de educação de nosso povo era a verdadeira causa da distância existente entre o Brasil e os grandes países civilizados. A educação seria e é, uma potente arma contra a criminalidade, assim acreditavam os dirigentes do poder provinciano. O movimento da criação dessas escolas normais, se inseria numa espécie de cruzada pelo bem comum da sociedade, elevando assim o nível intelectual e moral da população. Como diz uma frase criada naquele primórdio que impactoa até hoje: Abrir escolas seria fechar Prisões!
FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO
Num espaço de cinco décadas, uma profissão que beneficiava exclusivamente os
homens, tornaria prioritariamente feminina. Nas escolas normais brasileiras, a presença do feminino trouxe sérios transtornos à época. A formação profissional por essas escolas seria o grande alavanco na luta da mulher pelo acesso ao trabalho digno e remunerado. Os ensaístas do Século de trinta e quarenta criticavam as professoras que davam aulas particulares (preceptoras) sendo taxadas de loucas e até mesmo prostitutas. E assim, pouco a pouco, a prática de repressões sobre a figura da mulher professora, vão cedendo lugar a difusão de ideias que a associam ao lar, a criança e a regeneração de uma sociedade sadia.
A DOCÊNCIA RUMO A MATURIDADE
As mudanças sociológicas do corpo docente produzidas no século XIX criaram as
condições para o nascimento das primeiras associações profissionais. Movimentos abolicionistas e republicanos incentivaram o surgimento de clubes, grêmios e demais associações do mesmo gênero. A imprensa pedagógica no seu inicio, teve um papel decisivo na constituição de um espírito corporativo. Em abril de 1872 foi lançado na corte um jornal pedagógico, a instrução pública. Era composto de sessões variadas que informavam sobre atos legais e legislação do ensino, apresentavam questões metodológicas e assuntos de interesse geral como economia, fisiologia do corpo UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI BAIRRO ININGA - TERESINA - PI CEP: 64049-550 humano, textos literários e de fundo moral ou religioso, poesias, questões gramaticais, matemáticas, charadas, noticiários etc. O que mudou fundamentalmente durante esse século foi o próprio estatuto da profissão docente que foi marcado pela conquista da forma escolar moderna em detrimento de outras mais antigas. Esse processo se deu a partir da transição de um momento caracterizado por um conjunto de saberes, normas e valores próprios da atividade docente que passam a definir a ação dos professores. A trajetória da profissão docente no Brasil seria definida, durante o século XIX pelo projeto conservador que a instituiu. Quem sabe, a maior descontinuidade entre o velho mestre-escola e o novo professor primário ou a nova professora que emerge no final do século XIX, seja exatamente a consciência de uma necessidade – a de conquista de uma identidade profissional.